terça-feira, 11 de outubro de 2011

CONSPIRAÇÃO NO EGITO, DENUNCIA PRIMEIRO-MINISTRO

O primeiro-ministro egípcio afirmou, ontem, no Cairo, que os distúrbios de domingo entre o Exército e manifestantes cristãos coptas, que provocaram mortos e feridos, "fazem parte de uma conspiração contra o país".
Ao todo, 24 manifestantes perderam a vida e 213 ficaram feridos durante um protesto de cristãos do coptas reprimido pela Polícia.
Essam Sharaf disse, num discurso após os conflitos, estar convencido que o episódio "foi uma conspiração" e acusou "mãos internas e externas" de tentarem travar a democracia egípcia.
"A ameaça mais grave à segurança do Egipto é que se rompa a união nacional e nasça a discórdia entre cristãos e muçulmanos. O país viveu horas difíceis e complicadas", frisou.~
O primeiro-ministro referiu que os distúrbios "arrastaram o país para o passado" e trouxeram medo e pânico e exortou os egípcios "a avançarem rumo ao futuro para construírem um Estado moderno baseado em princípios democráticos". Essam Sharaf dirigiu-se à nação após uma reunião de urgência com um comité ministerial de crise convocado para analisar "as causas e as repercussões" dos confrontos considerados como os mais graves no país desde as revoltas que provocaram a demissão do antigo Presidente Hosni Mubarak.
O Ministério da Saúde anunciou, num comunicado, que 10 por cento dos internados estão em estado crítico. Os coptas, 6 a 10 por cento da população egípcia, protestavam contra a destruição, por fogo posto, de uma igreja na província de Aswan, no sul do país. 
Os cristãos coptas acusaram o Exército de iniciar os confrontos, mas a imprensa oficial afirma que os distúrbios começaram após disparos dos manifestantes.
As autoridades egípcias decretaram, no domingo à noite, o recolher no centro do Cairo, após os incidentes que causaram dezenas de mortos e centenas de feridos.
Os confrontos começaram em Maspero, centro do Cairo. O líder muçulmano egípcio Ahmed al-Tayyeb defendeu na segunda-feira um diálogo urgente entre as autoridades das comunidades muçulmana e das comunidades cristãs.
O líder muçulmano egípcio Ahmed al-Tayyeb, grande imã da instituição mais importante do islão sunita, Al-Azhar, apelou ao diálogo entre as partes "para tentar conter a crise" e disse já ter contactado o patriarca copta, Shenuda III.

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