Por Victor Lorenzo
Conforme vejo as coisas, o mapeamento espiritual combina pesquisas, revelações divinas e evidências confirmatórias, provendo-nos informes completos e exatos acerca da identidade, das estratégias e dos métodos empregados pelas forças espirituais das trevas, a fim de influenciarem os habitantes e as igrejas de uma dada região.
Será isso Bíblico
Embora a Bíblia não use a nossa expressão contemporânea, "mapeamento espiritual", vemos que esse é um dos muitos procedimentos no processo da condução da guerra espiritual.
É bíblico estarmos conscientes dos "desígnios" de Satanás, conforme lemos em 2 Coríntios 2.11.
E o mapeamento espiritual tão-somente ajuda-nos a fazer isso.
Para mim é como dizer que as cruzadas de toda uma cidade são bíblicas por serem um meio de realizarmos evangelismo bíblico, ou que a Escola Dominical é um meio bíblico legítimo de nutrir espiritualmente os crentes, embora essas coisas nunca sejam mencionadas nas Escrituras.
O mapeamento espiritual é como as forças de espionagem de um exército. Por meio dele, vamos até atrás das linhas do inimigo, a fim de compreendermos os planos e as fortificações do inimigo. Assim, fazemos, conforme disse Kjell Sjöberg, no quarto capítulo, "espionagem espiritual".
Vemos no Antigo Testamento um modelo de conquista de cidades, por meio das experiências do povo de Israel. Os israelitas primeiramente enviaram espias para aquilatar as forças adversárias.
No capítulo treze de Números, para exemplificar, achamos os israelitas em posição de entrarem na Terra Prometida.
Moisés enviou até ali doze espias. Eles foram munidos da autoridade de Moisés e de Deus. Eles receberam instruções claras acerca daquilo que deveriam investigar. E eles voltaram com as informações, juntamente com um relatório negativo, segundo a opinião da maioria.
Resultado? Quarenta anos de perambulação pelo deserto!
E, então, no capítulo segundo do livro de Josué, os israelitas receberam outra oportunidade de entrar na Terra Prometida. Dessa vez, Josué enviou dois espias. Eles receberam autoridade. Receberam instruções claras. Colheram as informações da parte de um dos membros do acampamento inimigo, Raabe. E trouxeram de volta as suas informações, sem o acompanhamento de qualquer opinião pessoal.
Resultado? A conquista da cidade de Jericó!
No sétimo capítulo do livro de Josué, lemos que os israelitas estavam prestes a conquistar a cidade de Ai. Eles também enviaram espias, mas dessa vez havia pecado no acampamento de Israel. Conforme Cindy Jacobs diria, eles "tinham buracos em suas armaduras".
Foram enviados em um momento errado, deixaram-se enganar e trouxeram de volta um relatório defeituoso.
Resultado? Os israelitas foram derrotados!
Com base nessas e em outras passagens, tracei diversos princípios a respeito do mapeamento espiritual, os quais, conforme creio, são princípios bíblicos, a saber:
1. Precisamos alicerçar o nosso ministério sobre a Palavra de Deus e a sua revelação.
2. Precisamos ter a certeza de que estamos vivendo em santidade, antes de partirmos.
3. Precisamos ser enviados por Deus no tempo certo e com a sua autoridade.
4. Precisamos efetuar a nossa pesquisa de acordo com as instruções que nos são dadas na Bíblia.
5. Precisamos dar relatório sem opiniões pessoais ou preconceitos.
6. Precisamos manter uma atitude de fé no poder de Deus.
UM NOVO DESAFIO: LA PLATA
Parcialmente, em resultado do ministério efetuado em Resistência, a associação ministerial da cidade de La Plata convidou a Harvest Evangelism para efetuar um novo projeto de evangelismo de três anos, em associação com eles. Esperávamos que as lições aprendidas na cidade de Resistência nos ajudariam a fazer um trabalho ainda melhor em La Plata.
Para nós, a cidade de Resistência era como um laboratório experimental onde, sob condições incomumente estressantes, poderíamos submeter a teste de campo cada aspecto do nosso plano. Nosso laboratório acabou mostrando-nos tanto pontos fortes quanto pontos fracos.
Uma coisa que pudemos aprender foi que o sucesso de qualquer plano dessa ordem depende da atitude dos pastores da cidade e da disposição das igrejas para se atirarem a tal projeto.
Pudemos concluir que a falta de penetração em uma cidade, apesar do uso eficaz da evangelização, tem um relacionamento direto com a condição espiritual das igrejas.
Em La Plata, queríamos repetir aquilo que tínhamos feito em Resistência e, ao mesmo tempo, evitar o que tinha saído errado.
Acreditamos que os resultados permanentes de qualquer esforço evangelístico em toda uma cidade dependem, em proporção direta, do sucesso das batalhas espirituais em que os crentes se tiverem empenhado naquela cidade.
Ao mesmo tempo, a vitória final dependerá da rigidez espiritual interna das igrejas.
Para que as igrejas sejam saudáveis, os pastores e outros líderes evangélicos precisam enfrentar com honestidade quaisquer condições pecaminosas que possam dar margem à atuação do diabo.
As igrejas precisam aprender a usar as armas espirituais que o Senhor deu à sua Igreja.
Os crentes precisam rejeitar qualquer forma ou aparência de rebeldia, contenda e divisão.
Após três anos intensos de trabalho em Resistência, vimos muitos sinais e maravilhas, vimos uma cidade abrir-se para a pregação do evangelho de Cristo, vimos bastante melhoria social, e nós mesmos passamos a ser melhor considerados aos olhos dos incrédulos.
Por outra parte, não conseguimos curar as feridas causadas pela amargura, entre todos os pastores.
Por conseguinte, embora a unidade das igrejas tenha melhorado consideravelmente, isso não tinha satisfeito plenamente os desejos do coração de Deus.
Alguns líderes não demonstraram a coragem de declarar-se abertamente contra as fortalezas que o inimigo havia implantado entre as igrejas.
Em resultado disso, as igrejas tornaram-se mais vulneráveis aos ataques espirituais do que era necessário que fosse, e o projeto não se mostrou tão bem-sucedido conforme nós havíamos esperado que fosse.
A guisa de nota de rodapé, estamos agradecidos que, enquanto estamos escrevendo, a situação melhorou enormemente, e que o Corpo de Cristo, em Resistência, finalmente está chegando a um estado de unidade espiritual.
Se isso tivesse acontecido, digamos, dois ou três anos antes, sentimos que teríamos podido ver muito mais fruto permanente do que realmente vimos.
Não obstante, o aumento de 102% no número de pessoas que freqüentam a nossa igreja tem sido alentador.
Fonte: Destruindo as Fortalezas, Cap. 7 - C.Peter Wagner
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