Klauber Cristofen
Recebi de um leitor uma matéria
publicada na Gazeta do Povo, de Curitiba, intitulada “De esquerda e Pró-vida? Sim, eles
existem, e são bem-vindos”. Estamos mesmo em dias em que os
fakes estão à solta!
No texto, seu autor, Jônatas Dias Lima,
estende um tapete vermelho para as ex-senadoras Heloísa Helena e Marina Silva,
afirmando que a defesa da vida não pode ser monopólio de uma "suposta
direita política, necessariamente religiosa, e omissa em relação aos direitos
das mulheres", ainda mais quando "alguém se declara pró-vida,
necessariamente também adere a uma série de outras convicções apresentadas com
uma forte carga negativa".
Para se ter uma compreensão exata deste artigo,
recomenda-se ao leitor valer-se dos conhecimentos trazidos pelo livro
"Como vencer um debate sem precisar ter razão", de Arthur
Schopenhauer, prefaciado pelo filósofo Olavo de Carvalho: com as lentes certas,
lê-se mais propriamente: "você não precisa mais ser taxado de direitista
por ser pró-vida: seus problemas acabaram! Apresentamos a ex-senadora
Heloísa Helena e levando ela, você recebe também a ex-senadora Marina Silva,
duas legítimas políticas de esquerda pró-vida!"
Será mera coincidência destacar este
suposto lado pró-vida de Marina Silva, justo neste momento em que esta política
está fundando um novo partido, que não leva o nome de partido e que se afirma
como não-político - em que pese ser assumidamente de esquerda?
Ora, ora! Ambas as políticas são
militantes aguerridas da doutrina marxista, a ideologia que espalhou mais de
cem milhões de cadáveres pelo mundo, e nem sequer estamos falando aqui de
fetos.
De acordo com as novas diretrizes
ditadas pelo partido comunista soviético, ambas abraçaram formas modernas de
militância ideológica, tal como denunciadas pelo dissidente Anatoli Golitsyn,
por meio do seu livro "New Lies for Old" ("Novas Mentiras
Velhas"), quais sejam, respectivamente, a causa ambientalista, para
Marina Silva, e a infiltração marxista da religião pela Teologia da Libertação,
por Heloísa Helena.
Vale citá-lo:
A adoção da nova política do bloco e a
estratégia de desinformação envolveu mudanças organizacionais na União
Soviética e por todo o bloco. Na União Soviética, como em outros países
comunistas, foi o Comitê Central do partido que reorganizou os serviços de
segurança e de inteligência, o ministério de relações exteriores, outras seções
do governo e aparatos político-governamentais, além das organizações de massa,
a fim de adequá-las todas à implementação da nova política e torná-las
instrumentos desta. (p. 45) (grifos meus)
Sobre Marina Silva e a Teologia da
Libertação, veja este rápido e informativo vídeo postado por Julio Severo:http://youtu.be/ZGvsIXajiVs
Um papagaio pode se apresentar como um
ativista pró-vida. Como todos sabem, este simpático animal possui a habilidade
de imitar os sons humanos, porém, falta-lhe a compreensão sobre os significados
das palavras, e especialmente sobre os fundamentos de conceitos.
Não pode, sem chance de alternativa, haver
um ativista, militante ou político socialista que seja pró-vida sob um
fundamento mais profundo que o da imitação dos papagaios. Como podem, a
não ser imitando os papagaios, que estas senhoras se apresentem como ativistas
"pró-vida" enquanto defendem tiranias que condenam milhares de
pessoas ao morticínio pelos motivos mais injustificáveis?
Sob a concepção socialista, o homem
serve à sociedade, esta sim considerada um fim em si, tal como uma engrenagem
que pertence a um maquinário qualquer e que, uma vez imprestável, cumpre-lhe a
substituição.
Ser pró-vida significa defender o
caráter transcendental e finalístico do indivíduo. Sob uma sociedade livre
e cristã, a sociedade serve ao homem, que buscará por si próprio as respostas
para a sua existência, fazendo de si mesmo o único e intransferível responsável
por ela, conduzindo-a ao norte que achar melhor segundo seu próprio
juízo.
Em uma sociedade livre, a sociedade
existe para as pessoas realizarem seus projetos de vida. Em uma sociedade
socialista, as pessoas existem para realizar o projeto do grande líder do
momento, daí a efemeridade de sua vida, que pode ser sumariamente descartada ao
menor sinal de mostrar-se inútil. Em uma sociedade socialista, em última
instância, as pessoas não vivem. Como pode então haver políticos de esquerda
reivindicando a posição de serem pró-vida?
Ademais, posições individuais contam
nada ou muito pouco para os grupos políticos e partidos de esquerda. Assim,
tanto faz que Marina Silva e Heloísa Helena sejam autênticas defensoras de
bebês e fetos. O abortismo é uma diretriz dos partidos de esquerda, e não uma
causa individual. Na hora oportuna, uma vez tomado o poder, será empossada uma
aborteira cruel e sanguinária tal como fez a atual mandatária Dilma Rousseff,
que se dizia cristã às vésperas de sua eleição, ao nomear Eleonora
Menicucci para a Secretaria de Políticas para as Mulheres. Para elas, se ou
quando assumirem a faixa presidencial, será muito fácil dizer: "- foi uma
escolha do povo" (isto é, do partido).
O aborto é uma política absolutamente
necessária aos partidos de esquerda. Estes não podem abrir mão deste múltiplo
instrumento de controle populacional, de empregos, de seleção racial, de
criminalidade e de eventuais dissidências. O socialismo é o regime que se caracteriza
por controlar variáveis na saída dos processos, e não nas causas.
Ilustrativamente, é o regime onde havendo dez cabeças e nove chapéus, opta
preferencialmente por decepar uma cabeça. Ou duas ou três.
Fonte: Mídia Sem Máscara
Divulgação: www.juliosevero.com
Leitura recomendada:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é importante! Através dele terei oportunidade de aprender mais! Muito obrigado!