domingo, 7 de outubro de 2012

OLHO DE DEUS - IMAGEM MOSTRA ESTRELA MORRENDO EM NEBULOSA


O telescópio da Nasa captou a morte de uma estrela na nebulosa Hélix, distante 700 anos luz da Terra. A imagem divulgada nesta sexta-feira pelo Galaxy Evolution Explorer, também chamado de Galex, no Instituto de Tecnologia de Passadena, na Califórnia (Estados Unidos).

As nebulosas são restos de estrelas e nuvens interestelares de poeira, moléculas, hidrogênio, hélio e outros gases ionizados, onde nascem novas estrelas.

A nebulosa de Hélix, na constelação de Aquário, também é conhecida como “Olho de Deus” e se formou quando uma estrela similar ao Sol morreu depois de desprender de suas camadas mais externas. Ela foi descoberta no século 18 e é identificada por NGC 7293. Considerada uma das nebulosas mais próximas do planeta Terra por estar a 650 anos-luz de distância, na constelação de Aquário.

A Helix continua brilhando por conta da intensa radiação ultravioleta emitida pela estrela anã branca, no centro da nebulosa. 
A HELIX EM NOVAS CORES
O telescópio VISTA do ESO instalado no Observatório do Paranal no Chile, obteve esta bela imagem da Nebulosa Helix. Esta fotografia tirada no infravermelho revela filamentos de gás frio nebular, que seriam invisíveis em imagens obtidas no óptico, ao mesmo tempo que nos mostra um fundo rico em estrelas e galáxias.
A Nebulosa Helix é um dos mais próximos e interessantes exemplos de nebulosas planetárias [1]. Situa-se na constelação do Aquário, a cerca de 700 anos-luz de distância. Este estranho objeto formou-se quando uma estrela como o Sol se encontrava na fase final da sua vida. Incapaz de manter as camadas exteriores, a estrela libertou lentamente conchas de gás que formaram a nebulosa, estando agora a transformar-se numa anã branca, que se observa no centro da imagem como um pequeno ponto azul .
A nebulosa propriamente dita é um objeto complexo composto de poeira, material ionizado e gás molecular, dispostos num belo e intricado padrão em forma de flor, que brilha intensamente devido à radiação ultravioleta emitida pela estrela quente central.
O anel principal da Helix tem cerca de dois anos-luz de diâmetro, o que corresponde a cerca de metade da distância entre o Sol e a estrela mais próxima. No entanto, material da nebulosa expande-se desde a estrela até pelo menos quatro anos-luz, o que se vê particularmente bem nesta imagem infravermelha, uma vez que o gás molecular vermelho pode ser observado em praticamente toda a imagem.
Embora difícil de observar no visível, o brilho emitido pelo gás da nebulosa, que se expande em camadas finas ténues, é facilmente captado pelos detectores especiais do VISTA, os quais são muito sensíveis à radiação infravermelha. O telescópio de 4.1 metros consegue também detectar uma quantidade impressionante de estrelas e galáxias de fundo.
O telescópio VISTA do ESO revela igualmente a estrutura fina dos anéis da nebulosa. A radiação infravermelha mostra-nos de que modo o gás molecular mais frio está organizado. O material  agrega-se em filamentos que se estendem do centro para o exterior, fazendo com que toda a imagem se pareça com um fogo de artifício celeste.
Embora pareçam muito pequenos, estes filamentos de hidrogénio molecular, conhecidos como nós cometários, são do tamanho do nosso Sistema Solar. As moléculas que os compõem conseguem sobreviver num ambiente de radiação altamente energética emitida pela estrela moribunda precisamente porque se agregam nestes nós, que por sua vez são escudados pela poeira e gás molecular. Não sabemos muito bem como é que se formaram estes nós cometários.
Notas
[1] As nebulosas planetárias não têm nada a ver com planetas. Este nome confuso apareceu porque muitas delas apresentam pequenos discos brilhantes quando observadas no visível, parecendo por isso os planetas exteriores do Sistema Solar, tais como Urano e Neptuno. A Nebulosa Helix, que também tem o número de catálogo NGC 7293, é invulgar porque aparece muito grande mas também muito ténue quando observada através de um pequeno telescópio.
Mais Informação
O ano de 2012 marca o quinquagésimo aniversário da fundação do Observatório Europeu do Sul (ESO). O ESO é a mais importante organização europeia intergovernamental para a investigação em astronomia e é o observatório astronómico mais produtivo do mundo. O ESO é  financiado por 15 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça. O ESO destaca-se por levar a cabo um programa de trabalhos ambicioso, focado na concepção, construção e funcionamento de observatórios astronómicos terrestres de ponta, que possibilitam aos astrónomos importantes descobertas científicas. O ESO também tem um papel importante na promoção e organização de cooperação na investigação astronómica. O ESO mantém em funcionamento três observatórios de ponta, no Chile: La Silla, Paranal e Chajnantor. No Paranal, o ESO opera  o Very Large Telescope, o observatório astronómico óptico mais avançado do mundo e dois telescópios de rastreio. O VISTA, o maior telescópio de rastreio do mundo que trabalha no infravermelho e o VLT Survey Telescope, o maior telescópio concebido exclusivamente para mapear os céus no visível. O ESO é o parceiro europeu do revolucionário telescópio  ALMA, o maior projeto astronómico que existe atualmente. O ESO encontra-se a planear o European Extremely Large Telescope, E-ELT, um telescópio da classe dos 40 metros que observará na banda do visível e próximo infravermelho. O E-ELT será “o maior olho no céu do mundo”.
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Este texto é a tradução da Nota de Imprensa do ESO eso1205, cortesia do ESON, uma rede de pessoas nos Países Membros do ESO, que servem como pontos de contato local para os media em ligação com os desenvolvimentos do ESO, Notas de Imprensa, etc. O representante do nodo português é João Fernandes, do Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra. A nota de imprensa foi traduzida por Margarida Serote. A versão brasileira foi adaptada pelo representante brasileiro Gustavo Rojas, da Universidade Federal de São Carlos.

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