Pois é. A última pesquisa apontou um crescimento demográfico
considerável entre os evangélicos. Saltamos de 15% da população brasileira para
22% o que daria um total de aproximadamente 42 milhões de crentes. A pesquisa
para quem quiser conferir está aqui.
Nosso crescimento é gritante! Basta
andar nas ruas no domingo a noite e veremos centenas de crentes empunhando suas
bíblias e rumando para os cultos dominicais. Porém, por trás dessa explosão
demográfica evangélica, devemos pensar no que tem gerado esse crescimento em
nosso meio. Será a “fama” de que crente prospera ou o afã de responder o
chamado divino para a “Missio dei”? Será que estamos atentando muito para a
quantidade e deixado a qualidade de lado?
Um bom termômetro para isso é olhar a
situação de desigualdade social e injustiça no país. Quando Calvino pregou o
evangelho em Genebra, a cidade deixou de ser um pulgueiro onde pessoas jogavam
fezes pelas janelas de casa e passou a ser uma referência de civilidade,
justiça social e respeito ao direito do outro. Sem contar que o trabalho foi
dignificado e reconhecido como ferramente de Deus para nos prosperar.
Hoje, somos 42 milhões e os lixões
continuam cheios de crianças sendo exploradas, gente brigando com cães e urubus
o pão de cada dia, as favelas continuam a se multiplicar, o tráfico de drogas
continua a recrutar nossos meninos e o nosso índice com relação a distribuição
de renda e desenvolvimento humano só não é pior que o de Serra Leoa e algumas
republiquetas africanas. Se o Evangelho vigente no Brasil seguisse a doutrina
dos apóstolos, o país seria outro. Não teríamos pastores milionários e crianças
famintas. precisamos pensar se não estamos transformando lobos em bodes ao
invés de ovelhas.
E no mais, tudo na mais santa paz!
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