domingo, 3 de fevereiro de 2013

FORMAS ERRADAS E CORRETAS DE LER A BÍBLIA - OS MEIOS DA GRAÇA



No artigo “Transformando sua Leitura da Bíblia”, Dane Ortlund aponta 6 formas incorretas de se ler a Bíblia e o resultado de cada uma:
A Abordagem Mina de Ouro – ler a Bíblia como uma mina vasta, cavernosa e sombria, onde ocasionalmente tropeça-se em uma pedra de inspiração. Resultado: leitura confusa.
A Abordagem Heróica – ler a Bíblia como um hall da fama moral que dá um exemplo após outro de gigantes espirituais que devem ser imitados. Resultado: leitura desesperadora.
A Abordagem das Regras – ler a Bíblia procurando mandamentos para obedecer a fim de sutilmente reforçar um sentimento de superioridade pessoal. Resultado: leitura farisaica.
A Abordagem Artefato – ler a Bíblia como um documento antigo sobre eventos no Oriente Médio há algumas centenas de anos que são irrelevantes para minha vida hoje. Resultado: leitura chata.
A Abordagem Manual de Instruções – ler a Bíblia como um mapa que me diz onde trabalhar, com quem casar e que xampu usar. Resultado: leitura ansiosa.
A Abordagem Doutrinária – ler a Bíblia como um repositório teológico para sacar munição para meu próximo debate teológico na Starbucks. Resultado: leitura fria.
Apesar de haver algo de verdade em cada abordagem acima, sozinhas elas são insuficientes. Contudo, provavelmente, a abordagem mais comum em nossos dias é a abordagem autoajuda. J.I. Packer em “Lendo a Bíblia Corretamente” nos alerta:
A verdade é que muitos de nós têm perdido a capacidade de ler a Bíblia. [...] Quando você toma qualquer outro livro, trata-o como uma unidade. Você procura o enredo ou a linha principal do argumento e o segue até o fim. [...] Mas, quando se trata das Escrituras Sagradas, nosso comportamento é diferente. Em primeiro lugar não estamos habituados a tratá-las como um livro, uma unidade, de modo algum, mas simplesmente como uma coleção de provérbios e histórias separadas. Nós supomos, antes de olhar para os textos, que o conteúdo deles (ou, pelo menos, dos que nos afetam) é uma advertência moral ou conforto para os que estão em tribulação.
Portanto os lemos (quando lemos) em pequenas doses, só alguns versículos de cada vez. Não atravessamos um livro todo, muito menos os dois Testamentos como um todo… O resultado é que nunca conseguimos ler a Bíblia. Presumimos que estamos manejando as Escrituras Sagradas de maneira verdadeiramente religiosa; mas na verdade nosso uso delas é bastante supersticioso…
Packer nos mostra que a consequência de não entender a Bíblia como um todo é uma leitura supersticiosa. Logo, parte da forma de ler a Bíblia corretamente está em lê-la como uma unidade apontando para Cristo. Ortlund comenta:
Em um debate teológico com os PhDs religiosos de sua época, Jesus afirmou àqueles que alegavam ter Moisés como patriarca: “Se vocês cressem em Moisés, creriam em mim, pois ele escreveu a meu respeito” (João 5.46). É assim que você lê o Antigo Testamento?
A teologia bíblica molda nossa leitura da Bíblia ao alinhá-la à leitura do próprio Jesus – a saber, a leitura da Palavra de Deus como boas novas historicamente fundamentadas a respeito da graça de Deus através do Filho de Deus para o povo de Deus, para a glória de Deus.
[...] A Bíblia é o relato autobiográfico de Deus da sua missão pessoal de resgate para restaurar um mundo perdido por meio de seu Filho. Cada verso contribui com essa mensagem. A Bíblia não é discurso motivacional. É Boa Notícia.
Sendo assim, precisamos destruir o ídolo do ego para podermos contemplar a glória de Deus nas Escrituras. David Wells em “A Bíblia não é Autoajuda” falando sobre o assunto, diz:
[...] qual é a atitude certa? É dizer a si mesmo que você está ali para ouvir de Deus, não para ouvir a si mesmo. Você está ali para ser tratado, desafiado, e, sim, mesmo repreendido por Deus, através da verdade de sua Palavra.
[...] Deus, portanto, não está lá para nosso uso quando precisamos dele; estamos aqui na Terra para que ele nos use. Ele não está lá para nosso benefício como se ele fosse um produto; nós estamos aqui para seu serviço.
E você já percebeu que aqueles na Escritura que mais o serviram, mais sofreram fielmente, foram mais atribulados, e foram mortos? Querer conhecer a Deus é um negócio arriscado, portanto esqueça a leitura da Escrita de maneira que você possa se sentir melhor sobre si mesmo. Cristo, como aprendemos em As Crônicas de Nárnia, não é um leão domesticado. No entanto, ele é bom.
Resumindo, não devemos ler a Bíblia de forma supersticiosa, como uma caixinha de bênção e promessas separadas do contexto geral. Sim, Deus nos dá muitas promessas e devemos prestar atenção a elas; mas se não colocarmos Deus como Deus, poderemos estar tentando usá-Lo para nosso benefício, no lugar de nos colocarmos como servos humildes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é importante! Através dele terei oportunidade de aprender mais! Muito obrigado!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Visitas dos lugares mais distantes

Minha lista de blogs

Aborto diga não!

Aborto diga não!
1999 - Um fotógrafo que fez a cobertura de uma intervenção cirúrgica para corrigir um problema de espinha bífida realizada no interior do útero materno num feto de apenas 21 semanas de gestação, numa autêntica proeza médica, nunca imaginou que a sua máquina fotográfica registaria talvez o mais eloquente grito a favor da vida conhecido até hoje.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO

É importante esclarecer que este BLOG, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal.

Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX).

Além disso, cabe salientar que a proteção legal de nosso trabalho também se constata na análise mais acurada do inciso VI, do mesmo artigo em comento, quando sentencia que "é inviolável a liberdade de consciência e de crença".

Tendo sido explicitada, faz-se necessário, ainda, esclarecer que as menções, aferições, ou até mesmo as aparentes críticas que, porventura, se façam a respeito de doutrinas das mais diversas crenças, situam-se e estão adstritas tão somente ao campo da "argumentação", ou seja, são abordagens que se limitam puramente às questões teológicas e doutrinárias.

Assim sendo, não há que se falar em difamação, crime contra a honra de quem quer que seja, ressaltando-se, inclusive, que tais discussões não estão voltadas para a pessoa, mas para idéias e doutrinas.

Fonte:www.apocalink.blogspot.com