Alguém que alcançou grandeza como um pregador-evangelista americano,
diretor de uma faculdade, místico e reavivalista.
Jonathan
Edwards não é apenas o maior de todos os teólogos e filósofos americanos, mas
também o maior de nossos escritores do período que antecede o século XIX. Dessa
maneira escreve Randall Stewart em seu livro: “Literatura Americana e Doutrina
Cristã”.
Aqui está um conciso resumo da
vida de Edwards, originado da hábil pena de Perry Miller:
“Jonathan
Edwards foi um dos cinco ou seis maiores artistas da América que,
afortunadamente, se decidiu por trabalhar com ideias ao invés de poemas e
novelas. Ele teve muito mais de psicólogo e homem sensível do que de um lógico.
Ainda que ele tenha devotado seu gênio a tópicos derivados do corpo teológico
(a vontade, virtude e o pecado), ele traçou-os da melhor maneira que um
expectador poderia fazer…”
Para
nós, ver Jonathan Edwards ascender ao seu púlpito hoje, com uma vela em uma mão
e seu sermão manuscrito em outra, causaria deboche na congregação. A partir de
nossos modernos assentos acolchoados da igreja, com galerias acarpetadas e
tranquilizante música de fundo, nós dificilmente capturaríamos a antiga
dignidade da igreja despretensiosa onde Edwards e outros mantiveram cativos os
corações e mentes dos seus ouvintes.
Quando
Jonathan Edwards “pronunciava-se” pelo Espírito, a face sem expressão, a voz
melodiosa e as vestes solenes eram esquecidas. Ele não era nem simplório nem
preguiçoso. Ele era um “coração” devotado à intenção de partilhar a palavra da
verdade. Mas, ao fazer isso, Edwards ardia em fogo. E mesmo assim – para ele –
o sensacionalismo era um anátema. Gerar sensação nunca foi o pensamento por
trás de nenhuma de suas pregações. Erudição em chamas por Deus é, em minha
mente, a oitava maravilha do mundo. E Edwards possuía isso!
A
língua de Edwards deveria ser parecida com uma afiada espada de dois gumes para
seus atentos ouvintes. Suas palavras deveriam ser tão dolorosas para os
corações e consciências quanto o metal incandescente é para a carne. Não
obstante, homens deram atenção, arrependeram-se e foram salvos.
“Conhecendo
o terror do Senhor” (algo aparentemente esquecido em nossos dias, tanto no
púlpito quanto nos bancos da igreja) Edwards inflamava com ira santa.
Indiferente quanto às consequências de tamanha severidade na pregação, ele
trovejava tais palavras de seu púlpito:
“O
arco da ira de Deus está retesado e suas flechas preparadas sobre a corda. A
justiça divina aponta a flecha para seu coração e estica o arco. Não há nada
senão o bel-prazer de Deus – e isso tudo de um Deus irado, que não tem nenhuma
promessa ou obrigação para com o pecador – que mantém por um momento a flecha
de ser embebida com seu sangue”.
Proferir
verdades como essa, com lágrimas e ternura, requer um homem ungido, porém
destemido e cheio de compaixão.
Mas,
nos corações e mentes dos ouvintes deve haver também um pouco de graça prévia
em operação. Aparte disso, os homens deveriam rebelar-se contra essa áspera
varredura de poder sobre suas almas. Entretanto, antes do furacão espiritual de
Edwards, a multidão entrou em colapso. Alguns caíram ao chão como se fossem
troncos cortados por machado. Outros, com as cabeças curvadas, agarraram-se nas
colunas do templo como se estivessem com medo de caírem nas mais baixas
profundezas do inferno.
Edwards
chorava enquanto pregava. Nisso ele era um parente espiritual do poderoso
Brownlow North (pregador inglês), do avivamento que ocorreu anos depois na
Irlanda, em 1859. A lei divina do Salmo 146.6 nunca foi e nunca poderá ser
ab-rogada: “Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará,
sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos”.
Como
pastor de uma das maiores, mais próspera e socialmente comprometida igreja da
Nova Inglaterra, Edwards possuía uma rara percepção das necessidades do seu
rebanho. Ele ainda mantinha um coração com grande ternura pela sua saúde
espiritual.
Vamos
até os bosques onde Edwards está sozinho com seu Deus. Vamos engatinhar até
atrás de uma árvore retorcida e escutar sua oração quebrantada:
“Eu
sinto uma ardência na alma para ser… esvaziado e aniquilado, para permanecer no
pó e ser cheio apenas Cristo apenas, a fim de amá-Lo com um santo e puro amor,
de confiar Nele, de viver Nele e de ser perfeitamente santificado e feito puro
com uma divina e celestial pureza”.
Edwards
também era “aparentado espiritualmente” com George Whitefield, seu
contemporâneo. Foi o poderoso americano, Jonathan Edwards, entusiasmado
pelo apóstolo inglês, Whitefield? Porventura os trovões da vibrante alma de
Whitefield – que naquela época tempestearam a Nova Inglaterra – causaram um
distúrbio e um desafio na normalidade da vida de pregação de Edwards? Essa não
é uma questão retórica. Ela não pode ser respondida completamente, mas contém
mais que uma especulação. Nós realmente sabemos que após encontrar o jovem
George Whitefield, Jonathan Edwards mudou seu estilo de pregação.
Aprouve
ao Senhor colocar Edwards de lado em um pequeno pastorado em Stockbrigde,
Massachusetts. Esse banimento veio devido a uma diferença que Edwards teve com
um certo senhor Stoddard, que administrou a Ceia do Senhor para alguns que não
haviam feito pública profissão de sua fé em Jesus Cristo como seu salvador
pessoal. Porém, nessa exclusão, a mente brilhante de Edwards tomou asas. Seu
pensamento longamente incubado veio à luz. Assim, ele poderia dizer ao senhor
Stoddard o que José disse para seus irmãos: “Vós bem intentastes mal contra
mim; porém Deus o intentou para bem”. Da sua pena – naquela época – fluiu o
melhor de seus escritos. Edwards dormiu, mas sua mensagem ainda fala.
Quando
a voz de Milton (John Milton, escritor inglês) há muito havia sido silenciada
pela morte, Wordsworth (William Wordsworth) clamou:
“Milton,
tu deverias ter
Vivido
nessa hora:
A
Inglaterra precisa de ti;
Ela
é um pântano de águas estagnadas”.
Nós
poderíamos parafrasear aquelas palavras desta maneira:
“Edwards,
tu deverias ter
Vivido
nessa hora:
A
América precisa de ti
Ela
é um pântano (espiritualmente falando)
De
águas estagnadas”.
Uma
fina casca – mui fina casca de moralidade – pelo que parece a mim, retém a
América de um completo colapso. Nessa perigosa hora nós precisamos de uma
geração inteira de pregadores como Edwards.
“Óh Senhor dos Exércitos, traze-nos de volta; faça sua face brilhar
sobre nós, assim seremos salvos”!
Contraste
esse grande homem de Deus com um de seus contemporâneos. Cito abaixo algumas
palavras do livro “Crise na Moralidade”, de Al Sanders:
“Max
Jukes, o ateu, viveu uma vida sem Deus. Ele se casou com uma garota descrente
e, dessa união, houveram 310 descentes que morreram como indigentes, 150 foram
criminosos, 7 foram assassinos, 100 foram beberrões e mais da metade das
mulheres foram prostitutas. Seus descendentes custaram ao Estado 1,25 milhões
de dólares.
Porém,
louvado seja o Senhor que trabalha das duas maneiras. Há um registro de um
grande americano – homem de Deus – Jonathan Edwards. Ele viveu na mesma época
de Max Jukes, mas ele se casou com uma mulher de Deus. Uma investigação foi
feita em seus 1.394 descendentes conhecidos, dos quais 13 se tornaram
presidentes de faculdade, 65 professores universitários, 3 senadores dos EUA,
30 juízes de direito, 100 advogados, 60 cirurgiões, 75 oficiais do exército e
da marinha, 100 pregadores e missionários, 60 autores de proeminência em suas
áreas, 1 vice-presidente dos EUA, 80 que se tornaram qualificados como oficiais
do governo, 295 graduados em universidades, entre os quais houveram
governadores de Estados e diplomatas para nações estrangeiras. Seus
descendentes jamais custaram um centavo para o Estado. “A memória dos justos é
abençoada” (Provérbios 10.7)”.
Para
nós, isso é a conclusão de tudo que importa!
Traduzida da versão da Bethany House
Publishers. Este artigo de Leonard Ravenhill foi veiculado no DAYSPRING, com
direito autoral da Bethany House Publishers, 1963, um ministério da Bethany
Fellowship, Inc. Todos os direitos reservados. Biografia protegida por direitos
autorais.
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