Harley
J. Sims
20
de junho de 2012 (Mercatornet.com)
— Parece que a DC e a Marvel, duas gigantes editoras de HQs controladas pela
Time-Warner e pela Disney, respectivamente, chegaram a um acordo em algo: junho
é o Mês Gay no multiverso. Primeiro veio a revelação por parte da DC de um Lanterna Verde gay, seguida de um circo midiático de
publicidade e especulação durante todo o mês. Em maio, a DC anunciou que um dos
seus super-heróis mais famosos e antigos em breve sairia do armário. “Seria o
Superman gay?” inflamaram as manchetes.
A
parceria de Batman e Robin há muito tempo é sujeitada a esse tipo de
insinuação; poderia essa ser a revelação final? E, é claro, tem a Mulher
Maravilha, a amazona dominadora de quem homem nenhum ganha em uma
queda-de-braço, e tampouco o coração. Como sugere o tabloide hollywoodiano TMZ,
a decisão da DC de escolher o Lanterna Verde colocou toda a publicidade em uma
espécie de jogo dos copos, considerando que o Lanterna Verde é mais um corpo
policial intergalático do que um indivíduo, e que há mais de 7200 Lanternas
Verdes no grupo. O Lanterna Verde mostrado beijando outro homem no segundo
número da revista Earth 2 da DC na verdade não é Hal Jordan, o
personagem mais associado à franquia, mas uma versão reinventada de outro
homem, Alan Scott (que, no entanto, ao ser introduzido pela primeira vez em
1940, era casado e pai de dois filhos).
O
Lanterna Verde gay é, portanto, é uma reciclagem de uma reciclagem, um
personagem reimaginado de um universo DC reimaginado (que, como muitos fãs de
HQs lhe dirão, é na verdade um multiverso). O novo personagem, então, é tão
afastado do original que apenas Stephen Hawking poderia teorizar apresentar um
ao outro. Quanto à Kate Kane, a atual e lésbica Batwoman introduzida pela DC
com igual alardeio em 2009, seu status periférico sugere um propósito altamente
comercial.
Para
não ser superada, a Marvel Comics irá apresentar seu primeiro casamento gay em
Astonishing X-Men número 52, lançada em 20 de junho. O número, completo com
ilustração explícita da cerimônia e todos os seus convidados coloridos, irá
exibir as núpcias do super-heroi canadense Estrela Polar e seu parceiro civil,
Kyle Jinadu.
Não
podendo ser acusada de uma simples debutante, a Marvel pode ampliar sua
exibição de temas homossexuais porque personagens gays já são coisa antiga no
seu universo. Embora não tenha o reconhecimento do Lanterna Verde, o Estrela
Polar foi introduzido pela primeira vez em 1979, e foi retratado como
abertamente gay desde 1992, poucos anos depois que a Associação Americana de
Revistas em Quadrinhos derrubou a proibição desse tipo de conteúdo. Ele é o
primeiro de uma série de personagens que se podem chamar de
“não-heterossexuais”, incluindo os bissexuais transmorfos Mística e Hulkling,
assim como pelo menos um humanoide artificial produto de bioengenharia de uma
dimensão conhecida como Mojoverso. O personagem, cujo nome é Shatterstar,
deixou claro para os leitores que é anatomicamente equipado e sexualmente
funcional. Recentemente ele trocou um beijo com o companheiro de equipe Rictor,
um mutante bissexual com a capacidade de gerar terremotos localizados.
O
fato de temas e personagens homossexuais já existirem nas HQs de super-heróis
(há décadas em alguns casos) pode fazer alguém se perguntar por que essas
publicações e suas campanhas estão acontecendo de novo. Uma resposta talvez
esteja no fato de que, em grande parte, esses personagens estejam sendo
tratados como mascotes sociopolíticos, e não como personagens fictícios. A
maioria dos debates sobre sua validade envolve questões de homossexualismo e
casamento gay no mundo real. O vice-presidente da DC Comics, Bob Wayne, fala da
decisão de revelar o homossexualismo de um dos seus super-heróis como prova de
uma perspectiva evoluída, ecoando as palavras do presidente Barack Obama, que aprovou o casamento
gay. Isso é uma reversão de uma política definida ainda no ano
passado pelo coeditor da DC, Dan Didio, de que todos os personagens
homossexuais seriam novos.
Se
a audiência aceita ou não o novo Lanterna Verde, não há como negar que as
palavras de Wayne, assim como as de Obama, foram ditas para insultar os que não
o aprovam. Ele pode ter falado que a perspectiva estava mudando, desviando-se,
ou mesmo se tornando mais compassiva, mas falar no sentido de evolução, isso é
um ataque deliberado; duplamente, se você considerar que o alvo foi o público
cristão.
Se
esse tipo de publicidade será boa ou má para as vendas de HQs e para os
movimentos homossexuais, isso é uma questão que, pela sua complexidade, é muito
mais fácil de ignorar. Trata-se da própria imaginação: aquela atividade
extremamente particular responsável pela própria existência da atração dos
super-heróis.
Ao
contrário da crença popular, a literatura (e isso inclui histórias em
quadrinhos) não é simplesmente um conduto pelo qual os autores podem infundir
valores nos seus leitores. Ao contrário, ela é um meio de comunicação cuja
importância, qualquer que seja a intenção do escritor, é moldada em grande
parte pelas experiências e posições atuais do leitor. Não somos escravos do que
lemos; um trabalho de literatura pode, afinal, levar à mudança das crenças
pré-existentes de alguém, mas esse poder não está dentro da literatura mais do
que o poder de mudar a realidade está dentro de um único leitor.
Introduzir
personagens gays tais como o Lanterna Verde pode não “transformar os leitores
em gays”, como observaram sarcasticamente alguns defensores, mas essa
introdução também não vai simplesmente cair no vazio. Por estarem na periferia
da cultura pop, revistas de super-heróis não são tão relevantes, e as razões
dadas pelas editoras e pelos escritores para apresentar personagens gays (as de
que são mais como o mundo real, mais atuais, ou que irão estimular aceitação e
mentes mais abertas) não respeitam sequer as tão modestas limitações do seu tão
modesto meio. Embora os leitores de quadrinhos sejam considerados alternativos
(mundos de HQs exploram múltiplas realidades, e é preciso ter a mente aberta no
sentido mais básico para se ter uma boa imaginação), eles não ficam sem uma
identidade própria. Eles podem, como alegaram as editoras, não ter nada contra
o fato de o Lanterna Verde ser gay, mas não porque estão sendo sugestionados
pela DC.
Segundo,
e mais importante, a imaginação é metafísica. A sexualidade, por outro lado, é
fundamentalmente física. Embora a imaginação e a sexualidade possam cooperar de
várias formas, demonstrações sexuais explícitas em HQs continuam sendo um tabu
vergonhosamente periférico na subcultura das HQs; basicamente, uma nerdice
entre os nerds. Animes eróticos, ou hentais, estão em um canto isolado das
lojas de histórias em quadrinhos, assim como está a pornografia em uma locadora
de filmes ou banca de revista. As editoras de histórias em quadrinhos não são
cegas a essa segregação. Elas reconhecem que a maioria dos leitores de HQs,
apesar das suas imaginações vívidas, ainda preferem relacionamentos com pessoas
de carne e osso.
Revistas
em quadrinhos podem mostrar beijos, abraços, e ocasionalmente alguma nudez, mas
elas ainda estão no ramo de salvar a Terra de aliens transmorfos, e não o de
explorar os potenciais Kama Sutras de monstros com tentáculos. No filme
Barrados no Shopping, de 1995, quando o personagem Brodie (Jason Lee) incomoda
o quadrinista Stan Lee falando a respeito das capacidades eróticas de vários
super-heróis, isso se mostra ridículo e patético. “Antigamente, nós não
pensávamos nesse tipo de coisa”, responde o ícone dos quadrinhos, cortando as
perguntas. Mesmo hoje em dia, apesar das ocasionais manchetes, isso ainda não
acontece. Stan Lee diz depois a um amigo de Brodie: “acho que ele precisa de
ajuda. Ele parece ser bastante obcecado com os órgãos sexuais dos super-heróis.
Mas ele vai superar isso”.
A
ironia é que, se há uma coisa em tudo isso pela qual a indústria pode ser
condenada, é por não retratar a diversidade do mundo real. Por exemplo, o
Lanterna Verde já abordou questões homossexuais antes. Em 2000, a série
introduziu Terry Berg, um assistente de 17 anos abertamente gay de uma outra
vesão do Lanterna Verde, Kyle Rayner.
Quando
Berg foi espancado por uma gangue de ódio, até Lex Luthor condenou o ataque e
sua motivação, sugerindo que é muito pior ser um agressor de gays no universo
DC do que um supervilão que frequentemente planeja a morte de milhões (dentre
os quais, sem dúvida, também estão alguns gays). A Marvel, enquanto isso, tem
seus próprios exemplos. Entre os convidados do casamento gay na capa da revista
Astonishing X-Men número 52, o super-herói Wolverine está em destaque. Vindo do
norte do Canadá, e em quase todos os aspectos um estereótipo do homem de fala
grossa, peito cabeludo, camisa regata, bebedor de cerveja, ele, no entanto,
aceita tudo isso perfeitamente bem. De alguma forma, suas garras de adamantium
parecem mais razoáveis. Mostrar perspectivas divergentes em heróis e vilãos,
mesmo em nome da diversidade e da credibilidade, é simplesmente fora de moda.
Para os que estão no ramo do super-heroismo, parece tudo uma covardice.
Traduzido
por Luis Gustavo Gentil do artigo do LifeSiteNews: “The latest trend in comic books—gay superheroes”
Fonte: www.juliosevero.com
Romanos 1:18-32
ResponderExcluir18 - Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.
19 - Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.
20 - Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;
21 - Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
22 - Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.
23 - E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.
24 - Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si;
25 - Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.
26 - Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.
27 - E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.
28 - E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;
29 - Estando cheios de toda a iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade;
30 - Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães;
31 - Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia;
32 - Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.