Sara Winter,
conhecida nacionalmente por participar de protestos a favor do aborto e
participar de programas de TV defendendo a liberdade de decisão das mulheres
sobre suas escolhas, publicou em sua página no Facebook dois relatos sobre
mudanças significativas de opinião em relação aos temas que fazem parte dos
principais debates na sociedade.
No primeiro artigo, Sara Winter expressa
que após seu primeiro aborto, se arrependeu amargamente, e que após engravidar
novamente, decidiu levar a gestação até o final e agora, é contra o aborto. Com
o nascimento do filho, a feminista disse que decidiu também expor sua opinião
contra a ideologia de gênero, que prega que uma pessoa pertence ao gênero que
escolher, não ao qual nasceu.
Junto com a corajosa exposição de sua
mudança de opinião sobre o aborto, Sara pediu perdão às pessoas que se sentiram
ofendidas com sua postura ao longo dos anos sobre o tema: “Eu me arrependi de
ter abortado e hoje peço perdão. Meu texto começa assim. Porque é a síntese de
tudo o que eu sinto. Amanhã faz um mês que meu bebê nasceu e minha vida ganhou
um novo sentido. Estou escrevendo isso enquanto ele dorme sereno no meu colo. É
a melhor sensação do mundo”, escreveu a feminista.
“A minha experiência de ter quase perdido a
vida, de ter tido sequelas, pesadelos horríveis e de quase ter perdido meu bebê
me tornou uma mulher CONTRA O ABORTO. Isso mesmo, eu Sara Winter, sou CONTRA O
ABORTO”.
Sobre a ideologia de gênero, Sara expressou
o que parece ser o entendimento da maioria das pessoas sobre o tema: “Eu não
acredito que uma pessoa possa se identificar com um gênero e a partir de então
pertencer a ele. Ou seja, essa ladainha de ‘eu sou mulher porque me sinto
mulher’, eu não acredito e não apoio. Pra mim mulher é quem nasce com vagina e
homem é quem nasce com pênis. ATENÇÃO AQUI: eu não tenho absolutamente nada
contra pessoas transexuais, eu só não acredito que trocar de roupas, colocar
silicone e fazer a transição com hormônios e cirurgia possa mudar o gênero de
alguém”, escreveu.
Em relação à forma de escrita adotada por
muitos ativistas, Sara Winter destacou que é contra, pois sob um pretexto de
inclusão, resulta na exclusão de outros: “Meu filho é filho. Eu não concordo
mais com essa besteira de filhx, e ficar usando o X (linguagem inclusiva), até
porque é uma linguagem elitista. É difícil de ler, de entender e explicar para
as pessoas”, opinou.
Confira trechos do relato da feminista Sara
Winter sobre o aborto:
EU ME ARREPENDI DE TER ABORTADO E HOJE PEÇO
PERDÃO.
Meu texto começa assim. Porque é a síntese
de tudo o que eu sinto.
Amanhã faz um mês que meu bebe nasceu e
minha vida ganhou um novo sentido. Estou escrevendo isso enquanto ele dorme
sereno no meu colo. É a melhor sensação do mundo.
Eu ensaiei este texto milhares de vezes durante
meses na minha mente e talvez ele não saia tão brilhante como eu gostaria que
saísse, mas o mais importante que gostaria de que chegasse a vocês é que, por
favor, mulheres que estão desesperadas para abortar, pensem muito, eu me
arrependi muito, não quero o mesmo destino pra vocês.
Eu sou feminista e sempre serei. Isso
significa que eu quero e luto pra que mulheres tenham os mesmos direitos e
acesso a políticas públicas específicas (…)
Um dos maiores problemas que tive contato
com o feminismo nesses meus 3 anos e meio de militância foi o INCENTIVO AO
ABORTO.
Não estamos falando de pessoas que militam
para que o aborto seja legalizado, estamos falando aqui, de mulheres que
organizam grupos online para DISTRIBUIÇÃO DE CYTOTEC (misoprostol – droga
abortiva proibida no Brasil). Estamos falando de mulheres brancas e de classe
média que se unem para comprar essa droga para outras mulheres, inclusive,
meninas menores de idade. Estamos falando de mulheres que incentivam o
abortamento e acreditam que o método é uma forma de empoderamento da mulher.
Eu caí nessa ladainha. Eu quase morri.
Uma feminista me deu a droga, e eu num
momento de desespero, abortei. A mesma feminista sequer me avisou sobre o pós
procedimento, mais conhecido como CURETAGEM. Não me deu qualquer suporte
emocional, qualquer ombro amigo. Dez dias depois eu sangrei até quase morrer e
tive sequelas gravíssimas.
Ironia do destino ou não, quem me ajudou
foi um HOMEM que de pró feminista não tinha nada.
Eu não estou falando que toda feminista faz
isso, veja bem, mas muitas fazem e essas são a escória irresponsável do
movimento e que na minha opinião deveriam ser presas por tráfico de drogas e
tentativa de homicídio.
Isso não aconteceu apenas comigo, isso
acontece todos os dias.
O aborto clandestino não é seguro.
Eu recebi um laudo médico de que se eu
desejasse engravidar novamente teria de fazer ANOS E ANOS de tratamento. Fiquei
arrasada, um arrependimento terrível tomou conta de mim (…)
Sete meses depois de abortar eu engravidei
novamente. Essa foi a maior felicidade da minha vida. Mesma sabendo que o
progenitor não iria me ajudar com absolutamente nada, Deus me deu uma segunda
chance.
Infelizmente por conta da aborto meses
antes, minha gravidez foi de alto risco nos primeiros meses. O medo de perder
meu bebê me assombrava todos os dias. Tive sangramentos, tive que ficar de
repouso por dias, interromper todas as minhas atividades, foi um verdadeiro
martírio.
O tempo todo eu pensava “porque aquela
feminista que me deu cytotec não me falou que eu poderia morrer tomando isso?”,
se eu que sou ativista feminista e tenho acesso a internet era completamente
ignorante no assunto, imaginem mulheres que não tem esse mesmo privilégio?
Eu escrevi algumas vezes isso no meu perfil
pessoal e fui atacada por feministas que me chamaram de pró vida, e disseram
que a decisão foi minha de abortar e que eu estou sujando o movimento contanto
isso. Mas as pessoas precisam saber da verdade. O feminismo deveria se
concentrar mais em salvar mulheres do que colocar a vida delas em risco.
A minha experiência de ter quase perdido a
vida, de ter tido sequelas, pesadelos horríveis e de quase ter perdido meu bebê
me tornou uma mulher CONTRA O ABORTO. Isso mesmo, eu Sara Winter, sou
CONTRA O ABORTO. (…)
Para as pessoas que não tem um pingo de
vergonha na cara e tem me mandado mensagens e comentários chamando meu filho de
ESTUPRADOR, eu imploro que parem. Uma criança não tem nada a ver com as
atitudes ou passada da mãe. PAREM. Meu filho merece todas as energias positivas
do mundo e merece crescer de maneira saudável fisicamente e mentalmente. Não
façam mal a ele.
Para todas as pessoas que eu possa ter
vindo a ofender sobre o assunto de aborto, eu peço, sem qualquer ressentimento:
me perdoem.
Sara Winter, 14 de Outubro de 2015.
Confira a íntegra do relato dela sobre a
ideologia de gênero:
MEU FILHO É XY E SOU MUITO FELIZ COM ISSO.
Algumas pessoas têm comentado aqui na page
sobre o que eu acho da Teoria de gênero.
Quero deixar claro que há mais de 1 ano eu
mudei minha concepção de gênero.
Eu não acredito que uma pessoa possa se
identificar com um gênero e a partir de então pertencer a ele. Ou seja, essa
ladainha de “eu sou mulher porque me sinto mulher”, eu não acredito e não
apoio.
Pra mim mulher é quem nasce com vagina e
homem é quem nasce com pênis.
ATENÇÃO AQUI: eu não tenha absolutamente
nada contra pessoas transexuais, eu só não acredito que trocar de roupas,
colocar silicone e fazer a transição com hormônios e cirurgia posso mudar o
gênero de alguém.
Cada pessoa é livre para acreditar no que
quiser e eu acredito nisso. E se pessoas transexuais se sentem melhor e mais
confortável assim, pois que assim sejam e merecem respeito e segurança, mesmo
que eu ou qualquer outro não acredite na teoria de gênero.
Não se “vira” mulher quando se passa batom,
coloca silicone e começa a falar fino. Ser mulher é MUITO MAIS DO QUE ISSO.
Assim, como duvido muito que uma mulher que coloque roupas largas e corte o
cabelo terá privilégio que homens tem, como ganhar um salário 30% maior, tem
mais segurança na rua…
Portanto meu filho é filhO. Eu não concordo
mais com essa besteira de filhx, e ficar usando o X (linguagem inclusiva), até
porque é uma linguagem elitista. É difícil de ler, de entender e explicar pras
pessoas.
Sobre roupas e brinquedos do meu filho, eu
pretendo deixar ele escolher tudo isso. Quer usar azul? Use. Quer usar rosa?
Use. Quer usar roxa, laranja, verde, amarelo, vermelho? Use. E brinque com o
que quiser
Eu não acredito que a cor da roupa dele vá
influenciar em sua identidade de gênero ou orientação sexual. Criança tem que
brincar e deixar a criatividade fluir, tem que ser criança.
Edit: Eu não comecei a pensar assim depois
que tive meu filho, há mais de um ano eu não acredito em teoria de gênero, mas
nunca comentei publicamente pois eu tinha MEDO de retaliação das outras
feministas. Hoje, não tenho mais.
Fonte: ComShalom
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