Por Marco Antonio L.
Do Daily Mail
DESCOBERTOS LIVROS DE BRONZE PRODUZIDOS POR CRENTES DA IGREJA PRIMITIVA
Achado pode ser uma das maiores descobertas dos últimos tempos, pois traz relato sobre Jesus e primeira representação de seu rosto, antes de 70 d.C. Numa gruta de Saham, Jordânia, localizada em uma colina com vista ao Mar da Galiléia, foram encontrados 70 livros do primeiro século da Era Cristã que, segundo as primeiras avaliações de especialistas, contém as mais antigas representações do Cristianismo.
Os livros têm a peculiaridade de serem gravados em folhas de bronze presas por anéis metálicos. O tamanho das folhas vai de 7,62cm x 50,8cm a 25,4cm x 20,32cm. Em média, cada livro tem entre oito e nove páginas, com imagens na frente e no verso de cada uma delas.
Segundo o jornal britânico "Daily Mail", um dos primeiros a divulgar o achado, 70 códices de bronze foram encontrados entre os anos 2005 e 2007 e as peças estão sendo avaliadas por peritos na Inglaterra e na Suíça.
A cova fica a menos de 160km de Qumran, a zona onde se encontraram os rolos do Mar Morto, uma das maiores evidências da historicidade e da fidedignidade do texto bíblico do Antigo Testamento. Importantes documentos cristãos do mesmo período já haviam sido encontrados na mesma região. No local, teriam se refugiado os primeiros cristãos de Jerusalém no ano 70d.C. durante a destruição da cidade pelas legiões de Tito, que acabaram de forma sangrenta com uma revolução de judeus que queriam a independência.
Segundo o jornal "Daily Mail", os acadêmicos que anunciaram a descoberta estão convencidos da autenticidade dos livros e julgam que é uma descoberta tão importante quanto a dos rolos do Mar Morto em 1947, porque neles há imagens, símbolos e textos que se referem ao Senhor Jesus Cristo e á Sua morte e ressurreição.
David Elkington, especialista britânico em Arqueologia e História Religiosa Antiga, foi um dos poucos que examinaram os livros. Para ele, trata-se de "uma das maiores descobertas da história do Cristianismo".
"É uma coisa de cortar a respiração pensar que nós encontramos esses objetos deixados pelos primeiros santos da Igreja", disse ele.
A História de Simeão
Na época da rebelião judaica, o bispo de Jerusalém era Simeão, irmão de Jesus, que é mencionado nos livros se bronze encontrado. Ele havia sucedido Tiago, também irmão de Cristo, à frente da Igreja de Jerusalém, pois este havia sido martirizado. A Igreja Católica, porém, por não aceitar que Maria teve filhos com José, afirma que os quatro irmãos de Jesus - Tiago, Simeão, José e Judas - eram primos, sendo Simeão, segundo crêem, filho de Cleofás (suposto irmão de José) e de uma irmã de Maria.
Na época da rebelião judaica, o bispo de Jerusalém era Simeão, irmão de Jesus, que é mencionado nos livros se bronze encontrado. Ele havia sucedido Tiago, também irmão de Cristo, à frente da Igreja de Jerusalém, pois este havia sido martirizado. A Igreja Católica, porém, por não aceitar que Maria teve filhos com José, afirma que os quatro irmãos de Jesus - Tiago, Simeão, José e Judas - eram primos, sendo Simeão, segundo crêem, filho de Cleofás (suposto irmão de José) e de uma irmã de Maria.
Simeão estava com os 120 no cenáculo, que receberam o batismo no Espírito Santo no Dia de Pentecostes (Atos 1 e 2). Diz a tradição cristã que quando o Apóstolo Tiago, cujo ossuário foi encontrado há alguns anos (e cuja inscrição foi finalmente reconhecida, no ano passado, como absolutamente legítima), foi assassinado pelos judeus, alguns dos apóstolos ainda vivos escolheram Simeão como sucessor de Tiago à frente da Igreja de Jerusalém.
Outro detalhe é que os primeiros cristãos em Jerusalém lembravam das palvras de Jesus de que o Templo e Jerusalém seriam destruídos e, mesmo sem saber a data certa, esperavam o desastre a qualquer momento, lembrando constantemente dessa promessa, que se cumpriu no ano 70 d.C. Diz a tradição cristã que Simeão foi informado em uma revelação de que isso aconteceria e, algum tempo antes da investida do exército romano, alertou os crentes em Jerusalém de que deveriam abandonar a cidade sem demora. Simeão, inclusive, conduziu os primeiros cristãos à cidade de Pella, na atual Jordânia, como narra Eusébio de Cesárea, um dos Pais da Igreja, em sua clássica obra "História Eclesiástica", publicada pela CPAD.
Após a destruição do Templo, Simeão voltou com os cristãos a Jerusalém, e se estabeleceram sobre as ruínas. Conta-se que houve muitas conversões de judeus ali após o desastre. Porém, o imperador romano Adriano mandou arrasar os escombros da cidade e seus sucessores pagãos Vespasiano e Domiciano mandaram matar a todos os descendentes de Davi. Simeão fugiu. Mas, durante a perseguição de Trajano, foi crucificado aos 120 anos de idade pelo governador romano Ático.
Ilustração de Cristo
Alguns dos primeiros cristãos judeus diexaram para a posteridade o testemunho de sua fé inscrito nesses livros trabalhados em bronze.
Philip Davies, professor emérito de Estudos Bíblicos da Universidade de Sheffield, disse ser evidente a origem cristã dos livros que incluem um mapa da cidade de Jerusalém. No mapa, é representada o que parece ser a balaustrada do Templo, mencionada nas Escrituras.
"Assim que vi, fiquei estupefato", disse. "O que me impressionou foi ver uma imagem evidentemente cristã. Há uma cruz na frente e, detrás dela, há o que deve ser o sepulcro de Jesus, isto é, uma pequena construção com uma abertura, e mais no fundo ainda os muros de uma cidade. Em outras páginas desses livros, também há representações de muralhas que quase certamente reproduzem as de Jerusalém. E há uma crucifixão cristã acontecendo fora dos muros da cidade", acrescentou.
O descobridor e dono dos códices de bronze é Hassan Saida, um caminhoneiro beduíno que vive na aldeia árabe de Umm Al-Ghanim, Shibli. Ele se negou a vender as peças e só cedeu amostras para que sejam analisadas no exterior. Entrentato, há toda uma disputa pela propriedade e posse dos livros. O dono alega que pertencem à sua família há um século, fato contestado por outros, segundo o jornal britânico "The Telegraph".
O governo jordaniano apóia as investigações porque, segundo Ziad al-Saad, diretor do Departamento Jordaniano de Antiguidades, os códices "realmente se comparam, e até são mais significativos que os rolos do Mar Morto, pois podem constituir a mais importante descoberta na história da Arqueologia". Ziad afirma isso porque enquanto os rolos do Mar Morto foram feitos em pergaminho ou papiro, esses códices estão organizados em formato de livros, uma forma associada com o cristianismo nascente. Porém, é óbvio que os escritos do Mar Morto são de relevância inigualável, já que contém as mais antigas versões dos livros do Antigo Testamento, muitas delas datadas antes de Cristo.
O Rosto de Jesus
Ziad al-Saad acredita que os autores dos livros de bronze foram seguidores de Jesus Cristo que trabalharam poucas décadas após a crucificação, já que o livro tem datação anterior à destruição de Jerusalém no ano 70 d.C., e Cristo foi crucificado no ano 30 d.C. Logo, é possível que pelo menos um dos autores do livro tenha visto Jesus pessoalmente. Portanto, o rosto de Cristo reproduzido nos livros de bronze pode muito bem ser a mais próxima descrição da face de Cristo. Já é, pelo menos, a tentativa de reprodução da face de Jesus Cristo mais antiga e feita por um contemporâneo de Jesus.
As partes escritas estão criptografadas em caracteres hebreus e gregos antigos para serem indecifráveis, segundo o jornal "Daily Mail". Uma das imagens mais impressionantes, e que julga-se ser a reprodução do rosto de Jesus, apresenta um homem jovem, na força da vitalidade, com cabelo solto e cacheado, e levando na cabeça aquilo que parece ser uma coroa de espinhos. É essa a imagem que seria a mais antiga reprodução do rosto de Cristo, feita por alguém que o conheceu ou o viu pessoalmente. A imagem tem relevo, dando a impressão tridimensional de uma cabeça humana, que um lado é apresentada pela frente e do outro por trás. Em volta dos dois lados há inscrições criptografadas, mas uma parece conter as palavras "Salvador de Israel", uma das poucas inscrições até agora decifradas.
Uma palmeira parece simbolizar a Casa de Davi (a Casa Real de Israel de quem Jesus era descendente) acompanhada por linhas que formam cruzes. Sucessivas estrelas representariam a Árvore de Jessé, ou seja, a árvore genealógica de Cristo.
A Dra. Margaret Barker, ex-presidente da Sociedade de Estudos sobre o Antigo Testamento, apontou que o judaísmo proíbe as imagens com feições humanas. Os livros, portanto, só poderiam ser de cristãos. David Feather, especialista em metalurgia e nos rolos do Mar Morto, propôs que amostras dos livros fossem examinadas pela Universidade de Oxford, o que aconteceu. As amostras também foram analisadas pelo Swiss National Materials Laboratory, de Dubendorf, Suíça. Os resultados dos dois laboratórios concordam que a época de fabricação dos livros metálicos remonta ao período romano, provavelmente antes do ano 70 d.C., e foram trabalhados na área do Mediterrâneo. Uma peça de couro encontrada junto com os livros metálicos foi submetida aos testes de datação de carbono, que apontaram uma idade pouco menos de 2 mil anos. Dessa maneira, viriam de uma época muito vizinha à do ministério terreno de Jesus.
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