sábado, 23 de fevereiro de 2013

DOSSIÊ COM ESCÂNDALOS SEXUAL E FINANCEIRO PODE TER SIDO DETERMINANTE PARA RENUNCIA DO PAPA


O documento, feito a pedido do próprio papa Bento XVI (foto), contém informações detalhadas sobre o desvio de dinheiro no Vaticano e o mapeamento de uma rede de prostituição dentro dos muros da Santa Fé.

Os escândalos na Igreja Católica Apostólica Romana explodiram ontem em plena sala de imprensa do Vaticano, a uma quadra dos altos muros que separam a cidade-Estado em tese santa da pecadora Roma: padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, se viu forçado a responder que não comentaria nem desmentiria nem confirmaria extensa reportagem no jornal "La Repubblica" sobre o dossiê entregue em dezembro ao papa sobre escândalos de natureza sexual e financeira.
O relatório foi encomendado por Bento 16 aos cardeais Julián Herranz, Salvatore de Giorgi e Josef Tomko. É devastador, se for verdadeira a reconstituição feita pelo jornal.
Que há um relatório, Lombardi confirma: "A comissão fez seu trabalho e entregou seu relatório ao Santo Padre, do qual partira o mandato". Sobre a veracidade, acrescentou: "Não estamos correndo atrás de todas as ilações, fantasias ou opiniões que sejam expressas sobre esse tema, e não esperem que os três cardeais deem entrevistas".

"La Repubblica" atribui a "um homem muito próximo aos que redigiram o relatório" a informação de que "tudo gira em torno à não observância do sexto e do sétimo mandamentos": "não cometer atos impuros" e "não roubar".
Sobre "atos impuros": "Alguns altos prelados sofreram 'influência externa' [que o jornal prefere chamar de "chantagem"] de leigos aos quais são ligados por vínculos de 'natureza mundana'".
Cita nomes como o de monsenhor Tommaso Sttenico, suspenso após entrevista ao canal La7 em que contava encontros sexuais em pleno Vaticano. Cita também "as coristas das quais amava cercar-se Angelo Balducci", homem com responsabilidades cerimoniais no Vaticano.
Os "atos impuros" ocorriam numa sauna do bairro Quarto Miglio, em um centro estético no centro, em uma vila fora de Roma e em dependências do próprio Vaticano.
A violação do sétimo mandamento diria respeito ao Instituto para Obras da Religião, o banco do Vaticano, mas a reportagem não dá detalhes.
O papa recebeu as 300 páginas do relatório no dia 17 de dezembro de 2012. Mas desde abril era informado do andamento da investigação.
A reportagem atribui às informações recebidas a fala do papa no dia 11 de outubro, em que disse aos jovens da Ação Católica: "Em 50 anos [desde o Concílio Vaticano 2º], aprendemos que a fragilidade humana está presente também na igreja".
O relatório, guardado no cofre dos aposentos papais, será entregue ao sucessor de Bento 16, completa o jornal.
Longe do Vaticano, um dos citados como "papabili", o cardeal Timothy Dolan, de Nova York, depôs ontem sobre abusos sexuais na arquidiocese de Milwaukee, que chefiou de 2002 a 2009. Dolan não é acusado de abuso, mas a Promotoria quer apurar eventual ocultamento.
Fonte: Folha de São Paulo

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1999 - Um fotógrafo que fez a cobertura de uma intervenção cirúrgica para corrigir um problema de espinha bífida realizada no interior do útero materno num feto de apenas 21 semanas de gestação, numa autêntica proeza médica, nunca imaginou que a sua máquina fotográfica registaria talvez o mais eloquente grito a favor da vida conhecido até hoje.

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Fonte:www.apocalink.blogspot.com