sábado, 25 de agosto de 2012

NA MORAL...OU IMORAL? Por Lourenço Stelio Rega


Uma grande rede de TV brasileira lançou há poucas semanas um programa semanal noturno que pretende ser um fórum de diálogo especialmente sobre questões éticas ou morais

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A propaganda incentiva os espectadores à reflexão e busca de definição neste tão importante campo da vida cotidiana, pois as questões no campo da ética sempre se fazem presente na agenda de discussões por toda parte, desde uma conversa entre pessoas comuns até nos principais meios massivos de comunicação do mundo.

Aliás, esta semana eu falava para meus alunos de ética e bioética que todo mundo tem ética. Sem dúvida eles estranharam, pois é normal ouvirmos a menção de que “fulano não tem ética”, especialmente nesta época em que os “mensaleiros” estão sendo julgados pelo STF. Aproveitando a ocasião, utilizei esse mesmo time para provar que todo mundo tem ética. A idéia foi provar que o ser humano por natureza foi criado como um ser ético, isto é, a natureza humana inclui a eticidade. O ser humano foi criado como um “ser que decide”, um ser volitivo e responsável, portanto. Sempre decidimos, mesmo que você afirma que não decidiu nada ainda a respeito de algo, na realidade decidiu não decidir, pois uma não-decisão é uma decisão (a de não decidir)!

Veja que todo mundo então tem ética ou é ético em termos de sua própria natureza humana. A questão não é esta, mas qual a fonte, os referenciais, os fundamentos da ética de cada um. Os “mensaleiros”, por exemplo e ao que tudo indica, se valeram da ética utilitarista em que os fins justificam os meios. Se votos podem ser obtidos por “doação” de dinheiro, então assim se faça. Na ética utilitarista tudo o que dá certo é certo e, portanto, deve ser feito. Claro que se você segue referenciais cristãos terá uma ética cristã. Os existencialistas terão uma ética existencialista, etc. Assim, sempre há ética, o mais importante é o seu atributo, isto é, qual a sua fonte de verdade.

Voltando ao programa citado no começo. A idéia é bem interessante e instigante não fosse o apresentador implicitamente mobilizar o público presente a aplaudir alguma atitude compatível com os pressupostos do programa sobre determinado tema que está sendo lançado. Por exemplo, há alguns dias o programa foi sobre o casamento gay. Desde o começo o apresentador levava o público ao delírio quando trazia ao programa pessoas que viviam na condição ou relacionada com o casamento gay. Em outras palavras, em vez de levar o público presente e os telespectadores à reflexão os induzia a acreditar que a posição favorável ao casamento gay era a correta.
Na publicidade durante o dia o programa convida ao debate e à reflexão, mas nada disso faz, pois impinge, manipula e domina os telespectadores a acreditarem que a posição tão bem conhecida da emissora e dele são  a pura e cristalina verdade. Não há discussão, não há especialistas que debatem os fundamentos do tema, que discutem os prós e contra.

Por exemplo, o fundamento que o programa se valeu para induzir o público de que o casamento gay é aceitável e correto foi a busca da felicidade. Um artista, protagonista do apresentador do programa, afirmou que a felicidade é um direito de todos e se a opção pela homossexualidade faz a pessoa feliz, nada há contra.

Ora, todo estudioso de Filosofia sabe da discussão e incertezas surgidas ao longo da história sobre o estabelecimento da felicidade como referencial de verdade ética e moral.

Se a felicidade é o referencial seguro da verdade ética, então o sadismo, masoquismo, pedofilia, corrupção, tráfico de drogas, homicídio poderiam ser justificáveis se seus praticantes alegassem que se sentem felizes com estas práticas. Vejam o absurdo.

Outro sofisma que o programa utiliza é taxar de preconceituoso todo mundo que discorda. Há uma distância muito grande entre preconceito e convicção e é isso que os “amantes” da homoafetividade não conseguem entender ou não querem aceitar. Por isso mesmo, eles é que podem ser considerados radicais, preconceituosos, autoritários. Estamos hoje vivendo a ditadura da imposição ética nietzschiana em que a “vontade de potência” como um vulcão deve ser o guia da verdade além do bem e do mal. Querem que todos abandonem suas convicções para se submeter às suas convicções. E é isso que o programa “Na moral” faz. Com essa manifesta dominação ideológica da emissora será que o que temos mesmo é uma atitude descaradamente imoral???

Fonte: Observatório Batista

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