segunda-feira, 31 de maio de 2010

COMO USAMOS O MAPEAMENTO ESPIRITUAL?



Por Kjell Sjoberg
O mapeamento espiritual com freqüência é usado como confir­mação de coisas que já pudemos ver no Espírito.
Uma vez que a nossa estratégia de guerra espiritual seja confirmada a partir de várias fontes, então poderemos avançar com maior ousadia.
 Se o Senhor revelar-nos o nome do valente de uma cidade, isso terá de ser confir­mado pelas Escrituras e pela história.
Se tal valente tiver estado nas imediações por centenas de anos, então certamente ele terá deixado impressas as suas pegadas na história e na geografia da cidade.
E tudo quanto precisamos saber sobre o nosso inimigo e suas tropas também foi revelado na Bíblia.
Usamos o mapeamento espiritual quando planejamos a nossa estratégia de oração.
Que tipo de armas espirituais devemos usar?
Qual é a natureza do campo de batalha?
Em qual ordem de seqüên­cia deveremos abordar as questões sobre as quais oraremos?
Deve haver confissão antes de começar a guerra.
Primeiramente, cancelamos os convites feitos ao valente espiritual, antes de podermos ordenar que ele se vá embora.
As pesquisas nos ajudam no que diz respeito ao tempo e aos lugares que visitaremos.
O mapeamento espiritual mostra-nos quem deveria estar envolvido.
Quando trata­mos do comércio escravagista, por exemplo, convidamos representantes das nações que estiveram envolvidos no comércio escravagista, para que se arrependam em favor de suas nações.
Na ocasião em que abordamos a questão da Inquisição Espanhola, con­videi um descendente direto de uma família judaica que tinha sido expulsa da Espanha, a fim de participar da equipe.
Não nos devemos sentir escravizados à nossa pesquisa.
Não usa­mos todo o material preparado por pesquisadores cuidadosos.
Davi tinha cinco pedras quando se encontrou com o gigante Golias, em campo de batalha, mas ele usou apenas uma daquelas pedras a fim de vencer o gigante.
Precisamos de uma grande precisão de pontaria para atingirmos o inimigo em seu ponto mais vulnerável.
A sabedoria na batalha consiste em obter a vitória sem desperdiçar munição.
Depois de termos realizado uma pesquisa e de termos apresenta­do o nosso mapeamento espiritual aos líderes da cidade em pauta, usualmente indagamos:
"Vocês já cuidaram antes dessas coisas, em oração?"
Não queremos repetir o que pastores e igrejas já fizeram.
De certa feita fomos aos pastores da cidade de Berlim e pergunta­mos:
"Vocês já cuidaram da culpa de sangue desta cidade, conside­rando que a Segunda Guerra Mundial começou em Berlim, tendo cau­sado a morte de milhões de pessoas?"
"Nunca pensamos sobre isso, e nunca ouvimos alguém confessar essa culpa de sangue em alguma igreja", foi a resposta que recebemos.
Algumas vezes, o mapeamento revela fatos até ali desconheci­dos, sobre áreas a respeito das quais já havíamos orado.
E isso confe­re-nos maior liberdade para tratar daquela área, munidos de um novo nível de compreensão.

Orando em Moscou, na Sede da KGB

Em outubro de 1987, organizamos uma oração de ação profética em Moscou, em conexão com as celebrações do septuagésimo aniversá­rio da Constituição Comunista Soviética.
O profeta Daniel entendeu que era chegado o tempo certo para ele interceder em prol do livra­mento de seu povo, depois dele ter descoberto a promessa de liberta­ção, que ocorreria após setenta anos de cativeiro na Babilônia.
O Senhor demonstrou seu poder ao estabelecer os limites de tempo das potestades malignas.
O Senhor nos deu fé para perceber que esse mesmo limite havia sido estabelecido para a opressão comunista que oprimia a crentes e judeus refugiados.
Tínhamos discernido cinco al­vos de oração para aquela noite, em Moscou, e um desses alvos era o quartel-general da KGB, a polícia secreta soviética.
Para aquela oração de ação foi distribuído material pesquisado acerca da KGB a doze pessoas na equipe de oração.
Ouvimos uma preleção de duas horas sobre a organização da KGB. A KGB tinha dezenove mil oficiais e quatrocentos mil agentes que trabalhavam por toda a União Soviética.
Ao redor do mundo inteiro eles dispunham de meio milhão de informantes.
O seu fundador foi Dzerzinsky, e a sua estátua fora erigida na praça defronte da prisão de Ljublanka.
No mapa de Moscou, foram assinalados lugares vinculados à KGB, onde eles treinavam os seus agentes, bem como a universidade Lumumba, onde recrutavam os seus agentes provenientes de outras nações.
A um minuto depois da meia-noite entre 17 e 18 de outubro de 1987, começamos a nossa oração de ação, perto do quartel-general da KGB.
Tínhamos recebido duas palavras de conhecimento, da par­te de um intercessor israelense e de uma irmã na Escócia, ambos os quais disseram que nos tinham visto orando em um túnel.
Defronte do quartel da KGB há uma estação subterrânea, com um túnel de passa­gem debaixo da praça. Descobrimos que esse túnel passava exata­mente por baixo da estátua de Dzerzinsky. O Senhor havia provido um lugar onde poderíamos orar com liberdade, sem sermos perturba­dos por quem quer que fosse.
Penetramos no túnel, e ninguém mais passou por ali, durante todo o tempo em que estivemos orando.
Ali proclamamos o Mene, Mene, Tekel e Parsim, o escrito na parede que tinha anunciado a queda do império babilônico (ver Dn 5.25). E oramos:
"No nome de Jesus, te amarramos, poder de Faraó, poder controlador de Assur, e te deixa­mos caído aos pés de Jesus. Proclamamos que tua sepultura foi pre­parada. Cortamos a tua influência pelas raízes".
A 22 de agosto de 1992, foi removida a estátua do fundador da KGB. Os arquivos secretos da KGB foram dados a público. Não há mais crentes naquela prisão Os refusniks (refugiados) judeus estão voltando para Israel.

TRATANDO AS RAÍZES DA ESCRAVIDÃO NA ÁFRICA

Em julho de 1992, os líderes de oração na África Ocidental con­vocaram intercessores do mundo inteiro para virem e ajudarem a efe­tuar uma tarefa intercessória histórica na Nigéria e na África Ociden­tal.
Essa tarefa consistia em tratar com as raízes da escravidão, que continuam afetando a mentalidade dos africanos.
Líderes negros na África têm ameaçado a sua própria gente, da mesma maneira que traficantes brancos de escravos têm tratado os escravos. A escrava­tura continua existindo na Mauritânia e entre algumas tribos do Sudão.
Preparando-nos para a conferência de oração em Lagos, na Nigéria, fizemos um estudo sobre o tráfico negreiro.
O mapeamento foi efetuado na antiga costa de escravos, famosa por seu comércio escravagista.
Obtivemos informações sobre os portos de escravos e sobre as fortalezas onde eram mantidos os escravos, em masmorras, antes de passarem pelo portão sem retorno.
Durante quatrocentos anos, oitenta milhões de escravos foram transportados em navios que partiam da ilha de Goree, perto de Dacar.
 Aquele era um lugar cruel de seleção, onde decidiam quais poderiam ser aproveitados para se­rem embarcados para os Estados Unidos da América. Os demais eram lançados aos tubarões, ou eram deixados para morrer à míngua.
Durante o período de protestos de arrependimento que tivemos, ficamos surpresos ao ver tantos africanos confessarem que seus an­tepassados tinham tomado parte na campanha de conquista de escra­vos, os quais eram vendidos aos negociantes de escravos.
Uma en­fermeira de Gana chorou e confessou que seu pai lhe havia dito, com muito orgulho, que a tribo dele tinha vendido escravos.
Hoje, as famí­lias que lucraram com a venda de escravos, gerações atrás, estão enfrentando problemas que o dinheiro não pode resolver.
Após a con­ferência de oração que abordou as raízes da escravidão, mediante arrependimento e oração de guerra, enviamos as nossas equipes para orarem nos centros e portos de escravatura, ao longo da costa da África Ocidental.
Sentimos que essa jornada de oração profética à África Ociden­tal não derrubou todas as fortalezas do inimigo, que estão sendo usa­das para manter em servidão grandes contingentes populacionais tan­to de negros quanto de brancos.
Entretanto, parte do pecado coletivo, arraigado no comércio escravagista, certamente foi confessado e re­mido.
Mas muito mais precisa ser feito nesse campo, e acredito que isso será feito em um futuro bastante próximo, conforme o Espírito Santo continuar falando às igrejas a respeito da guerra espiritual em nível estratégico.
Pelo mundo inteiro, Deus está levantando grandes números de intercessores para reforçar o exército espiritual.
Um dos grandes auxílios para os intercessores será uma crescente atividade quanto a um mapeamento espiritual inteligente, caracterizado pelo discernimento e pela sensibilidade diante do cronômetro de Deus.
 Fonte: Destruindo Fortalezas, Cap. 4 - C. Peter Wagner

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