quinta-feira, 3 de junho de 2010

EVANGELIZANDO UMA CIDADE DEDICADA AS TREVAS por Victor Lorenzo


Victor Lorenzo trabalha em sua pátria, a Ar­gentina, junto à Harvest Evangelism. Seus dons de discernimento têm-no equipado para um extenso mapeamento espiritual nas cida­des de Resistência e La Plata. Ele foi consagrado ao ministério na Igreja Visão do Futuro, sob o pas­tor Ornar Cabrera. Victor serve como secretário da Área do Cone Sul, para a Spiritual Warfare Network da A.D. 2000 United Prayer Track.

Sempre que nos reportamos ao assunto da guerra espiritual em geral e à questão do mapeamento espiri­tual em particular, acredito que é útil esclarecer o papel da Igreja, quanto a essa atividade.

O MANDATO DA IGREJA

A Igreja cristã recebeu o mandato de pregar o evan­gelho pelo mundo inteiro, a fim de expandir o reino de Deus e a sua justiça.
A guerra espiritual e o mapeamento espiritual são, tão-somente, atividades que ajudam no cumprimento desse man­dato.
Essas duas atividades ajudam-nos a descobrir e destruir as es­tratégias e astúcias de Satanás, que ele tem usado para manter as multidões sob o seu domínio, surdas para com a gloriosa mensagem de Jesus Cristo.
Por mais exato que seja o mapeamento espiritual, porém, é minha opinião que, sem um enfoque explícito sobre o evangelismo, tal mapeamento terá pouca serventia.
Por semelhante modo, o evangelismo que não leva a sério o nosso conflito com os poderes demoníacos, por meio da guerra espiritual, pode tornar-se um esforço insano que rende poucos resultados.
Deus proporcionou autoridade à sua Igreja e aos seus líderes para que tomem posse de circunvizinhanças, cidades, nações e até conti­nentes inteiros para Jesus Cristo.
A eficácia da igreja, na conquista dos incrédulos para Cristo e no aprimoramento moral da sociedade, depende, em grande parte, de sua disposição para entrar nessa bata­lha.
A unidade espiritual entre as igrejas e a dedicação à oração intercessória são condições importantes para a vitória.

CHAMADA DIVINA PARA O MAPEAMENTO ESPIRITUAL

A minha chamada para o mapeamento espiritual ocorreu em re­sultado de meu envolvimento no "Plano Resistência", um maciço es­forço evangelístico enfocado em torno da cidade de Resistência, na Argentina.
No momento estou atarefado no ministério da Harvest Evangelism, sob a liderança de Edgardo Silvoso, um compatriota ar­gentino.
Tínhamos concordado, como uma equipe, que lançaríamos um projeto evangelístico de três anos em Resistência, uma cidade de quatrocentos mil habitantes do norte da Argentina.
Uma das ênfases mais importantes é a de nos atirarmos a uma guerra espiritual em nível estratégico, efetuar uma intensa campanha de oração intercessória, multiplicar o número de igrejas, além de empregarmos métodos tradicionais de evangelismo.
No primeiro ano desse esforço, o Espírito Santo começou a mostrar-nos que a magnitude do combate espiritual que se fazia necessária para esse empreendimento era mui­to maior do que havíamos imaginado a princípio.
Minha própria visão de guerra espiritual foi grandemente amplia­da no começo do ano de 1990.
Comecei a perceber que a guerra espiritual deve ser efetuada ao nível do solo - expulsar demônios que atormentam as pessoas - como também ao nível estratégico.
Esta última foi uma dimensão da estratégia demoníaca que já tinha atingido dimensões tanto complexas quanto generalizadas.
Quando li o livro de John Dawson, Taking Our Cities for God [Reconquiste Sua Cida­de Para Deus] (Creation House), comecei a pensar sobre a necessi­dade de aplicar os princípios sugeridos por Dawson à cidade de Re­sistência.
No entanto, no começo eu estava relutante.
Eu havia minis­trado a muitas pessoas que estavam escravizadas a espíritos malignos e conhecia, em primeira mão, quais os horrores envolvidos nas ativi­dades do diabo.
Eu não sentia a mínima inclinação para entrar com maior profundeza nos segredos da estratégia satânica.



Gonzalo e o Anjo Guardião

A minha relutância em fazer aquilo que, por aquela altura, eu sabia ser a vontade de Deus, proveu uma abertura para que o inimigo ata­casse tanto a mim mesmo quanto aos meus familiares.
A cada noite, durante uma semana inteira, nosso menino de quinze meses, Gonzalo acordava chorando, à uma hora da madrugada. A cada noite precisá­vamos de cerca de quatro horas para acalmá-lo.
Finalmente, certa noite, senti que já tinha recebido bastante daquilo e que precisava tomar alguma outra forma de providência.
Eu reconhecia que a minha atitude de rebeldia estava à raiz daquele nosso problema e pedi que minha esposa ficasse no leito, enquanto eu cuidava da questão.
Antes de entrar no dormitório do pequeno Gonzalo, fui até à sala de jantar, a fim de orar, e então eu disse:
"Senhor, por favor, perdoa-me pela minha desobediência. Confesso que não tenho nem recursos e nem capacidades, em mim mesmo, para cuidar dessa situação. Oro para que abras os meus olhos e os meus ouvidos e entenda o que o teu Santo Espírito me quer revelar. Por favor, Deus, dá-me o mesmo tipo de unção que deste a Elias, para eu poder perceber as realidades espirituais. Permite-me ver os meus inimigos, e também concede-me a confiança de que aqueles que estão comigo são mais numerosos e mais poderosos do que aqueles que estão contra mim. Que eu possa divisar a realidade dos teus anjos".
Tendo fé que o Senhor tinha respondido à minha oração, dirigi-me ao dormitório do Gonzalo. Quando abri a porta, senti-me avassalado por uma espantosa força do mal. Senti arrepios de frio e imediata­mente percebi a presença da morte, e sabia que o Senhor me estava revelando a identidade de meu inimigo.
Senti que o Espírito Santo me ordenava: "Assume autoridade em nome de Jesus". E obedeci. Ordenei que o espírito da morte saísse e que nunca mais voltasse para atormentar a meu filho. Naquele mo­mento, vi em minha mente uma gravura representando um anjo guardião, com a qual eu estava bem familiarizado.
E então eu disse: "Senhor, prometeste que destacarias anjos para estarem à nossa volta, para nos protegerem. Se for de tua vontade, preciso agora dessa proteção, sobretudo para os meus familiares".
De pronto o dormitório foi invadido por uma luz brilhante.
Olhei na direção do berço onde Gonzalo estava deitado e vi um anjo enorme segurando na mão uma espada desembainhada.
E então o anjo me disse: "De hoje em diante, estarei ao lado de teu filho a fim de protegê-lo e cuidar dele, enquanto cumprires a tua chamada divina".
Atualmente, Gonzalo está com três anos de idade, e nunca mais foi atormentado por espíritos malignos.
O menino é dotado de uma compreensão espiritual incomum, e ele mesmo já sabe assumir autori­dade espiritual no nome de Jesus sobre qualquer poder das trevas que ele seja capaz de perceber.

Fonte: Destruindo as Fortalezas, Cap. 7 - C. Peter Wagner

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