Albert Mohler
(AlbertMohler.com)
— A revolução sexual das últimas décadas transformou qualquer conversa pública
sobre sexo e sexualidade. Os revolucionários dirigiram sua atenção para a
desmantelação de um edifício inteiro de moralidade sexual que estava
basicamente intacto por mais de 2.000 anos.
Em determinada altura da revolução
sexual, fizeram-se campanhas para legalizar a prostituição como um “crime sem
vítima”, um termo que qualquer um conseguia reconhecer como uma contradição. A
maioria dessas campanhas não deu em nada nos Estados Unidos e em grande parte
da Europa, embora agências policiais progressistas muitas vezes fizessem vista
grossa e fizessem muito pouco para coibir o mercado de sexo ilícito.
Então algo verdadeiramente interessante
começou a acontecer. Forças influentes na sociedade começaram a notar a
extensão e magnitude do mercado sexual. Agências policiais começaram a
reconhecer o fato de que mulheres, junto com meninas e meninos menores de
idade, estavam sendo traficados por meio de redes internacionais de gangsteres.
No fim da década passada, autoridades americanas estavam cientes de que o
tráfico sexual estava ocorrendo em grandes e pequenas cidades. Mulheres, junto
com meninos e meninas, estavam sendo raptados em regiões longínquas do mundo e
das ruas de cidades americanas, para serem vendidos no que pode ser considerado
escravidão sexual.
Com o tempo, a sombra do tráfico sexual
internacional se tornou evidente em redes criminosas que abrangem o mundo
inteiro. Mulheres e crianças que respondem a anúncios de modelos, empregadas
domésticas e babás acabam sendo vendidas à escravidão e transportadas
pelo mundo inteiro.
Americanos ricos fazem reservas, para
suas férias, em destinos onde é possível comprar seres
humanos facilmente, inclusive crianças, para satisfazer seu apetite sexual
predileto. Em 2012, durante o campeonato de futebol americano, autoridades
americanas alertaram que centenas de meninas e meninos menores de idade, que
“trabalham” na prostituição, seriam trazidos para a cidade anfitriã do
campeonato. Esses acontecimentos tornam impossível negar que existe uma rede
internacional de tráfico sexual.
Então veio a notícia de que pelo menos
onze agentes do Serviço Secreto haviam se envolvido num escândalo de
prostituição em Cartagena, Colômbia, antes de uma visita ali do presidente
Barack Obama. Crê-se que vários membros das forças armadas dos Estados Unidos
estavam também envolvidos. Ao mesmo tempo em que o escândalo começou a explodir,
os meios de comunicação internacionais noticiaram que cidades como Cartagena se
tornaram imãs para o comércio sexual, com grande parte de seu negócio fornecido
por americanos lascivos.
Críticos do Serviço Secreto indicaram
que muitos de seus agentes adotaram um lema de “aqueça-se e esqueça que você é
casado”, sugerindo planos para visitar prostitutas em sua cidade destino.
Eles planejavam seu envolvimento com prostitutas muito antes de sua chegada
para “adiantar” a viagem do presidente, conforme as alegações.
Como se os americanos não tivessem
ficado suficientemente chocados, o jornal USA Today noticiou
que o escândalo do Serviço Secreto não era “nenhuma aberração”. Kirsten Powers
relatou: “Homens que trabalham no exterior para o governo dos EUA se envolvem
nesse tipo de conduta tão frequentemente que o Pentágono foi forçado em 2004 a elaborar um
regulamento antiprostituição para impedir as forças armadas de cumplicidade na
promoção do tráfico sexual”.
Parece que o regulamento não refreou os
que estavam envolvidos no escândalo de Cartagena, nem muitos outros. Powers
também informou que o governo americano está, há algum tempo, ciente de que boa
parte do poder do submundo internacional de tráfico sexual vem de funcionários
do governo americano, tanto civis quanto militares.
Powers citou o deputado federal
Christopher Smith (R-NJ), que declarou que “mulheres e crianças estão sendo
forçadas à prostituição para clientes que consistem em grande parte de membros
das forças armadas dos EUA, trabalhadores contratados pelo governo dos EUA e
soldados internacionais das tropas de paz”.
Um relatório indica que meninas novas
estão sendo raptadas da Europa Oriental “especificamente para serem vendidas
para uso sexual para trabalhadores contratados pelo governo dos EUA”. Esses
trabalhadores estão em outros países sob o patrocínio do governo dos EUA para
estabelecerem paz e segurança…
Conforme Kirsten Powers comentou:
“Representantes do governo dos EUA deveriam estar dando o exemplo para o mundo,
não alimentando o problema do tráfico sexual. As chances de que as mulheres ou
meninas que os agentes do Serviço Secreto obtiveram para seu prazer estavam ali
por livre vontade são muito pequenas. Muito provavelmente, elas eram escravas
sexuais”.
Felizmente, há muito menos falatório
nestes dias sobre prostituição e tráfico sexual como um “crime sem vítima”.
Poucos crimes oferecem tal perspectiva funesta acerca da realidade moral
humana. Há um mercado pronto para todos os tipos de lascívia, e os sindicatos
criminosos estão sempre de prontidão para vender seres humanos e produtos por
um preço.
Mostrando que o problema está ocorrendo
dentro dos EUA também, Nicholas Kristof, em sua reportagem do jornal The
New York Times, contou o caso de uma prostituta na cidade de Nova Iorque.
“Se você acha que o tráfico sexual só ocorre em lugares distantes como Nepal ou
Tailândia, então você deveria dar atenção a uma jovem que é especialista no
tráfico sexual dos EUA com quem conversei outro dia”, escreveu ele. “Mas,
primeiro, deseje a ela feliz aniversário. Ela faz 16 anos de idade na próxima
quinta-feira”.
Kristof estava falando de “Brianna”, que
havia sido raptada e vendida ao comércio sexual depois de fugir de casa por
apenas uma noite quando tinha 12 anos. Ele também descreveu a proeminência de
grandes sites na internet de tráfico sexual, um dos quais “contém 70 por cento
dos anúncios de prostituição dos EUA”. Brianna relatou que ela havia sido
oferecida em tal site, estimando que metade do negócio em que ela foi vendida
veio por meio do site. O que é assustador é que Kristof também informou que
grandes empresas financeiras de Wall Street estão ganhando lucro com o negócio.
Kirsten Powers acertou em cheio quando
escreveu: “Nós temos uma epidemia global de tráfico sexual”. Só posso ficar
imaginando quantos americanos compreendem que “nós” nessa declaração significa
nós — o povo americano. Quando um congressista pode confessar para nós todos
que mulheres e meninas estão sendo forçadas a entrar no comércio sexual para
clientes “que consistem em grande parte” de autoridades do governo dos EUA e
trabalhadores contratados pelo governo americano junto com as forças armadas
americanas, esse problema se torna a responsabilidade de todos os americanos.
Os cristãos americanos que entendem o
escândalo incompreensível e horror moral do tráfico sexual precisam reconhecer
que esta é uma questão de elevada prioridade moral.
Precisamos exigir a imposição de leis
criadas para proteger os seres humanos de serem vendidos para a escravidão
sexual e a instauração de processo daqueles que estão envolvidos no tráfico
sexual. Precisamos exigir que todos os americanos envolvidos em tais atividades
sejam levados a juízo e julgados na totalidade da lei, e que todo esforço seja
feito para libertar mulheres e jovens da escravidão sexual.
Nenhum americano pode descansar com uma
consciência tranquila enquanto os Estados Unidos são conhecidos no mundo
inteiro por enviar autoridades, empresários, funcionários do governo e membros
das forças armadas cujo lema é “aqueça-se e esqueça que você é casado”.
Esse escândalo revelou que o conceito do
americano arrogante e insensível, que faz o que bem quer em outros países,
assumiu uma nova e humilhante dimensão.
Publicado com a permissão de AlbertMohler.com
Traduzido por Julio Severo do artigo de LifeSiteNews: The ugly American - sex trafficking and our national
humiliation
Fonte: www.juliosevero.com
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