Um agente da Polícia Federal que
atuou na Operação Monte Carlo foi morto na tarde desta terça-feira em Brasília.
Wilton Tapajós Macedo, 56 anos, visitava o túmulo dos pais, no cemitério Campo
da Esperança, quando um homem atirou duas vezes contra a cabeça do agente. Ele
morreu na hora.
O assassino fugiu levando o carro de
Tapajós, um Gol branco, que está registrado em nome do filho do agente. A arma
do policial federal não foi roubada. A cena foi presenciada por um coveiro do
cemitério, que avisou à direção do local, responsável por chamar a Polícia
Militar.
Tapajós trabalhava no núcleo de
inteligência da PF e atuou na Monte Carlo, que resultou na prisão do bicheiro
Carlinhos Cachoeira, desde o início da operação, em 2009. O agente também
investigou casos envolvendo narcotráfico e pedofilia.
O policial tinha mulher e três filhos.
Ele chegou a concorrer, nas eleições de 2010, a uma vaga de deputado distrital
e recebeu 188 votos.
O caso está sendo investigado pela 1ª
Delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal.
Confira no Vídeo abaixo matéria do canal R7
Confira no Vídeo abaixo matéria do canal R7
Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás,
Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo,
da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de
um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José
Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de
parlamentares que ficou conhecido como mensalão.
Escutas telefônicas realizadas durante a
investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador
Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a
violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais,
confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos
negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra
Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o
senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.
Com o vazamento de informações do inquérito,
as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas,
o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do
Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito
Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o
grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro,
escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono
da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de
recursos do governo federal nos últimos três anos.
Demóstenes passou por processo de
cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11
de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco
abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado
pelo voto dos colegas na história do Senado.
Ainda bem que houve bom senso e Cabral não foi convocado. Ele não "escapou". Simplesmente não havia provas contra ele. Nada indica seu envolvimento com a Delta.
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