terça-feira, 24 de agosto de 2010

Reconstruindo a Torre de Babel: O Lado Obscuro da Igreja com Propósitos - Introdução

Reconstruindo a Torre de Babel: O Lado Obscuro da Igreja com Propósitos
Autor: Mac Dominick
Em janeiro de 2005, a Igreja da Comunidade de Saddleback e seu vistoso pastor, Rick Warren, lançaram outro programa de quarenta dias — "40 Dias de Comunidade". O último programa de quarenta dias, "40 Dias de Propósito", que acompanha de mãos dadas o livro de grande sucesso de vendas Uma Vida com Propósitos, foi adquirido por mais de 25.000 igrejas em todo o mundo e o mesmo é esperado para o novo programa "Comunidade".
Entretanto, o sucesso estrondoso dos livros e dos programas de Rick Warren para as igrejas "evangélicas" não corresponde necessariamente com o crescimento espiritual daqueles que lêem esses livros ou participam dos encontros do programa. Na verdade, um exame com discernimento bíblico nos ensinos e filosofias de Rick Warren revela conexões preocupantes com as terminologias e ensinos ocultistas que estão incorporados no centro dessas filosofias.
Rick Warren não merece todos os créditos por sua fórmula "propósitos", pois a lista de cúmplices e aliados cresce a cada dia. Os princípios promovidos por Rick Warren estiveram em desenvolvimento e elaboração por muitos indivíduos ao longo dos anos, mas Rick Warren, Bill Hybels, Bob Buford e um punhado de outros estão agora liderando o ímpeto por uma nova "revolução" dentro da igreja. Os pastores "evangélicos" e "fundamentalistas" estão se alistando na revolução e pulando para dentro da carroça aos milhares.
Se sua igreja está passando por um período de transição de forma a adotar um novo paradigma, um novo "modo de fazer igreja", ou se participou nos "40 Dias de Propósito", "40 Dias de Comunidade", ou se está planejando participar de um desses programas no futuro próximo, este livro será vital para sua compreensão de todas as ramificações mais obscuras desses programas que parecem tão bons à primeira vista.

Introdução

Sinopse: Os movimentos mais recentes na construção da Igreja do Novo Paradigma, orientada para resultados, compartilham algumas similaridades muito estranhas e desconcertantes com as forças tenebrosas do ocultismo. Este livro examinará esses conceitos ocultistas e estabelecerá como os evangélicos modernos, que afirmam estarem "construindo o reino de Deus" estão, na realidade, reconstruindo a Torre de Babel.
Muito tempo atrás, em uma terra distante, o Grande Caçador contemplava os primeiros raios de sol que apareciam no horizonte oriental nas planícies de Sinar e tingiam o céu da aurora com uma variedade de cores. Os tênues raios de luz que surgiam no céu e iluminavam a estrutura colossal lhe davam um profundo senso de orgulho e de realização pessoal que poucos homens já experimentaram. As instruções tinham sido explícitas, os planos tinham sido seguidos nos mínimos detalhes, e agora a torre imponente que serviria como catalisadora da cultura e da tecnologia do passado não tão distante estava se tornando uma realidade.
A estrutura não era apenas uma obra construída com pedras e cal, mas também representava algo esotericamente espiritual e profundamente religioso. Essa religião, a Sabedoria Antiga, continha as crenças e doutrinas dos "antigos" e os ingredientes para a restauração de uma era anterior, varrida pelas águas destruidoras do julgamento de Deus. Agora, o Grande Caçador estava na iminência de provar que a humanidade unida, motivada e esotericamente capacitada poderia realizar qualquer coisa — até mesmo se essa realização estivesse diametralmente oposta ao plano de Deus. Com essas idéias intoxicantes fluindo em sua mente, Ninrode aquecia-se com os raios de sol da aurora e era tomado de uma imensa euforia de satisfação pessoal. Entretanto, naquele mesmo dia o próprio Deus estorvaria seus planos ambiciosos de estabelecer um império mundial e também impediria o aparecimento imanente de uma religião única e universal para acompanhar essas aspirações políticas.
A construção seria interrompida e os sonhos grandiosos de Ninrode seriam feitos em pedaços. Mas mesmo com sua morte e com o posterior esquartejamento de seu cadáver (eruditos judeus ensinam que Ninrode foi executado por Sem, filho de Noé, e seu corpo foi esquartejado em 14 partes, cada uma das quais foi posteriormente enviada para seus seguidores como uma séria advertência contra a rebelião), a religião esotérica continuaria a existir. Com a ajuda da viúva e de seu filho ilegítimo (Semíramis e Tamuz), a Sabedoria Antiga seria cuidadosamente preservada nas Religiões dos Mistérios Babilônios. (1) Quando os seguidores de Ninrode se espalharam pela face da Terra, levaram os Antigos Mistérios desde o Egito até a China, e até para as Américas. Com a passagem do tempo, a Sabedoria Antiga veio a ser guardada pela "elite de pessoas sábias" da Babilônia, da Média e da Pérsia, de Pérgamo e de Roma. Mais tarde, ela encontrou um bom refúgio nas religiões orientais, na Cabala judaica e no gnosticismo ocidental. (2)

O Legado da Torre de Babel

Após a virada do terceiro século da nossa era, o poder da Igreja de Roma começou a crescer e isso provocou um cisma entre os guardiões dos Mistérios. Quando Constantino legalizou o cristianismo, a Igreja Católica Romana adotou muitas das doutrinas das religiões de mistério da Babilônia. A Igreja adotou a adoração da mãe e do menino, o batismo de bebês, a confissão a um sacerdote, e muitos outros aspectos da religião de mistérios da Babilônia. No entanto, a Igreja Católica não adotou os aspectos ocultistas das religiões de mistério. Esses aspectos permaneceram com as Escolas de Mistério do Oriente, os cabalistas e os gnósticos até o tempo das cruzadas. Os aspectos ocultos da Sabedoria Antiga apareceram publicamente na Europa Ocidental com a ascensão da Dinastia Merovíngia e as lendas de "Percival e a Busca Pelo Santo Graal". O cisma subseqüente dentro das escolas de mistérios da Magia Branca e Magia Negra explodiu e se tornou um grande conflito quando os Cavaleiros Templários (A Ordem do Templo) retornaram das Cruzadas como os homens mais ricos do mundo.
       Os Cavaleiros Templários e o Priorado de Sião (A Ordem de Sião) se tornaram a elite cultural que adotou totalmente os aspectos ocultistas dos Antigos Mistérios. Isso os colocou em rota de colisão com a Igreja de Roma e seus aliados. O Priorado de Sião passou a operar às escondidas e se tornou uma "sociedade secreta" de elite, enquanto os Cavaleiros Templários foram violentamente atacados pelo rei francês Filipe IV, uma marionete católica, e pelo papa Clemente V.
       Em 13/10/1307, Filipe IV ordenou a prisão de todos os Cavaleiros Templários. No entanto, na noite anterior, um número desconhecido de cavaleiros partiu da França, com dezoito navios carregados com o lendário tesouro da Ordem. (3). Uma parte desses navios aportou na Escócia e os Templários associaram-se com os Guardas Escoceses, com os Rosa-cruzes, com o Colégio Invisível e a Sociedade Real (todos grupos ocultistas) e juntos formaram o Rito Escocês da Maçonaria. (4) Os maçons têm os Templários como antecessores, bem como a custódia autorizada de seus segredos arcanos. (5). Conseqüentemente, o Rito Escocês é "orientado em forma de magia, enfatizando uma hierarquia social e política, uma ordem divina e um plano cósmico subjacente." (6) Essa é exatamente a essência dos Mistérios Antigos de Ninrode.
       A partir dessa seqüência de eventos históricos, quem está familiarizado com a Palavra de Deus e, particularmente, com a profecia bíblica, pode concluir o seguinte:
1.  Ninrode procurou restaurar o sistema pré-diluviano implantando um governo mundial, liderado por um rei-sacerdote, energizado diretamente por Lúcifer.
2.  Quando Deus estorvou os planos de Ninrode, a estratégia de Lúcifer foi alterada para criar um sistema de falsas religiões que preservassem esses poderosos Mistérios Antigos até o tempo em que ele (Lúcifer) possa estabelecer seu reino.
3.  Esses mistérios foram guardados desde aquele tempo por um grupo de elite selecionado. Houve alguns períodos na história em que o lado ocultista mais tenebroso dos mistérios foi aceito, e períodos em que o ocultismo foi perseguido.
4.  A Bíblia fala sobre o surgimento de um reino mundial futuro liderado pela Besta (o Anticristo), que declarará ser Cristo. Esse reino mundial será acompanhado por uma igreja mundial até o tempo em que não seja mais útil para a Besta. A Besta também declarará ser o Messias dos judeus e o legítimo herdeiro ao trono de Davi.
5.  A Besta revelará os segredos dos Mistérios Antigos, que foram fielmente conservados por seus servos durante milênios, como prova de sua posição para estabelecer plenamente seu reino.
       O processo da destruição inevitável das civilizações humanas sem Deus, que culminará no Armagedom, começou com Ninrode e a construção da Torre de Babel. As Religiões dos Antigos Mistérios estavam em direta oposição à adoração ao Deus da Bíblia, Ninrode era o servo de Lúcifer e a Torre de Babel foi o símbolo do desafio ao plano de Deus para a humanidade. Como resultado desses fatos, até a mais vaga referência à Torre de Babel como uma imagem positiva para qualquer esforço nobre era absolutamente impensável durante os quatro mil anos desde que a construção foi abandonada.
       Essa percepção começou a mudar nos anos 1980, quando a imagem da Torre de Babel começou a aparecer em material promocional para a União Européia. Isso, é claro, não deveria ser surpresa para o indivíduo biblicamente astuto que compreende as ramificações totais do moderno globalismo político. Afinal, a União Européia é simplesmente a incorporação das filosofias luciferianas que pavimentarão a estrada para o Armagedom.

Os 40 Dias de Comunidade de Rick Warren

       Entretanto, existem referências muito positivas à Torre de Babel que podem ser classificadas como "totalmente inexplicáveis". Além disso, essas referências não se originaram de uma fonte secular, globalista e luciferiana, mas do púlpito de uma igreja batista "conservadora". Sem dúvida, muitos sermões já foram pregados nos púlpitos de igrejas bíblicas que caracterizaram a Torre de Babel como um exemplo de rebelião contra Deus e como o objeto de seu julgamento. Entretanto, em 30-31 de outubro de 2004, o púlpito da Igreja da Comunidade de Saddleback (filiada à Convenção Batista do Sul dos EUA), no Condado de Orange, na Califórnia, foi muito provavelmente o primeiro local eclesiástico na história em que a Torre de Babel foi apresentada como um exemplo do que os membros individuais das igrejas poderiam realizar se trabalhassem em conjunto. Além disso, muitas das 700 igrejas adicionais escolhidas para pilotar os "40 Dias de Comunidade" ao mesmo tempo podem ter usado essa promoção positiva da Torre de Babel. (Este autor recebeu a informação de pelo menos outra igreja que usou essa mesma ilustração.)
       Rick Warren, pastor da Igreja da Comunidade de Saddleback, estava no meio de sua mais recente campanha, "40 Dias de Comunidade", um programa de seis semanas que enfatiza a construção de "comunidade" dentro da igreja e o exemplo da Torre de Babel foi dado na conclusão da quarta semana. Em essência, Rick Warren relatou que a Torre de Babel foi um exemplo perfeito do que pode ser realizado quando os homens e mulheres trabalham juntos para alcançar um objetivo comum. Ele afirmou que a equipe de construção da "Torre de Babel" trabalhou tão bem como um grupo que Deus teve de intervir para separá-los. O contexto dessa caracterização e comparação dos eventos que ocorreram na Planície de Sinar tanto tempo atrás com o que pode ser realizado pelos membros do "corpo de Cristo" unidos pelo vínculo do Espírito Santo deve fazer gelar o sangue de um verdadeiro filho de Deus. Como pôde o Dr. Warren violar o contexto da Escritura ao extremo e fazer essa comparação? Ele não compreende o significado histórico e profético que brota dos eventos em Babel? Ele desconsidera o poder do Espírito Santo trabalhando dentro do filho de Deus para realizar os propósitos de Deus? Ele desconsidera a Escritura que diz que a força de Deus se aperfeiçoa na fraqueza do homem? Por que um ministro do evangelho de Jesus Cristo exaltaria um dos mais renomados exemplos de rebelião contra Deus em toda a história? Seria essa uma advertência das questões mais profundas com o programa "40 Dias de Comunidade"? Seria essa ilustração um sinal para observadores não revelados que há mais nos "40 Dias de Comunidade" do que aparece à primeira vista?

A Exaltação Ocultista do Grupo

       Os conceitos básicos dos "40 Dias de Comunidade", de Rick Warren, estão todos baseados na formação e funcionamento dos grupos pequenos dentro da igreja e o tema que "somos melhores juntos". Embora não exista dúvida que a Palavra de Deus ensine a união entre os crentes, os conceitos e terminologias usadas na campanha 40 Dias de Comunidade fazem levantar muitas bandeiras vermelhas de alerta. Entretanto, essas "bandeiras vermelhas" se tornam sirenes estridentes quando se percebe a presença da mentalidade de "pensamento de grupo" mantida pelas religiões ocultistas, pagãs e baseadas na Terra que se originaram na Torre de Babel.
       O historiador judeu Flávio Josefo escreveu sobre a Torre de Babel de uma perspectiva singular. Josefo disse que após o Dilúvio, Deus ordenou que a humanidade se dispersasse pela face da Terra e ocupasse todo o globo. Em vez de seguir a ordem de Deus, a humanidade seguiu a liderança de Ninrode.
       Ninrode e seus seguidores sabiam que estavam desafiando diretamente as ordens de Deus, e decidiram construir uma torre que "alcançasse os céus" para fornecer um modo de escapar da ira de Deus no caso de outro dilúvio. Todos eles trabalharam juntos para garantir a sobrevivência da espécie. Eles funcionavam como um grupo de modo a preservar o grupo. (7)
       Uma vez que aqueles homens foram dispersos pela face da Terra, essa filosofia de "pensamento de grupo" permeou o pensamento ocultista desse ponto em diante na história. Ele pode ser visto em toda a história e no moderno pensamento ocultista, de nova era e neopagão. As filosofias de pensamento de grupo são prontamente perceptíveis nos escritos teosóficos modernos, nas religiões da natureza baseadas na Terra, nas religiões orientais, na adoração à deusa, nas organizações luciferianas, e agora — graças a Rick Warren — na igreja evangélica.

Filosofias Luciferianas na Igreja

       Infelizmente, muitos cristãos estão sendo enganados a seguir uma agenda luciferiana por não terem um conceito real das crenças e métodos das religiões ocultistas e esotéricas, e por estarem tão afastados da liderança do Espírito Santo de Deus que não têm qualquer discernimento do que é verdadeiramente bom e do que é verdadeiramente mau. Em outras palavras, a geração atual de evangélicos está madura para a enganação. A agenda enganosa é espertamente disfarçada como "um novo modo de fazer igreja", "criar comunidade" entre o corpo de crentes, e diversos outros sistemas e programas.
       O cristão mediano (seja conservador, evangélico, ou fundamentalista) tem muito pouco conhecimento da verdadeira operação do mundo ocultista. Isto, é claro, não é surpreendente, pois aqueles que "professam o nome de Jesus Cristo" naturalmente evitam discussões religiosas com aqueles que participam de práticas ocultistas. Não somente isso, mas a operação das "forças das trevas" é geralmente vista como rituais malignos e macabros que são aterrorizadores demais para o indivíduo mediano (seja cristão ou não) compreender, e ainda mais para reconciliar analiticamente em qualquer nível lógico. Além disso, a percepção comum coloca o indivíduo envolvido em práticas ocultistas no segmento marginal dos lunáticos da sociedade. Entretanto, não somente são essas percepções grosseiramente incorretas, mas existe um perigo distinto e oculto associado com essa falta de conhecimento — pois se a "malignidade" fosse sempre prontamente identificável como má — pouquíssimas pessoas seriam atraídas por suas garras. Portanto, a estratégia de Lúcifer não é sempre a do grotesco e do macabro; mas, como a Palavra de Deus nos adverte, ele se apresenta como "anjo de luz".
       É dentro desse contexto que precisamos avaliar os eventos recentes no cristianismo evangélico e fundamentalista. Os movimentos mais recentes na construção da Igreja do Novo Paradigma, orientada para resultados, compartilham algumas similaridades muito estranhas e desconcertantes com as forças tenebrosas do ocultismo, e são essas similaridades que este manuscrito procurará enfocar. Essencialmente, ele examinará melhor esses conceitos ocultistas e estabelecerá como os evangélicos modernos, que afirmam estar "construindo o reino de Deus" estão, na realidade, reconstruindo a Torre de Babel.
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Notas Finais

1.  Hislop, Alexander, The Two Babylons, Loizeaux Books, 1916, pág. 20.
2.  Kah, Gary, En Route to Global Occupation, Huntington House, 1991, pág. 94.
3.  Baigent & Leigh, The Temple and the Lodge, Arcade Pub., 1989, pág. 53.
4.  Ibidem, pág. 155.
5.  Baigent, Lincoln & Leigh. Holy Blood, Holy Grail, Dell Pub., 1982, pág. 65.
6.  Ibidem, pág. 197.
7.  Flávio Josefo, Antigüidades dos Judeus, Livro I, Cap. IV.
Autor: Mac Dominick
Data da publicação: 31/12/2005
Revisão: http://www.TextoExato.com
Patrocinado por: S. F. F. C. — Vargem Grande Paulista / SP

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