Em 27 de junho, o pastor evangélico José
Roberto, que também dirige uma empresa de segurança, a Garra Security, foi
preso depois de comparecer ao escritório do Departamento de Imigração (ICE), em
Boston (MA). Popular na Nova Inglaterra, a notícia sobre a prisão do líder
religioso abalou a comunidade brasileira na região, publicou o jornal
comunitário Brazilian Times.
Após o incidente, surgiram vários boatos
sobre os motivos que o levaram a um presídio, entretanto, duas semanas depois,
José Roberto foi liberado e visitou a redação do jornal local para explicar o
acontecido. "Eu estava apenas passando férias no presídio", brincou.
O primeiro boato rebatido foi o de que
tinha sido preso porque agrediu a sua antiga esposa. "Isso é uma
inverdade, mas realmente ela fez uma acusação e pediu que fosse emitida uma
"restraining order", para que eu não me aproximasse dela", disse
ele.
Segundo o líder religioso, tal denúncia
ocorreu em 23 de fevereiro deste ano e no dia 25 ele recebeu a intimação para
comparecer à audiência, que aconteceu no dia 27. Na ocasião, José Roberto
esteve perante o juiz que não acatou as alegações da antiga esposa e deu por
encerrado o caso, escreveu o jornal.
Com relação à sua prisão, José Roberto
explicou que recebeu um comunicado de que deveria ir ao escritório do ICE, pois
a sua empresa de segurança (Garra) teria um funcionário que estaria andando
armado. O pastor procurou saber do que se tratava e, orientado por uma pessoa,
foi até o local indicado. Chegando ao escritório, José Roberto foi interrogado
por 5 horas, e apresentou os documentos de sua empresa, a ordenação como
pastor/capelão e outras posições sociais adquiridas.
"Também mostrei que o indivíduo
procurado não faz parta da Garra, a qual tem em seu quadro de funcionários
profissionais preparados e experientes", frisou ele.
Roberto detalhou que o problema começou
quando eles enviaram o seus dados ao FBI e outros órgãos federais. Na ocasião,
foi constatada a existência da "restraining order" contra ele.
"Os oficiais decidiram, então, me segurarem por três dias para checar se
havia mais algo emitido em meu nome e me levaram para um presídio da Imigração
por eu também estar ilegal no país", relatou.
Segundo ele, a demora em liberá-lo
deveu-se à burocracia e lentidão dos agentes e levou-o a contratar um
advogado para ajudá-lo. "Se não fosse isso, eu poderia estar preso
ainda", especulou, frisando que gastou aproximadamente US$ 3 mil com os
custos da prisão.
No presídio, ele teve a oportunidade de exercitar os seus dotes religiosos,
pois conheceu vários imigrantes brasileiros e acabou formando um grupo que
orava três vezes ao dia. "Nós nos reunimos às 8 horas, às 18 horas e no
início da madrugada", detalhou.
O pastor disse que existem mais de 200
brasileiros detidos no local aguardando a deportação. Na ocasião, Roberto
coletou depoimentos de alguns deles, os quais serão publicados em um livro com
data marcada para lançamento em dois meses. "Vamos contar as histórias de cada um, seus objetivos e tudo que os
envolve", prometeu.
Depois de ficar detido por 15 dias,
Roberto compareceu à sua audiência e levou, segundo ele, uma carta escrita
pelos próprios agentes que solicitava ao juiz a não deportação do brasileiro.
Roberto detalhou que até mesmo o promotor público disse ao juiz que não via
motivos para removê-lo do país.
"Além de me colocar em liberdade, o
juiz ainda me orientou a solicitar a minha legalização no país e disse que o
meu advogado saberia o caminho certo a ser tomado", comentou.
A posição de capelão concede ao pastor
brasileiro visitar indivíduos em presídios e enfermarias de hospitais.
"Estarei solicitando para que eu possa visitar, pelo menos uma vez por
mês, os presos que se encontram detidos no presídio que eu estive preso",
disse ele, acrescentando que "tudo deu certo em sua vida e esta prisão
serviu para abrir caminho para a sua legalização".
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