quinta-feira, 21 de novembro de 2013

50 ANOS DO ASSASSINATO DO PRESIDENTE JOHN F. KENNEDY


O assassinato de John Kennedy, no dia 22 de novembro de 1963, em Dallas, abalou não só os EUA, mas todo o mundo

Washington. Barack Obama se uniu ontem ao ex-presidente Bill Clinton e à ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado Hillary Clinton para homenagear John F. Kennedy, por ocasião dos 50 anos de sua morte, na Casa Branca.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sua esposa, Michelle, e o casal Bill e Hillary Clinton depositaram flores no túmulo de John F. Kennedy, no cemitério de Arlington, nos arredores da capital norte-americana

Depois, os três visitaram o túmulo do ex-presidente no cemitério de Arlington. Na cerimônia, Obama concedeu a maior honraria civil dos EUA, a medalha presidencial da liberdade a Clinton e a outros 15 americanos que fizeram contribuições significativas para a cultura, a política, os esportes e a ciência dos EUA. A condecoração também fez parte das homenagens a Kennedy, já que a honraria foi criada pelo ex-presidente dias antes de ser assassinado por Lee Harvey Oswald, em 22 de novembro de 1963, em Dallas.

Os casais Obama e Clinton prestaram homenagem a John F. Kennedy diante de sua sepultura no cemitério de Arlington, nos arredores de Washington

"Reerguer famílias como a sua se tornou a história da vida do Bill Clinton", disse Obama. "Ele queria assegurar uma vida melhor e mais fácil para muitas pessoas pelo país", completou. Ele também se disse grato a Clinton "pelos conselhos e orientações, dentro e fora do campo de golfe. E, mais importante, por sua obra que salva vidas ao redor do mundo, que representa o que há de melhor na América".

Obama destacou que a presidência de Bill Clinton foi o início de seu trabalho para melhorar o mundo, citando suas obras humanitárias pós-presidência. Essa foi a primeira aparição de Obama com o casal Clinton após especulações de que Hillary estaria se preparando para concorrer à Casa Branca em 2016.

Os galardoados deste ano, além de Bill Clinton - premiado pelo trabalho da sua Clinton Global Initiative, um projeto da sua Fundação -, incluem a apresentadora de talk-shows televisivos Oprah Winfrey, o ex-diretor executivo do Washington Post Benjamin Bradley - que estava a trabalhar quando foi o escândalo do Watergate, por exemplo - ou, a título póstumo, Sally Ride, a primeira mulher norte-americana a ir ao espaço.

A relação entre os dois Presidentes não é fácil - e entre eles há também a questão JFK. Bill Clinton faz remontar o seu interesse pela política a uma visita à Casa Branca em 1963, quatro meses antes de Kennedy ter sido assassinado, quando o então jovem Bill teve a oportunidade de apertar a mão do Presidente.

E Obama, o presidente eleito com a palavra de ordem da mudança, foi apoiado pela família Kennedy, por Caroline (filha de JFK) e por Edward Kennedy (irmão) nas primárias do Partido Democrata em 2008, em detrimento de Hillary Clinton.

Sem declarar que é candidata a suceder Obama, Hillary tornou-se imediatamente favorita a seguir-lhe os passos, logo que deixou a Secretaria de Estado.

Presidente deixa legado de ideais

Washington John F. Kennedy deixou um legado político cheio de esperanças e ideais que continuam vivos, mas os historiadores destacam que, por trás do poder arrebatador do carismático presidente, o balanço de sua administração é modesto.
Quase todos os presidentes que sucederam John Kennedy invocaram seu legado, em alguma ocasião, ao destacar sua retórica
Esta semana, os Estados Unidos lembram o 50º aniversário de um assassinato que chocou o mundo. O choque foi tão intenso que muitas pessoas se lembram ainda hoje do que faziam no momento em que souberam que JFK havia sido baleado e morto naquele 22 de novembro de 1963, em Dallas. Meio século depois, renova-se o escrutínio da imagem deixada por esse jovem presidente cheio de vida, ícone político e cultural de uma época em que o país recém saía da angústia do Pós-Guerra.
Em 1960, JFK se apresentou como o homem da mudança. Para a geração de "baby-boomers" que inspirou, sua presidência encarna um período de grandes esperanças, mas é destruída em pleno voo. A morte contribuiu para manter Kennedy como símbolo da juventude perpétua e da promessa nunca ofuscada.
Para muitos, ele continua sendo o herói corajoso da Segunda Guerra Mundial, atlético e de sorriso sedutor, pai de família e (ao mesmo tempo) mulherengo, casado com uma das maiores referências de elegância do mundo. Ou ainda, como o líder que evita, no último momento, uma guerra nuclear.
Quase todos os presidentes que lhe sucederam invocaram seu legado em alguma oportunidade, destacando sua retórica e sedução. As teorias provocadas por sua morte, as revelações sobre suas aventuras amorosas, ou sobre sua frágil saúde - quando exalava energia-, ajudaram a forjar a aura mítica que se perpetuou. Segundo Leonard Steinhorn, que dirige uma cátedra sobre o legado político de Kennedy na American University, JFK foi o primeiro presidente que compreendeu e depois explorou com maestria o poder da TV.
"Kennedy ainda serve de modelo, no que diz respeito ao carisma, imponência, ou capacidade de liderança que se espera dos nossos presidentes", ressaltou.
Outros historiadores valorizam o legado do 35º presidente americano de forma mais crítica, separando suas realizações dessa imagem fascinante que ele se empenhou em transmitir.

Impacto

O professor Jeffrey Engel, da Southern Methodist University, de Dallas, avalia, por exemplo, que "o impacto de John Kennedy sobre as gerações atuais é mínimo". Segundo ele, "é duro dizer isso, mas sua herança é a de uma presidência inconclusa!". Embora se possa afirmar que Kennedy colocou na agenda temas-chave da década de 1960, como as reformas sociais, foi seu sucessor, Lyndon Johnson, quem as implantou.

Assassinato gera teorias da conspiração

Estado Unidos Para muitos americanos, como Jesse Ventura, lutador profissional que se tornou político, John F. Kennedy foi o maior presidente americano da história moderna e seu assassinato, em 1963, é prova disso. O ex-governador de Minnesota (norte dos Estados Unidos), autor do livro "Mataram o nosso presidente", acredita que Kennedy foi assassinado em Dallas em 22 de novembro porque queria fazer as pazes com a União Soviética.

Muitas teses foram criadas a partir d a morte de Kennedy por Lee Harvey Oswald, desde uma conspiração liderada pela CIA até a participação da máfia
Desse modo, pretendia desafiar a influência do complexo militar-industrial construído após o fracasso do desembarque - apoiado pela CIA - da Baía dos Porcos, em Cuba, em 1961.
"Kennedy tinha mais inimigos dentro do governo do que entre os russos", assegura Jesse Ventura. "Imagine como o mundo seria diferente se Kennedy tivesse vivido, sem a Guerra do Vietnã e com o fim da Guerra Fria em 1965".
Uma comissão liderada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal da época, Earl Warren, no entanto, concluiu que o atirador, Lee Harvey Oswald agiu sozinho. Mas as teorias da conspiração continuam vivas às vésperas do 50º aniversário do assassinato de John Kennedy. Em uma pesquisa Gallup publicada em 2003, apenas 19% dos americanos acreditam na teoria de um único atirador, quando mais de um terço aposta na teoria de um assassinato fomentado pela CIA, e outro terço a de um crime ligado à máfia, porque Kennedy havia ameaçado seus interesses.
As suspeitas se concentram sobre como Oswald, um desertor da antiga União Soviética, conseguiu disparar sozinho contra o homem mais poderoso do mundo, a partir do Depósito de Livros Escolares do Texas.
E as chances de Oswald de se explicar publicamente foram reduzidas a zero, já que ele foi assassinado dois dias depois, em 24 de novembro 1963, por um ex-gerente de boate, Jack Ruby. Em muitos livros que evocam um suposto complô, os autores se perguntam se não havia outro atirador. A comissão parlamentar de 1979 concluiu que um elemento acústico dava crédito a esta tese, depois contestada.
O DISCURSO DO PRESIDENTE KENNEDY
OBAMA HOMENAGEOU JFK

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