GENEBRA, Suíça, 31 de março de 2011 (Notícias Pró-Família) — Um estudo, realizado no Nepal pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Fundo de População das Nações Unidas (FNUAP), está sugerindo que dá para se realizar mais abortos químicos no primeiro trimestre da gravidez nos países em desenvolvimento se as enfermeiras e parteiras tiverem permissão de administrar as drogas. O Dr. I. K. Warriner da Organização Mundial de Saúde comentou que procedimentos médicos de aborto no começo das gravidezes de primeiro trimestre estão atualmente sendo “pouco usados nos países em desenvolvimento” porque geralmente só os médicos têm autorização de administrar os produtos químicos mortais.
“Fizemos avaliações para ver se abortos médicos no começo do primeiro trimestre realizados por fornecedores de nível médio (enfermeiras credenciadas e treinadas pelo governo e parteiras que fossem enfermeiras auxiliares) eram tão seguros e eficazes quanto os abortos médicos fornecidos por médicos no Nepal”, o autor do estudo disse numa reportagem publicada no jornal The Lancet. O estudo envolveu 1.295 mulheres que foram “aleatoriamente encaminhadas a um médico ou fornecedor de nível médio para receberem administração oral de 200 mg de mifepristone e em seguida 800 μg de misoprostol vaginalmente 2 dias depois, e com um acompanhamento de 10 a 14 dias mais tarde. A meta principal era realizar um aborto completo sem o uso do aparelho manual de aspiração a vácuo dentro dos 30 dias de tratamento”.
“Resultados clínicos semelhantes”, isto é, abortos completos, quer feitos por médicos ou parteiras, levaram o autor a concluir que “fornecedores de saúde pública de nível médio com treinamento adequado podem fornecer serviços de aborto seguros e com tecnologia simples para mulheres independentemente dos médicos”.
Em anos recentes tem havido pressões crescentes para que as parteiras e enfermeiras realizem abortos, evidentemente provocadas, pelo menos em parte, pelo fato de que os médicos estão cada vez mais relutantes em cometer aborto.
Em 2007, o Conselho Real de Obstetrícia e Ginecologia da Inglaterra (CROG) expressou susto com o fato de que os médicos britânicos estivessem optando por não participar do negócio do aborto em “números jamais visto antes”, citando “aversão” e convicções éticas e religiosas pelo aumento de médicos que “por motivo de consciência discordam” e solicitam isenção.
Kate Guthrie, médica aborteira e porta-voz de planejamento familiar do CROG, disse para os meios de comunicação: “Há um número crescente de jovens médicos que não estão participando do treinamento. O Conselho e o Ministério da Saúde estão realmente preocupados”.
Na Espanha, uma organização pró-vida revelou que a grande maioria, 96 por cento, dos médicos espanhóis, se recusa a cometer o aborto, o que levou a Federação Internacional de Planejamento Familiar* a se queixar em seu site de que “a Igreja Católica Romana e a oposição ‘pró-vida’ na Espanha é um fator constante contra os esforços de organizações não governamentais que promovem a saúde sexual e reprodutiva” e que os abortos estão relegados às clínicas particulares.
O Ministério da Saúde da Itália relatou que entre os anos de 2003 e 2008 o número de ginecologistas que reivindicou proteção sob a cláusula de objeção consciente ao aborto subiu de 58.7 por cento para aproximadamente 70 por cento, com o número de médicos recusando realizar abortos com base moral se levantando continuamente.
Uma situação semelhante existe no Canadá onde organizações pró-aborto se queixam de que embora o aborto seja tecnicamente legal até o momento do nascimento, tal elevada percentagem de médicos se recusa a cometer abortos que o acesso ao aborto está efetivamente restringido.
Vicki Saporta, presidente da Federação Nacional de Aborto, com sede em Washington D.C., exigiu numa carta à Revista da Associação Médica do Canadá em 2007 que a AMC forçasse os médicos a realizar ou encaminhar mulheres grávidas para aborto médico, quer ou não eles tivessem objeções com bases morais ou religiosas. “O Canadá, que tem a reputação de fornecer o acesso legal mais aberto ao aborto no mundo ocidental, não fornece acesso suficiente”, Saporta se queixou.
“Muitas mulheres não conseguem nenhum tipo de serviço para fazer aborto, ou estão sujeitas a longas demoras”. A AMC deveria pois “exigir que os médicos por lei realizassem abortos quer eles gostem ou não”, de acordo com Saporta.
O estudo de aborto químico realizado por enfermeiras e parteiras no Nepal pela Organização Mundial de Saúde está disponível em inglês no site do jornalThe Lancet aqui. Informações de contato:
Dr. I. K. Warriner, Special Programme of Research, Development and Research Training in Human Reproduction (HRP)
World Health Organization
20 Avenue Appia, 1211 Geneva 27, Suíça
* Federação Internacional de Planejamento Familiar é a maior organização de aborto e planejamento do mundo.
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