Quatro pessoas, um adulto e três crianças, foram assassinadas a tiros na manhã desta segunda-feira (19) na escola judaica Ozar Hatorah, na cidade de Toulouse, no sul da França, anunciou o procurador Michel Valet.
O primeiro balanço informava três mortos e duas pessoas gravemente feridas pelos tiros de um homem que circulava em uma moto e utilizou duas armas. O suspeito fugiu do local.
O criminoso abriu fogo contra todas as pessoas que estavam diante do colégio Ozar Hatorah de Toulouse, segundo Valet.
- Ele atirou contra tudo o que tinha pela frente, crianças e adultos. As crianças foram perseguidas até dentro da da escola.
Alunos da escola judaica Ozar Hatorah choram a perda de colegas em ataque nesta segunda-feira (REMY GABALDA / AFP)
O ministério do Interior anunciou um reforço da vigilância das escolas judaicas, que já contam com medidas de proteção na França.O presidente da França, Nicolas Sarkozy, viajará nesta segunda-feira a Toulouse com o presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (CRIF), Richard Prasquier.
A rua Dalou, onde fica o centro de ensino, foi isolada e centenas de policiais foram mobilizados ao redor do colégio.
Uma das armas era do mesmo calibre da utilizada no assassinato de dois soldados de um regimento de paraquedistas em Toulouse e Montauban.
Segundo o procurador, "existem elementos que justificam que se imagine seriamente a questão de um vínculo entre esta matança e os recentes assassinatos de militares".
Segundo a rede de televisão BFM TV., outros menores ficaram feridos, sem informar o número exato.
O canal assinalou que os bombeiros que tinham ido ao colégio Ozar Hatorá para prestar os primeiros socorros informaram que o terceiro morto era um adulto e que havia duas pessoas feridas em estado grave.
À espera de uma confirmação oficial das vítimas, o Ministério do Interior disse que seu titular, Claude Guéant, iria imediatamente para Toulouse, e que tinha decidido um reforço das medidas de segurança nos centros escolares judeus.
ARMA USADA EM ESCOLA É A MESMA DE OUTROS DOIS ATAQUES
Uma mesma arma de calibre 11,43 milímetros foi usada nos três ataques ocorridos recentemente em Toulouse e Montauban, indicaram fontes ligadas às investigações. O primeiro atentado ocorreu em 11 de março, quando dois militares foram assassinados em Toulouse. Quatro dias mais tarde, dois outros militares em Montauban foram mortos. Por fim, nesta segunda-feira, um ataque contra um colégio judeu em Toulouse deixou quatro pessoas mortas.
Na sexta-feira, o procurador de Toulouse, Michel Valet, indicou que havia uma conexão indiscutível entre o ataque de Toulouse e o de Montauban. A semelhança entre esses casos e o tiroteio na escola judaica de Toulouse levaram as autoridades de Paris a coordenar as três investigações "dos fatos qualificados de assassinato, tentativa de assassinado e relacionados com um plano terrorista".
Uma investigação foi aberta e confiada à justiça judicial de Paris depois que duas sinagogas da capital receberam cartas de ameaça com conteúdo idêntico, indicou ainda a fonte ligada à investigação do tiroteio em Toulouse. Duas sinagogas dos distritos VIII e XIX de Paris receberam, respectivamente na manhã desta segunda e durante o final de semana, uma carta que afirma: "Vocês são povo de Satã, o inferno espera por vocês".
Quatros pessoas, incluindo três crianças, foram assassinadas a tiros nesta segunda-feira em uma escola judaica em Toulouse, sul da França, por um homem em uma moto, provavelmente o mesmo atirador que matou três militares franceses na semana passada na mesma região. As vítimas são um professor de religião de 30 anos, seus dois filhos, de três e seis anos, e a filha de 10 anos da diretora do centro de ensino. Além disso, um adolescente de 17 anos ficou gravemente ferido no tiroteio.
ISRAEL - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu criticou a ONU pelo atentado, do qual não "ouviu falar em nenhuma condenação". Seu Conselho de Direitos Humanos (CDH) recebeu no mesmo dia um dirigente político do Hamas. O chefe do governo israelense afirmou que algumas das vítimas do atentado são também cidadãos israelenses e que entrará em contato em breve com o presidente Nicolas Sarkozy para oferecer a ele toda a ajuda necessária na tarefa de "encontrar o assassino". "É muito cedo para determinar as circunstâncias desse crime, mas certamente não podemos descartar que se trate de uma ação motivada pelo antissemitismo violento e assassino", acrescentou.
BRASIL - A Confederação Israelita do Brasil (Conib) - representante da comunidade judaica brasileira - também condenou o atentado terrorista, manifestando sua solidariedade às famílias das vítimas. “É inadmissível que testemunhemos um ato de tamanha violência e covardia”, avaliou Claudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil. “Para nossa preocupação, observamos que mesmo uma sociedade democrática como a França encontra-se vulnerável a tais explosões de ódio e que têm como alvo prioritário crianças”. A Conib enviou mensagem de condolências às instituições da comunidade judaica francesa e à Embaixada da França em Brasília.
(Com agências France-Presse e EFE)
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