O telescópio da Nasa captou a morte de
uma estrela na nebulosa Hélix, distante 700 anos luz da Terra. A imagem
divulgada nesta sexta-feira pelo Galaxy Evolution Explorer, também chamado de
Galex, no Instituto de Tecnologia de
Passadena, na Califórnia (Estados Unidos).
As nebulosas são restos de estrelas e
nuvens interestelares de poeira, moléculas, hidrogênio, hélio e outros gases
ionizados, onde nascem novas estrelas.
A nebulosa de Hélix, na constelação de
Aquário, também é conhecida como “Olho de Deus” e se formou quando uma estrela
similar ao Sol morreu depois de desprender de suas camadas mais externas. Ela foi descoberta no século 18 e é identificada por NGC 7293.
Considerada uma das nebulosas mais próximas do planeta Terra por estar a 650
anos-luz de distância, na constelação de Aquário.
A Helix continua brilhando por conta da
intensa radiação ultravioleta emitida pela estrela anã branca, no centro da
nebulosa.
A HELIX EM
NOVAS CORES
O telescópio VISTA do ESO instalado no Observatório do Paranal no Chile,
obteve esta bela imagem da Nebulosa Helix. Esta fotografia tirada no infravermelho
revela filamentos de gás frio nebular, que seriam invisíveis em imagens obtidas
no óptico, ao mesmo tempo que nos mostra um fundo rico em estrelas e galáxias.
A Nebulosa
Helix é um dos mais próximos e interessantes exemplos de nebulosas planetárias [1]. Situa-se na
constelação do Aquário, a cerca de 700 anos-luz de distância. Este estranho objeto
formou-se quando uma estrela como o Sol se encontrava na fase final da sua
vida. Incapaz de manter as camadas exteriores, a estrela libertou lentamente
conchas de gás que formaram a nebulosa, estando agora a transformar-se numa anã
branca, que se observa no centro da imagem como um pequeno ponto azul .
A nebulosa propriamente dita é um objeto complexo composto de poeira,
material ionizado e gás molecular, dispostos num belo e intricado padrão em
forma de flor, que brilha intensamente devido à radiação ultravioleta emitida
pela estrela quente central.
O anel principal da Helix tem cerca de dois anos-luz de diâmetro, o que
corresponde a cerca de metade da distância entre o Sol e a estrela mais
próxima. No entanto, material da nebulosa expande-se desde a estrela até pelo
menos quatro anos-luz, o que se vê particularmente bem nesta imagem
infravermelha, uma vez que o gás molecular vermelho pode ser observado em
praticamente toda a imagem.
Embora difícil de observar no visível, o brilho emitido pelo gás da nebulosa,
que se expande em camadas finas ténues, é facilmente captado pelos detectores
especiais do VISTA, os quais são muito sensíveis à radiação infravermelha. O
telescópio de 4.1 metros consegue também detectar uma quantidade impressionante
de estrelas e galáxias de fundo.
O telescópio VISTA do ESO revela igualmente a estrutura fina dos anéis
da nebulosa. A radiação infravermelha mostra-nos de que modo o gás molecular
mais frio está organizado. O material agrega-se em filamentos que se
estendem do centro para o exterior, fazendo com que toda a imagem se pareça com
um fogo de artifício celeste.
Embora pareçam muito pequenos, estes filamentos de hidrogénio molecular,
conhecidos como nós cometários, são do tamanho do nosso Sistema Solar. As
moléculas que os compõem conseguem sobreviver num ambiente de radiação
altamente energética emitida pela estrela moribunda precisamente porque se
agregam nestes nós, que por sua vez são escudados pela poeira e gás molecular.
Não sabemos muito bem como é que se formaram estes nós cometários.
Notas
[1] As nebulosas planetárias não têm nada a ver com planetas. Este
nome confuso apareceu porque muitas delas apresentam pequenos discos brilhantes
quando observadas no visível, parecendo por isso os planetas exteriores do
Sistema Solar, tais como Urano e Neptuno. A Nebulosa Helix, que também tem o
número de catálogo NGC 7293, é invulgar porque aparece muito grande mas também
muito ténue quando observada através de um pequeno telescópio.
Mais Informação
O ano de 2012 marca o quinquagésimo aniversário da fundação do
Observatório Europeu do Sul (ESO). O ESO é a mais importante organização
europeia intergovernamental para a investigação em astronomia e é o
observatório astronómico mais produtivo do mundo. O ESO é financiado por
15 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Espanha, Finlândia,
França, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e
Suíça. O ESO destaca-se por levar a cabo um programa de trabalhos ambicioso,
focado na concepção, construção e funcionamento de observatórios astronómicos
terrestres de ponta, que possibilitam aos astrónomos importantes descobertas
científicas. O ESO também tem um papel importante na promoção e organização de
cooperação na investigação astronómica. O ESO mantém em funcionamento três
observatórios de ponta, no Chile: La Silla, Paranal e Chajnantor. No Paranal, o
ESO opera o Very Large Telescope, o observatório astronómico óptico mais
avançado do mundo e dois telescópios de rastreio. O VISTA, o maior telescópio
de rastreio do mundo que trabalha no infravermelho e o VLT Survey Telescope, o
maior telescópio concebido exclusivamente para mapear os céus no visível. O ESO
é o parceiro europeu do revolucionário telescópio ALMA, o maior projeto
astronómico que existe atualmente. O ESO encontra-se a planear o European
Extremely Large Telescope, E-ELT, um telescópio da classe dos 40 metros que
observará na banda do visível e próximo infravermelho. O E-ELT será “o maior
olho no céu do mundo”.
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Este texto é a tradução da Nota de Imprensa do ESO
eso1205, cortesia do ESON, uma rede de pessoas nos Países Membros do ESO, que
servem como pontos de contato local para os media em ligação com os
desenvolvimentos do ESO, Notas de Imprensa, etc. O representante do nodo
português é João Fernandes, do Departamento de Matemática da Universidade de
Coimbra. A nota de imprensa foi traduzida por Margarida Serote. A versão
brasileira foi adaptada pelo representante brasileiro Gustavo Rojas, da
Universidade Federal de São Carlos.
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