quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O VÍCIO PORNOGRÁFICO


POR Gary L. Hopkins e Joyce W. Hopp
Tradução: Vanessa Henriques.
Internet é tão persistente quanto potente, uma presença indelével e incontrolável na cultura. De fato, a Internet não é separada da cultura; é a cultura. Todo o lixo e vazamento de nossa sociedade obtém seu momento lá, e a obsessão mais minúscula tem seu lugar na prateleira, bem perto de músicas clássicas, caridade e paisagens do pôr-do-sol. A Internet deixa milhões de flores e ervas daninhas florescerem ". 1
A PORNOGRAFIA ONLINE TORNOU-SE UMA DAS áreas mais lucrativas do comércio eletrônico (e-commerce). Estima-se que a receita chegue a bilhões de dólares. O número de pessoas que visitam sites de sexo a cada dia tem sido estimado em 60 milhões. Juntos, os cinco maiores sites de sexo tem mais visitantes que MSNBC.com e CNN.com combinados (canais de notícias). 2 Todos estes sites estão disponíveis a seus filhos a cada minuto da vida deles. E eles são fáceis de achar, em apenas alguns segundos.
A pornografia na Internet é tão extensa que é correto dizer que ela está aqui para ficar; e é provável que nunca seja impedida. A cada dia aproximadamente 400 novos web sites pornográficos são abertos na Internet de lugares como Tailândia e Rússia.3
Nos Estados Unidos, estima-se de 10 milhões de crianças ficam on-line todos os dias. Muitos são ávidos para fazer "amigos eletrônicos" com quem possam bater-papo. Em um recente estudo de aproximadamente 1500 crianças com idades entre 10 e 17, descobriu-se que uma em cada quatro foi exposta indesejavelmente a algum tipo de imagem de pessoas nuas ou pessoas realizando atos sexuais. Uma em 33 recebeu uma solicitação agressiva, significando que alguma pessoa na Internet as pediu para encontrar ou telefonar, ou as mandava correspondência, dinheiro ou presentes. 4
Se você não está convencido que a pornografia é um problema, dê uma olhada em seu jornal local. Os jornais comumente reportam incidentes em que indivíduos como um decano da Escola Divindade da Universidade Harvard, um executivo da Disney Internet, muitos professores universitários, professores de escolas, e outros cidadãos uma vez respeitados ao redor do país foram "flagrados" acessando sites de pornografia na Internet.5
Em "Pornography, Main Street to Wall Street", (Pornografia, Principal Via Para a Wall Street) H. W. Jenkins reporta que o Dr. Mark Lasher, um sócio-fundador da Aliança Cristã para a Recuperação Sexual (é ele mesmo um recuperado do vício do sexo), pronunciou aos ouvintes de um congresso ano passado: "Muitos na comunidade médica acham que uma substância, para viciar, deve criar uma tolerância química. Os alcoólicos, por exemplo, com o passar do tempo devem consumir mais e mais álcool para alcançar o mesmo efeito. Novas pesquisas, como a dos Doutores Harvey Milkman e Stan Sunderwirth, demonstraram que a fantasia sexual e atividade, por causa das químicas cerebrais produzidas naturalmente, têm a habilidade para criar a tolerância do cérebro ao sexo. Eu tenho tratado mais de mil homens e mulheres viciados. Quase todos começaram com a pornografia."6
Jenkins continua: "A Internet faz com que as imagens pornográficas sejam mais facilmente acessíveis, e virtualmente com variedade ilimitada. Seria um milagre se as crianças não estivessem encontrando essas coisas, mesmo que isso significasse ativar os 'filtros' providenciados por seus pais ou seus provedores de Internet... Se a exposição intensifica a tolerância, e a tolerância piora o problema, ter imagens pornográficas ilimitadas de fácil
alcance em cada computador é como produzir efeitos sociais que ainda não levamos em conta."
A História de David
Um problema que a mãe de David não encarou é a pornografia na Internet e se David está ou não gastando tempo navegando através dos muitos sites na Internet onde há imagens gráficas de pessoas tendo relações. Janet, a mãe de David, não pensou muito sobre isso, embora tenha ouvido falar sobre isso de tempos em tempos. Ela certamente soube de pessoas que perderam seus empregos por causa disso.
A relação de David com sua mãe é ótima. É boa o bastante para que ele possa conversar com ela sobre a maioria dos desafios que ele encontra diariamente incluindo drogas e sexo. Mas é bom o bastante para falar sobre pornografia? Se David tivesse um problema com pornografia, poderia dizer "Ei, mãe, preciso conversar com a senhora sobre algo que está me incomodando". Ele ficaria muito envergonhado? Há uma excelente probabilidade de que ele esconderia o problema.
Vamos um passo adiante. Se seu vizinho tivesse um problema com a pornografia na Internet, você acha que ele ou ela pediria ajuda a você? E seu cônjuge? E você? Conseguiria reunir a coragem para falar com o Senhor em oração? Aonde você vai quando tem um problema tão delicado, pessoalmente humilhante e degradante como o uso da pornografia? Há alguém em nossa organização que estaria desejoso de ouvir sem criticar ou, o mais importante, sem fofocar sobre isso? Um membro de igreja com vício em pornografia seria alvo de fofocas.
A mãe de David acreditaria se visse um garoto de 12 anos com pornografia? No dia seguinte após o trabalho Janet perguntou a sua filha Beth se ela já tinha visto sexo na Internet.
"Com certeza",Beth respondeu.
Janet gelou. "Como isso aconteceu?"
A história de Beth foi parecida com a que Janet tinha lido em um jornal. "Eu estava no laboratório de computadores na escola, procurando informação sobre câncer. Eu tive a informação e estava só olhando para ver o que poderia encontrar sobre o tópico. Enquanto estava navegando pela Internet parecia que eu passava por mais fotos de pessoas tendo relações sexuais do que informação sobre câncer".
A mãe de Beth a pediu para ir ao computador e mostrá-la como acontecia. Ela andou rapidamente em direção ao computador, clicou o mouse algumas vezes, olhou para sua mãe e disse "OK, o que você quer que eu faça?" ·
De braços cruzados Janet disse, "Você me disse que sabe como encontrar fotos sujas na Internet; como eu tenho que ver para crer, mostre me! Eu não acredito no que está dizendo."
Beth encolheu os ombros e disse, "Mãe, qualquer um pode fazer. É simples." Beth rapidamente digitou algumas palavras em seu computador, e Bingo! Uma janela depois da outra começou a aparecer rapidamente embora os dedos de Beth não estivessem no mouse ou no teclado. Automaticamente foto após foto apareciam.
"Desligue! Eu não quero ver essas coisas", disse Janet. Beth desligou e deu meia-volta em sua cadeira para encarar sua mãe. Janet perguntou a Beth se ela freqüentemente ia para a Internet procurando pessoas fazendo sexo. "Mãe, eu nunca faço. Você me pediu para mostrar a você, e eu mostrei", Beth a repreendeu.
"Bem, como você fez aquilo?" Perguntou Janet.
"Olhe, Mãe", Beth explicou, "apenas digite uma palavra e aperte a tecla Enter."
É muito simples. Nossos filhos, nossos cônjuges, nossos empregados, os professores de nossas crianças - todos nós que temos computadores com acesso à Internet temos disponível muitos diferentes websites que têm conteúdo sexual. Uma pessoa poderia gastar 24 horas por dia e provavelmente não visitaria todos eles em um ano. A mãe de David tinha que saber se ele estava acessando sites pornográficos na Internet. Por alguma razão ela não teve a coragem para perguntá-lo diretamente, embora tivesse notado que ele passava muito tempo em seu quarto com a porta fechada enquanto navegava na Internet. Ela não tinha pensado sobre pornografia até a experiência com Beth.
Uma tarde ela perguntou à Beth se havia algum jeito de saber se alguém tinha estado olhando os sites pornográficos no computador. Beth disse, "Certo, isso é fácil", e prosseguiu para mostrá-la com fazer isso. Depois de aprender como examinar o computador de David para ver quais sites ele tinha visitado na Internet, sua mãe foi ao seu quarto uma noite quando ele tinha saído. Ela fez as coisas que Beth a tinha ensinado e para seu horror ela viu que David tinha visitado centenas de diferentes sites de sexo. Levaram dias para que ela conseguisse coragem o bastante para conversar com ele sobre isso, mas finalmente conseguiu. David admitiu. Ele assegurou-a de que não era um problema. Ela pediu-lhe para não fazer mais isso, e ele afirmou que não faria.
A história não acabou para David. Se ele visitará mais sites pornográficos ou não é uma questão que não será respondida até que sua mãe comprometa-se a monitorar suas atividades na Internet. Se a exposição à pornografia que ele foi submetido se transformará em um problema 10, 20, ou 40 anos mais tarde na vida é especulação. Ele viu as imagens, e elas ficarão com ele por toda a vida.
O âmbito do problema
A pornografia na Internet é tão extensa que deveria horrorizar você. Uma pesquisa da Media Matrix, Inc., uma companhia americana que análisa a audiência na Internet, detectou que em casas com acesso a Internet o seguinte percentual de tempo foi gasto em sites pornográficos durante Dezembro de 2000: 7
Canadá
33
Austrália
33
U.S.
31
Alemanha
29
França
25
Inglaterra
25
Japão
21

Se nossa descrição de pornografia na Internet parece impetuosa, não o é. É um negócio sério, e devemos aceitá-lo imediatamente. Deixar crianças acessarem o computador sem supervisão pode ser tão perigoso quanto cheio de expectativa viver dentro de uma livraria para adultos sem olhar. Dizendo de outro jeito, você iria a uma livraria local para adultos e compraria 100 vídeos e 500 outras revistas pornográficas, colocaria na estante de livros no quarto de seu filho, e pediria a ele para não olhá-los? É claro que não. Então faria isso com a Internet?
Se seus filhos têm computadores com acesso à Internet, aprenda como supervisionar suas atividades na Internet. Se você não sabe como executar um computador, então aprenda. Peça a um amigo para mostrar como controlar atividades na Internet. Converse com seus filhos. Planeje o que você fará. Se você suspeita que há um problema com seu cônjuge, pergunte a ele ou ela; não com críticas, mas com amor. Procurem juntos obter ajuda para este problema crítico.
É um assunto difícil para esposos ou esposas cujos cônjuges estão viciados em pornografia. Esse tipo de atividade freqüentemente resulta na perda do emprego. O que eles podem fazer? Onde um membro de igreja pode encontrar ajuda? Pense sobre isso seriamente. A pornografia é disponível a todos, inclusive aos oficiais da igreja. É um terreno traiçoeiro.
Pesquisas mostram que os efeitos da pornografia são mistos.Um recente estudo informou sobre uma pesquisa dirigida a jovens mulheres com idades entre 14 a 18 anos. Foi examinado. Desse estudo, 29,7 % tinha visto filmes com aviso de cenas impróprias, e isso foi associado a um aumento no risco de ter múltiplos parceiros sexuais, sexo mais freqüente, menos uso de contraceptivos, um forte desejo para conceber, e maior proporção de infecção transmitida sexualmente.8
Uma vez que você, seu cônjuge, ou alguém tenha superado com sucesso o vício sexual na Internet, leve em consideração que ainda terão que voltar para seus computadores para trabalhar. Como você se sentaria e completaria seu trabalho num instrumento através do qual você sabe que tem acesso ilimitado à coisa que quase o arruinou? É como sentenciar um alcoólico a trabalhar em uma loja de bebidas.
Uma chamada à ação
O problema da pornografia não é apenas sobre "eles"; estamos incluídos também. Recente pesquisa conduzida sobre uma amostra de cristãos revelou que 36% tinham visitado web sites explícitos; quase a metade os tinha visitado semanalmente ou algumas vezes por mês. Apenas a metade estava ciente de que seu cônjuge sabia que eles estavam acessando esses sites.
Os Pastores precisam ser treinados em relação aos perigos do vício sexual e pornográfico. É importante discursar o tópico do púlpito. Precisamos de sessões em pequenos grupos em que orações de intercessão sejam feitas ao Senhor. Precisamos providenciar treinamento específico para conselheiros cristãos em nossas universidades e faculdades. Precisamos localizar os recursos para fornecer a membros, não-membros, e mesmo a oficiais uma linha para a qual possam ligar para fazer perguntas com absoluto anonimato e obter assistência. Também precisamos realizar pesquisas nesta área entre nossos membros e oficiais para entender melhor a extensão do problema e aprender as abordagens que foram descobertas ser efetivas.
Pensando nos mais jovens, a responsabilidade fundamental de proteger as crianças dos assédios sexuais on-line cai sobre os pais. Setenta por cento dos assédios pela Internet ocorrem nos computadores de casa. 9
Semelhante a uma infecção que ameaça o corpo de nossa igreja, a pronografia precisa tratamento imediato.
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1 R. A. Javier, W. G. Herron, and L. Primavera, "Violence and the Media: A Psychological Analysis," International Journal of Instructional Media 25:4 (1998): 339-356.
2 G. Webb, "Sex and the Internet," Yahoo! Internet Life 7, No. 5 (May 2001): 88-97.
3 J. Hughes, "Protecting Kids From Porn," Christian Science Monitor, Mar. 21, 2001, p. 11.
4 Ibid.
5 H. W. Jenkins, "Pornography, Main Street to Wall Street," Policy Review 105 (February/ March 2001): 3-11.
6 Ibid.
7 A. Wilson-Smith and S. Deziel, "Canadian Peepers-No. 2 in the World!" Maclean's, Apr. 2, 2001, p. 13.
8 G. M. Wingood et. al., "Exposure to X-rated Movies and Adolescents'
Sexual and Contraceptive-related Attitudes and Behaviors," Pediatrics 107, No. 5 (May 2001): 1116-1119.
9 Christian Science Monitor, "Kids and Smut on the Web," June 19, 2000, p.
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Gary L. Hopkins é diretor-assistente do Departamento de Saúde da Conferência Geral e diretor do Instituto para Prevenção de Vícios na Universidade de Andrews. E-mail:
 ghopkins@andrews.edu.
Joyce W. Hopp é decana da Escola de Profissões Aliadas na Universidade
de Loma Linda, Califórnia.

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