No final de 2010, teve início o que ficou conhecido no mundo todo como
“Primavera Árabe”. Diversas revoltas populares em países como Tunísia, Egito,
Líbia e Iêmen levaram a geopolítica mundial à outra ordem.
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As praças das cidades foram tomadas por pessoas comuns, sedentas por uma mudança radical no governo. Ditadores cruéis, que estavam, há anos, no poder, foram depostos; muitos civis foram mortos e feridos; a identidade das nações que compõem o leque das revoluções foi repensada.
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As praças das cidades foram tomadas por pessoas comuns, sedentas por uma mudança radical no governo. Ditadores cruéis, que estavam, há anos, no poder, foram depostos; muitos civis foram mortos e feridos; a identidade das nações que compõem o leque das revoluções foi repensada.
Essa é a atual situação da Síria. Rebeldes reivindicam contra o
presidente Bashar al-Assad, que está há 11 anos no poder. O número mais
recente divulgado pelo escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações
Unidas (ONU) revela que, desde o início das revoltas, mais de cinco mil pessoas
morreram em conflitos de repressão política no país.
Situação dos cristãos
“A situação na Síria está piorando. Os
cristãos que conseguem um lugar de refúgio estão abandonando o país; mas,
diferentemente dos anos que sucederam a queda de Saddam Hussein no Iraque,
quando milhares de cristãos fugiram, os países vizinhos fecharam suas
fronteiras para os sírios”, contou uma das fontes da Portas Abertas na Síria
(Saiba mais em Violência, na Síria,
afeta a vida dos Cristãos).
Em meio a tudo isso, a Portas Abertas
tem trabalhado junto às igrejas locais. “Nós continuamos, por exemplo, nosso
apoio a uma operação de ajuda aos refugiados das cidades mais afetadas”, disse
um porta-voz da instituição. "Muitos estão na cidade e ao redor de Damasco, por isso ainda é muito fácil ir
até lá e ajudá-los. Assim, o trabalho de assistência que participamos pode ser
executado como previsto”, declarou.
Para os cristãos sírios que desejam
fugir da violência, não há muitas possibilidades. Eles procuram nações onde há
certa liberdade de religião; porém, a Jordânia, por exemplo, já fechou suas
fronteiras. "Somente no Líbano ainda há uma saída. Quem tem o dinheiro e a oportunidade de deixar
sua casa, está saindo, especialmente de Aleppo. Disseram-me que há rumores de
que o número de cristãos em território sírio caiu consideravelmente”, completou
o porta-voz da Portas Abertas.
Evidentemente que, devido à atual situação
de guerra civil no país, é difícil verificar os números. A população da Síria é
de, aproximadamente 22,5 milhões. Segundo dados da Portas Abertas, acredita-se
que o número de cristãos em 2011 era de, pelo menos, 1,6 milhões. "Nós não
acreditamos que milhares de cristãos deixaram o país", disse o porta-voz,
em resposta aos recentes rumores. "Muitos permanecem porque não podem ir a
qualquer lugar. Só os ricos conseguem ir ao Líbano. Entre as pessoas deslocadas
internamente, há um número de cristãos, mas que certamente não somam milhares”,
afirmou.
De acordo com uma fonte síria, os
líderes cristãos ainda estão conseguindo “manter-se firmes e em pé”. "Os
pastores e líderes querem ficar no país e incentivar suas congregações”,
acrescentou. Alguns deles foram avisados por parentes que deveriam sair; “mas
eles estão se recusando por preferir ajudar os outros”, disse.
"Nossos contatos estão ainda no
mesmo lugar", afirmou o porta-voz da Portas Abertas. "Mas",
respondeu o sírio "as coisas podem mudar. Cidadãos disseram-me que estão
sofrendo com a falta de gasolina e combustível e, muitas vezes, não tem
eletricidade em Aleppo e Damasco, por dias, assim como em muitas outras áreas”.
Os combates têm chegado perto dos moradores da capital Damasco.
"Recentemente tem havido problemas na área cristã de Bab Toma, no antigo
centro da cidade. Alguns combatentes da oposição esconderam suas armas nas
vielas do bairro. "Assim, a tensão é sentida em toda parte”, relatou.
Novidades em campo
Ontem (23), a agência de notícias AFP
informou que, após a madrugada de terça para quarta-feira, marcada por
conflitos armados, o exército conseguiu recuperar o controle dos bairros
cristãos de Aleppo, que foram tomados por rebeldes sírios. Os insurgentes foram
expulsos. Segundo um registro provisório do Observatório Sírio de Direitos
Humanos, OSDH, nesta quinta (23), 111 pessoas morreram em todo o país (71
civis, 31 soldados e nove rebeldes).
A boa notícia é que, mesmo em guerra
civil, as igrejas estão chegando aos amedrontados e feridos, servindo
fielmente. A mensagem do evangelho está sendo divulgada e as pessoas estão mais
receptivas. "Membros das Igrejas fazem muitas visitas domiciliares, dão
apoio médico, distribuem alimentos, e às vezes ajudam no pagamento do aluguel.
Muitos refugiados deixaram tudo para trás e se envergonham da dor e do
sofrimento que passam”, disse o porta-voz da Portas Abertas.
"Apesar da situação delicada do
país, nós conseguimos dar continuidade em nosso trabalho com as igrejas na
Síria", falou o porta-voz. "Nós apoiamos igrejas em acampamentos de
verão para crianças e, ajudamos com seus programas de discipulado. Mas também
auxiliamos várias igrejas na distribuição de comida e artigos de primeira
necessidade”, finalizou (Leia Igreja síria permanece
firme em meio à crise)
Pedidos de
oração:
- Ore
por paz na Síria.
- Peça
ao Senhor para que a Igreja permaneça fortalecida, mesmo em contexto de
guerra civil.
- Interceda
por líderes cristãos que saibam reagir diante da situação em que estão
vivendo.
- Clame
a Deus para que o mal seja revertido em bem, para que, pela glória do Seu
nome, a igreja possa receber graça para continuar de pé.
*Por motivos
de segurança, os contatos citados na notícia não podem ser identificados pelo
nome.
Conheça mais sobre a Síria, 36º país na classificação de nações onde há mais
perseguição aos cristãos.
FontePortas Abertas Internacional
TraduçãoAna Luíza Vastag
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