Ben Johnson
WASHINGTON, 5 de julho de 2012 (LifeSiteNews.com) — Dois anos depois de ter
ultrajado conservadores pró-vida e indivíduos que acreditam no governo
limitado, o Ministério de Segurança Nacional dos EUA financiou outro relatório
que aponta como fontes potenciais de terrorismo os grupos contra o aborto, cristãos
“fundamentalistas” e pessoas que “não veem com bons olhos a autoridade do
governo federal central”.
O relatório, que busca analisar regiões
dos EUA mais suscetíveis a ataques terroristas, atribui a maior parcela de
violência nos últimos 40 anos a organizações de “causa única”, mencionando
grupos “anti-aborto” como o primeiro de apenas quatro exemplos: “anti-aborto,
anticatólico, antinuclear e anti-Fidela Castro”.
Brian Clowes, diretor de pesquisa da
organização Human Life International, escandalizou-se com o relatório. “Eles
estão dissimulando”, disse para LifeSiteNews. “Colocam anti-nuclear como
um contrapeso quando estão na verdade atrás de grupos pró-vida”, acrescenta
Clowes. “O mais impressionante é que os sindicatos não são mencionados de forma
alguma no relatório, quando provavelmente eles foram responsáveis por mais atos
terroristas do que a soma de todos os grupos mencionados”.
O relatório “Áreas de Tensão Terrorista
e Outros Crimes nos Estados Unidos de 1970 a 2008” (Hot Spots of Terrorism and
Other Crimes in the United States, 1970 to 2008”), escrito por Gary Lafree e
Bianca Bersani, concluiu que grupos de causa única perpetraram mais atrocidades
e por um período maior do que terroristas de “extrema esquerda”, “extrema
direita”, "religiosos” e “étnico-nacionalistas”.
“A última década foi dominada por
ataques de causa única”, escrevem.
Além das duas referências a
manifestantes “anti-aborto”, os outros malfeitores incluem grupos
conservadores, cristãos fundamentalistas, marxistas e nacionalistas.
Possíveis terroristas alinhados à
“extrema direita” são descritos como “nacionalistas” (orientação contrária à
universal ou internacional), antiglobal, que suspeitam da autoridade federal
centralizada, que reverenciam a liberdade individual e que acreditam em teorias
da conspiração que envolvem uma grande ameaça
à soberania nacional e/ou à liberdade individual”.
O registro de terroristas religiosos
(categoria ampla o suficiente para incluir Gary North e Osama bin Laden) — alerta
contra os que “buscam atacar os supostos inimigos de Deus e outros malfeitores,
impor princípios ou leis religiosas na sociedade (fundamentalistas)”, ou
“forçadamente inserem a religião na esfera política (por exemplo, os que buscam
politizar a religião, como os reconstrucionistas
cristãos e os muçulmanos)”.
Além da aprovação do Ministério de
Segurança Nacional (MSN), o relatório afirma que foi organizado para “auxiliar
os grupos de inteligência e policiamento para identificar potenciais ameaças
terroristas e apoiar formuladores de políticas para desenvolver esforços
preventivos”.
LeFree e Bersani escreveram o trabalho
para o Consórcio Nacional para o Estudo do Terrorismo e de Respostas a Ele
[National Consortium for the Study of Terrorism and Responses to Terrorism
(START)] na Universidade de Maryland, que recebeu uma ajuda inicial de US$ 12
milhões do MSN.
Os pesquisadores alegam não ter
encontrado nenhum ataque terrorista de motivação religiosa, um total que parece
ignorar o o bombareio ao World Trade Center em 1993, conduzido pelo sobrinho de
Khalid Shaikh Mohammed.
A avaliação deles, publicada no fim de
janeiro, segue a tendência do governo Obama de minimizar a importância do
extremismo islâmico enquanto enfatiza uma suposta “ameaça terrorista” cristã,
pró-vida e pró-casamento tradicional.
Um relatório do MSN publicado em 2009
era intitulado “Extremismo de
Direita: Situação Política e Econômica Estimulando o Ressurgimento da
Radicalização e do Recrutamento (“Rightwing [sic.] Extremism: Current Economic
and Political Climate Fueling Resurgence in Radicalization and Recruitment”)
identificou “grupos e indivíduos dedicados a uma causa única, como a oposição
ao aborto e à imigração” e a oposição ao “casamento” entre pessoas do mesmo
sexo como “a ameaça terrorista doméstica mais perigosa nos Estados Unidos”.
O MSN mais tarde recolheu o relatório.
No entanto, o MSN e agentes do
FBI posteriormente frequentaram um seminário de treinamento a respeito de um
suposto terrorismo pró-vida, realizado pela Federação de
Planejamento Familiar [a maior rede de clínicas de aborto dos EUA], a Federação
Nacional do Aborto e a Fundação da Maioria Feminista (Feminist Majority
Foundation). Depois de igualar liberdade de expressão à violência, os
organizadores distribuíram um guia listando três páginas de sites aparentemente
extremistas, como o do grupo Padres pela Vida (Priests for Life), do Centro
Americano para Lei e Justiça e da emissora Chistian Broadcasting Network [do
Rev. Pat Robertson, famoso no Brasil pelo Clube 700].
As mesmas presunções ideológicas vêm
desde o governo democrata anterior. O programa da era Clinton chamado
Conspiração de Violência Contra Profissionais de Aborto [Violence Against
Abortion Providers Conspiracy (VAAPCON)] organizou um vasto banco de dados com
informações de ativistas pró-vida tão diversos quanto o último arcebispo de
Nova Iorque, o Cardeal John O’Connor, o grupo Mulheres Preocupadas pela América
[fundado por Beverly LaHaye] e o Feministas pela Vida, supondo que os
movimentos pró-vida escondiam um plano secreto para assassinar abortistas. Tal
plano nunca foi descoberto.
O especialista constitucional John
Whitehead, do Instituto Rutherford expressou preocupação de que a Lei de Defesa
Nacional [National Defense Authorization Act (NDAA)] “permita que as forças
armadas batam na sua porta se você for um ‘terrorista em potencial’ e coloquem
você sob detenção militar”.
O estudo da START alega que durante o
intervalo de 40 anos examinados, grupos de causa única atacaram o maior número
de localidades: 185 países. O terrorismo religioso foi “muito menos
prevalente”, afetando apenas 26 países.
LaFree concluiu que a “diversidade
linguística”, associada a regiões poliglotas “evidenciam uma relação forte e
positiva com ataques terroristas e crimes comuns”. Comparando as variáveis para
o terrorismo de motivação política e outros crimes, eles concluem que “nossa
pesquisa… sugere que a heterogeneidade étnica é consideravelmente associada a
países onde os terroristas atacam”. Inversamente, “países com mais moradias
estáveis e uma proporção maior de residentes brancos e não hispânicos são menos
propensos a sofrerem com ataques terroristas e crimes comuns”.
Os analistas esperam fazer mais
pesquisas a respeito de quais línguas estrangeiras os terroristas costumam
falar.
Traduzido por
Luis Gustavo Gentil do artigo do LifeSiteNews: “New Homeland
Security lumps anti-abortion groups in with terrorists
Fonte: www.juliosevero.com
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