sábado, 31 de julho de 2010

A CABANA E O FERMENTO DA NOVA ERA



Livro supostamente "cristão" ataca a essência do ensino bíblico e promove doutrinas hinduístas e de Nova Era. "Um pouco de fermento leveda toda a massa." [Gálatas 5:9].
Autor convidado: Warren Smith
A Cabana está sendo descrito como um livro "cristão" e atualmente figura em primeiro lugar na lista dos livros mais vendidos do jornal The New York Times, na categoria Ficção.
Muitos cristãos estão comprando múltiplas cópias para distribuir entre seus amigos e familiares.
A Cabana parece ser uma história verídica, mas é obviamente uma ficção alegórica.
O livro apresenta idéias e ensinos espirituais pós-modernos que desafiam o cristianismo bíblico — tudo em nome de "Deus", "Jesus" e "Espírito Santo".
A apresentação alternativa do autor William P. Young do cristianismo tradicional inspirou muito de seus leitores, mas também deixou outros indignados.
Enquanto isso, o livro continua a ser um sucesso de vendas nas livrarias.
De forma muito parecida como A Profecia Celestina, do autor de Nova Era James Redfield, A Cabana é um veículo fictício para inverter certos conceitos religiosos e apresentar cenários espirituais contrários.
Os livros alegóricos podem ser um modo inteligente de apresentar a verdade.
Eles também podem ser usados para apresentar coisas que parecem verdadeiras, mas que na realidade não são. Alguns livros como A Cabana fazem ambas as coisas.
Fui atraído ao Movimento de Nova Era anos atrás por livros e palestras que continham parábolas que não eram muito diferentes de A Cabana.
Eles pareciam ser espiritualmente edificantes, pois tratavam de assuntos difíceis e falavam sobre o amor e o perdão de Deus.
Eles pareciam oferecer aquilo que eu necessitava espiritualmente e me davam muita esperança e promessas.
Com base na credibilidade que obtinham por meio de seus escritos inspirativos e tocantes, meus autores e instrutores de Nova Era passaram então a me dizer que "Deus" estava em tudo e em todos.
O autor William P. Young faz exatamente a mesma coisa em A Cabana.
Ele usa uma história envolvente e tocante para eventualmente apresentar esse mesmo ensino que Deus está em todas as coisas.
Entretanto, estou avançando um pouco aqui.
Permita-me primeiro fornecer um material de pano de fundo sobre essa doutrina-chave de Nova Era, que Deus está em todas as coisas.
Um bom lugar para começar é com Eugene Peterson, o autor da controversa paráfrase A Mensagem.
Afinal, o endosso entusiástico de Peterson ao livro A Cabana aparece logo abaixo do nome do autor na capa frontal.
Ironicamente, foi o endosso de Peterson que me fez suspeitar logo de início desse livro "cristão", que recebeu tanta publicidade e alcançou tanta vendagem.
Em sua questionável paráfrase da Bíblia, Peterson já tinha se alinhado com diversos aspectos dos ensinos da Nova Era/Nova Espiritualidade.
Um exemplo óbvio foi quando ele traduziu um verso-chave na Oração do Pai Nosso da seguinte forma:
"Como é em cima, assim seja embaixo", em vez de "assim na terra como no céu".
Eu estava muito familiarizado com essa expressão, "como é em cima assim seja embaixo" por causa de meu envolvimento anterior com o Movimento de Nova Era.
Essa frase esotérica tem sido o cerne do ocultismo há quase cinco mil anos.
Os metafísicos da Nova Era afirmam que ela é a chave para toda a magia e todos os mistérios.
Ela significa que Deus não é somente transcendente — "que ele está lá em cima" — mas que também é imanente — que está em tudo e em todos.
Mas, como descobri imediatamente antes de abandonar os ensinos enganosos da Nova Era e aceitar a verdade do cristianismo bíblico, Deus não está em tudo e em todos.
A Bíblia deixa bem claro que o homem não é divino e que também não é Deus (Ezequiel 28:2; Oséias 11:9; João 2:24-25, etc.).
Em meu livro Deceived on Purpose: The New Age Implications of the Purpose-Driven Church (Enganados no Propósito: As Implicações de Nova Era da Igreja com Propósitos), citei como os editores do New Age Journal definiram a expressão "como é em cima, assim seja embaixo" no livro deles As Above, So Below:
"O que está em cima é como o que está embaixo.'"
Esta máxima implica que o Deus transcendente além do universo físico e o Deus imanente dentro de nós são um só." [pág. 32].
Minha preocupação com o uso sem discernimento que Peterson faz da frase "O que está em cima é como o que está embaixo" na Oração do Pai Nosso foi reforçada quando o livro O Segredo, publicado em 2006, apresentava repetidamente essa mesma frase ocultista e de Nova Era.
Na verdade, essa era a citação introdutória no início do livro. Apresentando imediatamente a frase "O que está em cima é como o que está embaixo", a autora Rhonda Byrne estava dizendo aos leitores em linguagem característica de Nova Era que "Deus está em todos e em tudo". Perto do fim do livro, a autora coloca em palavras mais práticas o que inicialmente quis dizer ao apresentar o conceito imanente de "O que está em cima é como o que está embaixo".
Na página 164 da edição original, O Segredo diz aos seus leitores: "Você é Deus em um corpo físico.".
Mais significativamente, em seu livro The Reapparance of the Christ and the Masters of Wisdom, o líder de Nova Era Benjamin Creme revela que uma Nova Religião Mundial será baseada nesse ensino fundamental de imanência "O que está em cima é como o que está embaixo" — a idéia de que Deus está em tudo e em todos:
"Mas eventualmente uma nova religião global será inaugurada e será uma fusão e síntese da abordagem do Oriente com a abordagem do Ocidente. O Cristo unirá, não somente o budismo e o cristianismo, mas o conceito do Deus transcendente — fora de Sua criação — e também o conceito do Deus imanente em toda a criação — no homem e em toda a criação." [pág. 88].
Alice Bailey, a matriarca da Nova Era, escreveu em seu livro The Reappearance of the Christ:
"... uma nova orientação para a divindade e a aceitação do fato do Deus Transcendente e Deus Imanente dentro de toda forma de vida. "Essas são verdades fundamentais sobre as quais a religião mundial do futuro estará baseada." [pág. 88].
Em um sermão no programa Hora do Poder, em 9 de novembro de 2003, apenas dois meses antes de participar como orador no encontro anual da Associação Nacional dos Evangélicos, o pastor Robert Schuller, ministro da Catedral de Cristal, alinhou-se, sem pejo algum, com esse mesmo ensino de Nova Era/Nova Religião Mundial. O homem que afirma ter sido mentor de milhares de pastores, incluindo Bill Hybels e Rick Warren, declarou:
"Você sabem que na teologia — perdoem-me por usar algumas palavras difíceis — mas na teologia o Deus em que cremos, esse Deus de Abraão, é um Deus transcendente. Mas ele também é um Deus imanente. Transcendente significa que ele está lá em cima, acima de todos nós. Mas, Deus também é um Deus imanente — a imanência de Deus e a transcendência de Deus — mas então você tem uma perspectiva equilibrada de Deus. A imanência de Deus significa aqui, em mim, em minha volta, na sociedade, no mundo, esse Deus está aqui, na humanidade, na ciência, nas artes, na sociologia, na política — a imanência de Deus... Sim, Deus está vivo e está em cada ser humano!"
Mas Deus não está em cada ser humano. Deus não está em todas as coisas. Uma das principais razões por que escrevi o livro Deceived on Purpose foi por que Rick Warren apresentou aos seus leitores esse mesmo ensino de que "Deus está em todas as coisas". Citando Efésios 4:6 em uma obviamente fajuta tradução New Century Bible, Rick Warren — deliberadamente ou não — estava ensinando aos milhões de seus leitores a doutrina fundamental da Nova Religião Mundial. Descrevendo Deus, em seu livro Uma Vida com Propósitos, ele escreveu:
"Ele comanda todas as coisas, está em todos os lugares e em todas as coisas"
Complicando um pouco mais as coisas, "imanência" foi ensinado como parte da Classe Fundamentos, na Igreja da Comunidade de Saddleback, da qual Rick Warren é pastor. Uma malfadada referência para imanência na página 46 do "Guia do Participante — Fundamentos de Saddleback", faz o jogo da Nova Espiritualidade/Religião Mundial ao dizer:
"O fato que Deus está acima e além de sua criação não significa que esteja fora da criação. Ele é tanto transcendente (acima e além de sua criação) e imanente (dentro e em toda sua criação)."
Toda essa discussão sobre imanência "Deus está em todas as coisas" é para explicar por que A Cabana é um livro enganoso. Ele ensina a mesma heresia. Esse livro afirma tentar lidar com as questões profundamente sensíveis relacionadas com o assassinato de uma menina. Por causa da forma intensamente pessoal de escrever do autor, a maioria dos leitores se envolve com o livro em um nível emocional e profundo. Entretanto, o uso que o autor faz de licença poética para transmitir suas interpretações espirituais altamente subjetivas e, na maioria das vezes, sem base bíblica, torna-se cada vez mais problemático à medida que a história avança. Isso é mais aparente quando ele usa a pessoa de "Jesus" para subitamente apresentar o ensino fundamental da Nova Espiritualidade/Nova Religião Global — Deus está em todas as coisas. Usando o termo de Nova Era "chão do ser" para descrever "Deus", o "Jesus" de A Cabana diz:
"Deus, que é o chão de todos os seres, habita dentro, em volta e por meio de todas as coisas..." [pág. 112; tradução nossa].
Esse falso ensino sobre um "Deus" que "habita dentro, em volta e no meio de todas as coisas" é o tipo de fermento de Nova Era que, se não for enfrentado, pode levedar a igreja e levá-la para a Nova Era/Nova Espiritualidade da Nova Religião Global que está sendo proposta. Embora muitas pessoas tenham expressado uma grande afeição emocional ao livro A Cabana e aos seus personagens — esse fermento somente já contamina todo o livro.
Claramente, o "Jesus" de A Cabana não é o Jesus Cristo da Bíblia. O apóstolo Paulo repreendeu os coríntios e os advertiu que estavam vulneráveis e extremamente susceptíveis a "outro Jesus", a "outro evangelho" e a "outro espírito", que não eram da parte de Deus (veja 2 Coríntios 2:11). Na Bíblia, o verdadeiro Jesus Cristo advertiu que a enganação espiritual seria um sinal antes de Seu retorno. Ele também advertiu que muitos viriam em Seu nome, fingindo ser Ele (veja Mateus 24:3-5,24).
Sem atribuir nenhuma má motivação a William Young e ao seu livro A Cabana, o uso que ele faz da criatividade espiritual parece dar um consentimento "cristão" à Nova Era/Nova Espiritualidade da proposta Nova Religião Global. A mistura que ele faz da verdade com o erro pode se tornar muito confusa para os leitores e Deus não é o autor da confusão (1 Coríntios 14:33).
O Dr. Harry Ironside, que foi pastor da Igreja Memorial Moody, em Chicago, de 1930 a 1948, enfatiza o fato que a verdade misturada com o erro resulta em "erro total" — uma direta refutação ao ensino da Igreja Emergente de querer encontrar a "verdade" em qualquer lugar em que ela possa ser encontrada — incluindo em livros como A Cabana. Ironside escreveu:
"O erro é como o fermento, a respeito do qual lemos: 'Um pouco de fermento leveda toda a massa.' A verdade misturada com o erro é equivalente ao erro total, exceto que tem uma aparência de inocência e, portanto, é mais perigosa. Deus detesta essa mistura! Qualquer erro, ou qualquer mistura da verdade com o erro, requer denúncia e rejeição. Apoiar o erro é ser infiel a Deus e à Sua Palavra e uma traição às almas que correm perigo, por quem Cristo morreu." [citado em The Berean Call, de abril de 2008].
A Cabana tocou os corações e as emoções de muitas pessoas. Embora existam muitos outros exemplos da liberalidade sem base bíblica do autor, apresentar o ensino herético de Nova Era que "Deus habita dentro, em volta e no meio de todas as coisas" é, por si só, suficiente para solapar totalmente qualquer valor que o livro poderia ter para os cristãos fiéis. Permitir ser levado por essa história, e ao mesmo tempo desconsiderar o fermento de Nova Era/Nova Espiritualidade do livro, é cair vítima da mistura de verdade com o erro que permeia A Cabana. Como o pastor Ironside advertiu, Deus detesta essa mistura.
Antes de comprar mais exemplares desse livro, os cristãos precisam entender o que esse autor está ensinando e o que eles estão passando adiante para seus amigos e para os outros cristãos.
Verdadeiramente, a apostasia espiritual do fim dos tempos está vindo sobre todo o mundo!

A CABANA - A perda da Arte de Discernimento Evangélico.


A Cabana - A Perda da Arte de Discernimento Evangélico

Dr. Albert Mohler é o presidente do Southern Baptist Theological Seminary, pertencente à Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos; é pastor, professor, teólogo, autor e conferencista internacional, reconhecido pela revista Times como um dos principais líderes entre o povo evangélico norte-americano. É casado com Mary e tem dois filhos, Katie e Christopher.

O mundo editorial vê poucos livros atingirem o status de "sucesso". No entanto, o livro A Cabana, escrito por William Paul Yong, superou esse status. O livro, publicado originalmente pelo próprio autor e dois amigos, já vendeu mais de dez milhões de cópias e já foi traduzido para mais de trinta idiomas. É, agora, um dos livros mais vendidos de todos os tempos, e seus leitores estão entusiasmados.
De acordo com Young, o livro foi escrito originalmente para seus próprios filhos. Em essência, ele pode ser descrito como uma teodicéia em forma de narrativa – uma tentativa de responder à questão do mal e do caráter de Deus por meio de uma história. Nessa história, o personagem principal está entristecido por causa do rapto e do assassinato brutal de sua filha de sete anos, quando recebe aquilo que se torna uma intimação de Deus para encontrá-lo na mesma cabana em que a menina foi morta.
Na cabana, "Mack" se encontra com a Trindade divina, onde Deus, o Pai, é representado como "Papai", uma mulher afro-americana, e Jesus, por um carpinteiro judeu, e "Sarayu", uma mulher asiática, é identificada como o Espírito Santo
O livro é, principalmente, uma série de diálogos entre Mack, Papai, Jesus e Sarayu. 
As conversas revelam que deus é bem diferente do Deus da Bíblia. "Papai" é absolutamente alguém que não faz julgamentos e parece determinado a afirmar que toda a humanidade já está redimida.
A teologia de A Cabana não é incidental à história. 
De fato, em muitos pontos a narrativa serve, principalmente, como uma estrutura para os diálogos. E estes revelam uma teologia que, no melhor, é não-convencional e, sem dúvida, herética em certos aspectos.
Embora o artifício literário de uma "trindade" não-convencional de pessoas divinas seja, em si mesmo, antibíblico e perigoso, as explicações teológicas são piores. 
"Papai" conta a Mack sobre o tempo em que as três pessoas da Trindade manifestaram-se da seguinte forma: "nós falamos com a humanidade através da existência humana como Filho de Deus". 
Em nenhuma passagem da Bíblia, o Pai ou o Espírito Santo é descrito como assumindo a forma humana. 
A cristologia do livro é confusa. 
"Papai" diz a Mack que, embora Jesus seja plenamente Deus, "ele nunca usou a sua natureza como Deus para fazer qualquer coisa". Eles apenas viveu do seu relacionamento comigo, da mesma maneira como eu desejo me relacionar com qualquer ser humano". Quando Jesus curou o cego, "Ele fez isso como um ser humano dependente que confiava em minha vida e poder para agir nele e por meio dele. Jesus, como ser humano, não tinha qualquer poder em si mesmo para curar alguém".
Embora haja muita confusão teológica a ser esclarecida no livro, basta dizer que a igreja cristã tem lutado por séculos para chegar a um entendimento fiel da Trindade, a fim de evitar esse tipo de confusão – reconhecendo que a fé cristã está, ela mesma, em perigo.
Jesus diz a Mack que ele é "o melhor caminho para qualquer ser humano se relacionar com Papai ou com Sarayu". Não é o único caminho, mas o melhor caminho.
Em outro capítulo, "Papai" corrige a teologia de Mack afirmando: "Eu não preciso punir as pessoas pelos seus pecados. O pecado é a sua própria punição, que devora você a partir do interior. Não tenho o propósito de punir o pecado; tenho alegria em curá-lo". 
Sem dúvida, a alegria de Deus está na expiação realizada pelo Filho. No entanto, a Bíblia revela consistentemente que Deus é o Juiz santo e reto, que punirá pecadores
A idéia de que o pecado é a "sua própria punição" se encaixa no conceito do karma, e não no evangelho cristão.
O relacionamento do Pai com o Filho, revelado em textos como João 17, é rejeitado em favor de uma absoluta igualdade de autoridade entre as pessoas da Trindade
"Papai" explica que "não temos qualquer conceito de autoridade final entre nós, somente unidade". 
Em um dos mais bizarros parágrafos do livro, Jesus diz a Mack: "Papai é tão submisso a mim como o sou a ele, ou Sarayu a mim, ou Papai a ela. Submissão não diz respeito à autoridade e à obediência; é um relacionamento de amor e respeito. De fato, somos submissos a você da mesma maneira".
Essa hipotética submissão da Trindade a um ser humano – ou a todos os seres humanos – é uma inovação teológica do tipo mais extremo e perigoso. 
A essência da idolatria é a auto-adoração, e essa noção da Trindade submissa (em algum sentido) à humanidade é indiscutivelmente idólatra.
O aspecto mais controverso da mensagem de A Cabana gira em torno das questões do universalismo, da redenção universal e da reconciliação final
Jesus diz a Mack: "Aqueles que me amam procedem de todo sistema que existe. São budistas, mórmons, batistas, islamitas, democratas, republicanos e muitos que não votam ou não fazem parte de qualquer igreja ou de instituições religiosas". 
Jesus acrescenta: "Não tenho desejo de torná-los cristãos, mas quero unir-me a eles em sua transformação em filhos e filhas de meu Papai, em meus irmãos e irmãs, meus amados".
Em seguida, Mack faz a pergunta óbvia: 
Todos os caminhos levam a Cristo? 
Jesus responde: "Muitos dos caminhos não levam a lugar algum. O que isso significa é que eu irei a qualquer caminho para encontrar vocês".
Devido ao contexto, é impossível extrair conclusões essencialmente universalistas ou inclusivistas quanto ao significado de Yong. "Papai" repreende Mack dizendo que está agora reconciliado com todo o mundo. Mack replica: "Todo o mundo? Você quer dizer aqueles que crêem em você, não é?" "Papai responde: "Todo o mundo, Mack".
No todo, isso significa algo bem próximo da doutrina da reconciliação proposta por Karl Barth. E, embora Wayne Jacobson, o colaborador de Young, tenha lamentado haver pessoas que acusam o livro de ensinar a reconciliação final, ele reconhece que as primeiras edições do manuscrito foram influenciadas indevidamente pela "parcialidade, na época," de Young para com a reconciliação final – a crença de que a cruz e a ressurreição de Cristo realizaram a reconciliação unilateral de todos os pecadores (e de toda a criação) com Deus.
James B. DeYoung, do Western Theological Seminary, um erudito em Novo Testamento que conheceu Young por vários anos, documenta a aceitação de Young quanto a uma forma de "universalismo cristão". A Cabana, ele conclui, "descansa sobre o fundamento da reconciliação universal".
Apesar de que Wayne Jacobson e outros se queixam daqueles que identificam heresia em A Cabana, o fato é que a igreja cristã tem identificado, explicitamente, esses ensinos como heresia
A pergunta óbvia é esta: por que tantos cristãos evangélicos parecem ser atraídos não somente à história, mas também à teologia apresentada na narrativa – uma teologia que, em vários pontos, está em conflito com as convicções evangélicas?
Os observadores evangélicos não estão sozinhos em fazer essa pergunta. 
Escrevendo em The Chronicle of High Education (A Crônica da Educação Superior), o professor Timothy Beal, da Case Western University, argumentou que a popularidade de A Cabana sugere que os evangélicos devem estar mudando a sua teologia
Ele cita os "modelos metafóricos não-bíblicos de Deus" no livro, bem como seu modelo "não-hierárquico" da Tridade e, mais notavelmente, "sua teologia de salvação universal".
Beal afirma que nada dessa teologia faz parte das "principais correntes teológicas evangélicas" e explica: "De fato, essas três coisas estão arraigadas no discurso teológico acadêmico radical e liberal dos anos 1970 e 1980 – que influenciou profundamente os feministas contemporâneos e a teologia da libertação, mas que, até agora, teve muito pouco impacto nas imaginações teológicas de não-acadêmicos, especialmente dentro das principais correntes religiosas".
Em seguida, ele pergunta: "O que essas idéias teológicas progressistas estão fazendo no fenômeno da ficção evangélica?
Ele responde: "Desconhecidas para muitos de nós, elas têm estado presente em muitos segmentos liberais do pensamento evangélico durante décadas". 
Agora, ele diz, A Cabana introduziu e popularizou esses conceitos liberais até entre as principais denominações evangélicas.
Timothy Beal não pode ser rejeitado como um conservador e "caçador de heresias". Ele está admirado com o fato de que essas "idéias teológicas progressistas" estão "se introduzindo aos poucos na cultura popular por meio de A Cabana".
De modo semelhante, escrevendo em Books & Culture (Livros e Cultura), Katharine Jeffrey conclui que A Cabana "oferece uma teodicéia pós-moderna e pós-bíblica". Embora sua principal preocupação seja o lugar do livro "num panorama literário cristão", ela não pôde evitar o lidar com a sua mensagem teológica.
Ao avaliar o livro, deve-se ter em mente que A Cabana é uma obra de ficção.
Contudo, é também um argumento teológico, e isso não pode ser negado.
Diversos romances notáveis e obras de literatura contêm teologia aberrante e heresia.
A pergunta crucial é se as doutrinas aberrantes são características da história ou são a mensagem da obra.
Em A Cabana, o fato inquietante é que muitos leitores são atraídos à mensagem teológica do livro e não percebem como ela conflita com a Bíblia em muitos assuntos cruciais.
Tudo isso revela um fracasso desastroso do discernimento evangélico. 
Dificilmente não concluímos que o discernimento teológico é agora uma arte perdida entre os evangélicos – e esse erro pode levar tão-somente à catástrofe teológica.
A resposta não é banir A Cabana ou arrancá-lo das mãos dos leitores. Não precisamos temer livros – temos de estar prontos para responder-lhes.
Necessitamos desesperadamente de uma redescoberta teológica que só pode vir de praticarmos o discernimento bíblico.
Isso exigirá que identifiquemos os perigos doutrinários de A Cabana
Mas a nossa principal tarefa consiste em familiarizar novamente os evangélicos com os ensinos da Bíblia sobre esses assuntos e fomentar um rearmamento doutrinário de cristãos evangélicos.
A Cabana é um alerta para o cristianismo evangélico.
Uma avaliação como a que Timothy Beal ofereceu é reveladora.
A popularidade desse livro entre os evangélicos só pode ser explicada pela falta de conhecimento teológico básico entre nós – um fracasso em entender o evangelho de Cristo.
A tragédia de que os evangélicos perderam a arte de discernimento bíblico se origina na desastrosa perda do conhecimento da Bíblia. 
O discernimento não pode sobreviver sem doutrina.
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Traduzido por: Wellington Ferreira
Copyright:
© R. Albert Mohler Jr.
Traduzido do original em inglês: The Shack — The Missing Art of Evangelical Discernment.
www.albertmohler.com
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