Roldão Arruda, O Estado de S.Paulo
Comentário de Julio Severo: Depois que repostei ontem artigo
da mídia secular (http://bit.ly/1rFcmOw) em que Jean Wyllys louva o programa
de governo de Marina, muitos internautas se queixaram: “Não pode ser! Isso
não é verdade! Você está mentindo.” Sim, é verdade. A matéria do Estadão que
estou publicando agora mostra que Marina mandou remover o trecho sobre “LGBT”
somente DEPOIS de sentir a pressão do púbico. O mesmo fenômeno ocorreu na
eleição presidencial de 2010. Quando Dilma sentiu a pressão pró-vida e
pró-família da população evangélica e católica, ela mudou o discurso. Da
noite para o dia a petista pró-aborto se transformou em devota católica
pró-vida! Mudança em época de eleição SEMPRE é presságio de futuras
decepções. Não foi diferente com Dilma. Por que seria diferente com Marina,
que vem da mesma base? O escritor russo Fyodor Dostoevsky disse: “O
socialista que é cristão deve ser mais temido do que o socialista que é
ateu.” Ele temeria mais uma Dilma ateia do que uma Marina evangélica? Uma
coisa é clara: Marina leu o programa de governo dela antes do povo. Por que
ela esperou a reação do público evangélico para mudar? Falta-lhe valores para
tomar atitudes coerentes com o Evangelho sem precisar da nossa pressão? O
Estadão só não mencionou que Marina alterou a seguinte declaração:
“precisamos superar o fundamentalismo incrustado no Legislativo e nos
diversos aparelhos estatais, que condenam o processo de reconhecimento dos
direitos LGBT e interferem nele.” “Fundamentalismo” é o termo que a esquerda
em geral e o movimento homossexual usam para designar os cristãos e seus
esforços pró-família. Por ora, depois da reação evangélica, esse ranço
anticonservador foi removido. Eis o artigo do Estadão:
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Comitê da candidata do PSB à Presidência
afirma ter havido ‘falha processual na editoração’ do programa lançado e
divulga ‘errata’.
Decorridas menos
de 24 horas do lançamento oficial de seu programa de governo, a candidata do
PSB à Presidência, Marina Silva, emitiu nota oficial para retificar o que havia
prometido em relação à defesa dos direitos da população homossexual.
Alegando "falha processual na
editoração do texto" divulgado, ela recuou em relação aos pontos mais
polêmicos e rejeitados pelos pastores de denominações evangélicas, onde se
abriga parte considerável de seu eleitorado.
Ontem, após a divulgação do programa, ao
mesmo tempo que as redes sociais registravam manifestações de apoio da
comunidade LGBT, pastores e políticos da
bancada evangélica disparavam críticas, insinuando que Marina perderia o apoio
do eleitorado de suas igrejas.
Um dos pontos que
mais deixam evidente o recuo da candidata, que pertence à igreja Assembleia de
Deus, é a supressão da promessa de "articular no Legislativo a votação da
PLC 122". O objetivo desse projeto de lei, que tramita desde 2006, é
equiparar o crime de homofobia ao racismo, com a aplicação das mesmas penas
previstas em lei.
Desde que surgiu, ele tem sido combatido
pela bancada evangélica, com o argumento de que pastores que atacarem a
homofobia em seus programas de rádio e TV também poderão criminalizados, o que
seria uma restrição do ponto de vista da liberdade religiosa.
Outro recuo dos
mais notáveis se refere à união entre pessoas do mesmo sexo. Na versão
original, Marina prometeu "apoiar propostas em defesa do casamento civil e
igualitária com vistas à aprovação dos projetos de lei e da emenda
constitucional em tramitação, que garantem o direito ao casamento igualitário
na Constituição e no Código Civil". Na proposta modificada, ela diz que
vai "garantir os direitos oriundos da união civil entre pessoas do mesmo
sexo".
Em outras palavras, ela vai se limitar a
cumprir determinações legais já existentes, que surgiram do Supremo Tribunal
Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que reconhecem a união
civil entre pessoas do mesmo sexo e obriga os cartórios a registrar essas uniões.
A promessa, portanto, apenas informa que a determinação do Supremo será
cumprida. O que os gays reivindicam é uma lei que garanta o direito à união na
Constituição. Isso os deixaria livres de mudanças nas interpretações do STF e
do CNJ. Em outras palavras, teriam mais segurança.
Kit escolar.
Marina se igualou à atual presidente Dilma Rousseff ao suprimir do programa a
promessa de "desenvolver material didático destinado a conscientizar sobre
a diversidade de orientação sexual e as novas formas de família".
Em 2011, pressionada pela bancada
evangélica no Congresso, Dilma interrompeu a distribuição de material didático
que se destinava justamente a combater a intolerância nas escolas, afirmando
que seu governo não faria divulgação de nenhum tipo de orientação sexual. De la
cá para cá, Dilma tem sido duramente criticada pela comunidade LGBT por essa
decisão. Na sexta-feira, com a divulgação de seu programa, Marina ganhou
elogios de quase toda a comunidade, que voltou a se lembrar da atitude de
Dilma.
O terceiro ponto
mais notável é o que trata da aprovação do Projeto de Lei da Identidade de
Gênero Brasileira, mais conhecida como Lei João Nery. Seu objetivo é
regulamentar o direito à troca de nomes de transexuais e travestis, dispensando
a enorme burocracia que são obrigados a enfrentar hoje. Marina havia prometido
mobilizar a bancada de governo no apoio à lei. No texto divulgado ontem, ela
suprimiu a intenção de trabalhar pela aprovação.
Fonte: Estadão
Divulgação: www.juliosevero.com
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