Mosquito foi o blogueiro mais incisivo nas denúncias sobre o caso de estupro envolvendo o filho do dono da poderosa RBS, afiliada da TV Globo
Comentário do Site: A morte de Mosquito, que jamais se calou diante da operação abafa implementada por um grupo poderoso e pelos seus cúmplices, é um alívio para quem não estava nem um pouco acostumado a ter o calcanhar pisoteado. Agora já podem retomar tranquilamente a rotina. Caberá novamente às mídias alternativas fazer um pouco de barulho em meio ao silêncio conveniente; um silêncio que nem sequer esboça sinal de partida.
O blogueiro Hamilton Alexandre, o Mosquito, foi encontrado morto em seu apartamento, em Palhoça, Santa Catarina, na tarde de ontem (13). Segundo a polícia, tratou-se de "suicídio por enforcamento". A rápida conclusão, porém, não convenceu seus amigos e familiares, que exigem rigorosa apuração do caso.
Com suas "tijoladas" na internet, Mosquito fez inúmeros inimigos. Nos últimos tempos, ele alertou que estava sendo ameaçado. Na semana retrasada, ele anunciou o fim da sua página: "O blog Tijoladas acabou para eu continuar vivo. Não é uma capitulação. Não mudei meu modo de pensar. Não mudei minhas convicções".
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Mosquito ganhou fama nacional ao denunciar um caso de estupro em Florianópolis, envolvendo o filho de um diretor da poderosa RBS, afiliada da TV Globo. A mídia corporativa abafou o escândalo, só noticiado pela TV Record (vídeo abaixo).
A morte de Mosquito não pode ser abafada. O que se exige é que o caso, bastante estranho, seja apurado com rigor!
FONTE: PRAGMATISMO POLÍTICO
As últimas palavras que troquei com o Mosquito
Fazia tempo que o Mosquito não estava legal.
Depois da decretação da prisão dele e da condenação no processo do Marcondes, ele simplesmente não tava atinando mais nada.
No dia 07 de dezembro conversamos pelo Twitter onde, claramente, ele manifestava a intenção de dar fim à vida. Conversamos bastante e eu tentei demover ele das “idéias”. Mas parecia que ele tava determinado.
Observem que ele pede “reza por mim”.
Que eu saiba o Mosquito era ateu. E foi isso, podem acreditar, o que me deixou mais aflito.
Nesse mesmo dia 07, enviei dois tuites pra o Sérgio Rubim (Canga) transcrevendo parte do que ele tinha me dito (segunda imagem), onde eu manifestava minha preocupação com o comportamento do Amilton.
No dia 09 de dezembro, voltamos a conversar, mas ele não seguiu meu conselho ou recomendação de procurar um médico que pudesse prescrever um remédio pra controlar a sua ansiedade. Pediu que o ajudasse a deletar todo o conteúdo do Tijoladas do Mosquito. Foram ao todo 1.380 postagens que colocamos no lixo do blog. O conteúdo ficou zerado!
Imaginei que com o blog fora do ar temporariamente (pois esta era a nossa intenção) ele fosse ficar um pouco mais calmo. Engano meu. Continuou com a mesma “nóia”, como pode ser observado nas mensagens diretas que trocamos.
Eu estava na Laguna e não consegui falar com ele por telefone porque o meu celular estava com problemas.
Perdi um grande amigo e no momento é só o que tenho a dizer.
Jorge Oliveira
FONTE: ABOBADO
Do blog do Canga: Os malas migraram pra cá
Este vídeo foi enviado para o Blog do Canga e não foi publicado pelo Amilton talvez por falta de tempo, ou mesmo porque sua intenção seria de a de mostrá-lo no mesmo dia em que se ferrou lá na Ressacada.
Nele o Mosquito externa sua indignação sobre a perseguição de que vem sendo alvo, bem como manifesta sua convicção sobre a censura aos blogs e dos processos que movem na justiça para tirar o site do ar.
Vale a pena assistir.
Segue a postagem do Canga.
Agora tenho mais elementos para entender o tipo de pressão que o Mosquito vinha sofrendo. Livre atirador, desbocado escrevia no seu blog o que todo o mundo dizia nos bares e na rua mas não tinha coragem de dizer publicamente. Virou alter ego de um monte de gente. Também conseguiu uma lista interminável de inimigos, geralmente puxa-sacos de políticos corruptos e ladrões do nosso dinheiro. Com a sua forma agressiva de acusar, Mosquito conseguiu ser um dos blogueiros mais acessados do país. Chegou a ter 3.800 visitas em um dia. É muita gente!Como não sou mineiro (“mineiro só é solidário no câncer”), também sou solidário na cardiogenia. Fui chamado domingo à noite por uma médica do Hospital Celso Ramos a pedido do Mosquito que, em estado grave, me solicitou ajuda. Não me furtaria jamais deste compromisso.Com isso passei a visitá-lo, falar com médicos, com a família, ver do que estava precisando, enfim, fazendo o que estava ao meu alcance para salvar uma vida.Acontece que ao fazer isso e assumir publicamente em meu blog, muita gente começou a me confundir com o Mosquito.Não, não sou o Mosquito. Sou o Canga, jornalista Sérgio Rubim, com endereço de bar, CPF e identidades bem definidas. Também gosto de denunciar ladrões, mas o faço da minha forma. Jamais agrido alguém pessoalmente.O problema é que assim como muitos leitores do Mosquito estão, agora, lendo o Cangablog para saber do estado de saúde do inseto, muito mala ruim também migrou para cá.Tenho recebido comentários onde sou acusado de ser chefe de gabinete do deputado Reno Caramori (gostaria muito), que sou boca alugada de Esperidião Amin e outras bobagens mais. Só que os mariquinhas que acusam não se identificam. São covardes e cagões. Mas pior que isso é ser burro. Burrice, infelizmente não tem cura. Ignorância tem, os livros. Já a burrice é foda!Aos malandrinhos anônimos aviso que já estão identificados através de seus IPs e faço o acerto pessoalmente. Comigo o buraco é mais embaixo. Um deles, inclusive, se passa por meu amigo.