Hernandes
Dias Lopes
O perdão
é o melhor remédio para a saúde emocional. O perdão é a assepsia da alma, a
faxina da mente, a alforria do coração, a cura das emoções. Perdoar é lembrar
sem sentir dor. Perdoar é zerar a conta e não cobrar mais a dívida. O perdão é
ato de misericórdia e manifestação da graça. O perdão é absolutamente
necessário. E isso, por várias razões:
1. O
perdão é necessário porque temos queixa uns dos outros.
Nós não somos perfeitos, não viemos de uma
família perfeita, não temos um casamento perfeito, não temos filhos perfeitos
nem frequentamos uma igreja perfeita. Consequentemente, nós temos queixas uns
dos outros. Na verdade, nós decepcionamos as pessoas e as pessoas nos
decepcionam. Nossas fraquezas transpiram em nossas palavras e atitudes. Sem o
exercício do perdão ficamos entupidos de mágoas e a mágoa gera raiz de amargura
no coração. Não somente isso, a amargura perturba a pessoa que a alimenta e
contamina as pessoas ao redor.
2. O
perdão é necessário porque fomos perdoados por Deus.
Quem é receptáculo do perdão precisa
transformar-se em canal do perdão. Aqueles que retêm o perdão ao próximo
fecham-se para receber o perdão de Deus. Não existe uma pessoa salva que não
tenha sido perdoada. Na verdade, no céu só entrarão os perdoados. Logo, é
impossível ser um cristão sem exercitar o perdão. Devemos perdoar assim como
fomos perdoados. Como Deus nos perdoou devemos nós também perdoar uns aos
outros. Quando compreendemos a enormidade do perdão recebido por Deus, não
temos mais motivos para sonegar perdão ao próximo. Nossa dívida com Deus era
impagável e Deus no-la perdoou completamente. Não fomos perdoados por mérito,
mas por graça. Perdão não é reinvindicação de direito, mas o clamor solícito da
misericórdia.
3. O
perdão é necessário porque por meio dele restauramos relacionamentos feridos.
A Bíblia não oculta o perigo devastador da
mágoa dentro da família e da igreja. Exemplos como Caim e Abel, José e seus
irmãos, Absalão e Amnon retratam essa amarga realidade. Há pessoas feridas
dentro do lar e também na assembleia dos santos. Há pessoas doentes e
perturbadas emocionalmente porque um dia foram injustiçadas por palavras
impiedosas e atitudes truculentas. Há pessoas prisioneiras de traumas e abusos
sofridos na infância. Há indivíduos que não conseguem avançar vitoriosamente
rumo ao futuro porque nunca se desvencilharam das amarras do passado. O perdão
destampa esse poço infecto. Espreme o pus da ferida. Cirurgia os abcessos da
alma. Promove uma assepsia da mente e proclama a libertação das grossas
correntes do ressentimento. O perdão constrói pontes no lugar que a mágoa cavou
abismos. O perdão passa o óleo terapêutico da cura, onde o ódio abriu feridas.
O perdão promove reconciliação onde a indiferença quebrou relacionamentos. O
perdão expressa o triunfo da graça, onde o ódio mostrou a carranca do desprezo.
4. O
perdão é necessário para experimentarmos plena felicidade.
Uma pessoa que nutre mágoa no coração não é
feliz. O ressentimento é autofagia, é autodestruição. Guardar mágoa é a mesma
coisa que o indivíduo beber um copo de veneno pensando que o outro é quem vai
morrer. Nenhum calmante químico pode aquietar uma alma desassossegada pela
mágoa. Nenhum prazer deste mundo pode aliviar a dor de um coração ferido pelo
ódio. A mágoa produz muitas doenças. Quem não perdoa adoece física, emocional e
espiritualmente. Mas, o perdão traz cura completa para o corpo e felicidade
plena para a alma.
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