Bruno Boghossian, de O Estado de S. Paulo
Candidato à Prefeitura de São Paulo favorito dos
evangélicos, segundo as mais recentes pesquisas de intenção de voto, Celso
Russomanno (PRB) recebeu ontem o apoio de uma ala da Assembléia de Deus que
acusou o prefeito Gilberto Kassab (PSD) de perseguição por fechar templos
evangélicos sem alvará.
Russomanno subiu ao púlpito do
Ministério de Santo Amaro da igreja, recebeu uma bênção diante de um público de
500 pastores e prometeu que, se eleito, não fechará nenhum templo.
Líder político dessa ala da Assembléia
de Deus, o evangélico Renato Galdino pediu a seus pastores “renovação” na
cidade.
“Quando nós chegamos a um departamento da Prefeitura, muitas vezes somos
desprezados. Subentende-se que é preciso uma mudança na qual possamos ter o
nosso templo”, disse.
O presidente estadual do PRB, Vinícius
Carvalho, que é pastor da Igreja Universal, fez coro. “É o momento de
tirarmos esse espinheiro que tem dominado o povo e de colocarmos para governar
a cidade uma pessoa temente a Deus”, afirmou.
Russomanno disse aos líderes religiosos
que “não quer e não vai” fechar nenhuma igreja. “A política deve ser
de orientação aos pastores para que regularizem sua situação – não perseguindo,
não fechando as igrejas, porque isso é um absurdo”, disse ao Estado, após o
culto.
Vacina. O discurso de Russomanno é uma
vacina contra líderes evangélicos que suspeitam que sua eleição vá
prejudicá-los, e beneficiar apenas a Igreja Universal, que tem
integrantes na direção do PRB. A Igreja Mundial e as alas da Assembléia de Deus
que apóiam Serra disputam fiéis com a Universal em São Paulo.
Russomanno lidera as pesquisas de
intenção de voto entre a população evangélica, superando José Serra
(PSDB) no primeiro turno por 31% a 27%, segundo o último levantamento Ibope/TV Globo/Estado.
Considerando todo o eleitorado, os dois estariam empatados, com 26% cada.
Na sondagem espontânea, quando os nomes
dos candidatos não são apresentados ao entrevistado, Russomanno tem 16%, ante
15% de Serra na população total, mas vence por 20% a 12% entre os
evangélicos.
No segundo turno, o candidato do PRB aparece na frente do tucano por 42%
a 35% na pesquisa geral, mas teria maior vantagem entre a população evangélica:
50% a 33%.
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