sexta-feira, 28 de maio de 2010

A ORAÇÃO E A GEOGRAFIA


Por Kjell Sojberg

A oração tem uma dimensão geográfica, pelo que muitos intercessores experientes interessam-se por mapas.
As paredes de minha sala de orações estão recobertas de mapas.
Em uma das pare­des há um mapa do mundo; em outra, há um gigantesco mapa da cidade de Estocolmo.
Tenho sido encorajado por alguns de meus ami­gos, que também dispõem de mapas nas paredes de seus gabinetes de oração.
Por muitas vezes, fico de pé defronte do mapa do mundo, quando estou orando.
Quando eu era jovem, Watchman Nee abriu os meus olhos para a dimensão geográfica da oração, através de seu livro, O Ministério de Oração da Igreja. 1

Ao ensinar-nos a orar, "venha o teu reino", o Senhor estava dizendo que há um Reino de Deus no céu, mas não neste mundo, pelo que devemos orar para que Deus amplie as fron­teiras do Reino dos céus para que atinja esta terra. Na Bíblia, o Reino de Deus aparece em termos geográficos, como tam­bém em termos históricos. A história é uma questão de tempo, ao passo que a geografia é uma questão de espaço. De acordo com as Escrituras, o fator geográfico do Reino de Deus ultrapassa de seu fator histórico. Disse o Senhor Jesus: "Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, é conseguintemente chegado a vós o reino de Deus" (Mt 12.28). Vemos aí um problema histórico? Não, mas vê-se nisso uma questão geográfica. Onde quer que o Filho de Deus expulse demônios pelo Espírito de Deus, aí está o Reino de Deus. Por­tanto, durante este período de tempo, o Reino de Deus é mais geográfico do que histórico. Se o nosso conceito do Reino for somente histórico, teremos percebido apenas um de seus la­dos, e não o Reino em sua inteireza.

O Senhor está chamando intercessores para que assumam res­ponsabilidade por cidades, nações e grupos étnicos.
As fronteiras geográficas mostram-nos as nossas áreas de responsabilidade.
De acordo com o trecho de Atos 17.26, 27, o Senhor determinou os limites da habitação dos seres humanos, a fim de que busquemos o Senhor dentro dessas fronteiras.
Temos enviado equipes de oração que orem ao longo das fronteiras da Suécia. Dividimos a costa marítima em cinqüenta segmentos e pedimos a alguma igreja ou grupo de oração que caminhe ou viaje ao longo dessa porção dos limites do país e ore.
Algumas vezes temos estado de pé nos limites de áreas fechadas para o evangelho, e temos orado para que as nações abram as suas portas. Por duas vezes, antes de o regime comunista cair na Albânia, dirigi equipes de oração que oraram nas fronteiras daquele país. Ou­tros ocuparam-se em orações de ação semelhantes. Antes de a Dina­marca ter o seu referendo, quando a maioria votou em favor do acor­do de Maastrich, com vistas a uma união européia, os intercessores fizeram passeios de oração ao longo da fronteira entre a Alemanha e a Dinamarca, porquanto sentiam que esse acordo seria um retrocesso para o evangelho.

A GEOGRAFIA ESPIRITUAL NA BÍBLIA

A Bíblia empresta importância espiritual especial a certas locali­dades geográficas.
Para exemplificar, o Senhor designou uma impor­tância geográfica ímpar à Terra Prometida, muito diferente daquilo que vemos nos mapas ordinários.
Seis cidades foram escolhidas como cidades de refúgio.
Quarenta e oito cidades foram dadas aos sacerdo­tes e aos levitas.
Quando entraram na Terra Prometida, os filhos de Israel deveriam procurar o lugar onde o Senhor tinha escolhido para pôr o seu nome, para ali habitar.
Davi descobriu que esse lugar era a cidade de Jerusalém.
Em algumas áreas geográficas foram procla­madas bênçãos especiais, como quando Moisés abençoou os descen­dentes de José, dizendo: "Bendita do Senhor seja a sua terra, com o mais excelente dos céus, com o orvalho, e com o abismo que jaz abai­xo, e com as mais excelentes novidades do sol... e com o mais exce­lente dos outeiros eternos" (Dt 33.13-15).
Quando estava a atravessar a fronteira, vieram-lhe ao encontro anjos de Deus. E ele exclamou: "Este é o exército de Deus". Por essa razão, ele deu nome àquele lugar de Maanaim, que significa "dois exércitos" (ver Gn 32.1, 2).
Outro trecho da fronteira foi chamado de Mizpá, que significa "vigia".
Labão asseverou: "Vigie o Senhor entre mim e ti, quando estivermos apartados um do outro" (Gn 31.49, V. R.). E Jacó afirmou que para além daquela coluna ninguém passaria com más intenções contra o outro (ver Gn 31.48-53).
Samuel levantou uma pedra na fronteira com os filisteus, depois de havê-los derrotado. "...e chamou o seu nome Ebenézer; e disse: Até aqui nos ajudou o Senhor". E assim os filisteus foram subjuga­dos, e nunca mais tentaram qualquer incursão no território de Israel (ver 1 Sm 7.12, 13).
Fonte: Destruindo as Fortalezas, Cap. 4 – Mapeamento Espiritual para Oração de Ação Profética

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