1. RESUMO
A busca por uma sociedade justa é um anseio almejado desde os primórdios, todavia, quando mais avança no tempo e se estreitam as relações, mais caótico e turbulento se torna a humanidade. O caos social, a alienação a escravidão do ser humano e a destruição dos biomas do planeta, são os critérios de uma sociedade baseada numa falsa alegria, consumismo e abundância. A sociedade atual vive um momento mefistofélico sem precedentes, cujo uma resultante catastrófica é eminente, e a população parece estar alheia a tudo isto, esperando de seus governantes um ato que os liberte de tal condição.
Todavia, não é interesse da elite que governa os povos que esta situação se dissipe, doutro modo, seria o fim da necessidade do próprio sistema controlador. Quando de uma análise sobre a estrutura governamental e social dos Estados Democráticos atuais, bem como os de outrora, é perceptível que em todos estes o conceito de Democracia esteve quando muito, meramente formalizado, pois nestes, o povo sempre fora usado simplesmente como instrumento de manobra.
É de suma importância saber onde começa e termina a participação das massas e o exercício democrático destes na gestão do país; se as grandes decisões políticas são tomadas em outra esfera que não a popular. Aqueles que deveriam gerir a nação legislam e articulam meios que favorecem uma elite, levando a sociedade ao colapso. Ao se contrapor o formalismo jurídico, o materialismo destas normas e os valores ideológicos propostos por filósofos como Platão, Aristóteles, Rousseau, José Saramago, dentre outros estudiosos do assunto, não resta dúvidas que a Democracia não existe, quiçá, nunca existiu.
Para demonstrar este fato, a própria estrutura jurídica dos ordenamentos democráticos, bem como a análise epistemológica destes e da visão dos autores propostos, bem como a experiência cognitiva cotidiana de cada cidadão comprovarão esta tese. A democracia não existe, os governos não são bons, pois não governam e o próprio cidadão é culpado devido sua apatia frente a tudo.
Palavras-chave: Caos; Democracia; Nova Ordem Mundial.
2. INTRODUÇÃO
A importância na abordagem desta temática advém da necessidade de se lançar uma análise sobre o modelo de governo global atual, e conscientizar as pessoas da real situação governamental na qual se encontram os Estados “soberanos”. Todos os povos e nações vivem sob uma ferrenha autoridade exercida por um pequeno agrupamento de pessoas. A governança dos países atualmente é exercida em prol destes, baixo o alarido tíbio daqueles explorados.
Contrastar esta “Nova Ordem Mundial” ao que seria um modelo democrático de governo saudável, surge uma estrutura social, política e econômica, e porque não dizer ideológica, que em nada coteja com aquele ideal. Ao contrapor formalismo e materialismo das normas destes ordenamentos jurídicos, é possível visualizar quais os pontos que impedem o pleno exercício da Democracia dentro destes Estados.
Diversos fatores desencadeados ao longo da história exerceram e ainda exercem grande influência sobre a humanidade, e por conseqüência, direta ou indireta, impedem o fim do caos social e a tão almejada felicidade da Pólis. O modelo de Estado atual reduz a maior parte dos seres humanos a uma condição análoga à de escravos, embora aparente liberdade, meramente formalizada. O cidadão ao se excluir da gestão e real compromisso com a vida política da sociedade na qual vive, não apenas delega poderes a homens néscios, mas também se torna sérvulo daqueles.
Analisar toda esta estrutura se faz necessário, para que discursos meramente ideológicos, demagogos e sem fundamento objetivo, não tomem lugar nas discussões políticas; fazendo destas, um simples balbuciar de tolos que se devoram em ofensas, sem conhecer a real estrutura governamental mundial.
3. OS PRIMÓRDIOS DA SERVIDÃO
3.1. ENTENDENDO A CONDIÇÃO DE SUBMISSÃO HUMANA
3.1.1. A origem da condição servil
Entender os fundamentos da sociedade moderna só será possível ao se lançar uma análise não apenas sobre a atualidade, mas traçando uma linha do tempo desde o homem primitivo até a Matrix dos dias atuais. Analisar a origem do estado de servidão voluntária na modernidade é imprescindível para se entender que este jugo permanece sobre todos, direta ou indiretamente; e contrariamente aos vassalos de outrora, os atuais não se apercebem disso.
"A opressão do homem pelo homem iniciou-se com a opressão da mulher pelo homem". (MARX, Karl, Crítica Social).
Anterior àquilo que propõe Karl Marx, a exploração da espécie humana sob seu semelhante se deu quando o mesmo percebeu que poderia explorar a força animal ao seu favor, facilitando assim seu trabalho diário. De mero coletor como os demais espécimes que viviam ao seu derredor, em dado momento o ser humano passara a dominar técnicas de produção e a subjugar outros seres com os quais dividia espaço. Seja como alimento, força motriz, ou outro fim qualquer, este modo de produção se tornou imprescindível, no entanto, supria quando muito a necessidade de ambos; do animal e seu dono.
Todavia o ser humano não é um espécime que se contenta apenas com subsistência, este sente uma necessidade lógica de reservas, uma garantia para eventual superveniência que lhe pudesse dificultar a aquisição ou privar-lhe o sustento. Com este modo primitivo de produção talvez se alcançasse uma reserva, mas longe de ser estável e confortável. Para o conforto almejado seria necessário um excedente; mas como conseguir este excedente se os meios de produção eram limitados?
Desta “necessidade”, surge a idéia de se valer da força humana para este fim, pois esta era capaz de produzir além do que consumia, e o melhor, passível de apuração de técnicas produtivas.
Difícil tarefa seria conseguir tal mão de obra, uma vez que os demais homens também encontravam dificuldade para cuidar de suas próprias vidas, e certamente não disporiam de seu tempo e esforço em prol de outrem. Não restava alternativa senão, por meio da força, obrigar outros seres humanos a produzir o tão almejado excedente que nunca satisfaria as necessidades humanas que estariam por vir (c/c, 2.1.2).
Durante muito tempo fora sustentada a hipótese de que alguns seres humanos na verdade eram animais, pois se portavam como tal. Aqueles que não apuravam suas técnicas produtivas e viviam como meros coletores, eram semelhantes aos demais animais, já que não apresentavam nenhuma capacidade de domínio sobre as circunstâncias, tampouco de prover-se para o futuro. Estes sofriam as intempéries como qualquer outra besta, não demonstrando nenhum raciocínio lógico para com o meio no qual viviam, logo, seriam animais com mera aparência humana, então, nada mais justo que também subjugá-los. Todavia, existe “um” problema neste modo de produção!
Assim como o gado confinado, o ser humano como qualquer outro animal em cativeiro, devido às condições estressantes do cárcere, tem seu metabolismo alterado. Estes são acometidos de intensa apatia, e, conseqüentemente; perda de produção. O Gado (ser humano) ou demais animais quando criados em liberdade possuem processo metabólico diferente ao dos confinados, o organismo daqueles age normalmente enquanto o destes últimos, devido à quantidade de toxinas despejadas na corrente sanguínea, fica comprometido. No caso dos bovinos, por exemplo, quando em condições mais saudáveis de manejo, a produção de leite não fica limitada devido a alterações hormonais, agressões mútuas, ou enfermidades originadas pelo stress.
A maior parte das enfermidades que acometem os mamíferos é de origem psicossomática e não meramente física. De todas as moléstias conhecidas, aquela que não advêm de algum distúrbio psicossomático, será necessariamente de origem congênita, patogênica ou geneticamente transferida. A abolição da escravatura não foi um momento de lucidez na mente daqueles que possuíam os meios de produção, mas sim, da difícil e amarga certeza de que somente “livre”, O Gado poderia produzir mais e melhor.
Dada a abolição formal, como a maioria dos escravos era trazida de longe das localidades para as quais foram arremetidos, por não permitirem nenhuma organização social entre eles (sobretudo nos EUA, no Brasil era ao contrário), só lhes restava continuar na mesma vida miserável que levavam, por vezes até pior, pois agora não tinham nem sequer um amo que os alimentassem. Tal fato repercutira como uma vitória para seus antigos donos; nem mesmo o custo da ração diária lhes pesava, pagavam o que queriam, como, quando, e se assim o desejassem.
A estratégia para barganhar mão de obra agora deveria ser outra. Aquele que quisesse aumentar sua produção deveria investir nisto, ou seja, assalariar mão de obra. Parecia loucura, mas era o único modo de fazer com que homens “livres” trabalhassem a favor de outro. Quem oferecesse um pedaço de pão maior, teria um exercito de miseráveis a seu serviço, além de gratos a tamanha generosidade que não lhes era dispensada por seus antigos donos. No cenário atual a situação é semelhante. Devido ao mercado competitivo e o crescente índice de desemprego, os servos modernos se predispõem a condições de labor aviltantes, por vezes, despercebida devido ao grau de alienação destes.
Um ardil usado para se manter homens livres escravizados e que se mantém corrente, está no fato que agora estes homens não são mais escravos, logo, deveriam se portar, se vestir, educar-se, comer, pensar e agir como homens livres, membros de uma sociedade. Para tanto, aqueles que possuíam apenas alguns trapos cobrindo seus corpos, tomavam empréstimos e financiavam suas compras, tornando-se devedores antes mesmo de receberem seus salários. Estes não percebem que devendo seus credores, novamente estão se tornando escravos destes, dívida esta que por sinal só tende a aumentar, assim como as imposições sociais dentre outros fatores, sobretudo natalidade. Lembrando que os mesmos patrões são os que possuem os meios de produção, portanto todo o salário pago é revertido ao mesmo dono.
Assim como a abolição, de igual modo o movimento feminista pregando a liberdade da mulher, mascarava outro intuito por parte daqueles que outrora negavam esta mesma liberdade, sendo este, a taxação da parte da população com capacidade ativa até então ociosa. A inserção da mão de obra feminina no mercado de trabalho de forma massiva, nada mais era que uma forma de produção a baixo custo, e, atrelada a um relevante fator que deve ser preponderado, qual seja, a desestruturação familiar (c/c, 2.1.3; Escola).
Devido ao fato de ambos, pai e mãe, laborarem fora, estes não possuem convívio familiar com seus filhos, então, não poderão futuramente cobrar destes a suposta educação que queriam. Desde a infância as pessoas estão à mercê do sistema, que por sua vez, usurpa o lugar de educador se tornando catequizador das massas. A metodologia de ensino atual, paradoxalmente, escolástica, forma seres hábeis o bastante para operar um sistema seja ele qual for, mas nunca suficientemente inteligentes para formarem juízo valorativo próprio, e, se porventura acreditam que o fazem, muitas das vezes estão simplesmente seguindo outra proposta do sistema já arquitetado.
Ao se observar todo este cenário, é perceptível que o homem moderno vive em uma condição análoga a de escravo, já que a maioria recebe o mínimo para sua sobrevivência, suficiente apenas para mantê-los vivos para mais outro dia de trabalho. Ao menos, os escravos de outrora tinham consciência de sua condição servil, os atuais sequer percebem, pois as sombras da caverna moderna são infinitamente mais intensas. Tomando as palavras da abolicionista afro-americana, Harriet Tubman (1820 — 1913), também conhecida como Black Moses (Moisés Negro), “Libertei mil escravos. Eu poderia ter libertado mais mil, se simplesmente eles soubessem que eram escravos”.
Traçado um paralelo entre a sujeição de outrora e a atual, conjuntamente com o preconizado na Constituição da República brasileira, é perceptível uma dicotomia entre o formalizado e o consubstanciado nesta sociedade.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; (Constituição da República Federativa do Brasil —1988).
Em síntese, todos os trabalhadores deveriam ter direito a um salário mínimo, capaz de atender suas necessidades vitais básicas, moradia, alimentação, educação, saúde, vestuário, higiene, transporte e previdência que lhe preserve o poder aquisitivo.
3.1.2. A servidão moderna
Atualmente vigora um sistema imperialista voltado para os moldes mercantilistas, que tenta a qualquer custo alienar as massas com frivolidades para que estas não se deem conta da condição servil na qual “existem” (em detrimento de viver). Toda e qualquer possibilidade que venha fazer com que estes percebam tal condição deve ser retirada, evitando um senso crítico frente à própria vida. No corpo social atual os homens criam uma Matrix, um mundo paralelo à realidade, que os escraviza apartando-os de sua real essência, moldando-os a uma ilusão antinatural criada pela imaginação humana. O homem contemporâneo não percebe sua condição ou se recusa enxergá-la, uma vez que assumi-la lhe fere o ego, lhe retira seu gregarismo, este último, que seria sua suposta estabilidade, mas é justamente aquele que lhe pesa as imposições.
Vive-se hoje em uma servidão instintiva, onde cada qual, em tese, escolhe ou almeja a quem, ou, a o que servir. As constantes transformações e imposições sociais não permitem que o homem moderno possua uma identidade, o indivíduo será moldado consonante os ditames sociais e midiáticos. A imposição ao consumo atingiu tamanha proporção que não permite às pessoas o traçar de uma personalidade. Não há tempo razoável para formação de valores, uma vez que estes, de pronto serão suplantados antes mesmo de tomarem corpo na mente dos indivíduos.
Este incentivo ao consumo desenfreado evita um senso crítico apurado, posicionamento este que seria um óbice à centralização de poder por parte daqueles que monopolizam a gestão de determinada sociedade. Pessoas moldadas são mais previsíveis, conseqüentemente, mais controláveis, quanto menos se contesta mais obtém resultados aqueles que os impõe. Todo obstáculo à divulgação e circulação de mercadorias, seja geográfico ou humano, deve ser eliminado viabilizando o consumo, pois este é o principal pacificador de massas. Tal como ocorrera nos EUA com o fordismo no final da I Grande Guerra, quando, para acalmar o pesar deixado por este flagelo, o automóvel fora usado como ícone da nova onda de otimismo e prosperidade experimentada pela economia americana.
“O que outrora se fazia por amor a Deus, hoje se faz por amor do dinheiro, isto é, daquilo que hoje confere o sentimento de poder mais elevado e a boa consciência.” (NIETZSCHE, Friedrich, Aurora, 1881).
O homem atual não percebe que vive esta sujeição instintiva, em trabalhos cada vez mais estressantes que são esmolados àqueles que estão suficientemente domados, vangloriando-se os que podem eleger seus amos. A especialização do trabalho faz com que as pessoas escolham o tipo de servos que irão ser, e nisto se empenham de forma intensa, incessante, atulhando-se nos moldes do mesmo sistema que os vitima. O próprio modo de organização social moderno se equipara a prisões. Hoje em dia, as pessoas vivem em meio a câmeras de vigilância, grades, cães e guardas, e, diferentemente aos cativos de outrora, os atuais devem custear suas celas a preços cada dia mais altos.
O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer ‘isto é meu’ e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. (Rousseau Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Col. Os pensadores, p. 265, 270 e 275).
É dentro deste universo lúgubre que se tenta a todo custo acumular o maior número de bens que a publicidade diz ser a felicidade plena. Para conseguir estes bens e serviços se deixa de viver, posterga-se o convívio familiar e social, privam-se do lazer, de um descanso digno, afastando-se uns dos outros por não partilharem dos mesmos utensílios, artifícios e tecnologias. Ironicamente as pessoas saem do campo para sofrerem nas cidades grandes, sonhando em ficarem ricas para poderem voltar para o campo, só que agora, cheio de tralhas. Esta é a esperança de milhões de pessoas que se vitimam para conseguir aquilo que já possuem, ou seja, liberdade.
A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. (EXUPERY, Antoine de Saint, O Pequeno Príncipe –1943).
A alienação consumista é tamanha que já não mais a demanda condiciona a oferta, mas a oferta condiciona as pessoas a buscarem determinado produto. Estas se tornam dependentes do Show Business, fascinadas por bens que às vezes não precisam, mas os faz pensar que as torna felizes, ao acreditar que estas coisas garantem aceitação social, pois a TV, os artistas, a mídia assim o disse. “Eu procurei fumar cigarro Hollywood porque a televisão me disse que é o cigarro do sucesso; eu sou sucesso”. (SEIXAS, Raul, É fim do mês, , Novo Aeon, 1975).
O escravo atual vive em uma prisão mental, não consegue distinguir aquilo que é intrínseco a sua natureza e o que é fantasia da mídia. As mercadorias distribuídas de forma massiva e de forma religiosa modificam profundamente as relações humanas, ao mesmo tempo em que difunde e reforça os moldes do sistema controlador. O reflexo desta atitude perdurará por mais tempo que a própria tendência que a gerou, afetando diretamente as gerações futuras que seguirão moldes impostos e absorvidos ainda que nocivos.
A priori todo o avanço tecnológico, a globalização e a difusão destas novas tendências, que muitas das vezes não passam de mero capricho, pode parecer algo bom, e até mesmo divertido, e em partes o é, mas traz sobre determinada sociedade e cultura, um impacto tamanho que por vezes pode levar até mesmo à extinção de ambas. (c/c, 4.1.4, natalidade).
“... visitarei a maldade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração...” (Livro de Ex. 20.5, 34.6,7; Num. 14.18; Dt. 5.9).
Periodicamente surgem novas invenções que imediatamente passam a ser, não que verdadeiramente o sejam, vitais para a sociedade, reiniciando deste modo o ciclo vicioso. De tanto obedecer ao alvitre televisivo, reflexos de submissão são adquiridos, e, involuntariamente o indivíduo tende a absorver o ato de obedecer a sugestões e por repetir tudo que fora difundido pela mídia e aceito pela maioria (c/c, 2.1.3, Mídia e Educação).
O sérvulo moderno está sempre à busca de um subterfúgio que burle sua realidade. Este acata tudo que lhe impõe, pois aprendeu que se deve nascer, crescer, produzir, consumir, reproduzir e morrer; momento este último, diga-se de passagem, se converteu e um negócio polposo.
A obediência tornou-se intrínseca ao homem, que, domesticado desde o berço; obedece aos pais, aos mais velhos, aos professores, patrões, às leis, às autoridades instituídas e a todos os tipos de poderes, sejam terrenos ou não. Obedece-se a tudo, menos à própria razão, pois esta já lhes fora tomada.
“... a maioria de nossos males é obra nossa e (…) os teríamos evitado quase todos conservando a maneira de viver simples, uniforme e solitária que nos era prescrita pela natureza”. (ROUSSEAU apud LEOPOLDI, 2002, p. 160).
Por estes fatores o ser humano não conhece outro caminho senão a obediência, pois a vida além da caverna lhe causa medo, o mesmo se encontra perdido sem o seu amo. A tendência dos animais domesticados quando ameaçados, é fugir para dentro de suas casas, suas tocas, suas gaiolas, diminuindo assim seus horizontes, estreitando as barreiras que os cercam, tornado sua segurança a principal armadilha de seus algozes. É justamente o medo que torna homens livres em escravos.
O poder da elite não se encontra em sua força coatora (policia), mas na atitude Pollyanna, (Eleanor H. Porter, 1913) das massas que busca distorcer a realidade com festas e jogos, que trazem uma alegria fugaz daqueles sonhos que lhes foram frustrados, pois são restritos a uns poucos. A TV é idolatrada por trazer tudo àquilo que os homens não conseguem viver em suas vidas quase reais. As coisas que o homem adquire acabam por possuí-lo, o criador se torna escravo da criação, e em muitos casos, aquele que lavra e colhe a terra, dela não come, nela não vive, ainda que nela morra. Paradoxalmente, quanto mais se produz maior é a escassez, maiores são os danos sociais e ambientais. Será sempre, frente à indigência e à exploração de todas as espécies vivas e inorgânicas, que o consumo diário, seja moderado ou frenético, estará garantido.
A pobreza e a desigualdade são a outra face desta aparente abundância. A indiferença frente aos demais seres vivos do planeta, a degradação ética e psicológica da sociedade, a cultura do medo, do álcool e da violência; são fatores da ordem do progresso. A elite detentora dos meios de produção e do lucro, usará todos os estratagemas possíveis para que tudo assim permaneça, visando o fim que tanto almejam; a zona de conforto tão eqüidistante (c/c, 2.1.1).
O escravo moderno, convicto que é justamente este acúmulo de bens que irá lhe trazer paz e segurança, condiciona-se a crer que não existe possibilidade de uma reorganização social, acomoda-se a esta vida por não conseguir vislumbrar outra. Tal certeza é a maior arma de dominação de seus opressores, ou seja, a convicção das classes dominadas de que moldar-se a este sistema é estar atrelado ao mundo real, é ser chic, é ser cult.
Morpheus diz: "Você sabe do que estou falando? Você deseja saber o que é a Matrix? A Matrix está em todo lugar. É o mundo que foi colocado diante dos seus olhos para que você não visse a verdade". Neo, diz: "Qual verdade"? Morpheus diz: "De que você é um escravo Neo”. (WACHOWSKI, Andy e Lana -1999).
Uma massa alienada, não contesta, simplesmente obedece, estão resignados por não conseguirem vislumbrar outra hipótese, e ainda que surja alguém com visão contestadora e capacidade para mudar tal situação, este nada poderá fazer, uma vez que não há espaços para dissidentes na atual conjuntura social mundial.
"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música". (NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm 1844 — 1900).
Neste contexto, a idéia de revolução é rechaçada pela própria camada explorada, qualquer ato de rebelião ou resistência está associado a uma conduta desviada ou terrorista, revoltosa e violenta. Mas quando se trata de reter o poder, o sistema não hesita em covardemente vestir a violência, que, aliás, é a sua principal característica, seja ela física, mental, segregacional, financeira e afins. Justifica-se a total apatia frente ao opressor, com discursos de Paz e Amor, elaborados, preservados e difundidos ao longo da história pelo próprio sistema.
“Quando a ordem é injusta, a desordem é déjá um princípio de justiça.” (ROLLAND, Romain, Théâtre de la révolution: Le 14 juillet; Danton; Les loups-página 36,– Hachette et cie, 1909).
3.1.3. Métodos de controle de massas
A priori a idéia de se controlar toda uma nação e possivelmente o mundo pode parecer um tanto absurda, afinal de contas, dominar tamanho número de indivíduos seria impossível. Mas ao se analisar mais a fundo alguns fatores, uma realidade aterradora vem à tona, qual seja, que este controle já existe, todavia passa imperceptível aos olhos da maioria.
Para tal fim, uma vasta gama de estratagemas de controle é empregada, dentre os quais, a denominada Metodologia Sistêmica, sob o prisma que, todos os sistemas dinâmicos se influenciam reciprocamente, e de igual forma, as empresas, a sociedade, os governos etc. Por sistema, entendamos este como um complexo de elementos que interagem concomitantemente de forma progressiva em equilíbrio constante.
Esta metodologia que outrora se ocupava tão somente da análise de elementos cibernéticos, fora adaptada de forma prática na Administração, pelo ex-capitão do Exército Inglês na II Guerra, Anthony Stafford Beer, professor e teórico da pesquisa operacional e da gestão cibernética, (1926 — 2002). Anthony compara as organizações às pessoas, ou seja, possuem um sistema nervoso central que controla todo o corpo. Deste modo, parte das crises sofridas pelas empresas está na incompreensão da sistemática sobre a qual funcionam.
Deste pressuposto, pode se compreender que dentro de um mundo globalizado, o domínio de toda esta sistemática torna-se quase impossível, a não ser para aqueles que a articulam e controlam. A própria Hipótese de Gaia ou hipótese biogeoquímica, sugerida em 1972, pelo pesquisador ambientalista britânico James Ephrain Lovelock, (c/c, 3.1.3) nos traz a idéia da onipresença do modelo sistêmico. Esta hipótese descreve o Planeta Terra como uma estrutura única naquilo que tange a biosfera e seus elementos físicos, que, trabalhando conjuntamente para manter seu equilíbrio homeostático, se encontra ameaçada quando da destruição de seus biomas.
Dentre as vertentes aplicadas da Metodologia Sistêmica, destaca-se o Modelo do Sistema Viável (VSM Viable System Model), desenvolvido pelo mesmo Anthony. Este modelo foca a sistemática das mais diversas organizações com intuito de aprimorar a viabilidade destas, ao ponto que as mesmas sejam capazes de se justaporem a eventuais superveniências das quais possam vir a ser acometidas. Através do VSM, Beer buscava uma sistemática prática e eficiente para gerenciar as organizações. Para Beer, tal método consistia “na ciência da organização efetiva” (Diagnosing the systems for organizations, 1985). “O pensamento sistêmico é de grande utilidade para fazer frente às numerosas situações que afetam a humanidade, as instituições e as empresas”. (PÉREZ Rios, 2008, p. 1).
O VSM (Modelo do Sistema Viável) fora aplicado por Stafford Beer de forma relevante no Chile em 1971, no governo de Salvador Allende, com intuito de desenvolver um sistema de gestão para as indústrias estatais, (Projeto Cybersyn) e perdurou até o golpe militar de 1973.
Um sistema dinâmico está sempre em movimento constante e quanto maior sua variável, maior seu movimento. Sua estabilidade dependerá da complexidade do processo necessário para recobrar o equilíbrio depois de cada perturbação. (BEER, Stafford, Diseñando la Libertad, 1977).
Quando se fala em controle geral de uma população, logo a surge idéia de um domínio físico e direto, por intermédio da força. Mas ao se analisar o contexto histórico, a título de exemplo, o fracasso de Hitler quando da tentativa de garantir sua hegemonia subjugando outras nações pela violência, se percebe que esta tática não funciona. Todavia, uma vez que se consegue manipular a maneira como as pessoas pensam se torna possível prevenir e por vezes garantir o modo como as quais irão agir ou reagir frente a qualquer estímulo. Para se controlar um grande número de pessoas é necessário exercer o controle sobre o cerne daquele sistema, ou quando muito, uma boa dose de sofismo.
Por intermédio da Metodologia Sistêmica, não é necessário que se preocupe em conduzir toda a corporação, basta exercer influência sobre o dirigente da mesma. A maioria das entidades ou pessoas visa o lucro, com base nisto, aquele que possuir capital suficiente, poderá barganhar frente às lideranças os seus anseios próprios.
O lucro; este é o fim de qualquer empreendedor, não existem valores ideológicos quando se visa lucro, do contrario estaria o empresário filosofando e não comercializando. Deste modo não é necessário conhecer todos os indivíduos que atuam em determinado sistema, basta conhecer e manejar aquele donde emanam as ordens. Uma vez que se monitora o diretor de uma instituição, ou o chefe de um departamento qualquer, não é necessário se preocupar com todos os demais componentes daquele organismo. “Ora, ao colocarmos freios na boca dos cavalos, para que eles nos obedeçam, conseguimos controlar o animal todo”. (Tiago, 3:3, Bíblia King James Atualizada).
No caso de controle de massas, basta que se apresente um fato e coloque sobre este, argumentos o suficiente, não necessariamente verídicos, para que tal vá se espalhando até tomar corpo. A título de exemplo, as fraudáveis Urnas Eletrônicas como algo democrático, a ONU como instrumento de justiça, e também, falsos alarmes como o Aquecimento Global provocado pelo Efeito Estufa. No campo político social, sobretudo naquilo que condiz à conduta comportamental e normatização legislativa, este ardil faz com que pessoas decidam agir do modo planejado, e estas, acreditam que tal iniciativa partiu delas mesmas sem perceberem que na verdade conduzem-se como mero instrumento de manobra.
Um determinado assunto possui abordagem diferente quantas forem as distinções do público alvo. Ao se tratar uma temática de forma quais os ouvintes gostariam de escutá-la, ao ponto de alcançar seus anseios e convicções, ainda que superficialmente, é de se esperar que determinado público se identifique e interpele por tal idéia. Existe um velho ditado que diz: “Se quiser que alguém faça algo, deixe que acredite que a idéia seja dele”. Agindo desta forma, infere-se que o sistema há de fluir conforme o esperado e gerar os resultados desejados; funciona assim nas empresas, funciona assim na sociedade e também na política. Fica mais fácil comandar quando se estabelece a regra de como o sistema deve funcionar, pois este seguirá a dinâmica estabelecida.“Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. (GOEBBELS, Joseph. Ministro da Propaganda de Adolf Hitler na Alemanha Nazista).
Partindo deste prisma, é que A Metodologia Sistêmica, embora não tenha sido este o intuito de seu criador, vem sendo utilizada como tática de controle desleal contra a população. Todavia, o risco em todo modelo dinâmico é a variante, aquele momento inoportuno e inesperado que abala toda a estrutura. Assim como a greve para uma empresa, e a revolução para uma sociedade, o bater das asas de uma borboleta poderá causar um furacão em algum ponto deste sistema, tal como fora quando do aumento de vinte centavos nas tarifas dos coletivos urbanos; estopim dos recentes protestos no Brasil.
Dentre as mais diversas formas de domínio de massas existentes nas quais a Método Sistêmico é empregado, algumas merecem destaque pelo tamanho grau de organização e complexidade que estas possuem, a ponto de subjugarem povos e nações inteiros. Os principais elementos de domínio nos quais a Metodologia Sistêmica vem sendo empregado, e que merecem maior foco devido à extensão de seu alcance são:
BANCOS E NEGÓCIOS
Provavelmente a mais poderosa das instituições naquilo que concerne o controle de massas. Por intermédio do sistema financeiro mundial, nações inteiras podem ser manipuladas e submetidas aos moldes globalistas. Não existe melhor maneira de se controlar um país que imergi-lo em dívidas.
“Há dois caminhos para subjugar e escravizar uma nação. Um é pela espada. O outro, pela dívida”. (ADAMS, John, 1735 – 1826).
Existe uma rede de bancos que controla todo o sistema financeiro mundial. O denominado Fundo de Reserva Federal, sediado em Washington, sendo este, uma junção de bancos internacionais privados, centralizando todo o sistema bancário norte-americano por intermédio da Lei de Reserva Federal criada em 1913. Esta junção é fruto da privatização do sistema monetário nacional, resultando no controle direto da emissão de moeda, seu valor, distribuição, partilha de lucros e movimentações nas quais pesam a margem de juros arquitetada pelos dirigentes deste programa.
O ex. Presidente John F. Kennedy estabelecera que a função de emitir moeda (com sua equivalência em ouro ou prata) seria de exclusividade do Estado, que agora também arca com juros provenientes de empréstimos que outrora não pagaria. Devido aos gastos com a Guerra do Vietnã (1964 — 1975) tais medidas não foram seguidas, quando o então eleito presidente, Richard Nixon (1969 — 1974), passou a emitir moeda por conta própria com intuito de amenizar a crise após a derrota na guerra.
“Se me permitirem imprimir e controlar o dinheiro de uma nação, eu não me importo com quem escreve ou com quem faz as suas leis”. (ROTHSCHILD, Amschel Mayer, c/c, 4.2.3).
Uma vez monopolizando o sistema financeiro, os bancos influenciam na oferta e procura de dinheiro, valorizando ou desvalorizando determinada moeda, fomentando ou não o mercado internacional. Este controle da economia por parte do dos grandes bancos foge totalmente à teoria acerca da “mão invisível”, de Adham Smith em A Riqueza das Nações. A inflação resulta unicamente deste fator, do controle na criação e circulação de moeda. Quando é interessante que haja uma inflação, injeta-se dinheiro no mercado aumentando o poder de compra do cidadão (ordem), e, obedecendo à lei da oferta e procura, o consumidor passa a demandar mais bens e serviços. Como o consumo é maior, produtor e fornecedor tendem a aumentar o valor de determinado bem, e em conseqüência o poder de compra diminui causando desvalorização da moeda (caos).
Ao delegar tamanho poder a particulares, o governo age contrário ao interesse público, pois, somente os proprietários destas instituições gozam do fruto das movimentações financeiras por elas executadas. Não é necessário denunciar a formação de monopólio, pois estes têm poder de refrear a concorrência afogando bancos menores, exercendo toda a influência sobre uma moeda variável, controlando a oscilação das taxas à sua conveniência, fato que foge ao domínio dos demais profissionais de crédito de um mercado, em tese, livre e aberto, ou seja, existe uma cartelização das finanças mundiais.
Napoleão Bonaparte adotara uma política de cancelamento de débitos e juros, afirmando que: “Terrorismo, Guerra e Bancarrota são causadas pela privatização do dinheiro, emitido como débito e composto por juros". Tal conduta desencadeara a denominada Batalha de Waterloo.
Outro modo que o público perde nesta junção está no fato que, tendo estas instituições o total controle sobre as taxas de juros, aqueles que se vêm na necessidade de tomar um empréstimo são impelidos a buscar estas taxas sufocantes e porque não dizer à usura. Se por outro lado o cidadão pudesse recorrer ao Estado para tomar tal empréstimo, àquele que outrora fora dinheiro público, estas taxas seriam menores e mais flexíveis, e os valores retornariam para o próprio cidadão configurado na pessoa do Estado. Quando o governo lança mão de empréstimo a estas instituições, são os impostos do contribuinte que arcam com esta dívida. Aquilo que deveria ser destinado na melhoria da infra-estrutura de um país vai para os cofres de instituições privadas.
Em um livro denominado, Segredos do Templo, com o subtítulo A Forma Como a Reserva Federal Governa o País, de William Greider, publicado em 1987, o autor aborda a dinâmica operacional do Sistema da Reserva Federal dos EUA. Neste, o autor aponta o poder de outras instituições como o Banco da Inglaterra, Banco do Japão e o Banco Central Europeu (Euro — 1999) e a influencia destes na economia não apenas local, mas também mundial. Greider aponta ainda o Bank for International Settlements (BIS), também de domínio privado, fundado em 1930 e sediado em Basiléia, Suíça.
Segundo a visão de estudiosos sobre o BIS, este seria o cerne controlador de todo o sistema financeiro mundial; diga-se de passagem, a Suíça é o mais famoso paraíso fiscal existente. Bertolt Brecht, poeta e dramaturgo alemão, disse que “é mais fácil roubar criando um banco do que assaltando um”. Em um raciocínio semelhante, Thomas Jefferson afirma:
Acredito sinceramente que as instituições bancárias são mais perigosas para a nossa liberdade que exércitos permanentes. Edificaram já uma aristocracia monetária que se posicionou em desafio ao governo. O poder de emissão deve ser retirado aos bancos e devolvido à população a quem verdadeiramente pertence.
Na verdade não é o governo que imprime a moeda, mas recorre a este fundo quando desta necessidade. O dinheiro impresso é um representativo de titulo de crédito do empréstimo que acumula juros recuperados através do Ministério da Fazenda. A maior parte dos impostos arrecadados visa saldar esta dívida, alegando ser esta a maior fonte de custeio dos gastos públicos; por exemplo, os empréstimos brasileiros para financiar a Copa do Mundo de 2014.
Com financiamentos destas instituições promove-se a fusão e compra de companhias, passando assim o controle de todos os meios de produção (setor petrolífero e de energias, transporte, tecnologias e comunicação, bancos, sistema de saúde) para as mãos de uma minoria. Uma vez que todo o sistema econômico e produtivo encontra-se monopolizado por particulares por meio de privatizações ou mega fusões corporativas, torna-se fácil controlar e finalmente substituir os governos por um corpo centralizado internacional.
SETOR MILITAR E DE INTELIGÊNCIA
Esta é a fundamental ferramenta de coerção contra dissidentes. Quando a via "diplomática" não funciona, é este o mecanismo utilizado para manter não apenas países, mas também a própria população local sob controle. É certo que algumas variantes podem alterar o equilíbrio de um sistema, e não se podendo amenizá-las, e se possível excluir a nuance e os efeitos desta, um novo plano deve ser traçado, e este, despenca sempre na via do conflito armado.
Por meio de novas tecnologias, (Drones), e se disfarçado em forças de paz, exércitos ocupam pontos estratégicos, guerras e conflitos são criados como pretexto para invasão de nações que não se submetem aos ditames da Organização Internacional. Introduzindo forças militares com bandeiras da ONU ou OTAM em países com governo antagônico aos interesses globalistas, o controle destas torna-se iminente, sobretudo nações do norte da África e do Oriente Médio que guardam boa parte das reservas naturais do planeta, algo crucial para se manter uma hegemonia frente a outras nações.
A questão energética tem sido a principal causa de conflitos nas últimas décadas, sendo este fator um dos pináculos de qualquer nação, garantindo a esta corpo frente à Sociedade Internacional. Uma nação com reservas minerais é rica ainda que subdesenvolvida. Podemos citar a título de exemplo os eventos ocorridos no Iraque, Afeganistão, Síria, Líbia e vários conflitos existentes em países do Norte da África ocultos pela mídia.
Existe ainda outro fator preponderante por detrás das guerras, qual seja a redução populacional como algo viável e útil. Com o fim do feudalismo ocorreu a aceleração do crescimento populacional, posteriormente quando da Revolução Industrial no séc. XVIII e do fortalecimento das bases do sistema capitalista durante o séc. XIX. As estruturas das novas cidades proporcionaram melhores condições de sobrevivência e concomitantemente reduziu a taxa de mortalidade, aumentou a expectativa de vida resultando na explosão demográfica. É fato que o crescimento de uma população está diretamente ligado ao desenvolvimento, e, ambos parecem seguir o mesmo ritmo, o que em tese é perigoso, pois uma eventual superpopulação seria um problema.
Thomas Malthus em seu trabalho, Ensaio Sobre a Lei da População, de 1798, ao comparar a proporcionalidade entre a produção de meios de subsistência e o constante crescimento populacional nos EUA e na Europa, verificou que a terra não poderia suprir a demanda de alimentos despendida pelos seres humanos. Partindo do pressuposto que o índice de natalidade nos seres humanos segue o padrão geométrico de progressão, do contrário, a produção de alimentos segue padrão aritmético de progressão.
A progressão aritmética (PA) é uma sucessão de elementos onde a diferença entre cada um deles em relação ao seu antecessor é constante, em linguagem matemática denominada razão (q). Sabendo que esta (q), seja qual for, determinará o valor do próximo elemento. Ex: Em uma régua, partindo do primeiro, ou seja, 1 cm, em uma razão de 2 em 2, o próximo elemento seria 3cm e assim por diante, de dois em dois; 5cm, 7cm, 9cm, 11cm, infinitamente.
A progressão geométrica (PG) é uma sucessão de elementos, todavia a partir do segundo, ou seja, 2 cm, onde o próximo seria este mesmo valor multiplicado por uma constante (q), e o valor do resultado novamente multiplicado por 2. Ex: Em uma régua, partindo do primeiro, ou seja, 2 cm, em uma razão de 2 em dois 2, tería como próximo elemento o valor 4 e assim sucessivamente; 2cm, 4cm, 8cm, 16cm, 32cm, 64cm, infinitamente.
Na progressão geométrica a disparidade entre o primeiro elemento, 2 cm, e o sexto elemento 64 cm, é muito grande em um curto espaço de tempo e vai aumentando de maneira cada vez mais desproporcional.
Resumindo de maneira direta; enquanto o crescimento de um estoque de alimento aumenta de 2 kg em 2 kg, o ser humano reproduz de 4, 8, 16, 32, 64, 128 filhos. Partindo de uma progressão geométrica, as somas são descomunais, enquanto de forma aritmética a progressão é estável.
O ser humano segue o padrão geométrico de crescimento, fato este que biologicamente falando, o define como sendo uma praga, colocando-o no mesmo patamar dos vírus, bactérias, ratos e afins., De acordo com a Convenção Internacional de Proteção Vegetal (CIPV) e aprovada pela 29º Sessão da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação - FAO, realizada em Novembro de 1997, entende-se por praga: "Qualquer espécie, raça ou biótipo de vegetais, animais ou agentes patogênicos, nocivos aos vegetais ou produtos vegetais".
A teoria malthusiana ganhou força, pois transferia a culpa da miséria, à falta de recursos ao invés da má destruição destes. Com o passar do tempo esta teoria perdeu espaço devido ás inovações tecnológicas que foram surgindo e proporcionavam melhores colheitas, bem como os métodos contraceptivos que reduziram a taxa de natalidade, todavia somente em algumas partes do globo.
A proposta de Malthus é plenamente plausível atualmente. Ainda que o avanço tecnológico para a produção de alimentos tenha sido significativo, não se produz como se deveria, pois outras culturas de mais fácil manejo e maior rentabilidade, como o Eucalipto, vêm tomando o espaço da produção de alimentos. De igual forma, o capital especulativo que vem extinguindo o setor produtivo. É bem mais viável especular na Bolsa de Valores que sofrer as intempéries naturais que destroem a lavoura, afinal de contas, "a pena é mais leve que a enxada".
Estes elementos; mudança de foco de culturas, capital especulativo, má distribuição de renda e recursos, são os principais geradores do déficit produtivo e da miséria em um país, bem mais que os fatores naturais em si.
Segundo posicionamento mais atual sobre o tema, a pobreza está diretamente ligada ao crescimento populacional, devido a causas não somente alimentícias.
Para os neomalthusianos, quanto maior o índice de natalidade, sobretudo nas classes de baixa renda, maior será o gasto governamental com serviços de educação, saúde e programas sociais. Este fator impediria que gastos públicos fossem revertidos a investimentos em setores de produção e infra-estrutura estagnando assim a economia.
As guerras, fome, e epidemias, vistas como fatores positivos, são artefatos viáveis à redução da população mundial, uma vez que o ser humano não possui um predador natural, e por conseqüência acaba por se transformar naquilo que a biologia denomina praga biológica. Entendo por praga biológica, toda aquela população na qual o índice de mortalidade está reduzido e o de natalidade encontra-se elevado, crescendo de forma descontrolada e desarmônica ao meio.
No caso de não haver predadores, não surgir epidemias, guerras e fome, o descontrole continua até a escassez de alimento, gerando a competição intra-específica, e em algumas espécies, o canibalismo. Se a questão da fome não for suficiente para amenizar a celeuma da super população, como ocorrera na Idade Média, a guerra será uma solução viável, e com resultados em curto prazo.
Atualmente novas tecnologias estão criadas como armas de destruição em massa, todavia burladas como outros projetos. A priori, a mais assustadora tecnologia que está sendo usada, e ainda desconhecida pela maioria das pessoas, é denominada HAARP (High Frequency Active Auroral Research Program). O HAARP (Programa de Investigação de Aurora Ativa de Alta Frequência) teve início oficial de suas atividades em1993, no estado do Alasca com intuito de abarcar melhor o funcionamento das propriedades físicas e elétricas da ionosfera terrestre.
O desígnio do projeto está na necessidade de aprimorar o desempenho dos mecanismos de comunicação melhorando as emissões de ondas de rádio e também aprimorando os estudos climáticos. Todavia, segundo estudiosos, o HAARP na verdade vem sido usado como arma climática contra diversas nações, inclusive o Brasil.
Dentro das inúmeras abordagens sobre o assunto, duas merecem destaque. A primeira, televisionada em 11/09/11 por um veículo de transmissão nacional de “credibilidade” da maioria das pessoas, qual seja, o Domingo Espetacular (TV Record). A segunda, intitulada, HAARP X Cobra Coral (Fundação Cacique Cobra Coral, FCCC), que segundo seus fundadores, é orientada pelo Cacique Cobra Coral, espírito que teria sido de Galileu Galilei e Abraham Lincoln, com o qual o governo de alguns estados brasileiros tem firmado contrato com o intuito de alterar o clima. Nesta ultima reportagem vem à tona, contratos realizados ente os governos dos estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio De Janeiro, com a FCCC.
Em matéria publicada em 30/12/09 pelo jornal O Globo, o governo da prefeitura do RJ recorre a esta entidade para fazer ou não chover. Em outra divulgada em 01/11/10 no Jornal do Brasil, onde a coalizão de Dilma Rousseff também encomenda serviços da FCCC. Pasmem, tais contratos são publicados no Diário Oficial destas localidades, (A Prefeitura, Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro, 28/11/20012).
Em 1979 foi criada uma agência do governo norte-americano denominada, FEMA, Agência Federal de Gestão de Emergência (Federal Emergency Management Agency), que em caso de calamidade pública, adquire poderes discricionários diversos; como, sustar leis, sobretudo a Constituição, deter indivíduos de forma marcial em seus campos de prisão como foram denominados, confiscar bens e remanejar populações inteiras dentre outras afrontas aos direitos individuais. Ressaltando que a mesma fora instituída mediante decreto presidencial sem autorização legislativa do Congresso. A FEMA também possui prerrogativa sobre estruturas como portos, estradas, ferrovias, recursos hídricos e energéticos, além de exercer direção sobre salários e fluidez de crédito em instituições financeiras norte-americanos.
Ao se traçar paralelos com alguns eventos que se desdobram atualmente, tais como os Chemtrails, os assustadores caixões da FEMA, bem como o misterioso monumento conhecido como As Pedras Guia da Geórgia (Georgia Guidestones), os apontamentos feitos a respeito do HAARP e de uma provável Terceira Grande Guerra, tornam-se mais evidentes e assustadores. Albert Einstein ao ser questionado a respeito das possíveis armas que poderiam vir a ser utilizadas no caso da eclosão de uma Terceira Guerra Mundial, o mesmo afirmou não saber, mas que uma Quarta Grande Guerra seria disputada a paus e pedras.
POLÍTICA
Os homens da vida política sabem da existência destas corporações, e com estas articulam dentro de sua esfera de influências, planos e diretrizes (Lobbies) que favoreça setores privados, seus principais financiadores de campanha. Os discursos políticos se resumem em direita e esquerda, cada qual usado quando necessário para apoiar seus objetivos. Esta elite cria um candidato mais firme que aparenta atender o clamor social dentro de sua ignorância, dando a leve sensação de estarem sendo representados. No cenário atual não faz diferença qual candidato subirá ao poder, pois o mesmo deverá seguir à risca todas diretrizes preexistentes do modelo vigente. Como já analisado, os fatores reais de poder estão nas mãos daqueles que monopolizam os meios de produção e não na força normativa dos ordenamentos jurídicos que cada Estado.
EDUCAÇÃO
No inicio do século passado começou a se falar mais em investimentos em “educação” pública tal qual se encontra atualmente. Desde então se percebeu que uma organização que trace parâmetros de ensino desde a infância, possibilitaria que os cidadãos fossem condicionados de forma massiva a obedecerem aos padrões e condutas previamente estabelecidas sem azo para contestá-los. Na verdade, o sistema de ensino atual, são técnicas psicopedagógicas com a finalidade de estigmatizar condutas previamente concebidas pelo sistema governamental vigente, impondo aos estudantes “valores”, atitudes e os comportamentos desejados. Este método advém das idéias positivistas de Augusto Comte (1798—1857) e Émile Durkheim (1858—1917), quando se dispuseram a analisar os desarrolho social como ciência, passível de cálculos pré-ordenados que determine sua evolução.
A partir de então, o conceito subjetivo de cada indivíduo é postergado em nome da praticidade sistemática. A tendência é que o nível escolar continue decaindo, pois a função das instituições de ensino não mais se ocupa em aprimora o caráter intelectual das crianças, mas sim na modulação comportamental social do indivíduo. Um cidadão dotado de autonomia intelectual capaz de valorar o meio no qual vive, é algo muito perigoso quando a intenção é justamente controle sobre os indivíduos.
Atualmente nas escolas, é claramente perceptível a aplicação de uma Engenharia Comportamental, e porque não dizer cultural, que vai aos poucos modelando uma ditadura psicopedagógica, na qual as instituições de ensino com suas metodologias previamente designadas pelo governo, não tem mais como intuito formar e educar um cidadão, mas unicamente preservar a figura do Estado. Todo mecanismo de ensino atual busca induzir determinadas formas de conduta, anulando umas e implantando outras mais viáveis à ordem estabelecida.
O próprio modo escolástico de disposição dos alunos em sala de aula, colocados em fila, faz com que estes tenham uma única visão à frente, ou seja, a do professor, e, concomitantemente estão sempre de costas para seu próximo ou os deixando de lado. Contrariamente ao modelo grego de ensino, onde havia uma via de mão dupla, as pessoas se assentavam em círculo falavam frente à frente aos demais. Como uma sociedade entenderá o que é democracia se estes são estranhos uns aos outros?
Nesta mesma linha de raciocínio pode-se traçar um paralelo entre TV e Internet, onde aquela oferece o que convém aos que controlam toda a sistemática, fazendo do vetor mero receptor como na escolástica. Por outro lado, a Internet, se assemelha à escola grega de mão dupla, na qual existe interação entre locutor e ouvinte, podendo este último formular e buscar pontos de vista distintos.
Todas as crianças americanas que entrarem nas escolas com cinco anos de idade são alienados, porque vêm para a escola ainda ligada ao ideal de pátria, aos seus pais e à crença num ser sobrenatural. Toca a vocês, queridos professores, certifique-se de que todas estas crianças doentes sejam as crianças internacionais do futuro. (PIERCE, Chester M., Professor da Educação e Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard).
Os gregos visavam uma formação completa do indivíduo, fortalecendo tanto o físico quanto o intelecto, focavam basicamente no preparo militar e desportivo, e, em dado momento e local, também à dialética. Dentre os que ensinavam havia a figura do pedagogo; um escravo incumbido de acompanhar a vida estudantil da criança que ia à escola. O pedagogo tinha como função, carregar os materiais do aluno, ajudar-lhe nas lições, zelar pela sua segurança e ensina-lhe o bom trato.
Por ser um serviçal, o pedagogo era submisso ao seu pequeno dono, todavia deveria fazer valer sua autoridade se preciso fosse.
O psicólogo americano, Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), ícone do Behaviorismo Radical, afirma que os seres humanos respondem de forma condicionada de acordo com as práticas reiteradas do meio no qual vivem, podendo a resposta a estes estímulos ser condicionada em feedbacks. À medida que certas condutas vão se reiterando dentro do corpo social, é normal que este tome força até se tornar um ato reflexo. Deste modo é plenamente possível influenciar o meio e os indivíduos que o compõe (c/c, 2.1.2).
Dentro das escolas, este condicionamento solidifica os novos parâmetros esperados, suplantando outros indesejáveis. Aquilo que outrora era tarefa principal da família é hoje função das instituições de ensino, que adéqua a personalidade do indivíduo nos padrões da ordem vigente. A índole deste será de acordo com o arquétipo aceito, e caberá em primeiro plano, à escola apontar e reforçar positiva ou negativamente (teoria do reforço) estes parâmetros. E isso deverá ser feito da maneira mais rápida, pratica e efetiva possível. A título de exemplo, enquanto em alguns países para o ingresso em um curso superior, o aluno tem de estudar primeiramente alguns anos de determinada matéria específica, em outros a tendência é justamente contrária; as grades curriculares são diminuídas a fim de acelerar a graduação (má formação) dos alunos.
O papel dogmatizador da escola ganhou força após a emancipação feminina, quando a mulher deixa o convívio familiar rumo aos postos de trabalho. Desta forma, aquela que era uma função exclusiva da família, sobretudo da mãe, passa a ser função do Estado, que recebe as crianças cada vez mais jovens e em período integral. Dai, diga-se que caíra por terra a máxima, “Educação vem de Berço” (c/c, 2.1.1).
As instituições de ensino adquirem um caráter de influenciador social e não mais de educador. Este fato pode ser comprovado através do trabalho conhecido como Conformismo de Asch, de Solomon Eliot Asch (1907 – 1996), psicólogo da Gestalt e pioneiro em psicologia social. Neste estudo, Asch aponta como o indivíduo ou uma minoria são influenciados por uma norma, proposta por outra pessoa ou grupo.
“O desaparecimento do comunismo e a promulgação simultânea da Nova Ordem Mundial parecem ser produzidos sobre um vazio ideológico absoluto”. (BERNADIN, Pascal. O Império Ecológico ou a Subversão da Ecologia pelo Globalismo).
Também o psicólogo turco Muzafer Sherif (1906-1988) faz uma análise sobre a psicologia social e aponta o processo pelo qual o indivíduo sofrerá uma padronização do influenciador, Normalização de Sherif, todavia sem que este proponha tal norma, não existe proposta direta ao influenciado. Embora a priori existam pontos de vista diferentes, com o passar do tempo estes vão se convergindo e tomando força a partir da adesão dos demais, que, conseqüentemente adotam o padrão que a maioria resolveu acatar.
De acordo com Sherif, os indivíduos tendem a negar que estão sendo influenciados, e quanto mais alheios a este estado de influência involuntária, mais tendem a adotar os padrões. Deste modo, vale a afirmativa de Jean-Paul Sartre: “A existência precede a essência”, atribuindo à natureza do indivíduo, o reflexo daquilo que este absorve do meio no qual se relaciona.
O mais evidente dos métodos de influência comportamental fora proposto pelo psicólogo Stanley Milgram (1933 - 1984), e ficara conhecido como Obediência à Autoridade de Milgram. No estudo o autor explica que a autoridade exercerá influência sobre o indivíduo que tenderá a acatá-la sem contestar, devido a uma credibilidade condicionada a estas figuras, como que se possuíssem fé pública. Neste caso, os indivíduos tendem a obedecer a uma autoridade pré-estabelecida sem contestá-la ainda que o proposto seja incoerente.
Outra técnica fora proposta pelo psicólogo romeno Serge Moscovici, diretor do Laboratório Europeu de Psicologia Social na França, conhecido como Inovação de Moscovici, no qual certo grupo ou indivíduo são influenciados por uma minoria. Tal se dá quando esta minoria consegue alterar o ponto de vista de um grupo social bem maior, ainda que não possua nenhum poder de coerção sobre os demais. Para tal, basta que esta minoria seja constante em seus apelos, fato que em longo prazo, resultaria em certa habituação, flexibilização e possível aprovação de determinado ponto de vista. Efeitos claros deste tipo de influência são encontrados nas mais diversas campanhas, como a eleitorais ou de movimentos sociais.
Nos EUA existe uma associação de historiadores que determinam a versão oficial da historia conforme o conveniente. A título de exemplo, uma legislação americana impede que a Teoria do Criacionismo seja ensinada como ciência nas escolas. Portanto, aqueles fatos fidedignos, contados por quem realmente os vivenciou, não consegue força, pois aquilo que é repetido inúmeras vezes por mais mentiroso que seja, acaba tomando corpo e se torna verdade.
Existe atualmente um grande empenho em depreciar o caráter informativo da Internet, justamente sobre a alegação, de que a mesma não é confiável devido o alto grau de receptividade e difusão de informações em seu conteúdo, muitas das vezes falaciosos. Este fato só enriquece aqueles que realmente buscam o conhecimento, pois abre um leque de pesquisa outrora inexistente na TV e nas bibliotecas comuns, com seus livros já pré-avaliados pelo sistema. Usando a Internet, caberá ao pesquisador dizer quando e o que lhe basta como informação, sem mencionar que o processo de pesquisa se torna menos enfadonho e amplo.
MÍDIA
Hoje a TV com seu conteúdo, são usados não mais como fonte de informação e entretenimento, mas sim, para moldar a opinião pública quanto aos eventos da atualidade, consolidando comportamentos desejados e esperados. Por intermédio dos telejornais do entretenimento e da publicidade, programam-se as emoções as reações e conseqüentemente a vida das pessoas.
Quando se parte do pressuposto que Hitler possuía apenas o rádio como veículo de difusão dos ideais nazistas, é um fato preocupante todas as possibilidades que as tecnologias atuais podem proporcionar neste quesito. Martin Luther King Jr., (1929 — 1968) tampouco dispunha dos meios atuais de comunicação, mesmo assim, em 1963 reuniu duzentos e cinqüenta mil pessoas no movimento Marcha sobre Washington, onde declamou seu épico discurso I Have a Dream. Cerca de um ano depois, em 1964, Luther King recebe o Prêmio Nobel da Paz por comandar a luta anti-racial por intermédio da não violência.
A TV a cabo é um dos grandes fatores de aumento da via de consumo em escala mundial. As mercadorias não precisam de certa forma, percorrer longas distancias para que determinado público tome conta de sua existência.
Um produto é lançado em determinado país, quando em outros, apenas divulga-se este lançamento e uma possível previsão de chegada às prateleiras. Enquanto da demora, neste lapso de tempo analisa-se o nível de procura, intensificam-se as propagandas, aumenta a expectativa do público e por fim o preço da mercadoria. A TV possui o poder destrutivo de, em busca da aceitação dos demais, transformar as pessoas em seres incompletos, sendo esta aceitação comprada com bens muitas das vezes longe do alcance e das próprias necessidades do indivíduo.
Os Realities Shows induzem as pessoas ao individualismo, contrariando o coletivismo. A regra é passar por cima de tudo e de todos para ser uma estrela de brilho fugaz. Neste cenário, a figura feminina se vê nítida e repetidamente explorada em todos os campos possíveis. De acordo com a mídia, a mulher se resume basicamente em consumir moda, cosmético, absorvente, produto de limpeza, caldo de galinha; vender perfume masculino, mulata, ou como vítima do noticiário policial que usa a miséria humana como entretenimento. No mundo midiático, quando abordado algo valorativo à mulher, serão nos 30 segundos dispensados às propagandas do governo sobre programas sociais a elas esmolados, posteriormente, seguido de inúmeras outras alusões ao simples objeto de imagem aos quais estas são arremetidas.
A mídia mundial encontra-se hoje sob a direção de grandes organizações, que atuam em conluio com o Estado, e possuem em seu quadro de redatores e jornalistas, um grupo de pessoas sem foco ideológico algum, que, mascarado sob o prisma da imparcialidade, segue os moldes tendenciosos de seus diretores. Os noticiários possuem um caráter faccioso, os artistas são elevados a um grau de venerabilidade quase divina, a difusão massiva do materialismo, erotismo, do vício e da violência são a nova face da mídia e do entretenimento atual.
A suplantação de valores se dá de forma massiva, novos padrões morais e comportamentais são apresentados como se fossem de real conteúdo e de anuência geral. A título de exemplo a campanha interna brasileira enaltecendo as Urnas Eletrônicas, motivo de irrisão em todo o mundo (c/c, 3.3.2). Do ponto de vista de José Saramago, o mundo audiovisual no qual vivemos, deturpa o real sentido das coisas, pois se constrói valores e opiniões a partir das sombras que são projetadas. “Nós nunca vivemos tanto na Caverna de Platão como hoje. Hoje é que estamos a viver de fato na Caverna de Platão, porque as próprias imagens que nos mostram da realidade, de tal maneira substituem a realidade”. (SARAMAGO, José.).
Como já fora comentado, o homem moderno vive sob um modelo de vida tão aviltante, segregado de seus direitos, anseios e aspirações, que o mesmo não encontra outro modo de satisfazer aquilo que para ele seria meta de vida. O mais próximo deste ideal de realização que o mesmo poderá chegar, será na posição de vetor e hospedeiro da mensagem audiovisual. Por não suportar a própria existência, doses massivas e diárias deste pernicioso método de planejamento cultural e hipnose coletiva são despejadas sobre as pessoas, e estas por sua vez, respondem positivamente a estes estímulos, ora reforçando, ora remodelando.
"Também é fato que o ser humano está intimamente impelido a mudar a imagem do mundo que sua cultura projeta". (BEER, Antony Starffod. Disenãndo La Libertad.).
Aldous Leonard Huxley (1894 —1963) em seu livro Admirável Mundo Novo, analisa esta condição do homem atual de modo inquietante, pois não existem as privações inerentes à maioria dos regimes totalitários, mas do contrário, as pessoas são progressivamente entorpecidas com frivolidades, mantidas na ignorância da literatura, filosofia, ciência ou qualquer outra coisa que considerem herança de uma pessoa bem educada. Segundo Huxley, a constante presença do reforço positivo repetitivo das futilidades de consumo mantém os seres humanos controlados, não se rebelando contra o opressor. É justamente neste ponto que o homem coopera e a mídia serve como um método avassalador de servidão inconsciente.
"E quanto ouvimos que vão destruir nossa liberdade, devemos ficar atentos, porque é o maior tesouro que possuímos e devemos saber como salvaguardá-la". (BEER, Antony Starffod. Disenãndo La Libertad).
RELIGIÃO
A mais antiga forma de controle existente. Um código de conduta que cada seita prega de modo diferente e que pessoas simplórias seguem muitas das vezes de forma kafkiana. O problema em si não são as doutrinas num todo, mas quando estas são transformadas em religião. Quando uma filosofia assume conotação religiosa, tal fato demonstra que o valor desta fora deturpado.
Não é preciso esforço para perceber que um caráter religioso de qualquer ponto de vista, por vezes atinge um fastígio entre o fanatismo e o fundamentalismo, ambos, uma ameaça à humanidade, pois eclodem em reações violentas (c/c, 4.1.4; questão Islâmica).
É de total conhecimento de todos, que religiões causaram mais guerras que promoveram a paz no desarrolhar histórico, e quando não promovidas pelas entidades religiosas, disto se encarregavam os grupos ateístas. Somente dois grupos sustentam as discussões religiosas; aqueles que creem em algo e os ateus.
“... hoje acredito estar agindo de acordo com a vontade do Criador Todo Poderoso: ao defender-me contra os judeus, estou lutando pela obra do Senhor”. (HITLER, Adolf. Mein Kampf [Minha luta]).
Edir Macedo através de suas intuições, emissoras de rádio e TV, é um grande formador de opinião, um instrumento de manipulação em potencial. Ao se observar, não sua postura como pessoa, mas atentando apenas aos critérios objetivos dos veículos difusores por ele dirigidos, podemos vislumbrar o alcance de seus domínios. Assim, incluem-se todas as demais denominações que tentam a qualquer custo depreciar uma às outras com intuito de granjear mais fiéis, cada qual detentora da sua verdade. Neste mesmo sentido, Stálin promoveu o ateísmo nas escolas, editou propagandas massivas anti-religiosas e editou leis contrarias a religião. Mas no fundo, tal postura, nada mais era que uma nova forma de catequização e de filosofias deturpadas.
Ao analisar a questão religiosa, Max Weber surge com várias indagações, como por exemplo: “Por que razão as regiões de maior desenvolvimento econômico foram, ao mesmo tempo, particularmente favoráveis à revolução na Igreja”, uma vez que a reforma não acabaria com o controle da Igreja sobre a vida cotidiana. Weber analisa que o domínio do Calvinismo na Inglaterra (Puritanismo) no século XVI era uma grande forma de controle sobre a sociedade, e contou com o apoio das classes médias burguesas.
O autor também ressalta que a diferença entre a educação formal, religiosa e moral de católicos e protestantes, tinha efeito direto no futuro profissional dos cidadãos. Os católicos tendiam mais a continuar trabalhando como artesãos, enquanto os protestantes se tornavam trabalhadores especializados da moderna indústria. Os protestantes demonstraram ter tendência para o racionalismo econômico e buscarem os passos da obtenção de riquezas, diferentemente dos católicos, que pregavam o desapego material
Sem sombra de dúvidas, todos estes elementos citados, são os que possuem maior poder de influência sobre determinada sociedade. Quando se observa o modo como estes agem se torna perceptível como esta sistemática vem sido utilizada ao longo dos séculos para o controle de massas. Ao aplicar o modelo metodológico sistêmico a qualquer uma delas, os resultados esperados alcançarão grande número de pessoas e dificilmente alguns escaparão a esta influência, por vezes, se esvaindo de um e se desembocando em outro.
4. O ESTADO COMO “NECESSIDADE”
4.1. ORDO AB CHAO – A ORDEM VINDA DO CAOS
4.1.1. O caos social
Para que se entenda o modelo da má gestão empreendido pelos governos, visando manter a hegemonia do corpo estatal ou daqueles que dominam determinada sociedade, a análise deve partir da denominada Teoria do Caos, aqui analisada naquilo que condiz aos sistemas dinâmicos. Sabe-se que os sistemas políticos e sociais operam de forma dinâmica, ou seja, o caminhar de um evento estará diretamente ligado a toda a engrenagem do mesmo.
A Teoria do Caos versa que o desarrolhar de qualquer fato se encontra diretamente ligado à gênese que o criara, e por sua vez, todo efeito subseqüente será uma resultante do anterior. Aglutinando esta teoria à noção de Estado, ambos se adéquam perfeitamente, pois o corpo social é reflexo fidedigno dos eventos antecedentes daquela sociedade. A Teoria do Caos atualmente está intrinsecamente ligada a estudos políticos, climáticos, econômicos, demográficos, financeiros, geográficos dentre inúmeros outros. Certamente a mais difundida de todas as vertentes desta teoria é a denominada Efeito Borboleta, desenvolvida pelo matemático norte-americano Edward Norton Lorenz (1917—2008). Segundo a teoria de Lorenz, uma variação por mais ínfima que pareça nos sistemas dinâmicos, poderá acarretar resultastes de proporções até então inconcebíveis, por vezes caóticas.
Na verdade, Lorenz comprovou aquilo que o matemático francês Henri Poincaré (1854 — 1912) teria proposto quase um século antes. Durante séculos, a teoria de Newton serviu como base para o ordenamento de muitas estruturas, a matemática newtoniana podia prever com exatidão eventos futuros com base em cálculos. Seguindo este raciocínio, o matemático francês Pierre-Simon de Laplace (1749 — 1827) defendia a tese da estabilidade nos sistemas, até que Poincaré, estudando os sistemas dinâmicos e suas equações, descobriu um comportamento caótico dentro destas.
O russo, Aleksandr Lyapunov, fora responsável por desenvolver a denominada Teoria da Estabilidade, na qual, a maioria dos sistemas segue certa instabilidade ate um ponto critico hoje denominado, Ponto de Virada. Dentro desta teoria, quanto maior o grau de complexidade de determinado sistema, maior será a sua propensão e sua resultante caótica. Até mesmo sistemas simples como no caso dos pêndulos duplos, podem se portar caoticamente e de maneira imprevisível. Igualmente, dentro do cenário econômico, social e político, as previsões são válidas somente até o ponto de virada; momento qual surge a imprevisibilidade.
De acordo com a Teoria da Estabilidade, quanto maior o número de conexões sistêmicas, e maior for pressão exercida sobre estas, mais turbulentos e caóticos estes se comportarão. No atual modelo globalizado, onde todos os sistemas sejam financeiros, políticos, educacionais, sociais, etc., estão direta ou indiretamente interligados, uma eventual virada no ponto crítico pode eclodir em resultados catastróficos.
No Brasil, na década de 60, quando da administração de José Sarney, o estado do Maranhão fora um exemplo claro de um governo no qual toda a população vivia em total estado de insegurança. Um dos primeiros estratagemas utilizados por Sarney foi a denominada Lei de Terras de 1969 que resulta até os dias atuais em conflitos agrários no interior do estado; principal fator no aumento da miséria na capital São Luis, devido o êxodo da população rural.
Conseqüentemente, aumenta-se a criminalidade nos centros urbanos, e a população sobrevivendo sob a Cultura do Medo (Barry Glassner), clama por mais leis e intervenção estatal, não sabendo ela que isto é um estratagema visando cercear direitos dos mesmos. Este fato, conforme apontamento de uma ONG mexicana (Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal) elevara a capital maranhense ao status de 27ª cidade mais violenta do mundo. De acordo com o Relatório do Programa das Nações Unidas para o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no Brasil, o estado do Maranhão encontra-se em penúltimo lugar neste quesito.
Semelhante caso ocorrera na administração de Roseana Sarney, em que pese, encontra-se em seu quarto mandato, que, em 1995, reduzir grandemente os investimentos em segurança, e teve como meta para o orçamento de 2014, cortes em mais de R$ 6 milhões neste setor.
Na década de 90 o crime organizado no estado do Maranhão teve uma ascensão espantosa, onde quadrilhas especializadas em roubo receptação de carga adquiriram tamanho poder e ousadia que assassinaram políticos, delegados, e empresários. Sem contar as quadrilhas de agiotas que estendem suas práticas delituosas na maioria dos municípios, e, que não se importam em assassinar jornalistas e prefeitos e outros. Ademais, o vigoroso esquema de tráfico de drogas e armas alcunhado, “Bonde dos 40”, que alcança tamanho grau organizacional que está adquirindo estrutura de estado paralelo dentro do Maranhão.
Neste cenário, uma população semi-analfabeta que não possui capacidade cognitiva para questionar ou absorver conteúdos mais complexos, e que tem a TV como único meio de informação, se vê controlada pela mídia, estão ao bel prazer dos que dominam estes veículos. Por intermédio de ardis psicológicos, a mídia cria um estado de pânico nestas pessoas que enxergam na intervenção e dependência de seus governantes a única solução.
Quando do incidente ocorrido no Complexo Penitenciário de Pedrinhas; tal evento fez com que algumas pessoas clamassem o retorno do ex-secretário de segurança João Alberto, responsável pelos métodos repressivos que ocasionaram a atual ruína do Sistema de Segurança Pública maranhense, (c/c, 3.3.1). Não esquecendo que o maior complexo de empresas de mídia privada do Maranhão, qual seja, o Sistema Mirante de Comunicação é de propriedade da família Sarney.
Caso semelhante ocorrera com as manifestações contra a copa do Mundo 2013 no Brasil, quando uma pequena onda de depredação de patrimônio fora o suficiente para que alguns néscios clamassem por uma ditadura. Estes dentre outros fatores, estão diretamente ligados ao modo que o governo de determinada localidade ou país arquitetou seus métodos de permanência no poder.
Para não alongar demasiadamente o tema apontando outros diversos planos que visam assegurar um governo, a própria análise deste conteúdo poderá elucidar que vem a ser um governo através do caos. Em cada capítulo subseqüente todas as teorias supracitadas poderão ser facilmente identificadas com base nesta breve noção do tema até agora apresentado.
4.1.2. O nascimento do Estado
O programo de medidas que visam à melhoria das condições sociais é uma meta almejada desde os primórdios, mesmo o homem primitivo buscava melhorias na sua condição social. Almejando fugir do estado selvagem de natureza, o ser humano de forma empírica, reitera alguns usos e costumes que por ele experimentados, trouxe-lhe sensação de bem estar. Com o tempo estas condutas tomam tamanha força, e acabam por se tornar algo quase que intrínseco àquela sociedade.
Aqui é perceptível o ideal Aristotélico versando que, a força das normas encontra-se justamente no valor ético destas, ou seja, na justiça que a mesma projeta dentro do corpo social. Na mesma linha de raciocínio, Konrad Hesse atribui a força normativa da Constituição à capacidade das normas contidas nesta serem absorvidas pela população, fato este que o mesmo denomina "vontade de Constituição". Se a normatização formalizada expressar a vontade daqueles para os quais fora direcionada, sobretudo os responsáveis por efetivá-la, esta norma terá seu efeito garantido. Do contrário, “se estas mesmas normas forem injustas”, de acordo com Romain Rolland, “quebrar tal ordem é por si um ato de justiça”.
Todavia somente hábitos e costumes não trazem em si a substância de uma suposta segurança jurídica, uma vez que estes podem variar de uma localidade para outra e também serem violados sem que haja possibilidade de sanção ou regresso contra possíveis infratores. Para tanto se cria um artifício abstrato que se materializa na composição destas normas e na imposição das mesmas, o Estado.
Tal fato pode ser comprovado no trabalho do filósofo inglês Thomas Hobbes, intitulado Leviatã, de 1651, onde o mesmo afirma que o caos social encontra-se na natureza selvagem do ser humano, Bellum Omnium Contra Omnes, (eterna luta de todos contra todos) e na falta de um governo que pense por estes, pois só uma mente “organizada e iluminada” pode traçar condutas sociais saudáveis. Este pensamento, bem como, a cultura do medo proposta por Hobbes, opera claramente nos dias atuais, sendo o principal pináculo de todo e qualquer governo.
Atualmente entende-se por Estado, a junção e constante simbiose entre três elementos; território, povo e governo. Por vezes pode acontecer de um determinado povo possuir um governo, todavia não possuir um território, como é o caso do povo curdo, que reúne cerca de 36 milhões de pessoas, ou dos Palestinos com cerca de 5 milhões de pessoas, mas que desde 1944, vive sob um governo semi-autônomo que administra partes do antigo território. Também é possível de um Estado soberano perder no total ou em partes algum destes fatores, e vir a possuir um território e não ter um governo e assim por diante.
Tal como ocorrera em 26 de dezembro de 2004, quando do maremoto que atingiu a Ilha de Sumatra-Andaman, quando 14 países foram devastados, sendo Indonésia o mais atingido, seguido por Sri Lanka, Índia e Tailândia. Neste caso, território, povo e governo foram drasticamente afetados a ponto de se desfazerem, ainda que temporariamente em grande parte destas localidades.
Dentre as formas de surgimento do Estado estão, as originárias, assim denominadas por advir da própria vontade de determinado povo, sem derivar de outro Estado antecessor, como ocorrera na França quando da Revolução Francesa. Também existem as formas secundárias, que se dão quando determinado grupo de Estados se unem ou se fracionam com intuito de formar um novo Estado, como por exemplo, a extinta União Soviética. Por último teremos as formas derivadas de nascimento de um Estado, quando este surge devido a fatores externos, como no caso de Israel. Importante ressaltar que sempre que umas destas formas eclodem, estaremos diante de algum evento, por assim dizer, caótico, e, em tese, diante de uma nova ordem (Ordo Ab Chao).
O problema na atual estrutura do Estado é que este deixou de ser um sistema regulador e passou a ser um sistema opressor, agindo muito mais como um limitador de direitos e garantias, que defensor destes. A maior parte das leis é criada ferindo os princípios gerais não apenas do Direito, mas de toda ética moral humana. Estes princípios seriam as únicas garantias do cidadão frente ao poder discricionário dos Estados, e por vezes, usurpado baixo o clamor irracional de seus súditos (c/c, 3.1.1, último parágrafo). O aparato estatal adquiriu tamanha complexidade em seu legalismo, que o povo se encontra totalmente excluído de qualquer participação na gestão política de seu país.
Dentro do conceito de Estado Democrático, estes parâmetros fazem com que a hegemonia no controle estatal esteja sempre nas mãos daquela minoria que já articula todo este organismo.
4.1.3. Ordo ab Chao, o princípio que rege os Estados
Embora implícito na estrutura dos estados, todavia desconhecido pela maioria das pessoas, o princípio Ordo Ab Chao se faz presente antes mesmo do surgimento de todas as substâncias existentes, que foram, e que ainda estão por vir. Pouco difundido, este princípio rege tudo aquilo que entendemos por Universo. Neste ponto, Cosmologia e Cosmogonia concordam, religião e ciência convergem quando da afirmação que antes de toda a Criação, o Caos pairava sob a face do negro abismo. Presente nas mais diversas vertentes religiosas, ou nos estudos da Física moderna, a idéia de um princípio caótico é a base da questão existencial. O caos seria a gênese na qual uma velha essência é destruída para o advento de uma nova; Solve et Coagula.
Este princípio pode ser vislumbrado quando toda a matéria ainda disforme, ou até mesmo na ausência desta, pairava sobe a face do negro abismo. Segundo o poeta grego Hesíodo, Caos seria a mais antiga de todas as divindades existentes, e, partindo do ponto de vista da física atual, esta idéia nos parece plausível, pois, somente após muitos bilhões de anos, é que teríamos aquilo que Pitágoras, primeiro a cunhar tal termo, denominara Kósmos, e a física moderna trata por Universo Elegante.
O princípio Ordo Ab Chao (ordem no caos), embora intrínseco a toda existência e presente nas teorias ora propostas, só fora adotada esta terminologia, a 31 de maio de 1801, em Charleston, Carolina do Sul. É este, o báculo do 33° Grau do Rito Escocês dos Malheiros Antigos e Aceitos (c/c, 4.2.3), quando da eclosão do primeiro Supremo Conselho do mundo, este, criado com intuito de fazer uma reforma dentro do caos que se instaurara nos Altos Graus Maçônicos escoceses. Para restaurar a estrutura organizacional desta instituição, diga-se de passagem, muito influente, a Maçonaria, bem como de muitas outras estruturas organizacionais, um vasto material humano muito bem especializado, vem sendo utilizado ao longo de milênios juntamente ao princípio Ordo Ab Chao, ora para construir (Ordo), ora, para destruir (Chao).
Não será cerne desta abordagem as origens em si da terminologia que durante séculos tem se ocupado quando muito de estudos dogmáticos. O foco sobre este se baseará em sua premissa, qual seja, A Ordem se estabelece no Caos, e de como este é a base das estruturas governamentais.
Dentro do contexto alquímico de transmutação de toda natureza, adaptando-o aos sistemas governamentais, concomitante ao princípio Ordo Ab Chao temos o princípio Solve Et Coagula, que se consubstancia na idéia de dissolver algo para novamente reestruturá-lo. O que ocorre atualmente é justamente isto; uma tentativa de dissolver a confiança da população na entidade estatal, diminuindo a pessoa do Estado, aumentando assim o poder do setor privado, monopolizador de todas as estruturas ora pertencentes ao Estado. Solve, consubstancia a idéia de destruir, trazer o caos à tona, e, contrariamente, Coagula, faz emergir uma nova ordem.
Quando trazido alguns eventos à memória, fidedignos ou não em suas versões, se percebe como determinado fato caótico traz em si um renascer em algum outro ponto. Buscando mais remotamente, um evento que ocorrera em 18 de julho, no ano 64 d.C, quando um terrível incêndio destruiu praticamente toda a cidade antiga de Roma. Dentre algumas versões do acontecido, conforme Tácito (55-120, d.C), considerado um dos maiores historiadores da antiguidade bem como Suetônio (69 – 141 d.C), o incêndio teria sido provocado por Nero e a culpa colocada nos cristãos, uma vez que estes gozavam da antipatia romana. Teoria esta que em tese se sustenta, pelo fato de logo após o ocorrido, Nero adquiriu as propriedades circunvizinhas a seu palácio por quantias ínfimas para construir a nova cidade.
Mais recente, pode ser citado o ataque kamikaze japonês à base de Pearl Harbor, fator determinante na participação americana na Segunda Guerra Mundial, e que segundo historiadores, bem como pessoas que vivenciaram o evento dentro das Forças Armadas norte-americana, o ataque já era esperado e desejado pelos EUA. Lembrando que tal fato fez com que os EUA após os ataques de Hiroxima e Nagasáqui se tornasse a grande potência bélica e econômica tal qual “se encontra”. Não descartando a tese que os ataques de 11/09/2001, ao World Trade Center, foram articulados pelo próprio governo norte americano com pretexto de invadir o Afeganistão e novamente o Iraque em 2003, conforme difundido atualmente.
Um dos principais efeitos resultantes do Ordo Ab Chao está no processo de privatizações (c/c, 3.1.3). O Estado que é responsável por manter toda estrutura de bens e serviços em perfeito funcionamento, negligencia neste cuidado, levando à desestabilidade de determinado sistema, e como solução para o caos gerado, este que negligenciou em sua má gestão, diga-se de passagem, de forma intencional, aponta como solução a privatização. Agindo deste modo, a má administração, reverte todo o patrimônio público para as mãos do setor privado, que na verdade é composto pelos financiadores das campanhas deste mesmo governo.
A título de exemplo temos o evento ocorrido no Brasil que ficara conhecido como Privataria Tucana (c/c, 4.2.2), no estudo publicado em 2011 de autoria do jornalista brasileiro, Amaury Ribeiro Jr., no qual o mesmo denuncia as fraudes ocorridas nas privatizações das estatais, e em grande parte dos serviços públicos brasileiros. Estas privatizações foram estabelecidas como meta em 1995, no Plano de Reforma do Estado pelo governo Fernando Henrique Cardoso/ PSDB que “pirateou” 70% de todo o patrimônio nacional a míseros R$ 60 milhões, de acordo com dados do próprio governo. Ou seja, a "nação" brasileira, configurada na pessoa do Estado, não possui mais patrimônio algum.
Caso mais gritante, o da ex Companhia Vale do Rio Doce, hoje conhecida como Vale, maior mineradora do mundo, que, segundo a visão de Dr. Enéas Carneiro, “fora doada de maneira criminosa”. Na ocasião, FHC dilapidou 41% das ações da empresa, o suficiente para transferir o controle da mega estatal aos acionistas, pela vil quantia de R$ 3,3 bilhões, valor este que não possibilitava a quitação de um mês de juros da dívida dos cofres públicos, uma das justificativas para o PND. Dívida esta que não diminuiu, mas passou de R$108 bilhões para R$654 bilhões em apenas sete anos.
Deve ser levado em conta que anualmente a extinta CVRD lucrava acima de R$ 20 bilhões líquido, e o valor mínimo estimado para a empresa na época era de R$ 92 bilhões de reais, somente em seu complexo industrial, ou seja, quase 30 vezes maior que o arrematado. Cálculos reais, não estimados apenas em fluxo de caixa, mas também levando em consideração os critérios de reserva, esta cifra atingiria à casa de R$ 1,5 trilhões.
Todavia não é possível de maneira racional e exata, mensurar o valor de ativos reais cuja safra seja única e as necessidades futuras não podem ser previstas, e, dentro de um mundo altamente industrializado e tecnológico, é de se esperar que o valor destes só venha a aumentar.
Em 2005 o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, determinou a retomada do julgamento de diversos processos judiciais contra o leilão da CVRD, que haviam sido julgados improcedentes em 2002. Essa foi uma das motivações para a organização do plebiscito popular em 2007 em favor ou não do retorno da CVRD ao controle estatal, no qual, 94,5% dos votos determinavam a reestatização.
Eu costumo dizer, comparado ao mensalão, a mesada dos nossos colegas que tristemente, né, venderam suas consciências, comparado àquilo, o que nós perdemos em minério, aquilo, desculpe; é mesada de trombadinha [sic!]. (Dr. CARNEIRO, Enéas, 1938 – 2007).
O princípio Ordo ab Chao, bem como, Solve et Coagula, podem ser vistos em todos os eventos históricos relevantes no desarrolho da humanidade, ora seguindo o próprio ciclo da natureza, ora provocado por ação humana. Ao se observar a dialética materialista marxista da luta de classes, é possível notar um exemplo clássico do princípio Ordo ab Chao, entre aqueles que buscam a qualquer custo manter a ordem (burguesia), e aqueles que do contrário, buscam subverte-la (proletariado). Foi assim que Spartacus, liderando a denominada Terceira Guerra Servil, conduziu uma revolta que abalara os alicerces da antiga Roma, dando azo a uma nova ordem, qual seja, o Feudalismo.
Platão, quando na caverna, convida ao romper (solve – chao) com o mundo sensível, buscando a perfeição (ordo – coagula) no mundo das idéias, e, dentro desta dialética, solvendo o arcaico transmutando-o no novo. A própria idéia hegeliana de dialética; tese, antítese e síntese, personificam em si o imo destes princípios, onde, ciclicamente; a tese seria ordo; a antítese chao e solve, e a síntese, novamente ordo coagula, prestes a solve chão, e assim ciclicamente.
Neste mesmo contexto metamórfico, governos e nações eclodem e posteriormente são destruídos dando lugar a um novo ordenamento. O Renascimento rompendo com a Idade Média, a Reforma Protestante solvendo as bases do Catolicismo, o Absolutismo sucumbe frente às revoluções burguesas culminando na Revolução Francesa, onde monarcas, cardeais e senhores feudais foram decapitados. Por fim, irrompe o ideal Republicano Democrático, fixando o regime burguês de subserviência assalariada, onde os monopólios tomam lugar da livre concorrência e permanece a eterna dialética entre proletariado e ordem burguesa.
Um fato “alarmante” que tem sido usado para gerar o caos na mente da sociedade global, mas que na verdade não passa de uma grande falácia, visando submeter todo globo aos ditames de uma nova ordem, sediada nos burocratas da ONU. Tal anedota encontra-se na farsa criada a respeito do Aquecimento Global e Efeito Estufa, com intuito de firmar diretrizes globalistas e forçar nações a segui-las sob o bom pretexto de salvar o planeta.
Em 16 de Junho de 1972 fora constituída a Primeira Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente (Conferência de Estocolmo), encabeçada pela ONU, com intuito de analisar a relações entre o homem e o meio ambiente. Vinte anos depois, em 1992 houve a Eco 92, na cidade do Rio de Janeiro buscando uma política global com intuito de viabilizar um novo modelo de gestão baseado no desenvolvimento sustentável. Mais recentemente, em Junho de 2012, também na cidade do Rio de Janeiro, ocorrera a Rio + 20, que buscava reafirmar os compromissos da Eco 92. Nota-se que o discurso mudara, o norte da questão deixou de ser as emissões de gases do efeito estufa e visando agora uma conduta sustentável.
A teoria de que a emissão de CO2 contribui para o aquecimento de todo o planeta gera divergência entre especialistas no assunto. De acordo com Luis Carlos Molion, professor de climatologia da Universidade de Alagoas, e que a mais de 40 anos se ocupa de estudos climáticos, o controle da temperatura no planeta deve-se principalmente ao Sol, fonte primária de energia, e ao calor contido nos oceanos. De certo, é do conhecimento de todos, que estas duas estruturas biológicas são responsáveis não apenas pelo equilíbrio térmico do planeta, mas também pelo controle de CO2 e da quantidade de oxigênio emanada na atmosfera.
Molion enfatiza que ao longo dos milênios a temperatura do planeta já esteve entre 6° a 10° mais elevada quando ainda a taxa de CO2 era muito reduzida, e, embora hoje o nível deste gás tenha aumentado, a temperatura terrestre permanece estável, por vezes, declinando, de acordo com dados dos mesmos satélites que outrora apontavam uma elevação.
A base teórica do efeito estufa que imputa este falso aquecimento às irradiações infravermelho absorvidas pelo CO2, que novamente são arremetidas contra o planeta, é falsa, pois contraria os princípios da Termodinâmica. Segundo esta Lei da Física, o ar é aquecido em contato com a superfície do Planeta adquirindo flutuabilidade (convecção), todavia até que o mesmo alcance este ponto devido à sua massa (1,98, kg·m-3), permanece próximo à crosta mantendo-a aquecida. Ao alcançar determinada altitude essa mesma extensão de ar resfria, fato que torna impossível que estas partículas "atravessem oceanos" causando o degelo nos pólos.
A própria concentração de infravermelho absorvida pelo CO2 é imensurável, impossível de serem quantificadas com as tecnologias atuais disponíveis em laboratórios. O efeito estufa devido à queima de combustível fóssil, nada mais é que a repetição da frustrada teoria lançada em 1896 pelo químico sueco, Svante Arrhenius, que defendia um suposto aquecimento global devido a este fato.
O que na realidade acontece quando da análise dos satélites, é uma alternância natural que segue os ciclos solares e lunares. O suposto aumento no nível dos oceanos, sobretudo em regiões tropicais, que tem sido apontado como uma das resultantes do degelo nas geleiras é na verdade a obediência ao ciclo lunar de 18,6 anos que exerce sua influência sobre as marés. Ao se observar, ironicamente, as conferencias supracitadas ocorreram num lapso temporal de 20 anos, sendo que, no conteúdo destas, não existe nenhuma abordagem científica sobre o tema. Estes encontros se resumem a questões políticas, econômicas e burocráticas, que implicam diretamente na ordem e no crescimento de diversos países.
Ambientalistas mais radicais como no caso do pesquisador britânico James Ephraim Lovelock (c/c, 2.1.3), que outrora defendia de forma veemente a teoria do aquecimento global, já se retrataram, voltando atrás em suas opiniões.
Em 2012, o mesmo Lovelock, assumiu que suas publicações foram de grande alarme, pois em uma delas, feita no The Independent, em 2004, afirmou: “Bilhões de nós morrerão, e os poucos casais férteis de pessoas que sobreviverão estarão no Ártico onde o clima continuará tolerável”.
Temos que ter em mente o assustador ritmo da mudança, e nos darmos conta de quão pouco tempo resta para agir, e então cada comunidade e nação deve achar o melhor uso dos recursos que possui para sustentar a civilização o máximo de tempo que puderem.
Toda esta situação na verdade, são cientistas preocupados com financiamento de pesquisas em seus institutos, que, conjecturando em favor não apenas de empresas, mas também de governos, buscam gerar um caos imaginário na sociedade global e de pronto apresentar soluções para o mesmo. O fato é que, as soluções apontadas sempre implicam na redução do desenvolvimento de países em crescimento, que semelhante aos demais, vê no consumo energético a principal força motriz de seu progresso. Estas normas afetam sobretudo países emergentes, que não podem suportar os encargos impostos por organismo como a ONU (c/c, 4.2.2).
Deve ser lembrado que a teoria do aquecimento está diretamente ligada à questão energética que remonta à década de 70, quando da primeira crise no setor petrolífero e do primeiro embargo da OPEC. O aquecimento global fora um pretexto criado na tentativa de refrear o consumo de combustível fóssil, devido ao receio por parte das nações desenvolvidas como os EUA, totalmente dependentes destes recursos, de um possível esgotamento dos mesmos. O ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, foi um dos ícones da difusão desta teoria, quando em 2007, recebera dois Oscar e também um Nobel da Paz, devido ao documentário Uma Verdade Inconveniente, que abordava e defendia tal tese.
Todavia, devido a alguns e-mails que vazaram da unidade de pesquisa climática da universidade East Anglia na Inglaterra, que fornece dados para o Painel Intergovernamental do Cambio Climático (IPCC) da ONU, usado como critério para o programo de políticas mundiais que versem sobre meio ambiente, revelaram que dados foram alterados para confirmar a farsa.
No conteúdo dos e-mails, numa conversa entre os cientistas Phil Jones, na ocasião, diretor do Centro de Pesquisas Climáticas da Universidade de East Anglia, e Peter Thorne, do Met Office; Thorne afirma: “Observações não mostram o aumento das temperaturas em toda a troposfera tropical, a menos que você aceite um único estudo e abordagem e descarte a importância dos outros”. Em resposta, Jones: “Eu também acho que a ciência está sendo manipulada para dar uma interpretação política sobre ele (aquecimento global), que pode não ser muito inteligente em longo prazo”.
Após o escândalo, Jones renunciara o cargo que ocupava e concedeu uma entrevista onde admitira que entre 1860-1880 e 1910-1940, a temperatura do planeta aumentou, não podendo atribuir tal fato à ação humana, tampouco ao CO2, e acrescentou que desde 1995 não se registrou elevação alguma na temperatura do globo.
A teoria do aquecimento fora criada pelos globalistas visando concentração de poder em organizações não eleitas democraticamente como a ONU e afins, que programam diretrizes visando desaquecer a economia de determinados países. A farsa ainda coopera para o mercado do denominado Créditos de Carbono ou Redução Certificada de Emissões (RCE), que são atestados emitidos àqueles que reduziram a emissão dos supostos gases do efeito estufa (GEE). Salientando que o RCE é livremente negociado no mercado internacional e funciona com uma permissão para emitir GEE.
O valor do RCE será sempre inferior à multa a ser arcada pelo emissor no caso de extrapolar sua cota de emissão de GEE, ou seja, comprar estes créditos seria como um desconto sobre a multa devida. Aqueles que porventura ultrapassarem o índice determinado no Protocolo de Kyoto, por exemplo, ficam dependentes da compra de RCE. Fato curioso, é que uma das empresas responsáveis por negociar créditos de carbono na Chicago Climate Exchange, a Generation Investment Management, é de propriedade de Al Gore.
Mais recentemente, outra resultante do princípio Ordo Ab Chao se deu no Oriente Médio após um longo e inquietante período de violência, atrelado a um alto índice de pobreza e governos autoritários.
Em 2010, naquela região do globo, eclodira um evento que ficara conhecido como Primavera Árabe, que resultou na queda de três governos, sendo, Muammar al-Gaddafie na Líbia, Hosni Mubarak no Egito e Zine El Abidine Ben Ali, na Tunísia. O movimento que seria um suposto triunfo da democracia naquela região deixara um clima de tensão resultante deste período de desestabilidade que se instaurou em 17 países entre o Norte da África e Oriente Médio. A falta de um governo estável acabara por dar azo ao surgimento de uma nova ordem, qual seja, o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL), ou, Califado (c/c, 4.1.4).
Todas as mudanças significativas, e porque não dizer, também as mais simplórias, surgiu de guerras entre forças políticas antagônicas que necessariamente implicava em uma reestruturação de um novo regime, de acordo com as metas da nação triunfante. É intrigante como em nenhuma esfera da sociedade, sobretudo brasileira, o princípio Ordo Ab Chao, não fazer parte das discussões acadêmicas na atualidade. Parece que somente os detentores do poder discerniram estes eventos e deles se valem contra a massa alienada que segue o fluxo sem compreenderem aquilo que realmente está acontecendo.
4.2. DEMOCRACIA COMO FORMA DE GOVERNO
4.2.1. Origem e conceito
O ideal democrático como forma de governo tem se apresentado como algo viável à satisfação dos anseios da totalidade, pois em tese, trás em si a idéia de igualdade e satisfação social. Ao longo de milênios este conceito vem ocupando quando muito o formalismo jurídico, e, atualmente, Democracia tornou-se meramente um referencial. Para se entender a origem deste fator, é necessário um regresso à Grécia Antiga, 500 anos a.C; três séculos antes da constituição do Império Romano, quando os antigos Reinos da Ásia exerciam sua primazia sobre diversos povos e a Europa não passava de um pequeno aglomerado de tribos e clãs. Todavia esta velha ordem mundial sucumbiu frente à expansão Aquemênida (Primeiro Império Persa), pioneiro das superpotências mundiais. O Império Persa dominou a maior parte das civilizações do Oriente Médio, expandindo até os limiares da Europa, no entanto, um fato inusitado alterou drasticamente toda esta nova ordem que já estava prestes a entrar em declínio.
Enquanto os Persas estabeleciam seus domínios, um momento de efervescência cultural vertiginoso estava se desenvolvendo na Grécia Antiga, mais precisamente, em Atenas, citada como berço da Democracia. Todavia nem sempre fora assim. No século 6 a.C, toda Grécia, sobretudo Atenas, era governada por oligarquias tiranas e autoritárias (eupátridas) que pela força de seu aparato militar sufocavam as demais elites aristocráticas locais. Estes governos déspotas foram gradativamente sendo substituídos devido às disputas entre estas fidalguias tradicionais pela governança. Fora justamente uma destas disputas que abrira caminho para o ideal democrático, quando, o aristocrata Clístenes conseguiu depor do governo, Iságoras, rival de Atenas apoiado por Esparta.
Clístenes não possuía um exercito tampouco um aparato militar, como tática de guerra usou a persuasão convencendo o povo (hoi polloi), desprezados por aqueles, a se rebelarem contra a tirania. Foi então que durante uma revolta popular, tomou a Acrópole, sede do governo ateniense, e destronando os governantes, sem planejamento algum e de forma inconsciente, deram início a um novo modelo de governo, qual seja a Democracia.
O ideal de autogoverno por parte da população era algo inusitado para um mundo, que estava desde os primórdios, acostumado a ver Reis destronado outros Reis e estabelecendo um governo sobre outro. Jamais o povo teria empreendido tal façanha, e este novo modelo de gestão ateniense, ainda era visto com desconfiança por grande parte das províncias gregas.
Um fato tão curioso como o próprio nascimento da Democracia em si, encontra-se no elemento que segundo alguns estudiosos, tornou-se um ícone do ideal democrático ateniense. O poderio de um governo, sobretudo no Mundo Antigo, estava diretamente ligado à sua força militar. A conquista de povos e a defesa do seu próprio era uma das principais e mais importantes ocupações dos governos nesta época. Um bom exército, literalmente significava organização política e poder.
Como supracitado, o Império Aquemênida, sob o reinado de Dario I, (522/486 a.C.) e seu filho Xérxes I, (486/465 a.C.), era a maior potência do Mundo Antigo e grande parte de sua força estava em sua esquadra, que por sinal subjugara os gregos em diversas ocasiões. Toda e qualquer batalha travada em águas, a predominância era do exército Persa devido a este fator, logo, qualquer um que ousasse derrotar os persas deveria fazê-lo no mar.
Ironicamente, aquilo que outrora fora a fraqueza da Grécia, qual seja, um governo de inaptos (do povo) e uma marinha débil, se transformaria no braço forte dos atenienses. Fora justamente a relação entre estes dois elementos que levaram à solidificação do ideal democrático na Grécia Antiga e posteriormente no mundo.
A esquadra persa era o flagelo dos povos antigos, sobretudo dos gregos, que receando nova invasão, aprimoraram suas técnicas de engenharia náutica e acabaram por criar uma nova tecnologia de guerra alcunhada de Trieres, (Triremes, três remos). Estas pequenas e ágeis embarcações eram movidas à força braçal daqueles ora desprezados, escravos e classes mais baixas da sociedade ateniense. Embora a força motriz destas embarcações fosse impulsionada na maioria das vezes por escravos, este fator fora preponderante para demonstrar o poder que possuem homens tão vis quando unidos em um propósito.
Munidos desta nova arma de guerra, os gregos conseguiram debelar a maior marinha do Mundo Antigo. Este fator acirrou o sentimento de coletividade do povo ateniense e a real dimensão de sua força e valor de cada indivíduo dentro de um organismo. Uma vez que a força de um reino está no poderio de seu exército, fator que reflete a organização de seu governo, o poder grego estava agora literalmente “nas mãos do povo”. Os escravos, a plebe, a ralé, embora não soubessem, eram vistos com outros olhos e até mesmo de forma preocupante, pois o futuro da Grécia dependia deles.
Aquele modelo de governo que outrora era avaliado com desconfiança pelas demais províncias, diante deste triunfo, estas se viram seguras em contratar os serviços de proteção ateniense, formando com estes uma aliança denominada Liga de Delos, com sua base situada na Ilha de Delos. Esta ilha era considerada um lugar sagrado e guardava vultosas somas de riquezas diversas para a construção de templos, sobretudo o de Zeus. Vinte anos após o surgimento da Liga de Delos, aquilo que a priori era somente um acordo militar se transformou em uma expansão imperialista, pois todo o tesouro que havia na ilha fora levado para Atenas.
Com o passar do tempo, o modelo de governo democrático tomou corpo dentro e fora de Atenas. Devido à necessidade de expansão de suas fronteiras agrícolas e acúmulo de grãos, lastro econômico na antiguidade, as localidades conquistadas acabavam por assumir o modelo de gestão político de Atenas. Desde então, a Democracia tem sido adotada e apontada como uma forma de governo viável, e que atualmente, se estabelecera em grande parte dos Estados mundiais
O exercício democrático em Atenas era feito de forma direta em uma assembléia legislativa, na qual se reuniam os cidadãos atenienses para votar as decisões e serem escolhidos para os poucos cargos públicos disponíveis. Neste cenário, nasce a figura dos oradores políticos, que eram na verdade, pessoas preparadas encarregadas de persuadir o cidadão nas votações. Como a vida política ateniense era discutida em assembléia e o articular das palavras era essencial, surge uma classe oradores que ficara conhecida como Sofistas, que embora não tivessem direito ao voto, pois eram estrangeiros, exerciam grande poder nas votações, pois gozavam de uma capacidade retórica apurada.
Existia uma constante participação social nas decisões administrativas da cidade e por intermédio destas assembléias os cidadãos coordenavam todo o cenário político local.
Após o sucesso deste modelo de governo, aliado a crescente expansão do Império Grego, a Democracia fora ocupando o cenário mundial e assumindo diversas conotações ao longo da história. Platão em A República faz uma analogia, trazendo à tona a idéia de que para cada profissão existe um especialista capacitado a desempenhá-la com esmero, doutro modo, o resultado de qualquer trabalho seria imperfeito.
Para elucidar tal fato, Platão (baseando-se em Sócrates) cria uma alegoria em torno das profissões e traz um evento hipotético no qual a tripulação de um navio resolve tomar o leme da embarcação a fim de conduzi-la sem possuir apresto suficiente para tal fim. Nesta, onde o capitão sobeja em força àqueles, todavia simplório e inexperiente, os marujos vivem amotinados almejando o leme sem jamais terem aprendido a arte náutica. Contumazes, estes tentam a todo custo dissuadir o capitão de seu posto, usando de diversos artifícios para tal, recorrendo se necessário, à ocisão. Alcançando seu fim, estes se apoderam da embarcação, pilham seus bens e desperdiçam-nos com frivolidades navegando à deriva, e ainda, vangloriando-se de serem marinheiros.
Para melhor se absorver a idéia de Platão neste trecho, deve se entender primeiramente que este, assim como Aristóteles, define os governos de duas formas, as justas e as injustas. As justas seriam aquelas que almejam o bem-estar de todo corpo social, sendo estas; a monarquia, onde o soberano, em tese, zela por todos; a aristocracia, onde os virtuosos cuidam do bem comum e a república ou politia (politéia), no qual o popular cuida do bem de toda a comunidade.
Também existem os desvios destas instituições, ou seja, as formas injustas de governo que são voltadas exclusivamente aos anseios de seus líderes. Estas acabam eclodindo em tirania quando o líder busca seu bel prazer; oligarquia, quando uma minoria abastada aspira e coopera em desígnios exclusivamente próprios; e a democracia ou governo pelo demo, em grego clássico, governo da populança ou ralé; mas que para Platão, das formas injustas de governo, esta seria a menos nociva, em tese.
Ao se interiorizar a idéia da Analogia das Profissões, esperar-se-ia nas formas boas de governo, uma aptidão e inclinação dos dirigentes a seguir o princípio ideal que regeria os Estados, qual seja, o bem comum, a felicidade da polis, posteriormente, tão almejada por Aristóteles. A democracia, portanto não seria a melhor forma de governo devido ao fato de seus possíveis dirigentes serem inaptos para governar, pois como qualquer outra, governar também seria uma arte, portanto, deve ser aprendida e empregada por que tenha cabedal para isto.
Em um ponto Platão e Aristóteles concordam; que o papel do Estado é preservar o bem-estar da sociedade mantendo-a segura, inclusive de si, velando pela a paz e justiça dentro desta. Para tanto, é necessário que esta seja governada por um indivíduo dotado das virtudes necessárias, que segundo Platão, a sabedoria seria a principal delas. Um governo democrático apenas seria possível e bom, se os filósofos, os sábios, tomassem os postos outrora ocupados pelos monarcas, oligarcas e tiranos, e passassem a gerir a sociedade livre e utópica criada por Platão, doutro modo, esta sociedade assim como um navio naufragaria.
Em sua obra intitulada, Do Contrato Social (1762), Jean Jacques Rousseau, enxerga o ato legislativo como justo, somente quando este emanar da vontade coletiva. A legitimidade de um governo só existiria se este refletisse a participação direta do corpo social na administração do bem comum. No entanto, este tipo de governo torna-se perigoso quando a população não possui capacidade racional suficiente para gerir a sociedade ou escolher seus representantes, sendo neste ponto, que a Analogia das Profissões proposta por Platão encontra respaldo. Para que a democracia Rousseauniana fosse efetivamente benéfica, esta deveria se consubstanciar no modelo Sofocrático de Platão, onde, cada cidadão como gestor das leis, deveria ser sábio em seus desígnios.
Atualmente, embora Democracia em tese seja sinônimo de um governo onde o povo escolhe o que melhor lhes apraz, este conceito não passa de mero dogmatismo, pois, na qualidade de administração governamental, a democracia fora postergada há milênios. Fatores externos daquilo que seria o modelo democrático de um país, exercem muito mais influência nas decisões políticas deste do que a vontade dos cidadãos e dos governos que a compõem.
Acreditar que Democracia é um governo justo já é uma idéia equivocada, pois se trata de um governo de maioria, de um governo opressor onde o mais forte de maneira desigual subjuga o menor.
A desigualdade dentro não apenas do contexto político e social brasileiro, mas também mundial, é algo preocupante por ser a principal geradora de apatia dentro de uma sociedade. Nesta, aumenta-se os índices de preconceito, analfabetismo, toxicômanos, criminalidade dentre outras mazelas sociais, e um colapso torna-se cada vez mais evidente. Não existe modelo econômico, político ou cultural que esteja livre desta “mão invisível” que tudo controla e que tem como sustentáculo de sua ambição a miséria humana. É justamente na miséria e no desespero, que os homens se encontram na sua condição mais animalesca e destrutiva, tornado-se lobos entre si, voltando a serem animais; e animais são mais fáceis de ferrolhar, domesticar e por fim descartar.
Pelas premissas de José Saramago: “A Democracia está aí, como se fosse uma espécie de Santa de Altar da qual já não se esperam milagres. Mas que está aí como uma referência. A Democracia.”
Tudo se discute neste mundo. Menos uma única coisa que não se discute. Não se discute a Democracia.
E não se repara que a democracia em que vivemos é uma democracia seqüestrada, condicionada, amputada.
Porque, porque o poder dum cidadão, o poder de cada um de nós, limita-se, na esfera política, repito, na esfera política, a tirar um governo de que não gosta e a pôr outro de que talvez venha a gostar.
Nada mais.
Mas, as grandes decisões, as grandes decisões são tomadas numa outra esfera. E todos sabemos qual é.
As grandes organizações financeiras internacionais, os “FMI's”, as “organizações mundiais de comércio”, os “bancos mundiais”, a OCDE, tudo isso!
Nenhum desses organismos é democrático.
E, portanto, como é que podemos continuar a falar de Democracia, se aqueles que efetivamente governam o mundo, não são eleitos democraticamente pelo povo?
Quem é que escolhe os representantes dos países nessas organizações?
Os respectivos povos?
Não!
Onde está, então, a Democracia? [sic]
(SARAMAGO, José, em conferência de Abril de 2008).
Todas as mazelas que assombram as sociedades mundiais advêm unicamente da incapacidade dos homens que a compõe, de se governarem, e pior, de entregarem ao Estado (burguesia) o poder de fazê-lo. Não é interesse desta minoria controladora que o caos social termine, pois assim seria o fim da necessidade deste aparato por ela criado, o grande Leviatã de Hobbes. A não ser que se esteja almejando uma ditadura global, é necessário que as pessoas despertem para o atual caminhar da humanidade, que embora aparentemente não possua governo central, segue as normas daqueles que realmente são os detentores do poder.
Neste cenário, os Estados “soberanos” são apenas fazendas onde o Gado é aprisionado sem poder mover-se, comercializar e até mesmo pensar livremente. Todos devem seguir a nova ordem, ou, arriscam a serem banidos do convívio social. A globalização trás algumas facilidades nas interações sociais, mas mascara a centralização do poder e uma iminente ditadura que se instaura aos olhos cegos de todos.
4.2.2. Democracia material VS Democracia formal
Ao analisar a atual conjuntura mundial, naquilo que condiz à estruturação social, política e econômica, sobretudo dos intitulados Estados Democráticos, até que ponto este modelo de Estado se materializa ou segue meramente formalizado? Democracia no contexto literal da palavra seria se os cidadãos de um país realmente participassem das grandes decisões que são tomadas sem o aval destes. A idéia de representatividade, portanto, é algo paradoxo ao conceito de Democracia, uma vez que abdicar-se da vida política delegando a outrem o poder de gerir assuntos de interesse da população, foge ao conceito de governo do povo.
Limitar o exercício democrático unicamente em eleger alguém que “represente” os anseios da população, é um ato muito perigoso, pois os homens de um modo geral, sobretudo os da vida pública, são facilmente controlados. Subjugar toda uma nação empenhada em viabilizar determinado negócio jurídico é mais difícil que manipular um só homem.
Por intermédio do processo Metodológico Sistêmico (c/c, 2.1.3), todo um país é obrigado a seguir diretrizes, ainda que alheias e nocivas aos seus interesses, por conta de conchavos estabelecidos entre os seus representantes e o setor privado. Para tanto, basta que estes exerçam influência sobre aquele que estiver no topo da pirâmide hierárquica, deste modo, todo o resto do corpo social será por ele controlado. Este homem por sua vez, viabiliza leis que submetem toda a sociedade a parâmetros quaisquer, sem ao menos que estes sejam consultados.
Um plebiscito; este, e não um referendo, devido justamente à capacidade do cidadão de atuar no trâmite de determinado ato, e não apenas opinar depois do feito, já seria um meio hábil para trazer a população à vida política. O plebiscito é um caminho viável para ampliar a participação do povo na gestão do país, ressaltando que a participação na votação não deveria ser obrigatória, estendendo esta prerrogativa àqueles que de fato querem se envolver, ou seja, votos de eleitores mais conscientes.
Todavia há um embate muito grande em creditar confiança na opinião pública, uma vez que a mídia é controlada e as grandes emissoras são veículos de manipulação em massa a serviço da elite que busca justamente afastar a população da vida política. A mídia não pode ser usada para “ganhar a consciência” das pessoas, desvirtuando um real juízo de valor sobre determinado assunto. Toda abordagem deve ser feita de maneira imparcial ficando vetada a participação de partidos políticos, artistas ou qualquer outro formador de opinião em potencial. Nenhuma campanha deve possuir um fundo ideológico, que apele para as emoções do eleitor, mas tão somente as questões técnicas e práticas da gestão, traçando a viabilidade e eventuais falhas no possível sistema.
A Democracia Representativa atual, Aristóteles a entendia como demagogia, ou seja, quando um homem detentor de maior conhecimento, que deveria interpelar pelas classes menos favorecidas, não o faz, do contrário; usa de tal posição para se promover e satisfazer seus anseios pessoais ou de afins.
Como já fora dito e repetido inúmeras vezes, e assim seguirá; não é, e jamais será de interesse do Estado que as pessoas saiam desta condição alienante. O flagelo social é o responsável pelo surgimento do próprio Estado, e este, se alimenta daquele, e conseqüentemente, o fim de um implicaria na queda do outro. Se as pessoas fossem capazes de se autogovernarem, a figura estatal tornar-se-ia obsoleta, inconveniente e sacal. Todavia, na total apatia política quais os Estados Democráticos se encontram a massa alienada não se opõe ao opressor, esta, simplesmente obedece, está resignada por não conseguir vislumbrar outra hipótese.
Lamentavelmente, ainda que surja alguém com visão contestadora e capacidade para mudar tal situação, este nada poderá fazer, pois atual conjuntura política mundial e por que não dizer social, não permite mudanças. A globalização, a formação de blocos políticos e econômicos, é uma ameaça à soberania de qualquer nação, principalmente das democráticas, pois submetem estas, a ditames que nem sempre são úteis à população local. Traçando um paralelo com os partidos políticos, aqueles candidatos neles inseridos que porventura não acolitar as normas e diretrizes impostas por estes grupos serão barrados.
Nos partidos políticos, um indivíduo sozinho se vê impossibilitado de agir; todavia em escala global, o mesmo princípio opera contra nações que não assinam acordos e tratados que visam incrementar os negócios da elite global. Aquele Estado que porventura ousar destoar da regra imposta, está fadado a represálias das mais diversas, desde sanções, embargos ou ofensivas militares. Por serem detentores dos meios de produção; refinarias, mineradoras, bancos internacionais, meios de comunicação, da grande mídia, do setor agroindustrial, bem como qualquer outra grande corporação, um pequeno grupo de pessoas controla os governos através de Lobbies e financiamentos de campanhas. Por sua vez, os políticos agora eleitos, os favorecem através de isenções, incentivos fiscais, privatizações, dirigismo econômico, etc.
Um projeto de reeducação social frisando o papel do cidadão na gestão de seu país deve ser realizado, primeiramente alertando as pessoas sobre a real situação na qual vivem e da necessidade de tomarem as rédeas da vida política. A conscientização das massas é a principal ferramenta de mudança em uma nação.
Para isto é necessário que os meios de informação saiam das mãos daqueles que possuem interesse na degeneração social, e passe a difundir ideais edificantes que formem pessoas mais conscientes e comprometidas, capazes de contestar eventuais anomalias tanto físicas quanto formais no meio qual vivem.
A falha na democracia direta encontra-se no fato de que uma população de inaptos, jamais votaria a favor de um aumento na taxa de juros, ainda que fosse fundamentalmente necessária. Algumas decisões administrativas são impopulares, uma vez que o povo não tem a menor noção de gestão política ou econômica, sobretudo nas classes mais baixas onde parece que o grau de alienação é maior (2.1.3, Mídia). Se a população ao menos sentisse o retorno de todas estas medidas, teriam o imposto não como um tributo, mas como investimento em qualidade e melhoria de vida.
Dentro da atual cenário mundial, com a diversidade filosófica existente, heterogeneidade social e pontos de vista antagônicos, seria quase impossível, sobretudo no Brasil estabelecer tal debate, pois o conhecimento de toda esta engrenagem por grande parte dos cidadãos é limitado e por vezes inexistente. Levantar algumas questões complexas dentro de uma sociedade débil geraria sem dúvida manipulação política sobre os mais incautos e conseqüentemente um possível efeito manada (c/c, 2.1.3. Escola; Inovação de Moscovici; Conformismo de Asch).
É de se pensar o que aconteceria em uma democracia direta com relação a temas como Células Tronco, Anencéfalo, homo afetividade, aborto, descriminalização do uso de entorpecentes etc.; onde 90% da população se diz cristã sendo destes, 70% católica. Como ficariam questões relativas à reestruturação da TV, substituindo as frivolidades ora denominadas cultura, por informações úteis no país do futebol e do carnaval? Democracia nestes moldes está longe de ser um governo justo e ideal, pois seria um governo de maiorias, e o pior, de leigos e porque não dizer, de tolos.
4.2.3. O papel do cidadão
Como já abordado, o ideal democrático surgiu sem a pretensão de tal feito, como que por acidente. Os cidadãos atenienses já cansados de tanta tirania, num ataque de fúria, destituíram a força de seus tronos aqueles que os oprimiam, e sem organização alguma foram paulatinamente estabelecendo um novo governo. É de suma importância estabelecer uma ruptura com os ditames até agora impostos, contestar tudo aquilo que se tem como ordenamento jurídico, pois se tornou claro o antagonismo entre sociedade e o Direito Positivado, e isto não apenas em âmbito nacional, mas em escala global.
Vive-se hoje uma crise de valores sem precedentes, onde o fútil é enaltecido e o óbvio postergado. O grau de alienação é tamanho, que impede as pessoas de enxergarem a real condição estrutural de seus governos. Este, composto por um pequeno grupo de indivíduos que como qualquer outro luta por si, e encontrou na vida política o momento oportuno, no qual se não andar conforme as regras poderá ser o último.
Por conhecerem o arcabouço da Nova Ordem Mundial, onde a regra não é o povo nem os ordenamentos jurídicos, estes acabam por agir em favor próprio, pois também são fantoches e vítimas de forças maiores que os impelem a tal. Antes de tudo, o homem é um animal competindo por espaço e buscará meios para sobreviver. Neste contexto, é um tanto paradoxo que pessoas deleguem a outras o pleno controle sobre suas vidas, fato este que ocorre, no momento em que estas elegem alguém que lhes tracem parâmetros.
Saramago questiona a si: “E se fossemos todos cegos”? E em resposta: “Mas nós estamos realmente todos cegos. Cegos da nossa própria vida, cegos da razão, cegos da sensibilidade..." Aristóteles atribui à capacidade de o homem fazer suas próprias escolhas como uma atitude sábia, pois somente um homem dotado de sabedoria tem a capacidade de deliberar por si. “... dizemos que deliberar é acima de tudo a função do homem dotado de sabedoria prática, aliás, deliberar bem...” (Aristóteles, Ética a Nicomaco Livro VI). Partindo desta premissa, o papel racional do cidadão na vida política seria a regra para uma boa administração social, deliberar com sabedoria traria a idéia da república ideal de Platão.
4.3. CRISE DEMOCRÁTICA BRASILEIRA
Eleições e votar de quatro em quatro anos não é sinônimo de democracia. Nem o direito mínimo de não ser obrigado a votar é dado ao cidadão, ao menos este será consultado de seu desejo ou não em se comprometer com a vida política de seu país. Em uma democracia genuína o sufrágio seria um direito e não um dever, ou seja, facultativo. Se, somente as pessoas que realmente se interessam em preservar a pólis exercessem seu direito ao voto, o que infere maior consciência nestes, muitos dos oportunistas que se valem dos mais variados ardis para tentar persuadir de forma errônea o eleitor mais simplório, não contariam com o voto destes.
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É notório que grande parte dos votos que elegem tiranos dilapidadores de todos os bens financeiros, naturais e humanos da nação brasileira, advém de pessoas sem o total conhecimento do funcionamento do sistema eleitoral. Numa crendice beócia, quase infantil, estes depositam sua fé em urnas fraudadas pelos mesmos marginais que sempre governaram (c/c, 3.3.2). O voto obrigatório não passa de uma estratégia a fim de legitimar a presença imperiosa dos mesmos indivíduos e partidos em uma ditadura que remonta o Brasil Império, mas que atualmente encontra-se mascarada com traços de formalismo democrático.
Se votar fosse facultativo, a forma de se fazer política observasse o juízo de conveniência e oportunidade frente aos atos administrativos, substituindo discursos demagogos e ideológicos com apelo alegórico e não funcional, por técnicas baseadas em cálculos e metas reais de viabilidade e prevenção de riscos, buscando meios para se sobrepor a eventuais superveniências, uma nova nação surgiria em poucos anos.
Portanto, Faraó, previna-se agora de um homem entendido e sábio, e o ponha sobre a terra do Egito.
Faça isso Faraó e ponha governadores sobre a terra, e tome a quinta parte da terra do Egito nos sete anos de fartura,
E ajuntem toda a comida destes bons anos, que vêm, e amontoem o trigo debaixo da mão de Faraó, para mantimento nas cidades, e o guardem.
Assim será o mantimento para provimento da terra, para os sete anos de fome, que haverá na terra do Egito; para que a terra não pereça de fome. (Gênesis 41:33-36).
A primeira frase do trecho acima enfatiza que o governo deve ser exercido por um homem entendido e sábio, justamente como recomenda Platão, ao propor que governar é uma arte e esta precisa ser desempenhada por quem a domine, e enfatiza que os sábios são os mais aptos para tal função. Lembrando do então eleito Deputado Federal, Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tirica, que recebera 1,3 milhões de votos somente do estado de São Paulo. E se o mesmo tivesse se candidatado a presidência da república? Diga-se de passagem, seria interessante um debate entre Dilma Roussef e Tiririca, algo surreal, todavia não mais, que as privatizações, as fraudulentas urnas eletrônicas dentre outros espetáculos protagonizados na tragicomédia brasileira.
Pela Analogia das Profissões de Platão, se Tiririca fosse eleito à presidência da República do Brasil, ao menos o circo estaria nas mãos da pessoa certa. Porém, toda esta "palhaçada" serviu para mostrar não apenas para o Brasil, mas para o mundo, o estado caótico no qual se encontra o valor ideológico da nação brasileira, e também para escancarar que não existem pessoas sérias neste país. A verdade é que ninguém, nenhum dos grupos sociais ou politizados estão se importando com esta situação. O povo brasileiro parece viver em um estado de demência coletiva, onde tudo é motivo de irrisão, e acaba na quarta-feira, em pizza ou na mesa de bar.
4.3.1. O Modelo Representativo de voto obrigatório
Não é possível cogitar um ideal democrático se as pessoas são obrigadas a votar legitimando uma ditadura formalizada com traços democráticos. Todas as grandes decisões são tomadas sem que a população participe. Representatividade política é algo totalmente paradoxo a Democracia, uma vez que naquela não há plena participação dos cidadãos na gestão da vida política do país. Aqueles que foram eleitos tornam-se senhores do poder, e não, um funcionário como deveria ser. Isto ocorre justamente por que as pessoas não possuem a real consciência do papel de cada indivíduo dentro de uma democracia, e, se alguns resolvem contestar esta distorção do conceito, são asperamente repreendidos pelas as forças da ordem pública, quando não, pela própria população. As decisões no modelo representativo serão tomadas em outra esfera sem aval popular, e na maioria das vezes, contrárias às necessidades e anseios destes.
Por intermédio do então denominado Lobby, homens de negócio, aqueles mesmos financiadores de campanhas, apresentam propostas aos governos que segundo estes, trarão melhor retorno ao país, mas que na verdade, visam apenas aumento de seu poder aquisitivo e sua esfera de influência. O termo Lobby, que em inglês refere-se a ante-sala, saguão, ou até mesmo corredor, é usado para designar a atividade, em tese legal, de um grupo de indivíduos que usam da própria estrutura legislativa para agir em benefício próprio. Ultimamente este termo vem adquirindo uma conotação pejorativa por estar intrinsecamente ligado a idéia de corrupção, sobretudo no Brasil, onde quase tudo assume tal caráter.
O estreitamento nos laços entre estes indivíduos acabam por formar diversas organizações, (c/c, 4.2.3, S.S), dentre as quais os partidos políticos. Ninguém sabe ao certo qual a regra do jogo senão aqueles que compõem a estrutura. A obrigatoriedade de filiação partidária é outro fator que obsta em muito o exercício democrático, pois impede à candidatura de forma avulsa, logo, uma pessoa que não quer confabular com as irregularidades partidárias, acordos, e conchavos políticos, se encontra tolhida da vida política. Assim preconiza o art. 14, § 3º, V, CR/88: “São condições de elegibilidade, na forma da lei; a filiação partidária”.
Os partidos políticos nada mais são que clubes de apadrinhamento, apresentando novos candidatos, e, absurdamente, se permite que artistas lancem candidatura servindo como puxadores de votos. As pessoas votam no artista e não no potencial gestor de interesses, e este por sua vez, mediante o mais antidemocrático sistema de eleição, denominado, Quociente Eleitoral, elege alguém com o qual o eleitorado não se identifica.
Por base, o ordenamento jurídico brasileiro possui inúmeros pontos antagônicos ao ideal democrático, e que estão sempre a cercear o cidadão comum de seus direitos fundamentais. O motivo da marginalização na população é fruto de uma má gestão política que mantém o país nos mesmos moldes econômicos coloniais de exploração, ou seja, com uma economia voltada para o mercado externo. A política no Brasil é exercida desde os primórdios por herdeiros diretos das antigas oligarquias ou pessoas por estes indicadas, que legitimam uma ditadura por meio do voto obrigatório. Desta forma, transfere-se a culpa ao cidadão; dize-se que este não sabe votar, e que esquece fácil, mas na verdade, não possui outra opção senão se iludir com novas promessas.
Vale recordar que Aristóteles denomina Demagogia, o modelo administrativo brasileiro atual, onde, alguém de nível intelectual ou status social superior, decide em prol daqueles menos favorecidos, mas na verdade, sempre articulando em benefício próprio. Aquilo que mais se assemelharia ao pleno ideal democrático, Aristóteles alcunhava Política. Para ele, somente a Política era capaz de se ocupar verdadeiramente com o bem comum. Prosseguindo seu raciocínio; aquele que porventura delega a capacidade de gestão de sua vida a outrem não possui ética, (felicidade dentro da pólis), por não exercer a vida política propriamente dita, ou seja, buscar a felicidade coletiva da sociedade. Este na verdade, se encontra em uma condição análoga a de escravos por não pertencer a si, mas por estar submetido ao bel prazer de outrem.
O não comprometimento popular na vida política se explica devido à complexidade dos sistemas que compõem um ordenamento jurídico. O cidadão comum é massificado em seus trabalhos e contas a pagar a ponto de não querer, não conseguir, não dispor de tempo, e por vezes, potencial cognitivo para entender e operar a máquina jurídica. Em meio a este caos institucionalizado, o que resta ao povo, são os impostos massivos e uma burocracia sufocante que impede a livre iniciativa, extinguindo pequenos e médios empresários, ficando o mercado interno dominado pelas grandes empresas e corporações multinacionais.
4.3.2. Fraude no Sistema Eleitoral Brasileiro via Urnas Eletrônicas
Como mencionado no item anterior, alguns fatores como partidos políticos (clubes de apadrinhamento), obrigatoriedade de filiação partidária, Quociente Eleitoral, puxadores de votos, bem como a própria ingenuidade e ignorância do eleitor, impedem a plena efetividade democrática no Brasil. Como se não bastasse atrelado a estes, outro fator põe em xeque a democracia brasileira; a denominada Urna Eletrônica, alvo de escândalos e chacota em todo mundo.
Rechaçada em 50 países, as urnas eletrônicas foram tidas como inconstitucionais na Alemanha e Holanda, considerada inadmissível nos EUA. Neste último, a empresa Diebold, que produz e fornece as urnas eletrônicas, fora autuada em US$50 milhões pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América devido a uma série de crimes, dentre os quais, corrupção e suborno.
Em 2012, durante as eleições municipais, foi grande o número de denúncias e indícios de burla nas urnas em 94 municípios brasileiros, 30 só no Estado de São Paulo. O candidato a vereador em 2004, na cidade de Guarulhos/SP, segundo maior colégio eleitoral do estado, Antonio D'Agostino, reuniu cerca de 2 Kg de documentos com informações sobre a adulteração destes equipamentos.
O Deputado Federal Capitão Assunção, PSB/ES, abordando a temática, parabeniza o também Deputado Federal Fernando Chiarelli, PDT/SP, pelas denúncias que este tem feito em plenário apontando estas, “... quadrilhas, o verdadeiro crime organizado que se apoderou das urnas eletrônicas”, e acrescenta: “Admiro sua coragem deputado, V. Ex.ª, hoje é um arquivo vivo, pode morrer a qualquer momento, o crime organizado quer sua cabeça deputado Fernando Chiarelli pela sua audácia e sua coragem” [sic].
Segue parte do pronunciamento feito pelo Deputado Fernando Chiarelli no Plenário Ulysses Guimarães em 04/11/2010:
Eleitor brasileiro, povo do Brasil, eu denuncio aqui que o sistema eleitoral brasileiro é uma fraude. Eu denuncio aqui que o sistema eleitoral brasileiro é uma mentira. Eu denuncio aqui que o sistema eleitora brasileiro via urna eletrônica é uma trampa, e que não existe eleitores, milhões de eleitores no Brasil, e sim milhões de palhaços que vão colocar o voto sabe-se lá onde, que sabe-se lá pra onde vai o voto! Eu denuncio que os programas já estão preparados pra criar quem vai ganhar e quem vai perder eleição! Eu no decorrer do meu mandato vou provar dia a dia nessa tribuna, que o sistema eleitoral brasileiro é uma farsa e é uma mentira [sic]!
Continuando, Chiarelli relembra que não fora o primeiro a denunciar as fraudes:
O João Hermann falou; morreu! O Enéas falou; morreu! O Clodovil falou; morreu! Povo do Brasil, eu ainda estou vivo.
Mas os senhores estão convidados, porque já estou recebendo ameaças de tudo quanto é lado se trouxer as provas das fraudes. Vou traze! Hoje, as lideranças não nascem mais das lutas, das disputas e, sim, de urnas em que tudo está combinado para apontar quem vai ganhar e quem vai perder [sic]!
Chiarelli aponta o promotor público de Ribeirão Preto, Dr. Cirilo Gomes Júnior, como testemunha do esquema, e apresenta as provas em tribuna, trazendo documentos que comprovam a ação criminosa, inclusive uma carta com o seguinte conteúdo:
Deputado, não se indigne tanto deputado, nós temos tudo a oferecer para o senhor, desde os programas, os softwares, as urnas e os esquemas de corrupção do TRE. Se o senhor quiser seu deputado, estamos mandando para o senhor o lacre já da próxima eleição, podemos vender aqui para o senhor uns 50 mil lacres, 10 mil lacres, 20m mil lacres, e o senhor se elege o que senhor quiser seu deputado [sic].
E ironiza:
Estou até pensando em mudar minha posição, ou seja, vou me tornar um corretor, um representante comercial. Os colegas que quiserem se eleger procurem este deputado, que eu vou ver se eu coordeno a venda de lacre de urna eletrônica para os senhores [sic].
Segundo peritos que analisaram as urnas, nestes dispositivos foram introduzidos cartões de memória (flash cards) abastecendo 100 urnas cada um deles. Em 2004 nas eleições municipais de Guarulhos, seis urnas foram clonadas, ou seja, programadas ao mesmo tempo. Porém o mais bizarro encontra-se no fato de, 79927 eleitores não terem ido às urnas, 79927 votos brancos e nulos foram computados, e outros 79927 justificaram ausência; probabilidade matemática impossível, fato que comprova a veracidade das denúncias e as fraudes.
Em Caxias/MA, a Polícia Federal investiga uma série de denúncias sobre flagrantes de fraudes nas urnas eletrônicas, onde, várias destas foram violadas após serem lacradas. Também vários casos onde eleitores alegam que ao digitarem o número do candidato desejado, aparecia a foto de outro qualquer, ou considerava o voto nulo, fato confirmado por fiscais das seções.
Um candidato a vereador afirma que obteve 168 votos na última eleição que disputara, todavia, na 0004 zona da 0006 seção eleitoral onde o mesmo votou, não obteve nenhum, sequer o seu próprio voto. Caso semelhante ocorrera com uma candidata a vereadora, onde 15 familiares de uma mesma casa votaram nela, todavia quando do resultado, não fora computado sequer o voto da mesma. No total de 12 vereadores eleitos em 2008, na cidade de Caxias, 11 estavam ligados ao até então atual prefeito, que por sinal fora reeleito.
Um especialista em análise e administração de sistemas, e um programador em segurança da informação, checando urnas de 10 seções eleitorais, afirmaram categoricamente que nas eleições de Caxias houve manipulação destes equipamentos.
Estes, concluíram ser plenamente possível programar as urnas para que na tela apareça a foto do candidato desejado, porém no interior do sistema o número computado ser outro, basta programar as urnas. Um deles ressalta que se fosse mal intencionado, com quinze segundos apenas em cada urna das urnas, poderia se eleger presidente do Brasil.
Relatórios apontam que um lote de urnas fora lacrado em 26/09/2008, todavia, em 03/10/2008 estas mesmas urnas foram novamente manuseadas. Em 15 de setembro, fora divulgado a lista de códigos digitais de uma destas urnas, dez dias após as eleições, o registro do mesmo dispositivo era diferente ao de outrora. O professor da USP, mestre em sistemas integrados, micro-eletrônica e tecnologia, Alexandre Hashimoto, ao analisar os arquivos diz que os mesmos foram completamente alterados. O Sec.Tec. em Informação do TRE/MA, Gualter Gonçalves, ao ser questionado sobre sua análise dos relatórios, acabou desconversando e tentou se esquivar do assunto.
Estão sendo apuradas pelo Ministério Público Federal do Maranhão (MPF/MA), denúncias feitas contra a empresa Atlântica Serviços Gerais Ltda., pertencente a Luiz Carlos Cantanhede Fernandes, ligado diretamente à família Sarney, referentes à licitação para gerenciamento das urnas eletrônicas nas eleições de 2014. A licença fora concedida pelo TRE/MA, na ocasião a empresa recebera R$ 2.999.499 para fazer a gestão das urnas no dia da eleição. Lembrando que Carlos Fernandes possui ligações com Edinho Lobão, candidato a governador apoiado pela família Sarney, e Jorge Murad, marido da governadora Roseana Sarney, que durante seu governo já repassou mais de R$ 50 milhões à Atlântica Ltda. Roseana de igual modo contratou serviços da instituição Atlântica Segurança Técnica, propriedade de Luiz Carlos Fernandes para gerir o serviço penitenciário maranhense durante seu mandato (c/c, 3.1.1).
Acadêmicos da Universidade de Brasília em um desafio conseguiram acessar o programa interno da urna eletrônica e subtrair 474 dos 475 votos nela contido. Não desmerecendo os envolvidos na pesquisa, mas, isso leva a imaginar aquilo que seriam capazes os hackers que invadem programas de segurança e derrubam sites de governos mundiais. Os alunos da UnB demonstram diversas falhas no dispositivo e afirmam ser possível a identificação de eleitor-candidato com base no horário, título e seção eleitoral.
Este fato fere o enunciado no art. 14 da Constituição Federal que garante o sigilo nas votações. “A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei...”, (Art. 14, caput, CR/88).
Em 2012 um hacker brasileiro de 19 anos confessou que nas eleições de 2010, juntamente com outras pessoas, fora contratado para colher e adiar os dados de transmissão das apurações, e o fez, por intermédio de acesso à intranet da Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro, adulterando estes dados antes de serem colhidos pelo sistema do TRE. O jovem aponta o deputado Paulo Melo (PMDB), então presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), como um dos favorecidos na articulação. O indivíduo que fora alcunhado, “Rangel”, por motivos de segurança, encontra-se sob custódia do Serviço de Proteção a Testemunhas da Polícia Federal.
Agente entra na rede da Justiça Eleitoral quando os resultados estão sendo transmitidos para a totalização e depois que 50% dos dados já foram transmitidos, atuamos. Modificamos resultados quando a totalização está prestes a ser fechada [sic]. (”Rangel”, hacker, quando no seminário, “A urna eletrônica é confiável?”, na Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Rio de Janeiro).
Em grande parte das localidades brasileiras mais afastadas das capitais a situação se repete como ocorrera em Itajaí/SC, Nova Esperança/PR, Bragança Paulista/SP, e o número de denúncias só vem aumentado. Ao que parece, a Policia Federal, teme dar ênfase ao assunto por comprometer a ordem democrática brasileira, mesmo após o próprio TSE ter admitindo que os métodos utilizados para coibir as fraudes não são de todo eficazes. Até mesmo peritos no assunto que não depositavam crédito às denúncias, agora estão se retratando, como o especialista em Direito Eleitoral, Alberto Rollo, que em entrevista ao Jornal da Band, se desculpa pelas colocações que fizera outrora e declara que agora acredita nas fraudes não apenas dentro dos dispositivos eletrônicos, mas também no próprio processo eleitoral.
Outro detalhe relevante encontra-se na concentração de poder do Sistema Eleitoral Brasileiro, que, compra, programa, distribui, verifica todas as etapas do processo, e também é responsável por definir todas as regras de sua própria fiscalização, ou seja, fiscalizador e fiscalizado na mesma pessoa definindo, o que, quem, e quando fiscalizar. O então presidente do TSE, Ayres Britto, ao ser questionado sobre o assunto, não quis se pronunciar.
A urna eletrônica é apenas mais um dos artifícios usados pela oligarquia que comanda o cenário político brasileiro, com intuito de se manter no poder. A alegoria criada em torno desta, sobre ser um avanço tecnológico que coloca o Brasil no patamar do mais desenvolvido sistema eleitoral mundial, na verdade é mera propaganda interna para pessoas incautas. As urnas brasileiras são motivo de irrisão em todo mundo. No sul de Minas, 32 duas cidades compõem um movimento que pleiteia o voto impresso, todavia de nada adiantaria voto impresso se os candidatos são sempre os mesmos e os ditames advêm de outra esfera. O voto impresso seria só um dos passos para uma possível reforma no sistema eleitoral brasileiro.
4.3.3. Brasil; Estado Mafioso Oligárquico Cleptocrático
Após ser usurpado de sua capacidade de autogoverno, o cidadão se vê de mãos atadas frente à gestão do país, todas as decisões administrativas são tomadas sem que a população participe. Aquele por ela eleito, torna-se senhor do poder, e não, um funcionário como deveria ser, justamente por que as pessoas não possuem a real consciência da função do então eleito dentro do ordenamento jurídico. Outro detalhe encontra-se no fato de aqueles que exercem a vida política no Brasil serem sempre os mesmos, isto demonstra uma ditadura material, todavia formalizada como democracia.
Com uma genealogia que remonta o Brasil Colônia, estes são herdeiros diretos dos colonizadores, ou, por eles indicados a ministérios ou secretarias. Famílias como, Sarney, Neves, Andrada, Magalhães, etc., estão de forma imperiosa no exercício de cargos públicos no Brasil. Bonifácio José Tamm de Andrada do PSDB/MG, com descendência paterna direta do estadista José Bonifácio de Andrada e Silva, mantém mandato (reinado) parlamentar a interruptos 56 anos; Brasília nem ao menos havia sido construída. A família Andrada se encontra no cenário político brasileiro desde a Independência em 1822, ou seja, há 191 anos, nos quais, 22 membros de sua família ocuparam algum cargo na vida pública.
O modelo representativo de voto obrigatório destoa do ideal democrático, que só existe quando o povo realmente controla a gestão do país, quando todas as decisões importantes são tomadas com o aval destes com a participação da população e não de uma minoria.
É impossível votar certo, pois não há espaço para novos candidatos com novas propostas, uma vez que o sistema de partidos é uma forma de controle e imposição de parâmetros visando o fortalecimento destes. A partir do momento que o eleito recebe poderes extremos o eleito deixa de ser povo, pois o cidadão comum não goza das mesmas prerrogativas que os homens da vida pública. E passam a ser intangíveis, não estão sob as leis por eles criadas, ferindo de forma clara o princípio da isonomia, subjugando o corpo social com normas que não seguem.
Durante as manifestações em 20 de Junho de 2013, o IBOPE entrevistou cerca de 2000 pessoas em oito capitais brasileiras. Conforme o resultado da pesquisa, 89% dos entrevistados foram unânimes em afirmar não se sentirem representados por partido algum; 83% disseram não confiar nos atuais políticos brasileiros; 96% não são filiados a nenhum partido. Segundo pesquisa do Datafolha, 67% dos eleitores não têm preferência por nenhum partido, recorde histórico. O atual cenário político brasileiro, embora não seja assim reconhecido pela Sociedade Internacional, enquadra-se em todos os termos ao denominado Estado Mafioso; assim denominado, aquele em que todas as esferas do poder estão envolvidas com alguma atitude criminosa ou com o crime organizado.
Especialistas citam a Transnístria, território separatista não-reconhecido da Moldávia, como quase-Estado, cuja economia é baseada no contrabando de armas via porto ucraniano de Odessa, escoadouro de material bélico russo em desuso, para países do Oriente Médio. Também Kosovo, província separatista Sérvia, fora apontado como Estado Mafioso pelo deputado italiano Pino Arlacchi, bem como, por Moisés Naím, em seu ensaio de 2012, “Mafia States”. Não esquecendo que Itália por sinal, é um ícone desta prática delituosa (máfia italiana), bem como o Japão (Yakuza).
Um título um tanto pomposo para o sistema político e de governo brasileiro seria, Estado Mafioso Oligárquico Cléptocrático, (estado mafioso governado por uma casta de ladrões). O termo Cleptocracia é de origem grega, usado para caracterizar um governo de ladrões, que agem com o propósito único de minar o patrimônio de determinado país quando na gestão da vida política deste. Tal quadro se dá quando um povo ou nação perde seu Estado de Direito imparcial para um poder despótico e discricionário.
Devido o grau de organização dos seus articuladores, o sistema público governamental é comandado pela institucionalização da corrupção de modo a favorecer a impunidade. Uma vez que todos os setores da máquina pública encontram-se corrompidos, desde a Justiça, funcionários da lei e todo o sistema político e econômico do país, dificilmente algum contraventor será punido.
Neste contesto, o povo arca com uma dívida surreal, indústria de multas e pedágios, burocracia sufocante que impede a iniciativa privada, dificuldade de acesso ao poder público, serviços públicos deploráveis, tributos e impostos massivos, escassez de rendimento e de crédito, (este último quando concedido visa o dirigismo econômico), favorecimento político aos financiadores de campanha; montadoras, construtoras, empresários, etc. O povo foi responsável por fazer do Brasil uma das maiores economias mundiais, 7° lugar em 2014, mas esta riqueza nunca chega aos brasileiros.
Em 21 de Abril de 1792, há 222 anos, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, morreu por protestar desacordo ao tributo de 1/5, O Quinto, exigido pela Coroa Portuguesa, em virtude da extração de ouro nas Capitanias de Minas Gerais. Em 2013, de acordo com dados colhidos pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), 150 do total de 365 dias ano, são trabalhando por cada brasileiro somente para tributação, ou seja, cerca de 40% da renda do trabalhador vai para os cofres públicos na figura de impostos.
Dos impostos de maior impacto sobre os rendimentos dos contribuintes, o ICMS fora responsável por debitar 21% da renda total do trabalhador, seguido pelo INSS, 18% e IR, 17%. O ICMS fere o Princípio da Capacidade Contributiva que se coaduna ao Princípio da Isonomia, juntos, estes norteiam o legislador ao comando de tratar os desiguais de modo desigual, devendo este atuar em matéria tributária de acordo com as possibilidades de cada um de acordo com o artigo 145, § 1º, CR. Tal imposto serve como segregador de consumo, pois impede que a classe de baixa renda adquira um produto de melhor qualidade que trás em si um valor agregado fora do quesito imposto.
Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em países como Suíça, Canadá e Estados Unidos, 50% da carga tributária advém de impostos sobre a propriedade e a renda, e o recolhimento sobre o consumo não extrapola 20% da arrecadação. Ao somar a percepção sobre propriedade e renda, bem como das transações financeiras no Brasil, esta não alcança 25% da arrecadação total. A carga tributária brasileira está em torno de 35% do PIB, uma das mais altas do mundo.
Segundo o IPEA, o impacto distributivos da tributação e do gasto social no Brasil nas classes mais baixas são de 32% da sua renda, sendo 28% destes em impostos indiretos de bens e serviços. Já nas classes mais altas, a carga tributária gira em torno de 21% da sua renda, sendo 10% em bens e serviços. A título de exemplo, um veículo popular traz a carga tributária anual do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), todavia aqueles que possuem automotores de luxo (Helicópteros, Jatos, Iates, Lanchas), estão isentos de IPVA.
Enquanto o cidadão brasileiro se vê sufocado por maçante carga tributária, Dilma Rousseff requer ao Senado Federal autorização para renegociar a dívida que a República do Congo - Brazzaville mantém com o Brasil desde a década de 70. A dívida gira em torno de R$ 790 milhões. Vale lembrar que a República do Congo é o quarto maior produtor de petróleo do Continente Africano, e rota dos denominados “diamantes de sangue”, que funcionam como moeda corrente na lavagem de dinheiro oriundos do tráfico de armas e drogas.
Com base na definição de Cleptocracia, do entendimento da palavra máfia e a presença imperiosa da herança hereditária corrupta do colonialismo brasileiro, uma nova Constituição deveria ser redigida nos seguintes moldes:
PREÂMBULO
Nós, representantes das antigas oligarquias coloniais, reunidos em conchavo para instituir um Estado Mafioso Oligárquico Cléptocrático, destinado a assegurar os privilégios de sempre, como valores supremos de uma sociedade fundada no caos social e comprometida com a vergonha interna e internacional, com a solução alegórica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção do Dinheiro, o seguinte Ato Inconstitucional.
TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
Art. 1º O Estado Oligárquico Cléptocrático, formado pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Mafioso, e tem como imposição:
I - a submissão absoluta aos ditames imperialistas globalistas e neoliberais;
II - o desmantelo social;
III - a degradação da pessoa humana;
IV - a subserviência e a formação de cartéis e monopólios;
V - a ditadura política.
Parágrafo único. Toda a culpa emana do povo, que a exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Ao analisar os fatores de poder e as instituições jurídicas, Lassalle conclui: "Essa é, em síntese, em essência, a Constituição de um país: a soma dos fatores reais do poder que regem um país". Em outro ponto da obra o mesmo afirma:
Onde a Constituição escrita não corresponder à real, irrompe inevitavelmente um conflito que é impossível evitar e no qual, mais dia menos dia, a Constituição escrita, a folha de papel, sucumbirá necessariamente, perante a Constituição real, a das verdadeiras forças vitais do país.
Os fatores reais de poder atualmente encontram-se nas mãos daqueles que possuem os meios de produção, que subjugam os demais seres por conta disto.
5. A NOVA ORDEM MUNDIAL
5.1. A CENTRALIZAÇÂO DO PODER
5.1.1. Globalização
A idéia de Globalização a primeira vista pode parecer algo positivo devido à influência que esta exerce nas relações humanas de forma inter e intrapessoais, e, embora aparentemente benéfica esta se tornou uma faca de dois gumes. A criação de blocos econômicos, a imposição de novas culturas e conseqüentemente a extinção de outras, arremete a idéia de um governo centralizado e totalitário, que traça diretrizes globais que se estendem em longo prazo.
Atualmente no cenário mundial impera um sistema global antidemocrático com moldes totalitaristas, comandado por uma pequena casta, algo em torno de 0,7% da população mundial e que detêm 41% de toda a economia global. O intuito desta pequena elite não é outro senão o monopólio de todos os meios de produção existentes, e nestes, incluem os seres humanos, força motriz em breve suplantada pela automação. Dentro deste processo, estes últimos devem ser alienados para que não se dêem conta do real estado de subserviência ao qual estão submetidos e mantenham toda a máquina do sistema operando sem demais questionamentos (c/c, 2.1.3). Dentro deste atual contexto globalista, onde a concentração de riqueza é algo gritante, a democracia já não é debatida em sua amplitude, mesmo dentro daqueles denominados Estados Democráticos.
Os homens que exercem a vida pública de um país estão sob o julgo deste pequeno grupo que comanda todo o mercado financeiro mundial. Esta elite monopoliza todos os meios de produção existentes; os grandes bancos, a grande mídia, as telecomunicações, refinarias, transportes, mega corporações empresariais, mineradoras, montadoras e outros setores. Desta forma, os fatores reais de poder não emergem do povo como seria o ideal democrático, e em muitos dos casos estes nem ao menos tem a real noção daquilo que esta expressão significa. Em todos os sistemas de governo mundiais, impera uma articulação governamental neoliberal, onde todos os países são empurrados como pela “mão invisível” ao abismo do capitalismo.
Mais precisamente em finais do século XX, que, defendido por diversos governos mundiais até os dias atuais, o termo Nova Ordem Mundial (NOM); (New World Order, NWO) fora cunhado. Este modelo político e econômico nada traz em si o ideal democrático, pois a centralização do poder em todas as esferas se dará através da promoção do caos social. Mentes caóticas não são capazes de se auto-organizar, logo, o desmantelo da sociedade é a gênese e a imprescindibilidade desta nova ordem, a Ordo Ab Chao.
A economia global está diante de um processo acelerado de centralização do poder político e econômico, numa irrupção de fusões entre bancos e instituições financeiras globais e de mega corporações empresariais. À frente destes fenômenos encontra-se a presença imperiosa das Organizações das Nações Unidas (ONU), União européia, a Organização Mundial do Comércio, dentre outros organismos globalistas como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI), G-7, MERCOSUL, NAFTA, BRICS, etc.
Ao trazer à tona o item 3.1.3, deste estudo (O princípio que rege os Estados), esta nova ordem é na verdade, fruto de uma série de transformações que repercutem direta, ou indiretamente nas relações governamentais globais atuais. Dentre os efeitos caóticos que eclodiram no cenário mundial, alguns foram determinantes para a disseminação desta nova ordem, por exemplo, a queda do Muro de Berlim em 1989, o fim da Guerra Fria com a fragmentação da URSS, a extinção do modelo socialista de governo em grande parte do mundo, e da própria reestruturação do capitalismo agora sob os moldes neoliberais.
Diante desta dinâmica denominada globalização, devido à interdependência criada entre os países, o controle estatal sobre seu próprio sistema torna-se quase inoperante, uma vez que seu desarrolho administrativo, ainda que nocivo, se dará em conta dos seguimentos globalistas. A administração estatal terá seu destino traçado através de uma dependência absoluta das forças de mercado neoliberais. Encontra-se assim, a importância da afirmação contida na Teoria da Estabilidade de Lyapunov (c/c, 3.1.1), versando que quanto maior o grau de complexidade de um sistema, maior será a sua predisposição e sua resultante caótica, bem como a Teoria do Caos, versando que o primeiro ato determinará o rumo dos acontecimentos futuros.
Em países com economia e governos instáveis, esta interdependência faz com que a tendência a uma resultante catastrófica seja ainda maior, podendo até mesmo culminar na extinção de determinado estado (c/c, 3.1.2.)
Em um artigo publicado na Revista Jurídica Consulex, em Dezembro de 2011, de autoria do professor Ronaldo Rebello de Britto Poletti, intitulado, Wall Street. Europa, França e Bahia, o autor menciona que as causas que levaram ao surgimento Occupy Wall Street (Ocupa Wall Street – OWS), eram todas oriundas do próprio EUA, dentre estas, a crise econômica e imobiliária, a restrição em assistência ou a extensão desta, e também o desemprego.
Neste, Poletti traça um paralelo entre a crise européia e os protestos na Grécia; “... cuja destruição geraria o fim do sonho da Europa unida economicamente...”, este fator, segundo ele, poderia vir a colocar em xeque o caráter supranacional da União Européia, pois a soberania dos Estados nacionais inviabiliza um governo mundial globalizado. Para o autor a crise advém da má gestão política e do domínio dos bancos no mercado financeiro mundial, que por intermédio de seus “usurocratas”, terminologia por ele utilizada, almeja lucros desmedidos, facilitando crédito, mas onerando demasiadamente os juros e controlando governos para assegurarem seus benefícios.
O mercado financeiro é um negócio de risco que os empreendedores assumem quando de um investimento, logo, não seria justo quebrar uma país, por fim a uma moeda, desestabilizar um bloco econômico e nações intermediárias, por conta da inadimplência de um dos membros frente a seus credores. “Se a Grécia não honra seus compromissos financeiros, os bancos não podem ter prejuízo”? Doutro modo, se abriria esta mesma prerrogativa aos demais que se vissem envolvidos em todas estas transações financeiras.
É necessário ser levado em conta que os países participam do processo produtivo na circulação de mercadorias, logo, estão sujeitos a maiores riscos em seus empreendimentos, já os banqueiros, movimentam capital meramente especulativo. Em todos os casos, o empreendedor deve assumir o risco de seu empreendimento, uma renegociação de dívida implica em sacrifício à população que em nada participa destas decisões, diga-se de passagem, no berço da democracia.
Poletti ressalta que por se tratar de um bloco de cooperação econômica, o déficit de cada país deve ser suportado pelos demais, e alerta ao Brasil e países da América Latina deste jogo, onde os bancos sempre ganham, mesmo quando perdem.
Enquanto isso, não é possível saber dos males qual seria o pior, se a representatividade política que trás à luz tendências, ora fascista, outra comunistas; ou o ideal neoliberal que nos torna reféns das elites dominantes que se beneficia desta representatividade, mas impedem que esta seja aprimorada.
O autor ainda desconfia da posição dos economistas que apontam as instituições financeiras como fator crucial no fomento e equilíbrio da economia, que por sinal, usam os mesmos argumentos ao se referirem dos empréstimos concedidos ao Brasil para financiamento da Copa Do Mundo. “Não se ajuda a educação, nem a saúde, nem o saneamento, nem o transporte do trabalhador, mas à construção estaparfúdia de estádios de futebol...” [sic].
5.1.2. Ditadura global
Para se poder visualizar o governo mundial atual, deve-se primeiramente traçar alguns paralelos. Esta temática precisa ser abordada em conjunto com outros fatos históricos e não de forma isolada. A atual conjuntura administrativa na maioria dos países mundiais segue o mesmo parâmetro daquela imposta quando do Reinado Babilônico. Ao se falar em Torre de Babel, não se apontando uma estrutura física em si, mas um complexo político-social, econômico e cultural, moral e religioso único, no qual todos falavam a mesma língua, ou seja, seguiam as mesmas convicções e anseios, como em parte acontece hoje no mundo globalizado.
Todavia em dado momento, como é o normal de toda estrutura sistêmica que trabalhe de forma dinâmica, aquele modo governo atingiu uma complexidade tal (ponto de virada) no qual começou a ruir. Após estas nações que outrora seguiam um mesmo parâmetro em seus aparatos administrativos se separarem, cada qual fora novamente se soerguendo formando novos impérios.
Posterior ao Império Babilônico surgira o Império Sumério de Hamurabi, seguido pelo de Nabucodonosor, posteriormente Persa de Ciro, posteriormente, o Império Egípcio, o Macedônico de Alexandre “O Grande”, que desencadeou a interação do entre o Ocidente do Império Grego com o Oriente persa, por fim, Roma, último grande globalizador do mundo antigo. É de se notar que o ideal Imperialista sucedeu a todos os reinos subseqüentes ao Babilônico, onde a centralização e expansão do poder era o foco, e, assim continua até os dias atuais, e, que após a ascensão dos mesmos, todos estes vieram a ruir.
Muitos historiadores buscam o fator que trouxera a extinção de antigas civilizações como os Maias e Astecas. Uns apontam desastres climáticos e fome generalizada, outros, as guerras ou alguma epidemia, mas em um ponto todos concordam; em querer encontrar um evento cataclísmico para uma extinção em massa. Esta visão Hollywoodiana, esse fascínio pelo terror generalizado, impede que os mesmos historiadores percebam a presença do principio da Causa Inicial da Teoria do Caos e o da interdependência da Teoria da Estabilidade.
Ao analisar estes dois princípios esta dicotomia se resolveria, partindo do pressuposto que, em tempos de guerra não se faz plantio ou colheita, logo, uma crise alimentícia é iminente, fator que pode agravar se esta guerra se prolongar e for atrelada a tempos de estiagem. Fome generalizada, conjuntamente com um grande número de feridos, sobretudo em épocas remotas quando as condições de assepsia eram precárias ou nulas, implicaria em uma queda significativa da saúde da população local e conseqüentes epidemias.
Concomitantemente a estes elementos, o fator surpresa, qual seja, a invasão espanhola, não há povo ou nação que resista. Por conclusão, a extinção das civilizações Maia e Asteca ocorrera devido à junção de todos estes fatores. Caso semelhante ocorre hoje, quando países são submergidos em dividas que geram crise dentro da sociedade, fome e miséria, e quando estas estão altamente debilitadas, as grandes potências promovem uma ofensiva militar para terminar o flagelo.
A idéia de globalização e formação de blocos políticos e econômicos é uma ameaça a soberania das nações. Numa analogia aos os partidos políticos, aqueles que não seguirem as normas e diretrizes impostas por estes grupos não encontram espaço no modelo vigente.
Em escala global, este mesmo princípio opera contra países que não assinam acordos e tratados que visam incrementar os negócios da elite globalista. Como já mencionado, através de Lobbies um pequeno grupo controla todos os governos e interfere em todas as decisões administrativas de um país.
O ex-presidente Lula fora categórico ao defender um novo governo mundial quando em discurso no Fórum Econômico Mundial na America Latina, sediado na cidade do Rio de Janeiro em Abril de 2009. Este fórum teve como pauta a implantação de uma Nova Ordem Mundial, com regras impostas pelas grandes nações que representam 90% da economia global, onde países em desenvolvimento como Brasil, Índia e China são essenciais neste arranjo. Em seu discurso de abertura Lula afirmou que a atual crise financeira seria uma extraordinária oportunidade para a implantação desta nova ordem, e pleiteou a ampliação do G8 para que países emergentes como Brasil também sejam inclusos.
A crise financeira, a Nova Governança Mundial e a mudança de clima têm um forte denominador comum. Ele aponta para necessidade de se construir uma nova ordem internacional sustentável. Eu passei metade da minha vida dizendo que era preciso construir uma nova ordem econômica e mundial. E agora eu vi como meus olhos agora, eu vi com me. Ouvi com meus ouvidos. Pessoas que pensei que jamais iria chegar junto deles. Dizendo que era preciso uma nova ordem mundial.
A Nova Ordem Mundial fora pauta em discursos de vários governantes ao longo dos tempos. Adolf Hitler tentou implantá-la mediante o uso da força através do nazismo em 1940 na Alemanha e Europa, buscando expandir tal regime pelo mundo afirmando: “Nossa nação é a única capaz de desempenhar um papel criativo e decisivo na Nova Ordem que está tomando forma em torno de nós”. Após o fim da II Guerra em 1945, o ex-presidente norte-americano Harry Truman enaltece a NOM e conclui: “Vai ser fácil para as nações confederar-se numa república mundial como para nós foi juntar-se numa federação de estados unidos”. Partindo de uma cronologia mais recente, esta terminologia fora novamente usada em1991 quando do pronunciamento do ex- presidente George Bush (pai).
Não é apenas uma pequena nação, mas uma grande idéia: a Nova Ordem Mundial, em que nações diferentes uma das outras se unem num esforço comum para alcançar o objetivo universal da humanidade: a paz e a segurança, a liberdade e o estado de direito. Agora o vento de mudança está entre nós.
De igual modo, Bill Clinton, Barack Obama, Gorbachev, dentre outros ao longo da história. O ex Secretário de Estado do Presidente Nixon, Henry Kissinger, em entrevista à CNBC, disse que a crise mundial atual será de grande valia a Barack Obama na efetivação das novas diretrizes mundiais: “Eu acho que a sua tarefa será desenvolver uma estratégia global para a América neste período, quando na verdade uma Nova Ordem Mundial pode ser criada”.
Redigindo ao Los Angeles Times, referindo-se ao Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), menciona: “O que o Congresso terá de ratificar não é um simples acordo comercial, mas a arquitetura de um novo sistema internacional [...], um primeiro passo em direção a uma nova ordem mundial.” A título de curiosidade, recentemente, Barack Obama decretou que todo cidadão norte-americano que quiser utilizar o sistema público de saúde dos EUA terá de ser chipado, fato que para muitos significa a suposta Marca da Besta 666, da qual se refere o Livro de Apocalipse.
E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres livres e servos, lhes sejam posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas,
Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. (Apocalipse, 13.16,17).
Parte do conteúdo do Relatório de Desenvolvimento Humano elaborado pelo Programa de Desenvolvimento da ONU foca a Governança Global para o Século 21 (Global Governance for the 21st Century). Neste, seu dirigente indicado por Bill Clinton, James Gustave Speth, garante que os Estados não são capazes de sanar as intempéries que assolam a humanidade, e que somente um Governo Mundial teria aptidão para este fim. O mesmo Speth afirma que esta Liderança Mundial poderá ser viabilizada concentrando todo o poder no corpo das Nações Unidas.
Em 1994, numa reunião com embaixadores da ONU, o banqueiro David Rockfeller conclui: “Estamos à beira de uma transformação global. Tudo o que precisamos é uma grande crise e as nações aceitarão a Nova Ordem Mundial". Ao que parece a ONU, ao contrário daquilo que se pensa, coopera com as grandes nações no desmantelamento da ordem mundial, levando o caos a alguns países para satisfazer os interesses econômicos de uns poucos particulares (c/c, 4.1.3).
Um ano depois, em 1995, comissários da ONU em Copenhaga na Dinamarca, articularam diversas diretrizes com intuito de fixar taxações às nações mundiais.
O marco inicial da atual sistemática para se estabelecer o governo global, foi a criação da Comissão Trilateral (Trilateral Commission), em 1973, por parte do banqueiro David Rockfeller, tendo como um dos sócios fundadores, o eleito presidente em 1974, Jimmy Carter. O principal intuito desta comissão era padronizar condutas político-econômicas e sócio-culturais entre os três pólos econômicos mundiais, Europa, América do Norte e Extremo Oriente. A alegação era que agindo desta forma este eixo teria força frente à concorrência econômica das outras duas regiões. Na Europa foi criada a União Européia, enquanto na América do Norte, o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA), e após a formação destes blocos econômicos, a idéia de um governo mundial se tornou algo bem mais plausível.
Um dos fatores preponderantes que abriu caminho para a expansão do ideal globalista fora sem dúvidas a Queda do Muro de Berlin em 1989, divisor, literalmente falando, de águas na implantação da NOM. Este evento marcou o rompimento entre a velha dicotomia, capitalismo e socialismo, consolidando de vez o modelo neoliberal. Naquele mesmo ano, o então presidente russo Mikhail Gorbachev já demonstrava sua inclinação à NOM, promovendo na década de 80 a abertura (Glasnost) e a reestruturação econômica (Perestroika) da União Soviética, e juntamente ao ex-presidente norte-americano Ronald Reagan, pactuou abrandar a corrida armamentista pondo fim à Guerra Fria. Após uma série de acontecimentos em dezembro de 1991, o presidente democrático Bóris Yeltsin, decretou a dissolução da U.R.S.S, dando surgimento à Comunidade dos Estados Independentes (CEI), integrada também pela Ucrânia e Bielo-Rússia.
5.1.3. A questão imperialista
Em 1989 fora criado o Consenso de Washington, estabelecendo metas traçadas por pesquisadores ligados a entidades como o FMI e Banco Mundial, para que economias em expansão, sobretudo as latino-americanas, entrem na zona de crescimento. A idealização do mesmo deriva de um estudo econômico de John Williamson, que acabou por se converter no arquétipo do modelo administrativo do Fundo Monetário Internacional.
Embora Williamson afirme que a ideologia proposta por ele não tenha sido criada com tendências neoliberais, esta vem sido utilizada como diretriz deste modelo político-econômico. Este se baseia nas liberalizações de capital externo, privatizações em nome da boa administração privada e da incapacidade dos estados de administrar empresas e serviços públicos, bem como no aumento dos juros que atrai investidores, austeridade fiscal, elevação de impostos e corte em gastos públicos para fomentar o setor privado.
A execução do neoliberalismo em boa parte do mundo no começo da década 70, precedido primeiramente por Augusto Pinochet no Chile, seguido por Margareth Thatcher na Inglaterra e Ronald Reagan nos Estados Unidos, solidificando suas bases após a queda do muro de Berlim em 1989. O Neoliberalismo marcou o fim dos estados de bem-estar social, criando nos países do mundo uma condição de hegemonia para alguns, e a de extrema dependência a outros. O fato é que, as relações neoliberais juntamente ao modelo globalista se edificam através da subjugação efetiva de países, em relações muitas das vezes, desproporcionais e antagônicas aos interesses locais destes.
A concepção de imperialismo se limitou durante séculos a textos marxistas, todavia a questão novamente toma força sob a nomenclatura de neocolonialismo, pois agora mais que nunca, nações exercem sobre outras seu arbítrio de forma direta, quando da ampliação da soberania política, ou indiretamente por meio de ingerência econômica, diplomática ou militar. Pode se dizer, que o imperialismo moderno surge da falta de governo nos países, uma vez que as governanças cederam lugar às forças de mercado e econômicas. Hoje, os governos não traçam suas diretrizes de acordo com os interesses da nação, mas as destinam a um pequeno grupo que controla o fluxo de capitais e produtivos.
Serão os ditames econômicos das superpotências e a política externa destes, que disciplinarão a conduta dos Estados ora dito soberanos.
Este neocolonialismo advém do processo de fusões entre bancos internacionais e corporações atreladas a estes, que se tornaram imensos monopólios onde, o vultoso acúmulo de capital possibilita o controle de toda a economia global por parte destas instituições (c/c, 2.1.3). Lênin estabelece uma interdependência entre bancos e empresas na formação do capital financeiro. Calcados na especulação, bancos possuidores de uma grande quantidade de ativos lucram vultuosamente sem passarem pelo processo produtivo. Assim como os empresários recorrem às instituições financeiras, estas necessitam de investimentos seguros e rentáveis para aplicarem suas fortunas, deste modo, surge uma via de mão dupla entre o capital industrial e o capital bancário
Com a formação do capital financeiro inicia-se o processo imperialista, que se dá no momento que este capital passa a ser exportado para países em crescimento. Através de empréstimos que fomentam a infra-estrutura destes, estas corporações propiciam a execução de práticas capitalistas neoliberais dentro daqueles países. Em alguns casos este mútuo é tomado sem as devidas precauções, fazendo que estes países entrem em profunda recessão tornando-se inadimplentes e conseqüentemente servos do país credor (c/c, 2.1.3, Bancos e Negócios).
Neste caso, as dívidas deverão ser renegociadas com uma dilação do prazo para quitá-la, todavia, a juros mais altos, portanto, esta dívida só tende a aumentar. Depois de instaurado o caos na economia de determinado país, vendo que o mesmo não será capaz de cumprir com seus acordos no prazo, os executivos destas instituições apresentam soluções que restabeleceria a ordem e saudaria parte da dívida, dentre as quais, privatizações, concessões a empresas estrangeiras, compra a preço vil de recursos naturais, dentre outras (c/c, 3.1.3).
O fator imperialista atual, em tese, não se dá mais como outrora, baseado na força e ofensivas militares entre países, mas sim com o domínio de umas poucas corporações sobre nações inteiras. A figura estatal dentro do modelo imperialista neoliberal funciona meramente como executora e sancionadora das diretrizes ora impostas.
A ação hegemônica, e por que não dizer terrorista destas instituições e das nações atreladas a estas, passa “despercebido” pela sociedade global, que sustenta este modelo através de seu consumo exacerbado e seu estado de apatia frente toda a situação.
Segundo o modelo proposto por Lyapunov (c/c, 3.1.1, Teoria da Estabilidade); enquanto esta política for exeqüível, toda esta conjuntura pode operar de forma perene. Todavia, o reflexo natural desta estabilidade tende a expandir este sistema aumentando sua complexidade e sua pressão interna e externa. É neste momento que um fator irrisório, todavia imprevisível, um efeito borboleta, pode ocorrer e toda esta engrenagem começa a se descompassar se tornando turbulenta e caótica culminando em colapsos como os que geraram as duas Grandes Guerras.
Quando da imposição destas medidas em países emergentes, mascarado sob um aspecto pseudo altruísta, o interesse entre as partes parece até convergir. Mas quando de um evento inesperado, como por exemplo, a descoberta de uma jazida, boas entre safras, descobertas tecnológicas ou científicas que alavancam aquela modesta economia, logo esta se torna um inimigo em potencial das estruturas hegemônicas, sobretudo se este aquecimento advier de uma política econômica contrária ao moldes neocoloniais.
Ocorrendo tal fato, entra em cena a figura dos denominados Assassinos Econômicos, responsáveis por arruinar economias com intuito de expandir os domínios ou manter o status quo ante das economias dominantes. Este termo fora utilizado por John Perkins, ex-consultor e economista na empresa Chas. T. Main, em seu livro, Confissões de um Assassino Econômico, no qual afirma que pessoas treinadas como ele, “foram os responsáveis de fato pela criação desse primeiro império realmente global”.
Por intermédio de empréstimos em organizações como o FMI e o Banco Mundial, estes movimentavam finanças de países para contas de mega corporações privadas. Ele explica que os empréstimos concedidos àqueles pequenos países para o fomento de suas estruturas, não vão para o país em si, mas sim, para as próprias instituições que os financiara na figura de empreiteiras e empresas internacionais de infra-estrutura.
Estes empréstimos são concedidos sob promessas de dirigismo econômico e administração em favor dos credores, ainda que fraudulenta, naquilo que condiz a processos licitatórios e todo tipo de concessões. Perkins diz que estes créditos são tomados com base em falsas análises econômicas que os tornam insolúveis futuramente.
A figura do assassino econômico fora empregada pela primeira vez no Irã, em 1953, com a derrubada do então presidente, Mohamed Mossadegh; considerado a Esperança Democrática no Oriente Médio, eleito homem do ano pela revista Times devido suas políticas voltadas para economia interna de seu país baseada na produção do petróleo. Foi então que o agente da CIA, Kermit Roosevelt, filho de Theodore Roosevelt, munido de alguns milhões de dólares conseguiu que Mossadegh fosse deposto em um golpe de estado.
Posteriormente, a presença do assassino econômico reaparece na Guatemala em 1954, contra o governo democrático de Jacobo Arbenz, que buscava implantar uma reforma agrária no país que implicaria no confisco de terras pertencentes a multinacionais. Seguido do Equador em 1981 no governo de Jaime Roldós Aguilera, que também era contra as políticas imperialistas, e que morreu em um acidente de avião. Perkins afirma que fora um assassinato, uma vez que tentara subornar Jaime inúmeras vezes, mas o mesmo era incorruptível.
Caso semelhante ocorrera no Panamá, também em 1981, quando Omar Efraín Torrijos Herrera, que pleiteou e conseguiu a titularidade sobre o Canal do Panamá junto ao ex-presidente Jimmy Carter. Torrijos também morreu vítima de um desastre aéreo até então não esclarecido, testemunhas chave no caso também morreram misteriosamente. Novamente na Venezuela em 2002, os assassinos econômicos tentaram realizar um golpe contra Hugo Chávez, semelhantemente ao do Irã em 1953, todavia não obtiveram êxito, pois a população apreciava muito a política chavista.
O Iraque foi um exemplo completo de como o sistema imperialista atua, onde, os primeiros a tentar dissuadir um governo são os assassinos econômicos, quando o próprio Perkins assume que, assim como na investida contra Roldós e Torrijos, falhara com Saddam Hussein. Não logrando êxito, começam a atuar a figura dos chacais, aqueles que derrubam os governos ou assassinam seus lideres; no caso do Iraque de Saddam, as duas táticas falharam.
Foi quando em 1991 implantou-se a última racio, qual seja, a ofensiva militar, todavia mesmo após derrotar o exercito de Saddam, este não cedera. O desfecho culminara com sua morte em 2006.
Grande parte do poder hegemônico dos EUA encontra-se no fato de o lastro econômico do Dólar está vinculado não mais ao ouro e sim ao petróleo (c/c, 2.1.3). Uma vez que todas as transações relacionadas a esta fonte de energia são obrigatoriamente negociadas nesta moeda, todo o globo passa ser totalmente dependente da economia norte-americana. Não importa a crise que sobrevenha sobre o setor petrolífero, quanto maior for o valor do barril, melhor para os EUA. Tal fator propicia a este país a ingerência não apenas sobre as pequenas nações, mas também, frente às grandes potências mundiais e emergentes. “Portugal está a ser assassinado, como muitos países do terceiro mundo já foram”. (PERKINS, John.).
Todos os impérios de outrora emergiram mediante o uso da força, sendo Hitler, o último a se valer deste estratagema quando todo o mundo presenciou sua ação, todavia fracassada. Hoje, as pessoas não fazem a menor idéia que vivem a custa da opressão ferrenha de outros seres humanos, e quando se dão conta disso, o ideal capitalista já está tão arraigado a estes, que os mesmos não veem relevância no fato, tal qual se vê no show business.
5.1.4. Os três fatores globalistas
Entendendo por Fatores Reais de Poder, aquilo que preconiza o economista polaco, Ferdinand Lassalle (1825-1864), em sua obra, Que é Uma Constituição?
Os fatores reais do poder que regulam no seio de cada sociedade são essa força ativa e eficaz que informa todas as leis e instituições jurídicas da sociedade em apreço, determinando que não possam ser, em substância, a não ser tal como elas são.
Uma análise sobre a organização dos grupos mundiais que exercem controle não apenas político e econômico, mas também ideológico sobre as pessoas traz à tona a questão de qual seria o possível ditador global, quem realmente exerceria o poder sobre todos os demais povos e nações.
Dentro do mundo globalizado, onde de certo modo, todas as nações se influenciam reciprocamente, surge a indagação de quem estaria por detrás da governança mundial e donde partiria o poder hegemônico centralizado depois de instauradas todas as diretrizes deste novo governo. Ao contrário daquilo que muitos pensam, não existe apenas um autor com potencial para assumir o posto de novo ditador. A liderança mundial hoje é disputada por três Fatores Globalistas, que ora convergem, ora divergem.
O primeiro deles é a Elite Ocidental, voltada para uma visão mais materialista, seculariza e cientificista de mundo, encabeçada por grupos como o Bilderberg Group; a Comissão Trilateral; o Council on Foreign Relations (Conselho para Relações Exteriores), etc. O segundo fator é a articulação Russo chinesa, herdeira do Regime Comunista, cuja liderança é exercida pelos membros do outrora serviço secreto civil e militar comunista, KGB. O terceiro fator se encontra no mundo Islâmico, se corporificado na figura do Califado, personificado na fé islâmica costumeira. Todo fato significativo que ocorre no globo estará de certa forma intercalado a um destes três elementos.
Se porventura estes se demonstrarem divergentes, em tese é um bom sinal, pois traz a idéia que ainda existe escolha e espaço para dissidência e possíveis negociações. Todavia, quando estes estão em pleno acordo, torna-se quase impossível suplantar uma ordem instaurada, ainda que nociva. Entender o jogo de interesses entre estes é um tanto complexo, pois embora aparente antagonismo; quando tudo vai bem, as mesmas se unem contra divergentes e lucram de mãos dadas, mas se porventura o interesse entre elas colidem, todos demais países sentem direta ou indiretamente os reflexos desta demanda.
A título de exemplo, quando do fim da União Soviética, a elite ocidental injetara vultosas quantias em dinheiro naqueles países ora comunistas, a fim de reestruturá-los. Toda a base da economia chinesa após este período foi apoiada pelo capital ocidental. A própria Arábia Saudita em 1932 fora instituída com a ajuda do capital britânico, bem como, em 1970, os EUA com auxílios do Banco de Crédito e Comércio Internacional, financiou radicais sunitas na derrocada da União Soviética no Afeganistão.
O Fator Globalista do Ocidente não trás em si elemento ideológico ou estadista algum, o único foco destes não é outro senão o lucro. A figura de um Estado neste modelo serve apenas como intermediador e aplicador das diretrizes e sanções traçadas por esta elite contra o cidadão local ou demais nações. Se porventura, os interesses entre os países e este grupo se mostrarem antagônicos, estes últimos não hesitam em se voltar contra aquelas, se apoiando na maioria das vezes em organismos internacionais como a ONU, OMC, OTAM e afins.
Um dos maiores inimigos que a elite globalista ocidental possui é o patriotismo do povo americano. Ao se analisar algumas leis promulgadas nos EUA nos últimos anos, é perceptível que estas vão de encontro aos direitos individuais do cidadão norte-americano, e também seriam em outras partes do mundo. Calcado em um ideal histórico de pátria quase que religioso, é um fato a se considerar que, se o povo norte-americano perceber que seus ideais de liberdade estão sendo usurpados por interesses econômicos de uma minoria, uma reação violenta por parte destes é uma hipótese a se cogitar.
Diga-se de passagem, aproximadamente 34% da população norte-americana possui armas de fogo, sobretudo de grosso calibre. Nos EUA, o direito constitucional a posse de armas de fogo está intrinsecamente atrelado à liberdade individual desde a fundação do país. “Sendo necessária à segurança de um Estado livre a existência de uma milícia bem organizada, o direito do povo de possuir e usar armas não poderão ser infringidos”. (Segunda Emenda, à constituição dos EUA de 15 de Dezembro 1791).
O segundo fator globalista é o Movimento Russo chinês calcado no velho comunismo, mas que atualmente, adquire um caráter conhecido como Eurasianismo, que aglutina elementos czaristas e fascistas com tendências ao anti globalismo e o antiamericanismo. A expansão daquele que seria o novo modelo político russo, se vê nos recentes conflitos ocorridos na Ucrânia e na Península da Criméia, e com a formação do denominado BRICS, um bloco econômico que une Brasil, Rússia Índia, China e África do sul, que estabelece normas de cooperação entre estes países. Na verdade, somente Rússia e China exercem verdadeira influência sobre o bloco devido ao seu poderio econômico e bélico, e Índia neste último quesito devido ao seu arsenal atômico, sendo os demais países, meros agentes viabilizadores do plano Russo chinês.
Uma questão que deve ser preponderada está no fato de que a Rússia é rica em recursos naturais e energéticos, podendo a mesma impor embargos à Europa gerando uma crise energética que pode afetar parte do globo. Com o advento do BRICS, a Rússia passa a exercer influência sobre outra considerável matriz energética; o Pré-sal brasileiro, que corre grande risco de ser privatizado (c/c, 3.1.3).
Ao contrário do elemento globalista ocidental que não trás aspiração alguma a não ser o lucro, o movimento Russo chinês se apóia nos ensinamentos do professor teórico político, Aleksandr Dugin, mentor de Vladimir Vladimirovich Putin, atual Primeiro-Ministro Russo. Este tem por base, a criação do Império Eurasiano, uma união entre Europa e Ásia, formando uma única nação russa, que por sinal se estende em ambos os territórios. Conforme afirma Dugin, o liberalismo ocidental configura um ataque às ancestrais estruturas hierárquicas mundiais, e que o novo modelo Eurasiano calcado em moldes de governo genuinamente fascista, seria a solução mais viável ao imperialismo Russo chinês.
O ideal proposto por Dugin aparenta ganhar força com o crescente sentimento nacionalista que despontou na Ucrânia e Península da Criméia, países historicamente ligados à Rússia quando da aglutinação destes na formação da antiga União Soviética, onde cerca de 18% da população é composta por cidadãos russos. Dugin, assim dispõe em seus discursos: “O liberalismo é um mal absoluto. Apenas uma cruzada global contra os EUA, o Ocidente, a globalização e suas expressões político-ideológicas, é capaz de apresentar uma resposta adequada... O império norte-americano deve ser destruído”. Em 2008, antes de eclodir o conflito entre Rússia e Geórgia, o próprio Dugin afirmou: “Nossas tropas vão ocupar a capital georgiana Tbilis, incluirá todos os estados da ex-União Soviética, além de se estender por outros países asiáticos". Sobre os eventos ocorridos na Ucrânia e Criméia o mesmo declarou:
É muito importante considerar o que está acontecendo na Ucrânia nesse contexto. Não são russos contra ucranianos, é a defesa da multi polaridade, em Putin e em Moscou, contra a idéia de uni polaridade, representada pelos Estados Unidos e o Ocidente.
O que Dugin propõe, na verdade é o mesmo ideal russo existente desde a revolução de Lênin em 1917.
O terceiro fator globalista encontra-se no Mundo Islâmico, guiado pela Irmandade Muçulmana, corporificado na pessoa do Califado Universal, propondo uma ordem mundial de governo, que em tese, converge com as aspirações dos Estados muçulmanos. Embora existam algumas divergências entre Irã e a Arábia Saudita, considerada pelos mulçumanos como A Grande Prostituta do Oriente, devido suas inclinações capitalistas ao projeto globalista ocidental, estas não abalaram em nada as metas em longo prazo almejadas pelo Califado.
Recentemente o evento conhecido como Primavera Árabe, retratou a tentativa daqueles povos que se arrasta desde o séc. XIX, em se ajustar ao modelo secularista e moderno do ocidente. Este movimento culminara na queda de vários governantes acabando por abrir caminho ao Califado (c/c, 3.1.3). Este elemento em parte é secretamente financiado por uma elite islâmica européia, herdeira da antiga Invasão Islâmica da Península Ibérica, e hoje age em conluio com outras elites, sobretudo britânicas, influenciadas pelos ensinamentos perenialistas de René Guénon (1886—1951), satisfatoriamente acolhidos por alguns intelectuais do ocidente.
O ideal do Califado moderno surge da junção do misticismo Sufi e da ideologia radical mulçumana pan-islâmica de Sayyid al-Qutb (1906–1966). Baseado nestes ideais, o grupo ultraradical, Estado Islâmico do Iraque e da Síria, propuseram a reconstituição do Califado, visando unificar todas as nações muçulmanas, após o longo período de violência e miséria promovido por governos ditatoriais em vários países do Oriente Médio e África. No Iraque, a instauração de um Estado Islâmico se deu quando da investida norte-america contra as tropas de Saddam Hussein, debeladas em 2003, e a supressão do partido sírio, Baath. Diante da ausência de uma autoridade político-administrativa, estas regiões foram ocupadas por várias facções jihadistas, desencadeando uma extrema onda de violência entre curdos, sunitas e xiitas.
Outro ponto elementar que pode garantir a expansão, implantação e mantenimento do Califado, encontra-se nos fatores imigração e natalidade. Partindo do pressuposto que para se manter determinada sociedade ou cultura, é fundamental que haja um equilíbrio populacional na mesma. Para que uma cultura sobreviva de forma estável por mais de 25 anos, sobretudo em um mundo globalizado, é imprescindível que esta mantenha o índice de fertilidade entre 2,11% filhos por família, do contrário, a mesma entraria em retração e conseqüentemente a sua cultura pelo fato desta não mais ser disseminada.
Inexiste no limiar histórico alguma cultura que tenha suportado uma taxa abaixo de 1,9% descendentes por família, sendo 1,3% considerado o ponto crítico irreversível. Reverter o processo e restaurar o status quo ante, só seria possível num lapso temporal de 80 a 100 anos, todavia, não existe um modelo econômico viável que suporte esta situação por tanto tempo. Deste modo, se todos os casais de uma determinada sociedade tiverem um filho apenas, haverá metade de futuros casais geradores.
Se cada um dos primeiros casais gerarem ao menos dois filhos, esta população se manteria com um crescimento estável. Se porventura, esta metade de novos casais, gerarem um filho apenas, seria de1/4 a proporção de indivíduos (netos) daquela árvore inicial. Em uma localidade na qual nascer apenas, um milhão de indivíduos, dificilmente haverá dois milhões em idade ativa, 20 anos depois, fator que geraria falta de mão de obra, e conseqüente quebra no setor previdenciário.
Vale lembrar que nenhuma cultura suportou um índice inferior a 1,9%, e ao atingir 1,3% ela entrou em declínio.
Dados apontam que em 2007 a taxa de natalidade em países da Europa como França, foi de 1,8 recém-nascidos; na Inglaterra 1,6%; na Grécia e Alemanha 1,3; Itália 1,2; e Espanha 1,1 filhos por mulher. Em contrapartida a população mulçumana cresce a uma taxa assombrosa de 8,1 filhos por mulher, só no Afeganistão, o índice chega a cinco filhos por cada mãe. Em toda Europa a taxa média de nascimentos é de 1,38% de filhos europeus por mulher, ou seja, impossível de ser revertido.
Todavia, a população não européia cresceu vultuosamente devido ao fator imigração, sobretudo imigração mulçumana, responsável por 90% da explosão demográfica naquela região. No sul da França, 30% dos indivíduos com idade inferior a 20 anos são de famílias islâmicas, chegando a 45% em cidades como Paris, Nice e Marselha. Nesta proporção, em 2027, de cada cinco cidadãos franceses, um será mulçumano, e a França uma nação mulçumana em alguns anos. Em 15 anos, na Holanda, metade dos adolescentes será mulçumano, pois, 50% dos recém-nascidos são mulçumanos. O número destes na Rússia chega a 32 milhões, um a cada cinco russos, nesta toada, em breve, metade do exército russo será composto por mulçumanos.
Na Bélgica, o governo afirmou que 1/3 dos nascidos na Europa serão mulçumanas em 2025, e 1/4 da população belga é mulçumana onde 50% dos recém-nascidos são da mesma origem. O governo alemão foi o primeiro a tratar a situação, lançando um comunicado com o seguinte conteúdo: “A queda da população alemã não pode ser interrompida. Sua espiral descendente já não pode mais ser revertida [...]. A Alemanha será um Estado mulçumano em 2050 [sic]. O ex-ditador líbio, Muammar al-Gaddafi, se pronunciou sobre o assunto, e disse:
Há sinais de que Allah vai conceder a vitória ao Islã na Europa, sem espadas, sem armas, sem conquistas. Nós não precisamos de terrorista, não precisamos de suicidas bombas. Os mais de 50 milhões de mulçumanos na Europa irão transformá-la num continente mulçumano dentro de poucas décadas.
Atualmente cerca de 52 milhões de mulçumanos vivem na Europa, número que segundo o governo alemão, atingirá a casa dos 100 milhões nos próximos 20 anos. Em 1970 havia algo em torno de 100 mil mulçumanos nos EUA, e, em 2008 exorbitava a casa dos nove milhões. Aliado a este fator e ao fundamentalismo religioso, é impossível que o mundo mulçumano se curve ou se adéqüe a um modelo proposto pelo ocidente, pois trazem em si, uma dose filosófica e cultural muito arraigada.
Todas as ações significativas que surgem no mundo provêm de um, ou da ação conjunta destes três fatores, que ora competem, ora colaboram. Em todos os casos, estes possuem um forte denominador comum, sem o qual os implementos de seus planos estariam fadados ao fracasso; o dinheiro. Uma frase atribuída a Napoleão Bonaparte: “Para fazer a guerra são necessárias três coisas: dinheiro, dinheiro e dinheiro. O certo é que, não existe batalha política ou física entre nações sem que alguém a esteja financiando, e só se financia aquilo que for favorável, e neste ponto, os três então supostos inimigos demonstram bastante diplomacia quando o assunto são finanças favoráveis. Em dado momento chega até parecer que tal disputa é mero espetáculo, para que a ditadura global já existente destas elites sobre todos os demais seres humanos não venha à tona.
Ao se observar estes três fatores se percebe que todos possuem elementos necessários para programarem seus governos globais. Todavia, a própria disputa entre estes, bem como questões internas, serve como empecilho para tal façanha. Dentre os três, aquele que de certa forma alteraria todo o contexto globalizador, seria a expansão Islâmica, já que esta apresenta características “estranhas” à grande parte dos povos, principalmente do ocidente. Todo o globo já presenciou uma tendência capitalista quanto uma socialista, todavia um fundamentalismo religioso, sobretudo Islâmico, traria realmente uma Novus Ordo ad Chao no sentido literal da palavra, (c/c, 2.1,3; Religião). O certo é que o mundo seria totalmente diferente, tal qual nunca fora antes em apenas algumas gerações.
5.2. OS ESTADOS DEMOCRÁTICOS NO CONTEXTO DA NOVA ORDEM MUNDIAL
5.2.1. Submissão aos ditames imperialistas
Dentro de toda esta conjuntura na qual os Estados Democráticos se encontram, ou estão a caminho, o real sentido desta palavra caíra por terra há alguns milênios. O formalismo estatal é a única vertente na qual se pode observar uma possível consubstanciação deste ideal. A democracia se vê ameaçada pela onda crescente do efeito globalizador, e se vê escrava das forças de mercado e econômicas de outros países ou de mega corporações e instituições financeiras.
Ao mesmo tempo em que o avanço tecnológico propiciou a expansão dos ideais democráticos que derrubou ditaduras e abalara estruturas de governos em grande parte do mundo, fora justamente a intenção de se manter este avanço, sobretudo nas telecomunicações, que reforçou as práticas pré-coordenadas do sistema controlador. Uma vez que o ideal democrático se expande externamente via televisiva, internamente nos estados, os governos oprimem a população local quando a mesma evoca seus direitos e garantias fundamentais, tudo em nome da crescente demanda de capital de alguns poucos que exercem um governo paralelo imperioso e cruel.
Como mencionado em outros pontos desta análise, as nações democráticas são conduzidas (em detrimento de governar) mediante decretos de presidentes, ou seja, não existe participação legislativa nesta ingerência, nem ao menos aqueles que em tese representariam a população são consultados. O destino de uma nação é decidido dentro de gabinetes de chefes de estado às portas fechadas através de lobbies, subornos e se necessário, a coação.
A estratégia globalista de expansão de fronteiras produtivas, com a instalação de multinacionais em países estrangeiros, traz em si o ideal mórbido da mão de obra a baixo custo, e por vezes, escrava, além de não propiciar o efeito desejado sobre os empresários, de um a possível greve.
Se porventura uma fábrica qualquer, na China, interrompesse suas atividades devido a uma greve, a produtividade desta empresa não estaria ameaçada, pois existem outros diversos países nos quais o trabalho não será interrompido. Deste modo os empregados das demais empresas, vendo o fracasso da greve empreendida, estariam desmotivados a pleitearem seus direitos, assumindo um caráter e certeza de submissão. Assim, a figura do sindicato, em tese, um ícone da democracia, se tornaria obsoleta.
5.2.2. A Organização das Nações Unidas – Instrumento antidemocrático e opressor
O mundo vem presenciando o nascimento de um novo império, onde a idéia de domínio global encontra lugar na própria nomenclatura deste, qual seja, a Organização Das Nações Unidas (ONU). Esta organização possui um poderio que exerce influência e domínio sobre todos os outros povos e nações do globo, mas sua ação imperiosa passa despercebida por grande parte da população mundial, pois esta se camufla por debaixo de governos democráticos e ideais humanitários.
A ONU surgira justamente do princípio Ordo Ab Chao, no pós II Guerra Mundial, devido ao sentimento generalizado da comunidade internacional em tentar evitar que novas atrocidades como o Holocausto se repetissem, e da tentativa de manter a paz entre as nações. Sob este mesmo princípio, a ONU hoje, com pretexto de alcançar a tão almejada paz mundial, parece estar acima de todos e quaisquer ordenamentos jurídicos, impondo suas diretrizes erga omnes e aplicando sanções aos eventuais divergentes.
Este mecanismo, assim como outros (UNESCO, OCDE, BIRD, OMC, etc.) atuam como uma espécie de propagador dos ditames totalizadores e imperialistas do capitalismo neoliberal da Nova Ordem Mundial, e, através de forças como a OTAN, ou exércitos de países membros, estes tratam de subjugar possíveis opositores. Mascarada como uma instituição altruísta, a ONU está encarregada de aliciar o corpo ideológico da sociedade para receberem os mandamentos da nova ordem.
Acontece que as pessoas não atinam para o fato de que a ONU, é fruto de interesses das grandes potências mundiais no pós II Guerra, buscando traçar uma regra mundial que garantisse a hegemonia destas sobre as demais nações a partir daquele evento. Em que pese, uma instituição que diz zelar pelo bem da comunidade mundial, deveria ao menos possuir um caráter democrático no conteúdo de suas diretrizes. A ONU na verdade, é uma articulação das elites mundiais para o exercício de um domínio global viabilizando o interesse destas.
Uma hegemonia só surge da capacidade de autocontrole interno de um Estado, atrelado a fatores externos de outros, e de sua habilidade em postular e exigir direitos frente a estes. Partindo deste pressuposto, é fato preocupante que uma organização formada por uma pequena casta de indivíduos, que se auto elegem e se fiscalizam sem passar pelo crivo democrático, legisle em favor de outros Estados. Tal fato demonstra que este grupo possui muito mais autonomia frente à comunidade internacional que os ordenamentos jurídicos de nações soberanas, sobretudo as democráticas.
Ao que parece, é justamente na ausência de uma democracia, de um governo ou economia estável, que estes organismos tomam força, principalmente nas situações de caos sistêmico. Este fato traz à tona a idéia de governo através do caos, sem o qual a própria existência da ONU estaria ameaçada, é por isso que a mesma promove este caos dentro de países e depois se apresenta como pacificadora da questão. É dentro de um cenário caótico de governos descredibilizados, ou na falta destes, que estas organizações se encontram ainda mais potentes.
O prestígio e a sobrevivência destas estão diretamente ligados à dependência das nações de suas intervenções nos momentos de crise, o clamor pela instauração de uma nova ordem será proporcional à resultante caótica; aumenta-se o caos, aumenta-se também o rogo a qualquer um que apresente uma solução aparentemente viável. Assim como o Estado, o grande Leviatã de Hobbes necessita do caos social para se manter vivo, de igual modo a ONU sobrevive da mazela e indigência alheia, o flagelo social é o critério de existência destes organismos.
Recentemente um personagem inusitado tem ocupado destaque nos noticiários e em diversos jornais mundiais. Como que saído dos livros de contos, a figura dos Piratas causou certo alarido na comunidade internacional, mesmo não se conhecendo a real identidade destes, tampouco todo o nexo causal do contexto. Em um documentário intitulado, A Verdades Sobre Os Piratas da Somália, que aborda com clareza o tema, se extrai a definição de pirata:
Um pirata é um bandido que se dedica ao roubo e ao saque nos mares. Se apropriam daquilo que não lhes pertence e o fazem fortemente armados e a margem da lei. Por vezes contam com a proteção de um Estado ou de uma nação e atuam em seu nome, sob o que antes se denominava, Patente de Corso, em tal caso se denominavam Corsários [sic].
A Patente de Corso, ou Carta de Corso, era um título atribuído a qualquer pessoa, que o transformava em membro da marinha do país concedente e o autorizava a atacar e pilhar embarcações inimigas (c/c, 3.1.3).
A República Federal da Somália é um país localizado em uma região geoestratégica denominada, Corno de África, principal rota de navegação que une Ásia e Europa, onde escoa mais de 10% da economia mundial e uma quantia significativa do petróleo oriundo do Oriente Médio. Desde o sec. XVI esta rota vem sido disputada entre as nações, e atualmente, a ONU serve com intermediador entre estas potências, assegurando-as delas mesmas nesta disputa. Com sua independência em 1960, depois de ser colônia de Itália e Inglaterra, o governo somali democrático então instaurado, é derrubado após um golpe de estado apoiado pelos EUA. Em 1969, o ditador Siad Barré ascende ao poder, em contrapartida ao apoio, Barré adota diretrizes viabilizando a retirada do petróleo somali por empresas norte-americanas.
Em 1988, o Movimento Nacional Somali constitui uma insurreição contra Barré, e, após a ausência efetiva de seu governo, instaura-se um caos social naquele país que eclode em uma guerra civil que perdura até 1991, quando o governo ditatorial é deposto. O caos generalizado devido a guerras tribais em disputa pelo poder na região impede a instauração de um governo estável até os dias atuais, fato que tornou a Somália, em um dos países mais perigoso do mundo.
É neste cenário caótico e na ausência de um governo regulador, que mais de 800 embarcações pesqueiras estrangeiras, oriundas, sobretudo dos EUA, Ásia e União Européia, sem concessão alguma, vem de contínuo lançando práticas predatórias de pesca ilegal, não declarada, não regulada (IUU, Illegal, Unreported, and Unregulated Fishing,) na costa somali. Esta atividade clandestina soma um lucro anual estimado em U$ 450 milhões aos países invasores, à custa do saque da principal fonte de alimento de um dos mais miseráveis países do mundo.
Desde a década de noventa, o povo somali clama frente a ONU e a diversos organismos internacionais por uma interferência na atividade destas nações, todavia sem êxito. Os alertas feitos pelo próprio Grupo de Supervisão para Somália da ONU, sobre a depredação do ecossistema da região, vêm sido desprezado pelos burocratas desta instituição que parecem não dar ouvidos nem aos seus próprios supervisores. Como se não bastasse o saque predatório, a atividade de outro tipo de embarcação vinha causando pânico à população de pescadores somalis. Trata-se de navios que chegavam e vertiam misteriosos barris ao mar e depois partiam sem dar nenhuma satisfação sobre o que estaria ocorrendo.
Preocupados com estas ações, os pequenos pescadores somalis começaram a abordar estes barcos tentando dissuadir a tripulação em suas atividades. Todavia, em 2004 após um tsunami no sudeste asiático, a atuação clandestina destas embarcações foi revelada e trousse à tona uma atividade criminosa terrível. Com a força das ondas do tsunami, centenas destes barris são arrastados até a costa somali, vertendo seu conteúdo nas praias. Em análise dos mesmos, fora constatado que as águas somalis estão servindo de alfurja de resíduos radioativos de Urânio, metais pesados como Cádmio e Mercúrio, bem como lixo hospitalar dentre outras inúmeras substâncias químicas altamente tóxicas e radioativas.
Após a contaminação das praias, ocorreram mais de 300 mortes repentinas, a saúde da população local reduziu drasticamente acometida de hemorragias intestinais, infecções respiratórias, degenerações cutâneas, má formações e mutações genéticas em recém-nascidos. O então representante especial da ONU na Somália, Ahmedou Ould-Abdallah, em entrevista à emissora jornalística Al Jazira, disse que esta prática criminosa segue até os dias atuais, e afirma dispor de fontes seguras, que atribuem a empresas européias e asiáticas a autoria do delito.
O jornal espanhol El País, aponta também outras nações africanas como, Costa do Marfim, Congo, Nigéria e Benin, que também estão servindo de lixeira para estes tipos de dejetos. Durante o ano de 2001 chegaram à costa africana cerca de 600 mil toneladas destes resíduos.
Dentro deste enredo, surgem os denominados “piratas somalis”, que na verdade são pequenos grupos de pescadores locais dedicados à pesca artesanal, que se reúnem a bordo de modestas lanchas, e tentam como ultima ratio, abordar estes navios e evitar a prática delituosa. Um dos lideres do movimento, Sugule Ali, diz que agindo desta forma espera: “Colocar fim a pesca ilegal e as descargas nas nossas águas. Não nos consideramos bandidos do mar. Consideramos que os bandidos do mar são aqueles que pescam ilegalmente e descarregam lixo”.
Em um país sem governo, carregado de armas e dividido entre clãs rivais, estes que até então eram simples pescadores, se convertem em grupos fortemente armados que não mais afugentam as embarcações, mas as capturam exigindo resgate, fato este, que surtiu um pequeno efeito, pois após estas ações o fluxo das embarcações predatórias diminuiu. Todavia a ONU, que até então tapara seus ouvidos ao clamor do povo somali, rapidamente se prontifica em atender ao pedido de intervenção por parte das nações agressoras, que agora veem prejudicado seus negócios pesqueiros e seu lixão radioativo. Espanha e França, detentores de 60% e 40% respectivamente da pesca atuneira naquela região, lideram a petição que interpela por uma intervenção militar conjunta naquele país, prontamente autorizada pela ONU, intitulada operação Atalanta.
Devido a estes fatores, com o aumento do caos generalizado que se instaurara naquela região, o povo somali usa agora suas pequenas barcaças, outrora dedicadas à sua subsistência, para buscar esta última naqueles países que são os responsáveis diretos pelo flagelo que os acomete. Lembrando que nestas tentativas, muitas das vezes estes sucumbem pelo caminho, indo à deriva, vindo a morrer no litoral europeu ou da Líbia. Sendo o pirata um bandido fortemente armado que age á margem da lei, com a proteção de um Estado ou de uma nação, analisando os fatos acima, e relembrando a definição proposta no início desta abordagem, não fica difícil saber quem são os verdadeiros saqueadores e piratas nesta situação, (c/c, 3.1.3).
No Brasil, coincidentemente, enormes embarcações japonesas assim como espanholas, russas e coreanas, estão “lançando suas redes” dentro da Zona Econômica Exclusiva (ZEE, 3,6 milhões km², 188 milhas) brasileira, dizimando cardumes ao extraírem uma quantidade de pescado bem maior que à capacidade de reposição natural das espécies.
O motivo está no fato de o então ministro da pesca, Bispo Marcelo Crivela (PRB/RJ), ter flexibilizado as norma de arrendamento de embarcações estrangeiras por empresas brasileiras. Lembrando que estas, sobretudo as japonesas, possuem um potencial pesqueiro muito maior que as brasileiras. Tais diretrizes causaram um alto índice de desemprego no setor, descontrole da produção, evasão de divisas e a redução drástica de 90% dos grandes peixes em águas brasileiras, como acontecera na Somália e nos demais oceanos do globo. A pesca predatória com bandeiras estrangeiras no litoral brasileiro ocorre desde a década de 80, quando pesqueiros europeus e asiáticos, dizimaram grande parte do camarão no litoral do Amapaense.
O artigo 11- A, do Código Florestal Brasileiro (Lei nº 12.651/12), dispõe que: “A Zona Costeira é patrimônio nacional, nos termos do § 4° do art. 225 da Constituição da República, devendo sua ocupação e exploração se dar de modo ecologicamente sustentável”; c/c, art. 4º, VII da Lei 6.938/81, que preza a continuidade da biodiversidade, devido à escassez, ou não renovabilidade. A vigente legislação impõe ao poluidor ou predador, a obrigação de amenizar o impacto causado, caso contrário, tais práticas configurariam enriquecimento ilícito, uma vez que, um bem da coletividade está sendo usurpado por outrem, sem que os demais participem do fruto de determinado recurso.
Um dos pesqueiros japoneses arrendados por Calzavara, portanto 195 toneladas de atum foi detido sem a licença obrigatória para atuar em águas brasileiras, e com equipamentos de pesca irregulares, em desconformidade com os parâmetros legais da legislação federal. Ernani Fortuna, membro do Conselho Estratégico da Escola Superior de Guerra, diz que na órbita diplomática o governo brasileiro se demonstra inoperante, e a Marinha de Guerra brasileira não possui aparato suficiente para debelar a ação criminosa estrangeira. Para o ex-ministro da Marinha, almirante Mário César Flores, “a zona econômica é um lero-lero” [sic].
A pirataria na costa brasileira causa ao país um déficit anual em torno de US$ 500 milhões só em pescado, sem enumerar os efeitos danosos (sociais e ambientais) reflexos. Traçando um paralelo não muito longínquo com o a situação da Somália, nesta disputa entre peixes grandes, não é difícil perceber ao lado de quem a ONU se colocaria, se o próprio Ministério das Relações Exteriores brasileiro, se mantém estático frente ao caso.
No Brasil, a pirataria não se limita somente às águas, mas se estende também em terra. Tal fato ocorrera com as privatizações durante governo de FHC em 1997, onde, 70% do patrimônio nacional foram entregues nas mãos de uns poucos particulares, sendo a expropriação da ex Companhia Vale do Rio Doce, hoje conhecida como Vale, maior mineradora do mundo, o caso mais gritante e vergonhoso (c/c, 3.1.3).
A ONU trabalha com o ardil psicológico de que suas ações, bem como de grupos e organizações correlatas, visam o bem-estar social, logo não podem ser tolhidas. Atualmente o Departamento de Estado dos Estados Unidos, possui um programa que visa desarmar todas as nações do globo e delegar tal poderio às Nações Unidas. Desta forma, segundo os mesmos, nenhum governo promoveria guerras contra outros, e a ONU seria o intermediador exclusivo de qualquer questão entre os povos.
Vários elementos conferem à ONU prerrogativas suficientes para ser o cérebro de um novo governo mundial, pois todo o processo legislativo e executivo de grande parte das nações advém de critérios por ela traçados. Ao se analisar, é perceptível que a maior parte das leis promulgadas no Brasil nos últimos 20 anos, veio de diretrizes impostas pela ONU, sancionadas mediante decretos administrativos elaborados por diretores de departamentos do presidente da república, não passando pelo crivo do poder legislativo, violando assim os preceitos democráticos.
5.2.3. As Sociedades Secretas
Outro ponto crucial para entendimento da temática abordada está em se lançar foco nos discursos de presidentes, uns denunciando (John Fitzgerald Kennedy – 27 de Abril, 1963) outros pactuando (Bush, Lula, Clinton etc.) para a instauração da Nova Ordem Mundial. A importância na afirmação destes, objetiva não reduzir a análise do contexto à mera Teoria da Conspiração, esta que por sua vez, tornou-se fato comprovado não apenas pelo conhecimento prévio e capacidade cognitiva de cada um em analisar os fatos que ocorrem no mundo, mas também pelos conteúdos existentes e disponíveis que abordam esta temática.
Aparentemente, toda esta estrutura parece fruto natural de disputas políticas e econômicas dentro de um modelo democrático de governo, todavia, o que na verdade existe, é uma coordenação de linhagens genéticas que remota o Oriente Médio e Próximo Oriente. Originárias destas regiões, estas estirpes se converteram na realeza, sacerdócio e aristocracia européia, e, através do Império britânico, puderam disseminar sua genealogia a todo território ocupado em suas conquistas.
Daí o motivo pelo qual, desde os tempos mais remotos, existe uma preocupação sagrada na preservação das linhagens reais, onde reis somente se casam com reis. Deste modo, o Império Britânico conseguiu propagar seu domínio pelo globo, sobretudo na América, onde hoje, os Estados Unidos, ex-colônia britânica, mantém sua hegemonia sobre diversas nações. Dos 40 presidentes norte-americanos, 33 destes foram genealogicamente interligados a dois monarcas; Carlos Magno, Rei dos Francos e Imperador do Ocidente (742 d.C— 814 d.C), e, Alfred o Grande, Rei da Inglaterra, Rei dos Anglo-Saxões, (849 d.C — 899 d.C).
A idéia de implantação deste novo governo mundial se estende desde 1773 até os dias atuais, todavia alguns fatos foram mais relevantes e devem ser observados para melhor entendimento do assunto. Alguns grupos do ocidente são responsáveis pela maior parte das diretrizes que são traçadas rumo à nova liderança, e, ao contrário de todos os outros conquistadores de outrora que se orgulhavam em ostentar seus feitos, os atuais se esforçam para se manterem anônimos e agirem secretamente.
Em 27 de Abril 1963, o ex-presidente norte-americano, John Fitzgerald Kennedy, fizera o penúltimo discurso de sua vida, este que para muitos, fora o motivo de seu assassinato em 22 de Novembro de 1963, sete meses após o pronunciamento do mesmo. Neste, Kennedy faz um alerta ao mundo da existência de Sociedades Secretas que representam um grande perigo aos governos.
A palavra secreto é repugnante em uma sociedade livre e somos um povo intrínseca e historicamente avesso às sociedades secretas. Decidimos, há muito tempo atrás que os perigos de ocultar excessivos e injustificáveis atos pertinentes foram muito mais perigosos do que o perigo que citaram para justificá-los.
E farei tudo que tiver ao meu alcance para impedi-los, e que nenhum funcionário de minha administração, seja seu grau alto ou baixo, civil ou militar, interprete as minhas palavras nessa noite como justificativa para censurar, suprimir a dissensão ou para encobrir nossos erros, nem para reter da imprensa ou do público os fatos que eles merecem ter conhecimento.
(Jonh Fitzgerald Kenndy, 27 de Abril de 1963).
Dentre estes grupos, Maçonaria sem sombra de dúvidas, paradoxalmente, é a mais difundida das sociedades secretas (discreta), seus ícones estão por todas as partes, sobretudo nas entradas das cidades. Embora hoje a mesma tenha se revelado mais aberta a especulações, até mesmo na mídia, suas raízes e verdadeiras intenções ainda são um mistério até mesmo para alguns maçons.
No site do Instituto Paramaçônico de Estudos e Pesquisas, estes se definem como sendo, “... uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista”. Esta definição, novamente aponta paradoxos. Sendo esta uma instituição progressista, calcada não em dogmas e superstições, mas sim em uma visão racional da própria essência da vida, é difícil entender o motivo de tanta simbologia e misticismo em torno da mesma. Outro ponto curioso está no fato de uma instituição filantrópica sem fins lucrativos, ser composta em sua maioria por pessoas das camadas mais altas da sociedade, e com tamanha influência em governos de países do mundo todo, sobretudo no ocidente
A Maçonaria será encontrada no contexto histórico do humanismo de 1500, quando todo o povo sofria diante da corrupção e do poder autoritário da Igreja Católica, principalmente alguns aristocratas tradicionais e uma pequena burguesia que nascia.
Dos desejos antagônicos entre a velha ordem imposta pelos ditames da Igreja e esta nova classe social, como naquela época apenas cogitar em contestar as ordens da Igreja significava a fogueira, criou-se uma sociedade secreta visando traçar metas para se verem livres daquela velha ordem, mas antes, era necessário compor uma nova (solve et coagula).
Esta sociedade era composta, como ora dito, por pessoas do sexo masculino, abastados, em sua maioria, comerciantes artesãos e construtores, que se encarregavam de edificar as catedrais da época, e eram muito bem pagos para isso, e formavam uma pequena burguesia que viam na Igreja um entrave para seus negócios. Desde então, estes começaram a se reunir em suas pequenas lojas, e lá, arquitetar uma nova sociedade a parte daquela teocrática estabelecida.
Com o passar do tempo, os pensadores humanistas foram sendo aceitos nestas lojas e contribuíam trazendo os novos ideais que fervilhavam na mente da elite européia naquela época. Estes eram denominados maçons especulativos ou aceitos, pois não conheciam a arte da construção, não sabendo diferenciar um esquadro de um compasso, os maçons originais, eram considerados maçons na sua essência. Esta distinção se encontra visível no titulo do 33° Grau do Rito Escocês dos Malheiros Antigos e Aceitos (c/c, 3.1.3). Antigos por serem os maçons genuínos, aqueles dotados das habilidades artesanais, e, aceitos, porque não eram maçons em suas origens, mas foram incorporados. Os aceitos dentro desta sociedade, com seu pensamento humanista, estariam incumbidos na criação da base filosófica da nova ordem por eles almejada.
Uma data mais precisa para a criação da moderna maçonaria seria 1717, na Inglaterra, e posteriormente migrou para a América do Norte, todavia, alguns estudiosos dizem que a mesma remonta a construção do Templo de Salomão no sec. XI a.C. A maçonaria trás em si traços marcantes do Paganismo egípcio, e da Kabbalah, rituais estes, que foram se difundindo na Inglaterra, alcançando uma conotação diferente em cada Loja.
Considerado o maior filósofo maçônico da atualidade, Manly P. Hall atribui à Maçonaria um caráter bidimensional, para ele a mesma seria constituída de duas faces, uma visível e outra oculta. Em outro ponto de sua obra Manly P. Hall escreve:
Quando o maçom aprende que o segredo para o guerreiro é a correta aplicação do dínamo do poder da vida, ele aprendeu o mistério de sua Arte. As energias ardentes de Lúcifer estão em suas mãos e antes que ele possa avançar para frente e para cima, precisa provar sua capacidade de aplicar corretamente a energia. [The Lost Key to Freemasonry, Manly P. Hall, publicado pela Macoy Publishing and Masonic Supply Company, Richmond, Virgínia, 1976].
Buscando saber qual a influência da Maçonaria no governo norte-americano, um internauta enviou um e-mail para Grande Loja Americana e recebera uma lista com 14 nomes de presidentes dos EUA que foram iniciados na Maçonaria. Dentre os mais conhecidos, encontra-se o então eleito, 1° Presidente dos EUA George Washington, (1789 – 1797); o 26° Presidente Theodore Roosevelt, 1901 – 1909; o 32° Presidente Franklin Delano Roosevelt, 1933 – 1945; o 33° Presidente Harry S. Truman, 1945 – 1951 e o 38° Presidente Gerald R. Ford, Jr., 1974 – 1977.
Outra sociedade secreta que alcançara destaque na atualidade, sobretudo após o trabalho do escritor norte-americano, Dan Brown, O Código Da Vinci, os Illuminati, vem sido amplamente apontado quando do assunto Nova Ordem Mundial. Este termo em latim que significa iluminados fora conferido a diversos grupos ao longo da história, atualmente, atribuído à Ordem dos Illuminati da Baviera, que, segundo muitos pesquisadores, seriam a principal rede conspiratória que juntamente a outros grupos, são mentores do novo governo mundial. Muitos dos membros atuais que estariam ligados a esta, possuem laços familiares com os antigos fundadores da Ordem, e atuam até hoje nos mesmos ramos daqueles, como é o caso da família de banqueiros Rothschild.
Em 1773 o banqueiro, Mayer Amschel Rothschild (1744-1812), se une ao professor de Direito da Universidade da Baviera Johann Adam Weishaupt, e ao barão maçom, Adolph Von Knigge, dentre outros homens influentes da época, a fim de idealizar metas para uma nova governança mundial que atendesse os anseios Iluministas da época.
Três anos depois, Adam Weishaupt cria uma espécie de sociedade secreta que ficara conhecida como Ordem dos Illuminati da Baviera, composta pelos difusores mais radicais dos ideais Iluministas, e tinha por intuito reunir os elementos físicos e humanos que propiciariam a construção de uma Nova Ordem Mundial. Seus integrantes advinham em grande parte da maçonaria, esta que também, aceitava membros daquele outro grupo, que de certo modo, partilhava dos mesmos ideais.
Dentre as metas estabelecidas para este novo ditame, encontra-se a ânsia de expansão deste, a todos os povos e nações, fato que só seria possível decretando o fim de velhas instituições como a família, religião, governos e da figura do Estado como poder normatizador. Ambas as sociedades foram severamente perseguidas pelo poder conservador da época, chegando até mesmo a ser decretado o banimento destas em 1784 pelo governo bávaro, depois que os intuitos da rede foram descobertos em documentos que se encontravam com um mensageiro que morreu atingido por raio.
Parte do conteúdo daquele documento traçava um plano para derrubada da monarquia de Luís XVI, o que mais tarde culminaria na Revolução Francesa de 1789, triunfo das ideais Iluministas. Indubitavelmente, após a Revolução Francesa, uma nova ordem mundial fora implantada, pois toda a ordem moral e política da época tiveram suas bases abaladas quando não destruídas. Vários fatos marcantes ocorridos na história que possuíram o mesmo caráter revolucionário são atribuídos por estudiosos à influência direta ou indireta destas duas sociedades, tais como Revolução Americana, e Revolução Russa e atualmente vem sendo apontadas como forças motrizes para a instauração do novo governo mundial.
Atualmente, apontada por estudiosos do assunto como a sociedade que encabeça o fator globalizante do ocidente, o Grupo Bildemberg, realizou sua primeira reunião em 1954, pós II Guerra. Nesta, encontravam-se membros influentes como o primeiro-ministro da Bélgica, Paul van Zeeland, e também, Józef Retinger, conselheiro do príncipe Bernardo de Lippe-Biesterfeld, apontado como membro do partido nazista. Em pauta, se discutia a análise cultural do mundo naquela época, supostamente com intuito de aplicar métodos de Engenharia Comportamental na sociedade que nasceria no pós-guerra, métodos estes que foram de grande valia na difusão dos ideais nazistas.
Desde então, chefes e membros de governo, banqueiros internacionais como os Rockfeller, titãs da indústria, mega empresários, chefes de organizações internacionais dentre outras personalidades importantes no cenário internacional, se encontram anualmente às portas fechadas, ao estilo Chatham House, na origem das informações, e discutem as metas que supostamente viabilizariam a governança mundial. Nestes encontros, uma agenda é traçada com diretrizes e desígnios (lobbies) a serem seguidos pelos chefes de estado, que, segundo afirmação do ex-Secretário-Geral da OTAN, Willy Claes, membro do Grupo Bildemberg, são impelidos a viabilizar sob pena de sanções. A influência deste grupo sobre as nações é tão grande que o próprio dirigente do Bilderberg, Étienne Davignon, disse que este mesmo Grupo fora responsável pela implantação do Euro.
Existe uma conspiração monopolitica e impiedosa ao redor do mundo, à qual nos opomos que conta com meios secretos de convertermos à sua causa, para assim, aumentar sua esfera de influência, como a infiltração ao invés da invasão, a subversão às eleições, a intimidação ao invés da livre escolha, guerrilhas noturnas ao invés de exércitos de dia.
Seus planos e a execução dos mesmos não vêm a público, não são publicados; os seus erros se enterram e não aparecem em primeira página; seus dissidentes são silenciados e não abalados; nenhum gasto é questionado; nenhum rumo é inspecionado; nenhum segredo é revelado.
Nenhum presidente devia temer a inspeção pública de seu programa, porque dessa inspeção vem a compreensão, vem o apoio ou a oposição, e ambos são necessários. Como disse um sábio: “um erro não chega a ser um erro, até que você se recuse a corrigi-lo”. (KENNEDY, Jonh Fitzgerald, 27 de Abril de 1963).
Independente de qual seja a intenção da Maçonaria, dos Illuminatis, assim como a do Grupo Bildemberg, o fato é que a influência destes se espalhou por todo o mundo, e ocupa lugar nos mais altos postos de empresas, corporações e governos, exercendo influencia direta nas decisões que são tomadas por estes, (c/c, 3.3.1, da filiação partidária).
5.2.4. O fim da Democracia
Ao se considerar os fatos expostos, torna-se inequívoca a afirmação contida neste título. Democracia atualmente é mero formalismo, funciona como uma referência que mantém os indivíduos, baixo a ilusão de estarem escolhendo o destino de suas vidas. Não é necessário um alto poder cognitivo para perceber que não existe Democracia, e que não há atuação alguma do povo nas decisões administrativas de seus governos. Aqueles que porventura ainda acreditam em tal expressão, na verdade estão servindo como obstáculo para uma possível efetivação da mesma, pois estes sustentam o sistema corrupto que se mascara sob tal conceito.
Quando um indivíduo se dispõe a participar da fraude eleitoral brasileira, o mesmo fortalece este sistema criminoso, e atua como co-autor na prática delituosa. Aquele que assume tal conduta, na verdade não está sendo vítima, mas sim cúmplice, pois mesmo diante dos fatos, este se mantém beócio, e prefere de forma débil, menear a cabeça com um sorriso débil, se dando por satisfeito, ora, injustiçado.
Não é necessário ressaltar qual o conceito de Democracia, tampouco trazer mais exemplos e definições para tal, na verdade, esta parte do estudo poderia simplesmente se encerrar por aqui, afinal, diante destes fatos, fica mais que claro a não existência de um governo do povo, nem ao menos em representação a estes. O Gado serve apenas como instrumento de manobra e força motriz nos interesses neoliberais. Escravos domesticados, esta é a condição à qual o termo democracia arremete aqueles que nela ainda acreditam, pois nem ao menos a visão de sua servidão este formalismo ideológico permite que estes possuam.
Como já exposto, os escravos de outrora tinham consciência de sua servidão, os atuais se firmam meramente em argumentos, se dão por satisfeitos em poder culpar aqueles que os “representam”, da condição miserável na qual se encontram, fugindo assim de sua responsabilidade, mascarando sua inépcia e impudicícia. Chega a ser ofensivo aos que possuem esta consciência, o fato de se engolir baixo ferrenho aparato coator, os discursos e as diretrizes governamentais baseados neste conceito, todavia, tão eqüidistante ao mesmo.
Aquele que se dispõe a sustentar tamanho vitupério, não é digno dos frutos que almejam de seus amos, pois não trabalham para tal, não agem de forma qual um povo que conhece e almeja uma democracia deveria agir. Portanto, mais vale encerrar este trecho com as palavras sábias de Saramago, que estendê-lo em pesares.
E não se repara que a democracia em que vivemos é uma democracia seqüestrada, condicionada, amputada. E, portanto, como é que podemos continuar a falar de Democracia, se aqueles que efetivamente governam o mundo, não são eleitos democraticamente pelo povo? Onde está, então, a Democracia? (José Saramago, em conferência de Abril de 2008).
Não existe Democracia se não existe a vontade do povo em exercitá-la de forma plena.
6. CONCLUSÃO
Após a apreciação de toda esta esquemática, não resta ao homem atual alternativa senão, reconhecer o estado de subserviência no qual se encontra, sendo este o primeiro passo para a busca de uma nova perspectiva. Se cada ser humano não se der conta desta situação, dificilmente este cenário poderá ser mudado, já que a cegueira ou insistência no erro de alguns, sustenta este modelo que se arrasta há tanto tempo, qual seja, a exploração ferrenha e desigual de uma minoria sobre todos os elementos biofísicos e humanos do planeta.
O fim desta análise se encontra justamente no ponto de partida da mesma, não podendo ser doutro modo, pois contrariaria a própria essência de todas as coisas como preleciona a Teoria do Caos; lembrando: “Todo evento futuro estará intrinsecamente ligado ao fato que lhe deu origem”. Sendo o ponto de partida deste estudo, a origem da condição servil (c/c, 2.1.1), este não poderia findar doutro modo senão, atribuindo ao próprio ser humano, diga-se de passagem, de forma voluntária, a origem de todos os males da sociedade.
Para que haja o bem comum, todas as pessoas que compõem o corpo social devem se empenhar para este fim, e não simplesmente, buscarem seus interesses pessoais. Esta última conduta tende a se reforçar, passando às gerações futuras o sentimento de individualismo que torna os seres humanos lobos entre si, culminando nas evidentes, competição intra-específica e por exploração. Sendo o Planeta Terra, bem como a sociedade mundial, um corpo único que responde a todo e qualquer estímulo contra si, natural será que as condições de sobrevivência neste e entre estes, se torne cada vez mais difícil se os seres que exercem maior influência sobre ambos, cooperam de forma irracional na promoção do caos.
As pessoas interpelam pelo fim de uma ordem que não os agrada, todavia quando esta cai, estes não possuem conteúdo ideológico nem gestão para uma nova estrutura. Justamente este vazio filosófico que propicia a déspotas e tiranos, o traçar de novas metas de como manejar o Gado. É difícil dizer qual seria o modelo de governo ideal, sobretudo se existe uma idéia de controle global.
A quantidade de seres humanos e a complexidade deste sistema são de uma proporção tal, que administrar toda esta estrutura de modo a abarcar por inteiro as contingências e anseios do mesmo se torna impossível. Não resta opção senão, tentar manter as massas sobre controle; técnica que tem se mostrado bastante efetiva.
Segundo o pressuposto que o ser humano é uma praga biológica, e toda praga deve ser controlada, pois, um estado de natureza com a dimensão populacional atual, geraria uma barbárie sem antecedentes. Neste contexto, parece não restar alternativa senão, tentar domesticar a espécie humana, e se possível, lucrar com isto, afinal de contas, a idéia inicial era ter o maior número de escravos possível. Como o movimento inicial determinará a trajetória e os eventos futuros, não é de se espantar que a gênese da sociedade escravocrata de outrora desembocasse no mundo qual está (c/c, 2.1.1).
Opinar sobre governos, economia, sociedade e afins, sem o conhecimento prévio do conteúdo ora abordado, faz com que qualquer discurso, pró ou contra a Nova Ordem Mundial, Neoliberalismo, Globalização, bem como, Democracia efetiva, se torne vazio em seu conteúdo, se dissolvendo quando muito, em discursos ideológicos carregados de subjetivismo indolente. Deliberar e deliberar bem, diria Aristóteles! Mas, opinar sobre aquilo que não se conhece é inútil e por vezes nefasto. A alienação do oprimido frente à ganância do opressor parece andar de mãos dadas, e acabam por ser o motor de toda esta situação.
O suposto Contrato Social, que ninguém conhece, viu ou assinou, serviu apenas para legitimar esta opressão a uma minoria, que usa de mero formalismo para subjugar os demais e impedi-los de uma reação. Estes, por sua vez, parecem aceitar que não passam de meros animais, colocando-se em posição de sujeição frente àqueles, confirmando a tese de que são alimárias com mera aparência humana, comendo das migalhas que caem das mesas de seus donos.
Por conclusão, não resta dúvidas que o indivíduo através e sua preguiça mental, alienação midiática, consumismo exacerbado, seu comodismo frente às circuntâncias, sustenta toda esta situação. Não há outro culpado de suas mazelas senão o próprio ser humano, e o conseqüente flagelo de todos os demais seres vivos do planeta.
Deste modo, o homem se torna não apenas lobo do próprio homem, mas também das demais espécies com as quais divide espaço. Não se pode atribuir culpa a algum elemento terreno ou não, da atual agrura pela qual os seres vivos estão passando, senão, à restrita ação do homem. A crise atual não se encontra nos sistemas financeiros, políticos ou biológicos, mas sim no próprio caráter do ser humano. Assim, segue o espetáculo, a “Velha Nova Ordem Mundial”, protagonizando uns que se ensoberbecem subjugando outros que mansamente obedecem.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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