Restando uma semana para as eleições, os principais concorrentes à Presidência e ao governo do Estado não deverão adotar estratégias diferentes das utilizadas ao longo de três meses de campanha. O vale-tudo está descartado.
Na eleição presidencial, Dilma Rousseff (PT) lidera as pesquisas, com chances de vitória no primeiro turno, e seguirá colando sua imagem na do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "A linha para a reta final será a mesma, mostrando que votar em Dilma é votar na sequência do governo Lula", anuncia o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT).
Já José Serra (PSDB - que veio apenas uma vez para o Grande ABC durante a campanha, contra duas de Dilma) marcará território em São Paulo, Paraná e Minas Gerais, Estados cujos candidatos tucanos ao governo lideram as pesquisas. Além de massificar presença em regiões amigas, fará dos dois debates televisivos desta semana a arma para levar a definição das eleições para 31 de outubro. "Os debates irão garanti-lo no segundo turno", aposta o coordenador do PSDB no Grande ABC, Cezar de Carvalho.
A postura do candidato não será de ataques à adversária. "Serra deixará claro que é o mais preparado. Não é aventureiro e tem histórico de vida pública muito mais rico que o da Dilma. O eleitor sabe disso", confia o prefeito de Rio Grande da Serra, Adler Kiko Teixeira (PSDB).
Na corrida ao governo a situação é inversa. Geraldo Alckmin (PSDB) possui chances de liquidar a disputa no primeiro turno, enquanto que o petista Aloizio Mercadante (que esteve oito vezes na região, duas a mais que o tucano) se apega às críticas sobre os 16 anos de governo do PSDB, especialmente pela progressão continuada na Educação. "Vamos mostrar para o eleitorado que o Estado não é tucano e que em 16 anos o PSDB não resolveu gargalos na Educação e Segurança", aponta Marinho.
Especialista descarta Serra e projeta Marina no 2º turno
Especialista em Marketing Político e diretor Corporativo da ESPM (Escola Superior de Publicidade e Marketing), Emmanuel Publio Dias descarta as chances de vitória de José Serra, e sinaliza para possível surpresa na eleição presidencial. "Se houver segundo turno, será entre Dilma e Marina (Silva, do PV). "Não vejo como o Serra possa crescer", sustenta o professor, ao projetar a verde. "Marina Silva pegará voto de quem é da oposição e não vota no Serra."
Para Publio Dias, intensificar a oposição somente nas eleições, e mesmo assim poupando o governo Lula, arranha a credibilidade do PSDB. "Bate no PT e salva o Lula. Isso não é oposição."
Já o consultor político Marcos Justino dos Santos avalia que as eleições para presidente e governador serão decididas nas campanhas bocas de urna. "Esta eleição está confusa. São muitos candidatos famosos, puxadores de votos, dúvida sobre a validade da Lei Ficha Limpa. A cabeça do eleitor está a mil."
Diferentemente de Publio Dias, Justino vê grandes possibilidades de segundo turno entre Dilma e Serra. E atenta para os perigos de desvios de conduta do tucano faltando uma semana para a votação. "Ele deverá se apagar aos escândalos na Casa Civil (tráfico de influência), às quebras de sigilo (fiscal de pessoas ligadas a Serra)... Mas este deverá ser o limite. Em vias finais, a postura de vale-tudo não é a melhor."
Sobre a petista, recomenda no mínimo comparecer aos debates. "O Lula se deu ao luxo de não ir a alguns debates há quatro anos. Não é o caso da Dilma. Ela deve ir e se preparar para ser atacada."
Os dois especialistas acreditam na vitória de Geraldo Alckmin ao Palácio dos Bandeirantes no primeiro turno. "A diferença de votos é muito grande", argumenta Publio Dias. "O Mercadante está entrando no desespero. E os ataques devem ser cautelosos, se não vira contra quem os fez", conclui Justino
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