terça-feira, 24 de agosto de 2010

Reconstruindo a Torre de Babel: O Lado Obscuro da Igreja com Propósitos - Capítulo 3

Capítulo 3: A Essência Religiosa de Comunidade

Autor: Mac Dominick
       Sinopse: Como ilustrado no capítulo anterior, os três pilares na adoração à deusa-mãe e na bruxaria moderna são: imanência, interconexão e comunidade. O Cap. 3 explora as fontes religiosas ocultistas que promovem não apenas comunidade, mas também outros conceitos e princípios que são similares aos do Movimento de Crescimento de Igrejas. Quando as comparações são feitas entre as práticas tenebrosas da Nova Era, da feitiçaria, da psicografia e da teosofia com a "cultura popular evangélica", os resultados são além da imaginação.
       A avaliação do pastor Rick Warren daqueles que tentaram construir a Torre de Babel (veja a Introdução) foi absolutamente correta. Aqueles indivíduos estavam altamente motivados para realizar uma tarefa impossível que somente podia ser completada se eles transformassem suas energias individuais em uma unidade coesa por meio da qual os indivíduos operassem uma total harmonia. Entretanto, Rick Warren deixou de observar o fato que as circunstâncias descritas em Gênesis 11 indicam que essa unidade coesa foi energizada por uma força sobrenatural que estava em direta oposição às instruções de Deus para a humanidade. Além disso, a edificação da Torre de Babel tornou-se a base daquilo que veio a se tornar o Império Babilônio — um reino mundial — o oposto exato da direção política ordenada por Deus.
       Esses são indicadores absolutos que a fonte de energia que estava por trás daquela construção era ninguém menos que o próprio Lúcifer, e essa ou qualquer tentativa subseqüente de formar um governo mundial, ou uma religião mundial, também é um desafio direto a Deus. Esse desafio foi ilustrado pelos reinos terreais explicitamente retratados no livro de Daniel, e essa e outras profecias bíblicas são muito claras que o próximo governo e religião mundiais estarão sob a jurisdição do próprio Anticristo. Destarte, qualquer suporte às filosofias e programas globalistas (políticos ou religiosos) precisa ser visto como promoção e endosso da causa de Lúcifer.
       A despeito de tudo isso, Rick Warren usou esse evento como uma ilustração em sua série "40 Dias de Comunidade", sobre o que pode ser realizado quando homens e mulheres trabalham em conjunto "em comunidade". Além disso, Rick Warren usa esse mesmo "conceito de comunidade" para defender a posição que os cristãos precisam trabalhar melhor juntos como um grupo para cumprir os propósitos de Deus para suas vidas. Ele chega ao ponto de dizer:"Você não pode cumprir os propósitos de Deus para sua vida sozinho... você precisa de um grupo." [1] Entretanto, mexer assim com o contexto da Palavra de Deus em uma tentativa de defender uma posição também abre a porta para a intrusão das filosofias luciferianas enganosas no texto sagrado da Escritura. Como foi revelado no capítulo anterior, a feitiçaria é uma dessas filosofias.
       As três pedras angulares do alicerce em forma de pirâmide da feitiçaria e da adoração à deusa-mãe foram delineadas no capítulo anterior. Como detalhado no Capítulo 2, Starhawk (uma bruxa professa), em seu livro The Spiral Dance, define claramente os três princípios centrais da religião da deusa:
  • Imanência — Cada ser humano é uma manifestação da terra viva.
  • Interconexão — Todos estamos ligados ao cosmos como parte de um organismo vivo.
  • Comunidade — O foco principal não está no indivíduo, mas no grupo. [2]
       Duas dessas três pedras angulares, Interconexão e Imanência, não somente foram discutidas em profundidade, mas a correlação com os ensinos nos programas "40 Dias" e o livro, Uma Vida com Propósitos, também foi explicitamente detalhada. A pedra angular final da adoração à deusa é a comunidade. Todo este capítulo foi reservado para discutir os aspectos religiosos desse princípio, que é encontrado extensivamente nas religiões pagãs porque suas raízes insidiosas se alastraram muito além do reino da deusa-mãe e da feitiçaria para outras filosofias ocultistas mais amplas, como a Teosofia e os ensinos de "Nova Era". Agora, com os esforços de Rick Warren e de seu mentor, Peter Drucker (a contribuição do Dr. Drucker será discutida no Cap. 4), esse mesmo conceito de comunidade permeará a "cultura popular" da população evangélica integrada nas igrejas.
       Portanto, qual é a essência do conceito de "comunidade"? Os princípios de "comunidade" são paralelos aos ensinos da Palavra de Deus, ou esses princípios têm uma correlação maior com as filosofias ocultistas do paganismo? É o conceito de comunidade, conforme ensinado por Starhawk, também um conceito bíblico? É o conceito de "comunidade" equivalente ao da comunhão cristã? Como isso está relacionado com a infusão das filosofias de "pensamento de grupo" ocultistas na sociedade ocidental moderna? Basicamente, o que é a verdade?
O Corpo de Cristo e o Vínculo do Espírito Santo
       De modo a descobrir "a verdade", é preciso recorrer à fonte de toda a verdade — a inspirada e inerrante Palavra de Deus. O fundamento da comunhão e da unidade cristã encontra-se na epístola aos Efésios. Essa epístola delineia o conceito da "igreja universal" e a verdade a respeito do "corpo de Cristo". A epístola revela o "mistério da igreja", com relação aos gentios que puderam chegar a Deus por meio do sangue de Jesus Cristo, e esse acesso estava anteriormente reservado exclusivamente a Israel. Efésios faz então a analogia da igreja tanto como "o corpo de Cristo" e como um componente vital no templo do Deus vivo. Esses princípios estão resumidos em Efésios 1:22-23 e Efésios 2:18-22:
       "E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos."
       "Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito. Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito." [4]
       Essas passagens completam a analogia de um "corpo vivo" e um edifício perfeitamente construído. O "corpo vivo" é formado pela totalidade do cristianismo genuíno, que inclui todo filho de Deus verdadeiramente lavado no sangue de Cristo — seja judeu ou gentio — que nasceu de novo na família de Deus. Esse edifício perfeitamente construído, que é descrito na epístola aos Efésios, inclui não somente os "santos do Novo Testamento" que são membros do "corpo vivo" acima mencionado, mas também os santos do Antigo Testamento que esperavam o sacrifício perfeito que os purificaria post mortem de todo o pecado que o sangue sacrificial de touros e bodes meramente cobria aos olhos de um Deus que é santo. Assim, é esse "corpo" e "edifício" que faz como um aqueles que estavam, antes de Cristo, separados como judeus e gentios, mas por meio do derramamento de Seu sangue e pelo poder da Sua ressurreição são, e serão, unidos como um na família de Deus. Adicionalmente, aqueles indivíduos membros do corpo também são, em si mesmos, um "templo do Deus vivo", pela presença do Espírito Santo, que habita neles.
Conceitos de Comunidade: Bíblicos ou de Alguma Outra Fonte?
       Assim, existe realmente um profundo vínculo espiritual que une aqueles que têm uma mesma fé na comunhão com o Pai e uns com os outros por meio da morte e ressurreição do Filho e o testemunho do Espírito Santo que habita neles. Entretanto, isso tem uma correlação com o conceito de "comunidade" conforme apresentado pelo "40 Dias de Comunidade" e o livro Uma Vida com Propósitos? De modo a responder a essa pergunta, é preciso examinar atentamente aquilo que o livro de Efésios está ensinando.
       É ensinado em Efésios que os cristãos devem patrocinar relacionamentos com outros cristãos para a capacitação ou proteção? Está a Escritura ensinando que como todos os cristãos são unidades integrais na estrutura do Templo de Deus e componentes do Corpo de Cristo, eles individualmente não têm algum ingrediente secreto para seu crescimento espiritual, a não ser que trabalhem como um grupo? Está essa Escritura ensinando que os cristãos devem construir relacionamentos e se vincular uns aos outros para vencer o medo, ganhar força para as tarefas diárias, enfrentar as dificuldades da vida, e cumprir os propósitos de Deus para suas vidas? Essa ênfase em relacionamentos, vínculos e interdependência equivalem mais às doutrinas ensinadas no livro de Efésios ou com os conceitos de terapia de grupo? Rick Warren, em seu programa "40 Dias de Propósitos" diz o seguinte:
       "Você não pode ser o que Deus quer que você seja estando sozinho... Você não pode cumprir os propósitos de Deus sozinho... A resposta de Deus ao temor é 'comunidade'... '40 Dias de Comunidade' trata da construção de relacionamentos." [5] [tradução nossa]
       Claro, existem princípios bíblicos que ensinam os cristãos a "levarem as cargas uns dos outros", a lembrarem-se uns dos outros em oração, a confessar suas falhas uns aos outros, e outras interações entre os indivíduos que os ajudarão a perseverar em sua caminhada cristã. É preciso não esquecer que o filho de Deus é instruído a se congregar com outros cristãos como um membro de uma igreja local. Entretanto, afirmar que a pessoa não pode ser aquilo que Deus quer estando sozinho não somente é risível, mas totalmente sem base nas Escrituras. Esse caminho extrabíblico continua nos "40 Dias de Comunidade" quando o Dr. Warren diz:
       "Não crescemos (espiritualmente) apenas sentando e ouvindo a Bíblia, mas fazendo, compartilhando, ministrando, tendo comunhão..." [6] [tradução nossa]
       Com essa afirmação, o Dr. Warren minimiza a importância da pregação e do ensino da Palavra de Deus, subordinando-os aos relacionamentos interpessoais. Essa tática está diametralmente oposta à Palavra de Deus, que proclama:
       "Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus." [7]
       Com base somente nesse texto, como pode qualquer "homem de Deus" que afirma proclamar a "mensagem de Deus" subordinar o "poder de Deus" aos relacionamentos interpessoais — mesmo que esses relacionamentos estejam baseados na comunhão entre os cristãos?
       Se qualquer dúvida restasse sobre a ausência de fundamento bíblico nos "40 Dias de Comunidade", a afirmação acima sozinha deveria dissipar as dúvidas até mesmo da alma mais acomodada. É preciso também ter em mente que o contexto em que essa afirmação foi feita não referencia a participação como membro em uma igreja local, ou até a participação regular nos serviços de uma assembléia local. Em vez disso, Rick Warren fez essa afirmação em referência à participação em um "grupo pequeno" — o bloco de construção básico da "meta-igreja", e a filosofia central do Movimento de Crescimento de Igrejas.
       A despeito das opiniões de Rick Warren, o mover do Espírito Santo nos corações por meio do estudo da Palavra de Deus é o métodoprimordial pelo qual Deus implementa o crescimento espiritual. Se a igreja fosse adotar a metodologia de Rick Warren como os princípios fundamentais de governo, os membros do corpo de Cristo seriam governandos pela volição e pelo conselho humano, em vez de pela direção do Espírito Santo. Todavia, os relacionamentos cristãos, os grupos pequenos de amigos, e os membros da família podem ajudar a validar, reforçar e até expor a Palavra de Deus — mas o Espírito Santo trabalha no coração por meio de Sua Palavra viva, produzindo a transformação das vidas. Como o autor de Hebreus escreveu sob a inspiração do Espírito Santo:
       "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração." [8]
       Portanto, qualquer indivíduo douto que esteja regurgitando esses mesmos conceitos de comunidade precisa ser questionado com relação à fonte dessa filosofia. A razão é que a filosofia que está por trás desses conceitos brota de uma fonte que não é a Palavra de Deus. As perguntas de sessenta milhões de dólares são então estas: Que filosofia forma a base dessas e de outras afirmações similares? Onde surgiu a idéia de construir comunidade? Qual é a verdadeira base e lógica para um programa "40 Dias de Comunidade"? Como será ilustrado daqui para frente, as possibilidades são de causar medo.
Comunidade — A Pedra Fundamental Final na Adoração à Deusa
       Como declarado anteriormente, os três princípios centrais da deusa-mãe e da feitiçaria moderna são Imanência, Interconexão e Comunidade. [9] Todos esses três princípios estão de mãos dadas e se correlacionam plenamente um com o outro.
       Afinal, se a deusa-mãe é imanente, então tudo e todos estão interconectados por meio dela, e toda a vida forma uma comunidade holística e interdependente. Se esse for realmente o caso, então qualquer divisão sexual, étnica, racial, filosófica ou religiosa de qualquer tipo viola as leis da natureza e desagradam à deusa-mãe.
       Portanto, a filosofia da feitiçaria e da adoração à mãe-deusa promove claramente uma comunidade interdependente de toda a humanidade:
       "Guiados pela sabedoria antiga e inspiração presente, viremos juntos e experimentaremos a consciência de comunidade e a cura de nossas relações uns com os outros e com o mundo... Experimentar nossas conexões... à Terra e à toda a criação." [10]
       Desde o tempo da Torre de Babel, o homem caído tem exercido seu desejo de acessar essa sabedoria antiga agrupando-se como uma comunidade humana. Essa filosofia fundamental da adoração à deusa então se manifestou nas religiões de mistério da Babilônia, e ingressou nos ensinos da Cabala e do gnosticismo. Isso é ilustrado na afirmação de Tim Wallace-Murphy em seu livro Cracking the Symbol Code:
       "Os templários (os cavaleiros templários, do filme A Lenda do Tesouro Perdido — editor), sendo iniciados gnósticos, não se preocupavam com a salvação de almas individuais, mas estavam mais preocupados com a transformação espiritual e material de comunidades e nações inteiras." [11]
       Aqueles que leram o primeiro livro on-line deste autor, Pragmatismo na Igreja: Propósitos, Apostasia e a Igreja do Novo Paradigma, podem compreender bem a gravidade dessa afirmação. O "pai do Movimento de Crescimento de Igrejas", Donald McGravan — professor no Seminário Teológico Fuller, a alma mater de Rick Warren, e elogiado por ele — desenvolveu aquilo que chamou de Princípio da Unidade Homogênea. O PUH tirava a ênfase da salvação individual e enfatizava a conversão cristã simultânea de comunidades inteiras. Assim, com base nas informações transmitidas por Wallace-Murphy, o pai do Movimento de Crescimento de Igrejas alinhou suas visões de conversão mais com o gnosticismo dos cavaleiros templários do que com os ensinos do Novo Testamento.
       McGavran levou suas filosofias de crescimento de igrejas para o Seminário Teológico Fuller, e ali instilou suas filosofias de pensamento de grupo que lançariam o fundamento para que os princípios da adoração à deusa e do gnosticismo se introduzissem subliminarmente no cristianismo evangélico. Essas filosofias estão sendo agora difundidas em massa por Rick Warren, e por outros graduados do Seminário Fuller dentro do Movimento de Crescimento de Igrejas, que baseiam suas metodologias nesses princípios.
       Como na teoria que está por trás do Princípio da Unidade Homogênea, do Dr. McGavran, a ênfase primordial de "comunidade" na religião da deusa-mãe envolve a remoção da ênfase do indivíduo e a elevação e exaltação do grupo. Esse conceito de pensamento de grupo também é a base de todo o pensamento evolucionista e do ambientalismo radical — a sobrevivência das espécies tem prioridade sobre os direitos individuais.
       Esse conceito está descaradamente ilustrado na "Declaração de Interdependência" apresentada no Encontro da Terra, em 1992, no Rio de Janeiro:
       "Isto resolvemos... Neste ponto de virada no nosso relacionamento com a Terra, trabalharmos por uma evolução: do domínio para a parceria; da fragmentação para a conexão; da insegurança, para a interdependência." [12]
       Para tornar as coisas piores, a Declaração de Interdependência em 1992 foi na verdade o segundo documento com esse mesmo título. A primeira Declaração de Interdependência apareceu em 1975 quando Henry Steele Commager escreveu uma declaração da ONU com esse nome. Ela foi assinada no dia 4 de julho de 1976 em Filadélfia, e foi patrocinada pela Fundação Ford. Mais de 160 membros do Congresso americano assinaram a declaração. As palavras dessa Declaração de Interdependência são muito interessantes:
       "... precisamos nos unir com outros para fazer aparecer uma nova ordem internacional... Não se deve permitir que noções estreitas de soberania nacional restrinjam essa obrigação... Para estabelecer uma nova ordem internacional de compaixão, paz, justiça e segurança, é essencial que a humanidade se liberte das limitações do preconceito nacional, e reconheça que as forças que a unem são incomparavelmente mais profundas do que aquelas que a dividem, que todas as pessoas fazem parte de uma comunidade global, dependentes de um corpo de recursos, vinculados pelos laços da humanidade comum e associados em uma aventura comum no planeta Terra." [13]
       A congressista Marjorie Holt, de Maryland, recusou-se a assinar a Declaração, dizendo:
       "Ela propõe a entrega de nossa soberania nacional para organizações internacionais. Ela declara que nossa economia deve ser regulamenta por autoridades internacionais. Ela propõe que entremos em uma nova ordem internacional que redistribua a riqueza criada pelo povo americano." [14]
       Embora a congressista Holt estivesse absolutamente correta em sua avaliação da Declaração de Interdependência a partir de uma perspectiva política, os dois grandes perigos que estão por trás desse documento são exatamente aqueles da segunda Declaração de Interdependência:
  • Estes documentos promovem a cosmovisão panteísta, ou panenteísta, da religião da deusa, entrando de forma sub-reptícia no sistema de valores judaico-cristão da sociedade ocidental. Esse sistema de valores restaurado não somente resultou em uma profunda influência na sociedade secular; mas, graças a Donald McGravan e a seus seguidores — a influência dos valores pagãos na cultura popular dos evangélicos membros de igrejas tem sido massacrante.
  • Esse modelo de pensamento de grupo de "comunidade" está lançando os alicerces para a rebelião final e global contra Deus — a "nova ordem internacional" e a ascensão do próprio Anticristo.
       Coincidentemente, Rick Warren, em sua apresentação dos "40 Dias de Comunidade" declarou:
       "Esta é nossa Declaração de Interdependência — Eu preciso de um grupo!" [15]
       Agora, por que um pastor batista sulista e conservador usaria a mesma terminologia que aqueles que estão envolvidos na adoração à deusa ou no globalismo político? No mínimo, deve-se questionar a sabedoria de Rick Warren em abrir outra porta para a crítica. Por outro lado, quase dá a impressão que o Dr. Warren está enviando uma mensagem para aqueles que compreendem exatamente o que os documentos da verdadeira Declaração de Interdependência significaram ao atribuir essa terminologia a uma campanha intra-igreja. Se esse é o caso, Rick Warren estaria enviando um sinal de motivos e operações ulteriores por trás de uma fachada de cristianismo conservador.
Comunidade e o Movimento de Nova Era
       O Movimento de Nova Era cresceu a partir da cultura das drogas das "crianças das flores" nos anos 1960. Essa geração anti-sistema rebelou-se contra muitos aspectos da sociedade ocidental, e sua busca por uma religião anti-sistema foi recompensada quando The Beatles introduziram as religiões orientais no pensamento ocidental. Adicionalmente, por meio do uso das drogas de expansão da mente, uma maior realidade (ou melhor, uma maior fantasia) estava buscando explicações diferentes daquelas que a religião tradicional podia oferecer; e os conceitos ocidentais tradicionais de Deus e amor foram suplantados pelas mensagens transmitidas pelas forças espirituais contactadas por meio das "viagens" produzidas pelas drogas alucinógenas. Como resultado, a Meditação Transcendental, a auto-realização, e a ioga começaram a se tornar estabelecidas com uma base ampla, e o Movimento de Nova Era nasceu.
       Em 1980, o Movimento de Nova Era recebeu sua própria "bíblia", a Conspiração Aquariana, escrita por Marilyn Ferguson. Foi nesse grande tratado de Nova Era que a autora Ferguson estabeleceu o conceito de "comunidade" como uma filosofia da Nova Era. Ela na verdade definiu o conceito de comunidade quando declarou:
       "A descoberta de nossa conexão com todos os outros homens, mulheres e crianças nos coloca em outra família. Realmente, vendo a nós mesmos como uma família planetária, lutando para resolver seus problemas, em vez de como pessoas e nações diversas cobrando a culpa ou exportando soluções poderia ser a mudança máxima em perspectiva... Pensamos em nós mesmos separados, em vez de como partes do todo. Isso aprisiona nossa afeição para aquelas poucas pessoas que estão mais próximas de nós. Nossa tarefa precisa ser nos libertar dessa prisão, ampliando nosso círculo para abraçar todas as criaturas vivas..." [16]
       Com essa virtual definição de "comunidade", a autora Ferguson incorporou o princípio da interconexão como um componente vital no processo de construção de comunidade. É essa cosmovisão holística que adota conceitos pagãos de milhares de anos atrás e os insere na psiquê moderna. Ela então integrou com sucesso o sangue da vida da revolução sexual e o sexo sagrado da adoração à deusa com o conceito da interconexão para produzir a fórmula final para a "comunidade":
       "A busca mundial por comunidade tipificada pelas redes da Conspiração Aquariana é uma tentativa de fazer crescer esse poder atenuado (o poder do amor e da fraternidade). Para coerir. Para acender uma maior consciência. Quando o homem recuperar essa energia-fonte, a sublimação do amor espiritual-sensual, ele terá mais uma vez descoberto o fogo." [17]
       Adicionalmente, a autora Ferguson lançou as filosofias pagãs na arena religiosa moderna fazendo um apelo aos líderes religiosos do mundo:
       "As crises do nosso tempo desafiam as religiões do mundo a lançarem uma nova força espiritual que transcenda as fronteiras religiosas, culturais e nacionais para uma nova consciência da comunidade humana." [18]
       Essa declaração traz o segredo mais obscuro da busca "evangélica" por comunidade para a luz brilhante do dia. O chamado por comunidade interna evoluirá naturalmente para uma busca por comunidade externa — "Hoje, promovemos um espírito de comunidade na nossa igreja, amanhã promoveremos um espírito de comunidade com toda a humanidade." Na verdade, com o Plano P.E.A.C.E, de Rick Warren, pode-se quase ver esse mesmo conceito no horizonte. Ao promover o Plano P.E.A.C.E., Rick Warren fala de "travar a luta pela paz". Novamente, as palavras de Marilyn Ferguson em A Conspiração Aquariana ecoam com a mesma terminologia orientada por propósitos atrás da lábia de vendas de Rick Warren:
       "Se reestruturarmos o problema — se pensamos em promover comunidade, saúde, inovação, propósitos, já estamos travando a luta pela paz." [19] [tradução nossa]
       Antes que o leitor comece a especular que esse pode ser realmente um grande plano para a humanidade, os princípios da Palavra de Deus precisam ser examinados com atenção:
  • A Bíblia não ensina esse conceito de "comunidade humana". A Bíblia é bem clara que existem dois grupos distintos de pessoas no mundo: Os salvos e os perdidos.
  • Além disso, esses dois grupos não estão vinculados por uma humanidade comum. A Bíblia ensina sucintamente que os salvos são os "filhos de Deus" [Romanos 8:14-17] e os perdidos são do Diabo, que é o pai deles. [João 8:44]
  • Qualquer esforço de estabelecer comunidade entre esses dois grupos em qualquer causa religiosa é contrária aos ensinos da Palavra de Deus.
       Em A Conspiração Aquariana, a autora Ferguson promove essa comunidade humana via uma religião global sob a deusa-mãe, mas este autor não está de forma alguma sugerindo que os "40 Dias de Comunidade", de Rick Warren, ou o programa P.E.A.C.E. insinuem que os cristãos participem desses esforços ocultista. Entretanto, a implementação dos princípios e terminologia de Nova Era de A Conspiração Aquariana em livros devocionais e em campanhas intra-igrejas está, no mínimo, subliminarmente preparando os membros das igrejas evangélicas a adotarem a metodologia que será usada na construção de uma religião global e do governo global do Anticristo.
       A tragédia das similaridades do Movimento de Crescimento de Igrejas e o Movimento de Nova Era é surpreendente. Se você ler A Conspiração Aquariana e depois ler Uma Vida com Propósitos, de Rick Warren, a impressão que dá é que este último é nada mais do que uma versão "cristianizada" do primeiro. Os conceitos são similares ou idênticos, a terminologia é idêntica, os indivíduos citados por Rick Warren freqüentemente aderem às mesmas filosofias que aqueles citados por Marilyn Ferguson, e os três princípios fundamentais da deusa-mãe e da feitiçaria moderna — Imanência, Interconexão e Comunidade — estão proeminentemente visíveis em ambos os livros. Para esse fim, na quinta sessão dos "40 Dias de Comunidade", Rick Warren declara que como foi o caso com a equipe de construção na Torre de Babel, "... juntos, podemos fazer qualquer coisa". Novamente, essa afirmação é exatamente igual à feita por Marilyn Ferguson quando ela escreveu:
       "Ricos como somos — podemos fazer qualquer coisa para curar nossa pátria, a Terra inteira." [20]
Comunidade e o Mundo do Ocultismo
       Com a inserção na citação da autora Ferguson com relação a "Terra inteira", a porta está aberta para os aspectos ocultistas das filosofias do pensamento de grupo. Como foi discutido no Capítulo 1, a idéia da preservação do "grupo" sobre os direitos individuais está baseada no pensamento ocultista e está manifestada nas teorias evolucionistas. Quando o darwinismo foi empurrado para a psiquê pública nos anos 1920 por meio do Julgamento de Scopes, a filosofia de pensamento de grupo alastrou seus tentáculos para a cosmovisão da percepção pública. Ao longo dos últimos oitenta anos, a idéia da "sobrevivência das espécies" subitamente suplantou os conceitos do estado-nação, os direitos individuais e até a salvação individual.
       A mesma filosofia infiltrou-se agora no evangelicalismo e no fundamentalismo com o surgimento da "meta-igreja". O conceito da meta-igreja foi apresentado por outro produto do Seminário Teológico Fuller, Carl George, autor de The Coming Church Revolution. Nesse livro, George apresenta um plano para construir uma superigreja com a utilização de pequenos grupos interdependentes, entrelaçados e unidos. O conceito da construção de organização por meio desses pequenos grupos não é algo novo. Na verdade, em 1928, o ocultista H. G. Wells promoveu esse tipo de estrutura organizacional, mais de sessenta anos antes de Carl George escrever seu livro:
       "A Forma da conspiração não seria uma organização centralizada mas, ao invés disso, pequenos grupos de amigos e coalizões desses grupos.” (Essa afirmação de H. G. Wells foi citada por Marilyn Ferguson em seu livro A Conspiração Aquariana.) [21]
       Além de H. G. Wells e Marilyn Ferguson, o Novo Grupo de Servidores do Mundo, uma divisão da Lucis Trust, também concorda, com sua própria promoção de comunidade por meio dos pequenos grupos:
       "... O grupo de trabalho da Nova Era é, na realidade, a manifestação exterior de uma condição espiritual interior e genuína... Buda estabeleceu sua obra na Índia por meio das comunidades de grupos pequenos criadas para serem auto-sustentadas e interdependentes... Buda viu esse método como preparador para uma eventual 'comunidade mundial'... Nós nos tornamos interdependentes em tantas áreas da vida humana, mas ainda não estamos adequadamente inter-relacionados. Há, porém, um denominador comum — os relacionamentos." [22]
       Essa citação diz tudo. O trabalho da filosofia dos pequenos grupos é realmente um sinal de uma condição espiritual — não da parte de Deus, mas espiritual. Exatamente como Buda enfatizou os grupos pequenos e a interdependência para construir uma 'comunidade global', a Lucis Trust entende que o sucesso desses esforços está baseado totalmente na construção de relacionamentos. Coincidentemente (ou não tão coincidentemente), Rick Warren declarou: "40 Dias de Comunidade trata de relacionamentos." [23] Afinal, falando de forma pragmática, se funcionou para Buda...
       O conceito de grupo não somente funcionou para Buda, mas também para Alice Bailey — a poetisa de tantos lauréis da Sociedade Teosófica, bem como co-fundadora da Lucis Trust. A Sociedade Teosófica é uma organização profundamente ocultista fundada por Helena Petrovna Blavatsky no século XIX. O livro dela, A Doutrina Secreta, forneceu o mapa da estrada para Adolf Hitler em sua tentativa de criar um império mundial ocultista. Alice Bailey, a sucessora de Blavatsky, foi uma autora prolixa de incontáveis livros ditados a ela por escrita automática (psicografia) por seu "espírito-guia", Djwahl Kuhl. Esses livros são usados hoje por uma divisão da Lucis Trust, a Arcane School, que fornece os escritos de Alice Bailey como currículo para os maçons selecionados avançarem na hierarquia ocultista daquela organização.
       O principal tratado de Alice Bailey é The Externalization of the Hierarchy (A Exteriorização da Hierarquia). Nesse livro, o espírito-guia demoníaco de Bailey estabeleceu uma base doutrinária para as filosofias de "comunidade" e de pensamento de grupo. Entretanto, toda a filosofia pode ser resumida com a seguinte declaração:
       "Este precisa ser um trabalho de grupo de uma nova ordem, em que a atividade individual está subordinada ao objetivo do grupo e a decisão do grupo em conclave... é a vontade do grupo... que é o ponto de maior importância... A obra final do Cristo deverá estar estruturada na nossa identificação ao todo." [24]
       Essa citação é uma doutrina do próprio poço do abismo, e quando Alice Bailey fala do 'Cristo', não está falando de Jesus Cristo. Ela está falando do próprio Anticristo! Todavia, um pastor batista sulista conservador, que hoje é considerado um dos dois pastores mais influentes nos EUA diz:
       "Você não pode ser aquilo que Deus quer que você seja sozinho... Você não pode cumprir os propósitos de Deus para sua vida sozinho... Eu preciso de um grupo!" [25] [tradução nossa]
       Não está essa posição de Rick Warren baseada na mesma plataforma filosófica que a do espírito-guia demoníaco de Alice Bailey? Onde está a responsabilidade individual a um Deus santo? Onde está o chamado para a salvação individual?
       Aqui estão algumas observações e advertências para aqueles no Movimento de Crescimento de Igrejas que querem construir uma superigreja com base nessas mesmas filosofias de pensamento de grupo:
  • O Princípio da Unidade Homogênea não está baseado na Palavra de Deus, mas nas ciências do comportamento da Psicologia moderna.
  • A elevação do grupo é uma doutrina do Inferno, e não deveria se tornar a base para o crescimento de igreja.
  • A Palavra de Deus é clara que aqueles indivíduos perdidos que estiverem diante do Grande Trono Branco para o juízo final serão julgados como indivíduos. Os pecados do pai não serão atribuídos ao filho, nem qualquer julgamento de grupo determinará o destino eterno.
  • Quando um cristão estiver diante do Tribunal de Contas de Cristo, estará ali sozinho para receber ou não seu galardão. Não haverá uma sessão de terapia de grupo para negociar com Jesus Cristo os galardões ou a falta deles.
       São muitos os exemplos bíblicos que mostram a tolice da filosofia propósitos para comunidade. Alguns deles incluem:
  • O chamado de Jeremias por Deus.
  • As instruções de Deus a Elias, sozinho em uma caverna, por uma "voz mansa e delicada"
  • O tempo que Elias passou escondido junto ao ribeiro de Querite.
  • A conversão do eunuco etíope.
  • O chamado para "ir para seu quarto", orar e ter comunhão com Deus.
  • O exemplo de Jesus Cristo, que ia ao deserto sem seus discípulos para estar a sós com o Pai.
       A Bíblia é muito clara que o Espírito Santo trabalha no coração do indivíduo que está sintonizado com Sua direção ouvindo, estudando e meditando em Sua Palavra escrita. Não há uma sessão de terapia de grupo que possa superar o poder e a influência do Deus Todo-Poderoso comunicada por meio de Sua Palavra inerrante.
A Bíblia ou a Feitiçaria?
       Em conclusão, a essência religiosa do conceito de comunidade é melhor resumido por uma bruxa, Starhawk:
       "A religião da deusa é vivida em comunidade. O enfoque principal dela não é na salvação, na iluminação ou enriquecimento individual, mas no crescimento e na transformação que ocorrem por meio das interconexões íntimas e as lutas comuns." [26]
       A única diferença na doutrina de Starhawk e o ensino "40 Dias de Comunidade" é o fato que os líderes do programa "40 dias" defendem a opinião que o enfoque no grupo resultará na salvação individual. Entretanto, é preciso questionar seriamente a validade das profissões de fé que resultam de métodos que estão baseados em metodologias da Nova Era, do ocultismo e até mesmo demoníacas.
Notas Finais
1. Rick Warren, "40 Days of Community", Saddleback Community Church, fita de áudio, setembro-novembro de 2004.
2. Starhawk, The Spiral Dance, Harper Publishing, San Francisco, 1979, pág. 22.
3. Efésios 1:22-23.
4. Efésios 2:19-22.
5. 5. Warren.
6. Ibidem.
7. 1 Coríntios 2:18.
8. Hebreus 4:12.
9. Starhawk.
10. "Where Wild Things Live: Men Embracing the Shadows and the Sacred", The Rowe Camp, 1995.
11. Wallace-Murphy, Tim, Cracking the Symbol Code, Watkings Publishing, Londres, 2005, pág. 138.
12. Declaração de Interdependência, Rio de Janeiro, 1992.
13. Cuddy, D. L., A Chronological History of the New World Order, http://www.constituition.org/col/cuddy_nwo.htm.
14. Ibidem.
15. Warren.
16. Ferguson, Marilyn. A Conspiração Aquariana, pág. 402 no original.
17. Ibidem.
18. Ibidem, pág. 369 no original.
19. Ibidem, pág. 411 no original.
20. Ibidem, pág. 406.
21. Wells, H. G., Conforme citado por Marilyn Ferguson, A Conspiração Aquariana, pág. 213 no original.
22. Bailey, Mary, A Learning Experience, Lucis Trust, Nova York, 1990, págs. 96-97.
23. Warren.
24. Bailey, Alice, Externalization of the Hierarchy, Lucis Publishing, Nova York, 1957, págs. 324, 413.
25. Warren.
26. Starhawk.
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Autor: Mac Dominick
Data da publicação: 13/1/2006
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