Por Pedro
Fonseca e Rodrigo Viga Gaier
RIO
DE JANEIRO, 7 Out (Reuters) - Eduardo Paes (PMDB) foi reeleito prefeito do Rio
de Janeiro neste domingo para um segundo mandato até 2016, ano em que a cidade
receberá os Jogos Olímpicos, e agradeceu a participação ativa da presidente
Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante seu
primeiro mandato.
Com
99,96 por cento das seções eleitorais apuradas, Paes recebeu 64,61 por cento
dos votos válidos, ante 28,15 por cento de Marcelo Freixo (PSOL), que ficou em
segundo lugar, de acordo com a apuração oficial dos votos divulgada pelo
Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O
prefeito sempre teve ampla vantagem nas pesquisas sobre Freixo, e o
favoritismo foi confirmado com uma vitória tranquila nas urnas.
Ao
longo da campanha, o prefeito citou as obras de infraestrutura na cidade para a
Olimpíada e a Copa do Mundo de 2014 como transformadoras para a população. Boa
parte desses projetos recebeu investimentos do governo federal, devido aos
acordos firmados com o Rio para a realização dos grandes eventos.
"Queria
agradecer a dois personagens políticos que foram muito inspiradores ao longo
desses últimos quatro anos. O primeiro deles é o presidente Lula. O presidente
Lula em 2008 acreditou na gente, soube nos apoiar, foi fundamental na nossa vitória",
disse Paes, que no passado foi deputado federal pelo PSDB, da oposição ao
governo Lula.
"Queria
também transmitir esse agradecimento a essa grande presidente que o Brasil
elegeu em 2010, a presidente Dilma Rousseff", disse o prefeito reeleito,
acompanhado do governador Sérgio Cabral (PMDB), a quem também agradeceu, e do
vice, Luiz Fernando Pezão.
"Se
hoje essa cidade realiza muito, a gente deve muito à presidente Dilma
Rousseff."
Além
da realização dos grandes eventos, que resultaram em investimentos no Rio, o
prefeito contou com uma coligação ampla, incluindo um vice do PT, o que lhe deu
mais da metade do tempo de TV e a participação de Dilma e Lula na propaganda eleitoral.
Paes
ingressou no PMDB antes da eleição passada para a prefeitura com apoio do
governador do Rio, o peemedebista Sérgio Cabral, de quem foi secretário estadual.
Na
eleição deste ano, o prefeito fez campanha ao lado de Cabral, dos senadores
Francisco Dornelles (PP) e Lindbergh Farias (PT), do ministro da Pesca, Marcelo
Crivella, e de lideranças petistas no Estado, como a ex-governadora Benedita da
Silva, numa demonstração da força política de sua coligação.
FREIXO:
ATAQUE A PESQUISAS
Em
contrapartida, o deputado estadual Freixo tinha menos de 2 minutos na TV --contra 16 minutos
de Paes-- e um apoio restrito aos eleitores tradicionalmente de esquerda.
Freixo acusou os institutos de pesquisa de terem favorecido o atual prefeito.
"Havia
um poder econômico que ganhou muito dinheiro nesse quatro anos e que não queria
mudar... as urnas mostraram que os meus números eram maiores que os institutos
diziam", disse o candidato do PSOL, cuja atuação na CPI das Milícias na Assembléia
Legislativa fluminense lhe deu notoriedade nacional ao inspirar um personagem
no filme "Tropa de Elite 2".
O
prefeito afirmou, em seu discurso de agradecimento pela reeleição, que ainda há
muitos desafios a enfrentar na cidade e prometeu que nos próximos quatro anos
de governo vai dar atenção principalmente àqueles que ainda sofrem com as
deficiências nos serviços públicos.
"Quero
dizer a esses cariocas que a gente sabe que fez muita coisa ao longo desses
últimos anos, mas que a gente também sabe que tem muita coisa para fazer e que
tem uma parcela importante da população que ainda não recebeu os serviços com a
presença da prefeitura que deveria ter", disse.
Só
Paes e Freixo tiveram votação expressiva. Rodrigo Maia (DEM), filho do
ex-prefeito Cesar Maia, ficou em terceiro lugar com 2,93 por cento dos votos
válidos. Otavio Leite (PSDB) foi o quarto, com 2,46 por cento dos votos
válidos.
O
comparecimento às urnas foi de 79,55 por cento dos mais de 4,7 milhões de
eleitores na capital fluminense. Cinco por cento dos eleitores que foram às
urnas votaram em branco e 8,48 por cento anularam o voto.
FONTE: TSE
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