segunda-feira, 16 de julho de 2012

PENSANDO BIBLICAMENTE SOBRE O PRETENSO CASAMENTO HOMOSSEXUAL


Por John Piper


O “pretenso ‘casamento homossexual’” está sendo intensamente debatido no mundo ocidental.
Queremos ajudá-lo a pensar de forma bíblica e amorosa.
Então, estamos começando uma série de artigos sobre o assunto.
Abaixo segue a primeira parte traduzida da pregação de John Piper sobre
A mensagem de hoje é construída em torno de oito pontos projetados para dar uma visão bíblica do casamento em relação à homossexualidade, e em relação à Emenda sobre Casamento proposta em Minessota. Eu pedi para lerem Hebreus 13:1-6 não porque darei uma exposição do texto, mas porque quero enfatizar aquela frase do versículo 4: “Digno de honra entre todos seja o matrimônio”. É isso que desejo progredir para a glória de Deus e para sua orientação e seu bem.

1. O casamento foi criado e definido por Deus nas Escrituras como uma união sexual e pactual entre um homem e uma mulher em uma aliança vitalícia e exclusiva entre eles, como marido e mulher, com o intuito de revelar o relacionamento pactual de Cristo com Sua Igreja, comprada por Seu sangue.

Isso é mais claramente visto em quatro passagens onde estas verdades são tecidas em conjunto.

1. Gênesis 1:27, 28
Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra… (Gênesis 1:27, 28)

2. Gênesis 2:23, 24
Então, Deus liga seu projeto de masculinidade e feminilidade com o casamento em Gênesis 2:23, 24. Quando a mulher é criada do lado do homem, este exclama: “Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.”
Em outras palavras, Deus criou a humanidade macho e fêmea para que houvesse uma união sexual de uma só carne e um apego pactual com o intuito de multiplicar a raça humana, e mostrar a aliança de Deus com seu povo, e finalmente a aliança de Cristo com sua Igreja.

3. Mateus 19:4-6
Surpreendentemente, Jesus pegou essa relação entre criação e casamento e aliança vitalícia, tecendo juntos exatamente esses dois textos de Gênesis. Mateus 19:4-6:
“Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher [Gênesis 1:27] e que disse [citando Gênesis 2:24]: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.”
E em nossa situação cultural, as palavras “não separe o homem o homem e a mulher que Deus ajuntou” tem um significado muito maior do que qualquer um pensaria que tivesse.

4. Efésios 5:24-32
Mais um texto sobre o sentido do casamento faz a distinção entre homem e mulher – esposo e esposa –como retrato pactualmente significativo de Cristo e da Igreja. Efésios 5:24-32:
“Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido. Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, [...] Eis por que [citando Gênesis 2:24] deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja.”
Em outras palavras, desde o princípio houve um significado profundo e misterioso do casamento. E Paulo agora revela este mistério. E este o é: Deus fez o ser humano macho e fêmea com suas naturezas distintas de masculinidade e feminilidade e com papeis distintos no casamento para que no casamento, como marido e mulher, eles pudessem exibir Cristo a Igreja.
Os que significa que os papéis básico de um esposo e esposa não são intercambiáveis.  Marido exibe o amor sacrificial da liderança de Cristo  e a esposa exibe o papel submisso do corpo de Cristo. O mistério do casamento é que Deus tem essa exibição dupla (do marido e da mulher) em mente quando Ele criou a humanidade como macho e fêmea. Portanto, a realidade mais profunda do universo subjaz o casamento como uma união pactual entre um homem e uma mulher.

2. Não há algo como o pretenso “casamento do mesmo sexo”, e não seria sábio chamá-lo assim.
O ponto aqui não é apenas que o assim chamado “casamento homossexual” não deva existir, mas que ele não existe e não pode existir. Aqueles que acreditam que Deus nos falou verdadeiramente na Bíblia não devem ceder dizendo que a parceria comprometida e vitalícia de relações sexuais entre dois homens ou duas mulheres seja um casamento. Não é. Deus criou e definiu o casamento. E o que Ele uniu nessa criação e nessa definição não pode ser separado, e ainda chama-lo de casamento aos olhos de Deus.

3. O desejo e a orientação homossexuais são partes da nossa sexualidade debilitada e desordenada, devido a sujeição à futilidade que Deus impôs, por causa do pecado humano.
Em Gêneses 3, nós lemos sobre um momento catastrófico quando o primeiro homem e a primeira mulher se rebelam contra Deus. Os efeitos neles e no mundo são descritos nos capítulos 3 e 4, e ilustrados na história repleta de pecado e morte do Velho Testamento – na verdade, a história do mundo.
O apóstolo Paulo sumariza em Romanos 8:20-21 desta forma:
Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
E nós sabemos que parte da criação que foi sujeita à morte e à futilidade foram nossos próprios corpos – e ele enfatiza, sim, os corpos dos redimidos. “E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo.” (Romanos 8:23)
Eu estou argumentando que o desejo e a orientação para o mesmo sexo estão nesta categoria de gemido – a redenção dos nossos corpos. O que significa que eles estão na mesma categoria com todos os tipos de desordens corporais, mentais e emocionais. Se tentássemos fazer uma lista dos tipos de debilidade emocional, mental e físico da humanidade a lista seria interminável. Todos nós somos debilitados e desordenados de formas diferentes. Todos vocês possuem inclinações para desejarem coisas em graus diferentes do quevocê deveria. Todos nós somos desordenados em nossas emoções, mentes e corpos.
Este é um chamado para fazermos distinções cuidadosas a fim de não ferirmos as pessoas – ou a si mesmo – desnecessariamente. Todas as nossas desordens – todas as nossas debilidades – estão enraizadas no pecado – no pecado original e em nossa natureza pecaminosa. Seria correto afirmar que desejos homossexuais são pecaminosos no sentido de que são desordenados pelo pecado e contrariam a vontade revelada de Deus. Mas o fato do desejo pecaminoso ser causado pelo pecado e enraizado no pecado não o torna igual a pecar. O pecado acontece quando a rebelião contra Deus se expressa através de nossas desordens.

4. Portanto, a relação sexual entre o mesmo sexo e não o desejo homossexual é o foco da condenação de Paulo, quando ele ameaça exclusão do reino de Deus.
A afirmação mais clara se encontra em 1 Coríntios 6:9-10.
“Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.”
As palavras “efeminados” e “sodomitas” são traduções de duas palavras gregas que se referem aos parceiros passivo e ativo de uma relação sexual entre o mesmo sexo. Veja Robert A. J. Gagnon, The Bible and Homosexual Practice: Texts and Hermeneutics [Nashville: Abingdon Press, 2001], 306–331). O foco não é o desejo homossexual, mas a prática. E repare que a prática homossexual não é exclusiva, o texto inclui outras formas de pecado: idolatria, adultério, roubo, avareza, embriaguez, injúria, etc.
O ponto não é que uma experiência homossexual ou heterossexual o condena à exclusão ao reino de Deus, mas que recorrer a essa vida permanentemente sem arrepender-se o condenará. “Pessoas que praticam – que se entregam a esse estilo de vida e não se arrependem – não entrarão no reino de Deus”. Elas irão perecer.

5. Portanto, seria contrário ao amor e ao evangelho de Jesus aprovar a prática homossexual, quer pela omissão, quer pela aprovação do pretenso casamento homossexual ou quer pela ordenação de homossexuais praticantes.
Não devemos nos intimidar neste ponto. O mundo dirá o oposto da verdade aqui expressa. Eles dirão que alertar homossexuais praticantes do julgamento final é um discurso de ódio. Não é ódio. O ódio não quer que as pessoas sejam salvas. O ódio não quer que as pessoas se juntem à família. O ódio quer destruir. E o pecado de fato destrói. Se a prática homossexual (e avareza e idolatria e injúria e embriaguez) levam à exclusão do reino de Deus – e a Palavra de Deus afirma isso – então o amor alerta. O amor implora. O amor se aproxima e faz tudo o que pode para ajudar a pessoas a viver – para sempre.

6. As boas novas de Jesus é que Deus salva pecadores heterossexuais e pecadores homossexuais que confiam em Jesus, ao considerá-los jutos por causa de Cristo, e ao ajudá-los através do Seu Espírito a viverem vidas que lhe agradam em suas debilidades desordenadas.
Após alertar os Coríntios a não voltarem à vida de prática pecaminosa, Paulo diz o seguinte em 1 Coríntios 6:11: “Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.”
Esse é o coração do Cristianismo bíblico. “Tais fostes alguns de vós”. Havia cristãos na igreja de Corinto que foram outrora fornicadores e adúlteros e ladrões e bêbados e “pessoas que tiveram práticas homossexuais”. Eles não foram afastados. Eles foram incluídos.
E a forma como foram incluídos foi que eles foram “justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo”. Isto é, eles colocaram sua confiança em Jesus, abandonaram suas práticas, renunciaram a busca pecaminosa dos seus desejos, e Deus lhes justificou – Ele lhes imputou a justiça de Cristo, e os considerou aceitáveis à sua vista e os adotou em sua família (nossa família).
Eles foram lavados. Isto é, Deus tirou toda a culpa e vergonha deles. “Carregando ele mesmo [Cristo] em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça” (2 Pedro 2:24). Então, quando eles confiaram em Cristo, tudo o que Cristo fez foi considerado deles, seus pecados foram lavados.
E eles foram “santificados” – Deus os separou para si mesmo e lhes concedeu Seu Espírito e trabalhou neles um poder para a santidade que afundasse seus desejos desordenados em algo maior, mais belo e mais desejável, para que eles pudessem andar de uma forma agradável a Deus, mesmo em suas debilidades.
O coração do Cristianismo é que Deus salva pecadores através da morte e ressurreição de Jesus Cristo. A melhor notícia de todo o mundo é que Jesus Cristo morreu e ressuscitou para que os predadores sexuais mais bizarros – homossexuais ou heterossexuais – pudessem ser resgatados do seu caminho de destruição, lavados, justificados, santificados e levados à presença toda satisfatória de Deus, pela fé em Jesus Cristo. Este é o cerne de nossa mensagem.
Por John Piper © 2012 Desiring God Foundation. Usado com permissão. Website em português: www.satisfacaoemdeus.org
Tradução: Vinícius Musselman Pimentel – Editora Fiel © Todos os direitos reservados

FONTE: BLOG FIEL

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