sábado, 21 de julho de 2012

PASTOR BRASILEIRO DIZ “TER PASSADO FÉRIAS” DE DETENÇÃO EM MA

Em 27 de junho, o pastor evangélico José Roberto, que também dirige uma empresa de segurança, a Garra Security, foi preso depois de comparecer ao escritório do Departamento de Imigração (ICE), em Boston (MA). Popular na Nova Inglaterra, a notícia sobre a prisão do líder religioso abalou a comunidade brasileira na região, publicou o jornal comunitário Brazilian Times.
Após o incidente, surgiram vários boatos sobre os motivos que o levaram a um presídio, entretanto, duas semanas depois, José Roberto foi liberado e visitou a redação do jornal local para explicar o acontecido. "Eu estava apenas passando férias no presídio", brincou.
O primeiro boato rebatido foi o de que tinha sido preso porque agrediu a sua antiga esposa. "Isso é uma inverdade, mas realmente ela fez uma acusação e pediu que fosse emitida uma "restraining order", para que eu não me aproximasse dela", disse ele.
Segundo o líder religioso, tal denúncia ocorreu em 23 de fevereiro deste ano e no dia 25 ele recebeu a intimação para comparecer à audiência, que aconteceu no dia 27. Na ocasião, José Roberto esteve perante o juiz que não acatou as alegações da antiga esposa e deu por encerrado o caso, escreveu o jornal.
Com relação à sua prisão, José Roberto explicou que recebeu um comunicado de que deveria ir ao escritório do ICE, pois a sua empresa de segurança (Garra) teria um funcionário que estaria andando armado. O pastor procurou saber do que se tratava e, orientado por uma pessoa, foi até o local indicado. Chegando ao escritório, José Roberto foi interrogado por 5 horas, e apresentou os documentos de sua empresa, a ordenação como pastor/capelão e outras posições sociais adquiridas.
"Também mostrei que o indivíduo procurado não faz parta da Garra, a qual tem em seu quadro de funcionários profissionais preparados e experientes", frisou ele.
Roberto detalhou que o problema começou quando eles enviaram o seus dados ao FBI e outros órgãos federais. Na ocasião, foi constatada a existência da "restraining order" contra ele. "Os oficiais decidiram, então, me segurarem por três dias para checar se havia mais algo emitido em meu nome e me levaram para um presídio da Imigração por eu também estar ilegal no país", relatou.
Segundo ele, a demora em liberá-lo deveu-se à burocracia e lentidão dos agentes e levou-o a contratar um advogado para ajudá-lo. "Se não fosse isso, eu poderia estar preso ainda", especulou, frisando que gastou aproximadamente US$ 3 mil com os custos da prisão.
No presídio, ele teve a oportunidade de exercitar os seus dotes religiosos, pois conheceu vários imigrantes brasileiros e acabou formando um grupo que orava três vezes ao dia. "Nós nos reunimos às 8 horas, às 18 horas e no início da madrugada", detalhou.
O pastor disse que existem mais de 200 brasileiros detidos no local aguardando a deportação. Na ocasião, Roberto coletou depoimentos de alguns deles, os quais serão publicados em um livro com data marcada para lançamento em dois meses. "Vamos contar as histórias de cada um, seus objetivos e tudo que os envolve", prometeu.
Depois de ficar detido por 15 dias, Roberto compareceu à sua audiência e levou, segundo ele, uma carta escrita pelos próprios agentes que solicitava ao juiz a não deportação do brasileiro. Roberto detalhou que até mesmo o promotor público disse ao juiz que não via motivos para removê-lo do país.
"Além de me colocar em liberdade, o juiz ainda me orientou a solicitar a minha legalização no país e disse que o meu advogado saberia o caminho certo a ser tomado", comentou.
A posição de capelão concede ao pastor brasileiro visitar indivíduos em presídios e enfermarias de hospitais. "Estarei solicitando para que eu possa visitar, pelo menos uma vez por mês, os presos que se encontram detidos no presídio que eu estive preso", disse ele, acrescentando que "tudo deu certo em sua vida e esta prisão serviu para abrir caminho para a sua legalização".

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