sábado, 23 de junho de 2012

O ADVOGADO MAIS CARO DO BRASIL E UM BANDIDO BARATO


Blog de Augusto Nunes
Carlinhos Cachoeira começou a captura do Poder Executivo com a compra de governadores. Prosseguiu a ofensiva com a contratação de Márcio Thomaz Bastos, um advogado disposto a tudo para livrar da cadeia e de quaisquer punições o chefe da quadrilha desbaratada pela Polícia Federal que vivia elogiando nos tempos de ministro da Justiça do governo Lula. E completou o serviço quando o Planalto ordenou à maioria governista que transformasse a CPI batizada com o seu nome em mais um monumento à impunidade.
Carlinhos Cachoeira começou a captura do Poder Legislativo com o arrendamento de deputados e senadores, entre os quais Demóstenes Torres ─ hoje reduzido a uma caricatura carnavalesca do personagem de ficção que funde Dr. Jekyll e Mr. Hyde. A ofensiva prosseguiu na CPI, com a debochada performance produzida e dirigida pelo doutor em truques de tribunal. E será consumada com o naufrágio anunciado de uma comissão de inquérito administrada por cúmplices dos investigados (e dos que nem deixaram entrar na fila dos depoentes).
Carlinhos Cachoeira começou a captura do Poder Judiciário com o aluguel de comparsas  disfarçados de juízes. A ofensiva prosseguiu com a mobilização de magistrados decididos a condenar os xerifes, libertar os bandidos e enterrar no mausoléu dos absurdos jurídicos o colosso de provas colhidas pelos detetives. Nenhum deles pareceu tão sôfrego quanto o desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal de Brasília.
Enquanto tentava libertar o chefão, Tourinho tirou da cela os subchefes José Olímpio de Queiroga Neto e Vladimir Garcez. Devolvido às ruas em 16 de junho, o ex-vereador Garcez reassumiu a gerência do departamento de políticos subornados. Dois dias antes, Queiroga fora reinstalado no comando do setor de ações radicais, que persegue com o uso da violência o que o dinheiro não alcança. Ambos recuperaram o direito de circular em sossego que o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima acabou de perder.
Conversas gravadas pela Polícia Federal provam que Queiroga propôs a Cachoeira que endurecesse o tratamento dispensado a Moreira Lima, responsável pela prisão do comando da organização criminosa. As ameaças que o induziram a afastar-se do cargo informam que Cachoeira está pronto para completar a desmoralização da Justiça. Nessa hipótese, os delinquentes poderão festejar o sucesso da ofensiva contra os três Poderes.

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