sábado, 24 de setembro de 2011

INFLUÊNCIA DA MAÇONARIA NA REVOLUÇÃO FARROUPILHA

O hino e a bandeira do Rio Grande do Sul, de acordo com a historiografia maçon, são provas da interferência decisiva da Maçonaria na Revolução Farroupilha. Cercada de controvérsias, a influência da irmandade em um dos principais eventos históricos não somente para o Rio Grande do Sul, mas para o Brasil. O tradicionalista e professor Carlos Cardoso da Silva esteve em Sobradinho, na última quinta-feira, para ministrar uma palestra a respeito da tênue linha entre o que de fato aconteceu e os mitos criados para beneficiar este ou aquele movimento. O local escolhido para o encontro foi a Loja Aôr e Harmonia, no Bairro Vera Cruz. Pela primeira vez, as portas de um templo maçônico são abertas para o público de uma forma geral . Já houve Sessões Magnas Brancas, com a participação de convidados e familiares de maçons. De acordo com o venerável mestre (título máximo para a Maçonaria local) da Loja Aôr e Harmonia Marcos Roberto Marini, a intenção é promover outros eventos do gênero para mostrar que a Maçonaria não é uma religião ( A verdade está aqui! Click para lêr!), muito menos uma sociedade secreta que confabula para dominar o mundo ou fazer mal a alguém. “Ao invés de as pessoas buscarem na internet, ou em outras fontes de informações que na maioria das vezes são inverídicas e falsas, trouxemos o professor Carlos e abrimos nossa loja porque não temos nada a esconder”, frisa.
A palestra do professor e tradicionalista, Carlos Cardoso da Silva, que é também mestre maçon, durou pouco mais de duas horas e foi uma verdadeira ode ao orgulho gaúcho. Em resumo, ele apontou as razões pelas quais pode-se afirmar a participação da Maçonaria na Revolução Farroupilha, a mais duradoura revolta contra o império. Sob olhares curiosos do público, alguns muito impressionados com a diversidade de símbolos no interior da loja, Carlos traçou uma linha do tempo para os principais eventos históricos da Guerra dos Farrapos. Ele citou nomes importantes, como o de Bento Gonçalves, reconhecido como maçon e outros generais pertencentes à irmandade. Ele citou a ata  da reunião de Loja Philantropia e Liberdade, de 18 de setembro de 1835, que teria definido as estratégias para a tomada de Porto Alegre, o marco inicial da insurreição. 
Cardoso, que durante a explanação usou de diversos meios para atrair a atenção do público, focou estritamente nas teses levantadas pela historiografia maçon, não levando em consideração, por exemplo, o teor das pesquisas que negam uma influência mais significativa da irmandade na Revolução Farroupilha. “Os filhos de fazendeiros (grandes estancieiros) que foram estudar na Europa voltaram para o Rio Grande do Sul com ideias iluministas da Revolução Francesa (Liberdade, Igualdade e Fraternidade). Portanto, eles acreditaram que nossa terra não poderia ser mais um lugar esquecido pelo Império e foram em busca de melhores condições”, resume o professor. “E quem eram os principais cabeças da Revolução? Eram maçons, como Bento Gonçalves e outros generais iniciados na ordem”, frisa. Para ele, além dos heróis que morreram pelo Rio Grande do Sul, as mulheres que deram apoio para toda revolta merecem reconhecimento.  “Elas deram suas vidas para amparar o exército farroupilha”, comenta.
Derrubada de mitos 
O professor explicou, na ocasião, alguns porquês da Maçonaria: “Para ser maçon, em primeiro lugar, é preciso ser religioso - acreditar em Deus, que chamamos de “Grande Arquiteto do Universo”, depois serem homens livres e honrados, dignos pais de família, além de respeitarem a mulher e buscarem uma elevação espiritual para si e para os outros ao seu redor”, identifica. Ele apresentou, inclusive, alguns símbolos maçons durante a palestra:
A simbologia Maçônica, que remete às origens da irmandade, na Idade Média, continua presente nos templos e rituais, e é preservada pelos integrantes da ordem como uma de suas maiores tradições:  
* Compasso e esquadro: Remetem ao tempo em que os maçons eram pedreiros. Por desenhar símbolos perfeitos, o compasso representa a busca da perfeição. Já o ângulo reto do esquadro indica honestidade. 
* Letra G: Vem de God (Deus em Inglês). Os membros da ordem também costumam se referir ao Criador como GADU - sigla para Grande Arquiteto do Universo. 
* Avental: Lembra que todo homem nasceu para o trabalho e que um maçon deve trabalhar para a descoberta da verdade e pelo bem da humanidade. Também pode indicar o grau de quem o usa. 
* Chão xadrez: Presente na maioria das lojas maçônicas, representa os povos do mundo unidos pela Maçonaria. Branco e preto simbolizam a harmonia que pode existir na diversidade. 
Na bandeira 
Pouco antes do final da palestra, Carlos abriu uma bandeira do Rio Grande do Sul e começou a mostrar as referências maçônicas existentes no maior símbolo gaúcho. 
1- Duas colunas - Remetem ao templo de Salomão. Uma representa a moral e outra o apoio, quando unidas significam a beleza. Força, beleza e sabedoria formam os grandes pilares que sustentam uma loja maçônica. 
2 - Estrelas - Com uma ponta isolada para cima, representa o homem perfeito. Invoca sempre as influências celestes. 
3 - Ramos de acácia - Há controvérsias sobre a espécie dos ramos, mas uma hipótese é a acácia, que representa a imortalidade da alma e da própria iniciação maçon, que abdica de vícios mundanos em busca do ideal da virtude. 
4 - Triângulos - Repartido ao meio, o losango pode ser visto como dois triângulos equiláteros. O triângulo é um dos símbolos maçônicos de maior expressão. Se ampara nas qualificações da “fé, esperança e caridade”, entre outros significados.
5 - Liberdade, Igualdade, Humanidade: O tema é uma adaptação das palavras de ordem da Revolução Francesa (Liberdade, Igualdade e Fraternidade), até hoje valores cultivados pela Maçonaria.

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