Quero examinar um lugar onde há demasiada mediocridade na
igreja de Jesus Cristo: a pregação. Por cerca de 40 finais de semana por ano eu
estou com alguma parte do corpo de Cristo em algum lugar do mundo. Muitas
vezes, não sou capaz de sair no sábado e, por isso, vou assistir ao culto da
congregação local (quando não estou programado para pregar). O que estou
prestes a dizer provavelmente vai me encrencar, mas estou convencido de que
precisa ser dito. Estou triste e angustiado por dizer isso, mas já estou
cansado de ouvir palestras teológicas chatas e mal preparadas, dadas por
pregadores não inspirados, lendo manuscritos, e tudo isso feito em nome da
pregação bíblica.
Não estou surpreso que as mentes das
pessoas divaguem. Eu não estou surpreso que as pessoas têm lutado para se
manter atentas e despertas. Estou surpreso que mais não têm. Eles têm sido
ensinados por alguém que não trouxe as armas apropriadas para o púlpito, a fim
de lutar por eles e com eles. A pregação é mais do que regurgitar seu
comentário exegético favorito, reformular os sermões de seus pregadores
favoritos, ou remodelar as notas de uma de suas aulas favoritas do seminário. É
trazer as verdades transformadoras do Evangelho de Jesus Cristo de uma passagem
que foi devidamente compreendida, convincentemente e praticamente aplicada, e
entregue com a ternura envolvente e a paixão de uma pessoa que foi quebrantada
e restaurada pelas verdades que ela irá comunicar. Você simplesmente não pode fazer isso sem a devida preparação,
meditação, confissão e adoração.
Simplesmente não dá para você começar a pensar em
uma passagem pela primeira vez no sábado à tarde ou à noite e dar o tipo de
atenção que ela precisa. Você não será capaz de compreender a passagem, de ser
pessoalmente afetado e de estar preparado para dá-la aos outros de uma forma
que contribua à contínua transformação deles. Como pastores, temos que lutar
pela santidade da pregação, ou ninguém mais o fará. Temos que exigir que os
afazeres do nosso trabalho permitam o tempo necessário para se preparar bem.
Temos que arranjar tempo em nossas programações para fazer o que for necessário
para cada um de nós, considerando nossos dons e nossa maturidade, estejamos
preparados como porta-vozes para nosso Rei Salvador. Não podemos acomodar com
padrões que denigram a pregação e degradem a nossa capacidade de representar um
Deus glorioso de uma graça gloriosa. Não podemos nos permitir estarmos muito ocupados
e distraídos. Não podemos estabelecer padrões baixos para nós mesmos e para
aqueles a quem servimos. Não podemos nos desculpar e acomodar. Não podemos nos
permitir espremer mil reais em preparação em poucos centavos de tempo. Não
devemos perder de vista Aquele que é Excelente e a excelente graça que fomos
chamados para representar. Não podemos, porque estamos despreparados, deixar
Seu esplendor parecer chato e sua maravilhosa graça, ordinária.
A cultura e disciplina que
envolve a nossa pregação sempre revelam o verdadeiro caráter de nossos
corações. É exatamente aí que a confissão e o arrependimento precisam
acontecer. Não podemos culpar as exigências de nosso trabalho ou nossa
ocupação. Não podemos apontar o dedo para as coisas inesperadas que aparecem no
calendário de cada pastor. Não podemos culpar as demandas da família. Temos que
humildemente confessar que a nossa pregação é medíocre e que não está subindo
ao patamar para o qual fomos chamados. Nós somos o problema. O problema é que
perdemos a nossa admiração, e com essa perda nos acomodamos em apresentar a
excelência de Deus de uma forma que não é nada excelente. Qualquer forma de
mediocridade no ministério é sempre um problema do coração. Se isso o descreve,
então corra ao seu Salvador em humilde confissão e abrace a graça que tem o
poder de resgatá-lo de si mesmo, e, ao fazer isso, restaurar a sua admiração.
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