segunda-feira, 31 de maio de 2010

O VISÍVEL E O INVISÍVEL - Por C. Peter Wagner


   
Por C. Peter Wagner

Uma tentativa para ver o mundo à nossa volta como ele realmente é, e não como parece ser.
Essa é a descrição clássica do mapeamento espiritual.
Um importante pressuposto por detrás do mapeamento espiritual é que a realidade é mais do que nos parece à superfície.
As coisas visíveis de nossa vida diária: árvores, pessoas, cidades, estrelas, governos,animais, profissões, artes, padrões de comportamento são coisas comuns, e podemos aceitá-las como são.
Entretanto, por detrás de muitos dos aspectos visíveis do mundo ao nosso redor pode haver forças espirituais, áreas invisíveis da realidade que podem ter maior signi­ficação final do que as realidades visíveis.
O apóstolo Paulo deixou isso fortemente entendido quando escreveu: "...não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas" (2 Co 4.18).
Paulo ensinou que, ao reconhecermos a diferença entre o que é visível e o que é invisível, somos resguardados e "não desfalecemos" (ver 2 Co 4.16).
Mas desanimar quanto a quê?
Ele mencionou nova­mente o desânimo "não desfalecemos" no primeiro versículo do quarto capítulo, para então lamentar-se de que os seus esforços evangelísticos não surtiam tanto efeito quanto ele desejava que surtis­sem.
"Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto", escreveu ele.
Por quê? Porque "o deus des­te século" cegou as mentes dos incrédulos (ver 2 Co 4.3, 4).
Entendo que a mensagem paulina significa que devemos reco­nhecer que a batalha essencial pela evangelização do mundo é uma batalha espiritual, e que as armas dessa guerra não são carnais, e, sim, espirituais.
E também cumpre-nos reconhecer que Deus nos deu um mandato para podermos desfechar uma guerra espiritual que seja in­teligente e agressiva.
Se pudermos entender isso, o processo de evangelização do mundo será acelerado.
Compreender as diferenças que há entre o visível e o invisível é um dos mais importantes compo­nentes do plano geral de batalha, capaz de quebrar o domínio exercido pelo inimigo sobre as almas perdidas, que estão perecendo.

INFLAMANDO A IRA DE DEUS

A principal passagem bíblica que nos mostra a distinção entre o que é visível e o que é invisível, o primeiro capítulo da epístola aos Romanos, também é o grande trecho sobre a ira de Deus.
É compre­ensível que a ira de Deus não seja um de nossos temas favoritos, pelo que não há muitos livros escritos sobre ela, e nem se ouve muitos sermões a esse respeito.
Todavia, a ira é um atributo de Deus.
Isso significa que não é apenas algum humor passageiro, que vem e que vai, e, sim, uma parte da própria natureza divina.
Deus é Deus de ira.
Ele também é Deus de justiça, Deus de amor, Deus de misericórdia e Deus de santidade.
Essa lista poderia prosseguir, mas Romanos 1.18-31 é trecho que trata do Deus da ira.
Escreveu Paulo: "Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça" (Rm 1.18).
Essa enlouquecida injustiça tem tudo diretamente a ver com o visível e com o invisível.
Permita-me o leitor que eu explique.

Deus criou o mundo a fim de manifestar a sua glória. Todo ser humano foi criado para glória de Deus. Os seres humanos ocupam uma posição superior à de outros objetos da criação, porque somos os únicos que foram criados à imagem de Deus.

Por que Deus criou o mundo?
Ele criou o mundo a fim de mani­festar a sua glória.
Paulo esclareceu que, através das "coisas que estão criadas", ou seja, dos aspectos visíveis da criação, "as suas coisas invisíveis... se entendem, e claramente se vêem".
Tudo quanto vemos na criação de Deus, sem qualquer exceção, foi originalmente criado para revelar "o seu eterno poder" e "a sua divindade" (ver Rm 1.19,20).
Que significa isso para nós?
Para começo de conversa, significa que todo ser humano foi criado para glorificar a Deus.
Os seres huma­nos ocupam um nível superior ao de outros objetos da criação, porquan­to somos os únicos seres que foram criados à imagem de Deus.
Todo ser angelical também foi criado para que glorificasse a Deus.
E outro tanto deve ser dito acerca de todo animal, planta, corpo celeste, monta­nha, iceberg, vulcão, urânio, para mencionarmos apenas algumas coi­sas.
A cultura humana também faz parte da criação divina, tendo por desígnio glorificar a Deus.
Abordarei a questão da cultura humana, com algum detalhe, conforme for avançando neste capítulo.

CORROMPENDO A CRIAÇÃO DE DEUS

A verdade da questão é que no nosso mundo nem todos os as­pectos da criação glorificam a Deus.
Certos seres humanos têm to­mado coisas criadas e as têm corrompido, de tal maneira que tais coisas não mais revelam a glória de Deus.
Pois eles modificaram a glória de Deus, reduzindo-a à "semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis" (Rm 1.23).
Deus fica literalmente furioso quando vê que aquilo que foi criado para redundar em sua glória foi transferido, especificamente, para seres humanos, aves, mamíferos e répteis.
Quando esses objetos visí­veis da criação são manipulados para representarem os poderes so­brenaturais, isso libera a ira de Deus.
Se acompanharmos na Bíblia as referências à ira de Deus, fica claro que coisa alguma desperta tanto a ira de Deus como adorar e servir "mais à criatura do que ao Criador" (Rm 1.25).
E Deus abomina tal coisa, sobretudo quando os seres humanos usam o que é visível para glorificar a Satanás e a outros seres demoníacos.
A mera leitura dos capítulos primeiro a décimo nono do livro de Jeremias infunde temor no coração de qualquer um que ouse fazer tão horrenda coisa, conforme o povo de Judá inclinava-se por fazer, a despeito das adver­tências de Jeremias.
Eles estavam dizendo à mera madeira "Tu és meu pai"; e à pedra: "Tu me geraste" (Jr 2.27).
Isso magoa tanto a Deus que ele considera tal atitude como se fosse adultério:
"Ora, tu te maculaste com muitos amantes" (Jr 3.1).
E disse também o Senhor: "(Israel) adulterou com a pedra e com o pau" (Jr 3.9).
Não penso que a ordem de apresentação dos Dez Mandamentos tenha surgido por mero acaso.
Deus abomina o homicídio, o furto, a imoralidade, a violação do descanso e a cobiça.
Mas todos esses man­damentos aparecem depois do primeiro e do segundo mandamentos:
"Não terás outros deuses diante de mim".
E também: "Não farás para ti imagem de escultura..." (Êx 20.3 e 4).
O primeiro mandamento tem a ver com o que é invisível; e o segundo, com o que é visível.
Penso que é seguro afirmar que nenhum pecado é pior do que usar o visível para dar honra e glória aos principados demoníacos.
Nenhuma outra coisa provoca tanto a Deus ao ciúme e à ira.
FONTE: Destruindo Fortalezas, Cap. 2 – C. Peter Wagner

Um comentário:

  1. muito bom! A idolatria é mais profunda do que imaginamos e tão demoníaca que é capaz de destruir nações... interessante esse assunto estar junto com a prática de imoralidade sexual em romanos 1. Idolatrar o prazer, o outro, o sexo... isso é abominação ao Senhor!

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