“A derrubada do mito Lula pareceu confirmar que o Brasil foi atacado por
pragas que parecem bíblicas'', afirmou a revista Semana. Zika, violência,
recessão também são destacadas
SÃO PAULO — Não são só as publicações dos
Estados Unidos ou do Reino Unido que destacam o Brasil. Os nossos vizinhos
também dão destaque para a crise econômica e política que o País vive em
jornais e revistas. Na última edição, uma das grandes revistas da Colômbia,
chamada "Semana", fez uma análise dos problemas brasileiros,
chamando-as de "as setes pragas". de proporções bíblicas e que
afligem o País. A matéria foi destacada pelo blog Brasilianismo, do UOL.
Segundo a análise da revista colombiana, o
Brasil, chamado de gigante sul-americano, sofre uma série de desastres que o
colocou "nas cordas", sendo que o escândalo envolvendo o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é apenas um dos fatores. Agora, após um
período de fartura, o Brasil viu a sua situação se precarizar, com a crise
tornando-se mais crítica em meio às investigações sobre Lula.
“A derrubada do mito pareceu confirmar que
o Brasil foi atacado por pragas que parecem bíblicas'', afirmou a revista, que
fez uma lista das sete pragas que vêm afligindo o País:
1. A queda do mito
Nas últimas semanas, a Operação Lava Jato e
a Zelotes aumentaram o cerco contra Lula, fazendo com que as chances para que o
ex-presidente volte ao poder diminuam consideravelmente. A revista lembra que
Lula saiu do governo em 2010 com 80% de aprovação mas, nos últimos meses, a sua
reputação desabou: segundo a pesquisa Ipsos, apenas 25% o considera honesto.
2. Uma presidente sem poder
“A popularidade da presidente Dilma
Rousseff é de 6%, um número menor de que a taxa de inflação de dois dígitos'',
afirma a revista que ressalta que, desde o início do segundo mandato, a sua
aprovação está em queda livre, arrastada pelo escândalo da Lava Jato e pelas
más notícias da economia.
3. Corrupção generalizada
“Os escândalos de corrupção que apareceram
durante os governos de Lula e Dilma são gigantescos", afirma. A revista
também lembra 2005, quando estourou o escândalo do mensalão durante o governo
Lula. "E, quando os brasileiros achavam que já tinham visto tudo, estourou
a Zelotes, que logrou deixar para trás a Lava Jato, até então o maior escândalo
da história''.
4. Uma recessão brutal
"Irredimível?. Este foi o título da
Economist para referir-se à economia brasileira", lembra a Semana, que
ressalta que a economia do Brasil encolherá 8% entre 2014 e 2016. A Semana
ressalta que "a raiz da crise é a queda nos preços das matérias primas e
do petróleo''.
5. Violência
“O Brasil tem uma mistura mortal de
narcotráfico e violência. Das 50 cidades mais violentas do mundo, 21 são
brasileiras'', afirma, ressaltando que a violência policial também está fora de
controle: "em São Paulo, entre janeiro e novembro de 2015, 532 pessoas
foram assinadas por 'intervenção policial'".
6. Adeus ao meio-ambiente
As inundações que deixaram no último ano mais de 170 mil pessoas atingidas na
Argentina, Paraguai e Brasil refletem a perda de cobertura florestal nestes
países, ressalta a revista, citando o Greenpeace. Além disso, a Amazônia perdeu
12% de sua área e deve perder entre 9% e 28% até 2050. Soma-se a isso uma
tragédia ambiental no Brasil no ano passado: o “tsunami de lama tóxica
destruiu o Rio Doce'' após o rompimento de uma barragem de resíduos químicos da
Samarco, joint venture entre a Vale e a BHP.
7. E agora, o zika vírus...
Em sétimo lugar, o destaque ficou para o zika vírus. A revista ressalta que,
segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil será o país mais afetado pela
epidemia na América Latina, com 1,5 milhão de casos nos próximos meses, ao
mesmo tempo em que os casos de microcefalia saltaram para mais de 3.500 desde
outubro de 2015. "Esta praga, que se nutre de inundações e de
pobreza, uniu-se à dengue e à chikungunya e obrigou o governo a enviar 220 mil
soldados para frear a epidemia antes dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em
junho'', diz. A revista ressalta que, em todo caso, alguns países já colocaram
em dúvida sua participação com os times principais.
"Um mau panorama para o País futeboleiro
que em 2014 foi humilhado por 7 a 1 na Copa do Mundo realizada em sua própria
casa", conclui a publicação.
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