Recentemente, líderes cristãos vem debatendo sobre
a possível existência de corrupção dentro das igrejas evangélicas no Brasil.
Alguns deles apontam ainda a ligação com o narcotráfico.
Um dos casos que têm sido apontado se relaciona
com a Igreja Deus é Amor (IDPA), cujo líder e fundador é David Miranda. As
denúncias começaram por um ex-funcionário da igreja em 2000 de que lideranças
da igreja teriam envolvimento com o narcotráfico. Recentemente, Guillherme
Filho Prado deu entrevista à Rede Bandeirantes para relatar o envio de dinheiro não declarado ao exterior e um esquema de lavagem de
dinheiro.
Contudo, alguns encontraram contradições nas
declarações de Gilherme além de não apresentar provas concretas sobre suas
denúncias. Segundo o advogado da IPDA, o ex-contador estaria tentando extorquir
a igreja e que nenhuma condenação foi imposta à cúpula.
Outras igrejas a sofrerem acusações são a Igreja
Mundial do Poder de Deus, em que houve prisões de pastores acusados de tráficos
de armas; e a igreja Universal do Reino de Deus, com denúncias de que a Rede
Record de Televisão, pertencente ao fundador da igreja, Edir Macedo, teria sido
fundada com dinheiro oriundo do narcotráfico. Os casos, entretanto, não
estão totalmente esclarecidos.
Um professor de ciência da religião Paulo Romeiro
abordou o assunto sobre a corrupção nas igrejas brasileiras em uma palestra no
programa “Academia em Debate” da Universidade Presbiteriana Mackenzie, e
apontou que a corrupção tem se tornado muito forte no contexto evangélico
brasileiro.
Ele confirma o destaque para as igrejas
neopentecostais, dizendo que se tornaram “criativas” no levantamento de fundos.
Apesar de não ser contra a arrecadação de dinheiro pelas igrejas, ele diz que
existe corrupção e ela vem a partir de uma questão cultural.
“A corrupção está nas entranhas da sociedade
brasileira, nós vivemos em uma nação extremamente corrupta de cima a baixo, se
você observar bem todos os poderes da nação estão contaminados pela corrupção,
todos eles, não são apenas políticos, os juízes, os governantes, mas a
sociedade em geral”.
Para ele, a igreja brasileira se distanciou da
palavra de Deus, “sem a pregação da cruz, sem valores cristãos sendo pregados”.
“Tudo que você encontra hoje é autoajuda, sucesso e isso é muito complicado, as pessoas continuam
ajudando por causa disso”.
O apologista Johnny Bernardo, do Instituto de
Pesquisas Religiosas ( INPR) no Brasil questiona em seu blog se as igrejas estariam realmente envolvidas
com o narcotráfico, descrevendo parte do quadro atual das denúncias bem como as
denominações envolvidas. Segundo ele, tais envolvimentos são parte de um
problema generalizado, citando as outras igrejas e denominações, cujos nomes
estão ligados à corrupção.
Fonte: The Christian Post
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