Num
painel cheio de convidados engravatados, bem em linha com a formalidade e a
seriedade do tema proposto ("Privacidade e Proteção de Dados On-line: Como Empresas, Governos e Usuários Podem Promover a
Privacidade On-line"), um dos participantes chamava atenção por seu visual
(bermuda, tênis, tatuagens): era Jacob Appelbaum, um dos líderes do Tor Project
(software que permite aos internautas se comunicar de forma anônima na rede),
ex-porta-voz do WikiLeaks e especialista em informática da Universidade de
Washington.
-- Querido leitor por favor click no selo TOP BLOG (ao lado) e vote neste blogl! É seguro, simples e rápido! Obrigado! Adson Lins
-- Querido leitor por favor click no selo TOP BLOG (ao lado) e vote neste blogl! É seguro, simples e rápido! Obrigado! Adson Lins
Mas foi
quando começou a falar que Appelbaum realmente roubou a cena, transformando-se
numa das principais atrações do primeiro dia da Rio RightsCon e fazendo jus à
alcunha de "o homem mais perigoso do ciberespaço", que a revista
"Rolling Stone" lhe deu em um longo perfil.
Com um discurso fluido e
engajado, o americano atacou todas as formas de controle on-line instituídas
por governos e empresas, afirmou que nem questões de segurança nacional
deveriam servir como argumento para restrições e vigilância na rede e ainda
atacou dois dos patrocinadores da conferência, o
Facebook e o Skype.
"O
Facebook é basicamente uma empresa de vigilância. Eu o chamo de 'Stasibook' [em
referência à Stasi, a polícia política da extinta Alemanha Oriental], porque
você está sempre espionando e delatando seus amigos."
Para Appelbaum, o principal
problema é que empresas como o Facebook e o Skype limitam propositalmente a
segurança e a privacidade de seus usuários, seja porque lucram com seus dados
ou porque cumprem exigências governamentais.
"Sob pretexto de segurança
nacional, são criadas backdoors nos sistemas [para que os usuários possam ser
rastreados] que podem ser usadas por outras pessoas. Os usuários estão sendo
colocados em risco pelo próprio governo. Não deveríamos enfraquecer o sistema
por causa da segurança pública."
Por causa desse acesso
governamental aos dados dos cidadãos, o americano disse que "cada vez que
você liga para seus amigos via Skype, está colocando-os em risco."
"Deveríamos rejeitar essas empresas que comprometem nossa segurança e usar
outros mecanismos, como os que permitem ligações encriptadas de ponta a ponta,
trocas de mensagens seguras."
Acostumado à vigilância do
governo americano (desde que foram divulgadas suas ligações com o WikiLeaks) e
às críticas que recebe por conta do Tor Project (que, por tornar os usuários
quase irrastreáveis, acaba sendo usado também para venda de drogas e outras
atividades ilegais), Appelbaum tem respostas prontas para os ataques mais
comuns:
"Maus elementos podem usar
o Tor assim como usam celulares, estradas. Censurar a internet não é a forma de
lidar com isso. A causa da pornografia infantil não é a internet, são as
pessoas que cometem esse crime. Restringir a privacidade on-line não vai acabar
com os estupradores de crianças".
"Essa é uma decisão que
precisamos tomar como sociedade: é melhor todos estarmos seguros [ao usarmos
tecnologias de comunicação], incluindo alguns dos vilões, do que ficarmos todos
inseguros. Cada vez que alguém diz que devemos abrir
exceções em direitos fundamentais por questões de segurança, devemos desafiar
essa noção. A internet mudou a maneira como lidamos com segurança nacional. Não
são apenas os provedores que podem violar a segurança, mas qualquer um com US$
1.000."
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é importante! Através dele terei oportunidade de aprender mais! Muito obrigado!