Os intercessores são convocados para servirem aos evangelistas e prepararem o caminho para a salvação de almas.
São chamados como um ministério sacerdotal para se postarem diante do Senhor como representantes do povo crente, confessando os pecados do povo e pedindo misericórdia.
O pecado individual impede que o crente tenha comunhão íntima com Deus. E o pecado coletivo impede que o Espírito de Deus se manifeste em uma comunidade.
O Senhor tem planejado encher a terra inteira com a sua glória. Porém, no passado têm acontecido certas coisas que, infelizmente, velam a sua glória.
Jesus falou aos líderes religiosos, em Jerusalém, acerca do pecado coletivo da cidade — o pecado de aquela cidade não ter recebido aqueles que tinham sido enviados pelo Senhor. "Assim, vós mesmos testificais que sois filhos dos que mataram os profetas. Enchei vós, pois, a medida de vossos pais" (Mt 23.31, 32).
A culpa que nunca é resolvida torna-se um convite aberto para os poderes demoníacos.
Antes de podermos amarrar o valente, precisamos tratar dos pecados que têm outorgado ao inimigo o direito legal de se instalar em algum lugar.
O diabo e seus principados foram derrotados por Jesus, no Calvário, e não teriam sido capazes de continuar atuando se não dependessem de antigos convites feitos a eles, convites esses que nunca foram cancelados.
O profeta Oséias acusou o povo de Israel de não ter resolvido um pecado que já vinha a duzentos e cinqüenta anos sendo cometido: "Desde os dias de Gibeá pecaste, ó Israel, e nisto permaneceste..." (Os 10.9, V. R. A.).
Moisés instruiu os anciãos, quando estivessem numa cidade, sobre como deveriam cuidar de algum pecado coletivo.
Depois que uma pessoa fosse achada morta no campo, sem que se soubesse quem foi o assassino, os anciãos da cidade próxima deveriam oferecer um sacrifício e orar:
"Sê propício ao teu povo Israel, que tu, ó Senhor, resgataste, e não ponhas o sangue inocente no meio do teu povo Israel."
E a intercessão teria o seguinte efeito: "E aquele sangue lhes será expiado. Assim tirarás o sangue inocente do meio de ti, pois farás o que é reto aos olhos do Senhor" (Dt 21.8, 9).
E importante que compreendamos a diferença que se destaca aqui entre o pecado individual e o pecado coletivo.
Quando os incrédulos se arrependem e confessam seus pecados pessoais, confiando em Jesus, eles são salvos. Ninguém mais pode tomar o lugar deles e confessar os pecados deles em lugar deles. No entanto, não sucede assim com o pecado coletivo.
Os intercessores podem confessar o pecado coletivo, mesmo que não tenham participado pessoalmente dos pecados confessados; e, assim, alguma coisa que tenha desagradado a Deus pode ser removida.
Quando isso sucede, Deus pode derramar o seu Santo Espírito, e, então, torna mais fácil para os incrédulos ouvirem o evangelho de Cristo, arrependerem-se de seus pecados e serem salvos.
E assim que a intercessão em nível estratégico pavimenta o caminho para que haja um evangelismo eficaz.
Esdras forneceu-nos exemplo disso. Quando ele agonizava diante de Deus, confessando os pecados de seus antepassados, clamou:
"Desde os dias de nossos pais até ao dia de hoje estamos em grande culpa, e por causa das nossas iniqüidade fomos entregues, nós, os nossos reis, e os nossos sacerdotes, na mão dos reis das terras, à espada, ao cativeiro, e ao roubo, e à confusão de rosto, como hoje se vê" (Ed 9.7).
Fonte: Destruindo as Fortalezas, Cap. 4
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