Candidatos a cargos legislativos e ao executivo estariam usando templos de igrejas evangélicas no Rio de Janeiro para fazer
campanha eleitoral, com anuência das lideranças dessas denominações.
A notícia foi
veiculada no jornal O Globo, no último sábado, 28/07, e apresentou exemplos, como os da Igreja Primitiva do Amor, em
Nova Iguaçu, e na Assembleia de Deus dos Últimos Dias, denominação liderada pelo pastor Marcos Pereira, em São João de
Meriti.
O Tribunal Superior Eleitoral
divulgou que 40 candidatos ligados a igrejas disputarão cargos eletivos no Rio de Janeiro. A quantidade é o dobro do número de candidatos nas mesmas
situações em São Paulo, por exemplo.
Uma das supostas ações eleitorais envolveu
cadastramento para o Bolsa Família, além de cadastramento de solicitações de aposentadoria junto ao INSS, tratamento dentário,
entre outros. A Igreja Primitiva do Amor teria aberto as portas para a realização das ações, e os
interessados precisavam comprovar residência na região e apresentar o título de
eleitor.
O pastor Raimundo Jesus,
responsável pela Igreja Primitiva, afirmou que o evento foi realizado no templo a pedido da Secretaria de Assistência Social. Porém, moradores afirmaram à reportagem que a ação tinha ligação
com o candidato a vereador Sebastião Berriel (PT).
A Secretaria de Assistência Social de Nova Iguaçu confirmou a realização do cadastramento de famílias carentes
para o programa de distribuição de renda do governo federal e também o
preechimento de fichas para requisição da aposentadoria. Porém, afirmou que o
evento só ocorreu no templo da igreja porque a direção da denominação
solicitou.
O Ministério
do Desenvolvimento Social, órgão responsável pelo cadastramento
do Bolsa Família afirma que apenas prédios públicos, do governo municipal, é
que podem receber eventos como
esse.
Já na sede da Assembléia de Deus dos Últimos Dias, na baixada fluminense, fotos e carros de som de Waguinho (PCdoB), ex-pagodeiro e membro da
denominação, fazem propaganda de sua candidatura.
Outro candidato
ligado à denominação, Allan Pereira, também tem seus materiais de campanha expostos no local.
Allan é irmão do pastor Marcos Pereira, e testemunhas afirmaram que o líder da denominação faz
campanha aberta para ambos.
Maurício da Rocha
Ribeiro, procurador regional eleitoral, afirmou
que é ilegal a realização de campanha política em templos religiosos, embora
pastores possam declarar seu voto. O procurador contou que a desobediência da
lei nesse caso pode resultar multa que varia de de R$ 2 mil a R$ 8 mil, além da
retirada de cartazes e panfletos.
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