A autora diz também que o símbolo é oriundo do “Olho de Rá” e, deste modo, o olho era o signo R (a boca) com o Sol no meio, simbolizando também o verbo criar. No papiro de Nesiamsu é dito que “os homens foram criados das lágrimas de Deus”. Assim sendo, a autora justifica que o “Olho de Rá” ou “Olho de Hórus” representa as lágrimas do criador, representado pelo hieróglifo QD (uma estaca em construção e também o verbo construir) e simbolizava Osíris que desceu à Terra para trazer os primórdios da civilização.
A segunda lágrima é representada pelo hieróglifo de uma espiral das forças construtivas da natureza, simbolizando Hórus.
Segundo a lenda, o olho esquerdo de Hórus simbolizava a Lua e o direito, o Sol. Durante a luta, o deus Seth arrancou o olho esquerdo de Hórus, o qual foi substituído por este amuleto, que não lhe dava visão total, colocando então também uma serpente sobre sua cabeça (Uraeus). Foi por isso que os faraós passaram a usar na frente das coroas o “Olho de Hórus”, anteriormente chamado de “Olho de Rá”, que simbolizava o poder real.
Era a união do olho humano com a vista do falcão, animal associado ao deus Hórus. Era usado, em vida, para afugentar o mau-olhado ou qualquer mal que pudesse atacar a pessoa e, após a morte, defendia contra o infortúnio no Além.
A LENDA DO OLHO DE HÓRUS SIMBOLIZA O CICLO DA LUA
O povo egípcio acreditava que o olho esquerdo de Hórus era a Lua, e esta história faz alusão às fases, em que o olho é rasgado e restaurado a cada mês.
Quando Seth arrancou o olho de Hórus(que era o olho esquerdo, ou seja, o olho da Lua) jogou-o para a orla do mundo. Nesse instante o céu noturno mergulhou em trevas. Isso simbolizava a fase da Lua Nova, ou seja, a invisibilidade da Lua. O deus Thoth, protetor de Hórus, saiu à procura do olho e encontrou-o nas trevas exteriores, em pedaços. Essa é a fase do Quarto Crescente lunar. Trouxe-o de volta, juntou as partes novamente e formou a Lua Cheia, sinal de que tudo estava bem novamente.
Conforme explica Rundle Clark, escritor e professor de História Antiga da Universidade de Birmingham, “parece claro que o tempo da ausência do olho é a estação do medo e da inércia da vida. Um hino do Império Novo fala da Lua Cheia como o tempo das danças. Através de tudo isso percebe-se o temor do homem antigo pelo escuro e o alívio quando a Lua de novo brilha no céu noturno, ou o ritmo do calendário, da estação morta seguida pelo começo de um novo ano, introduzido com carnaval e feriados. E sobre tudo isto, preside o olho”, finaliza Rundle.
Gozou de grande popularidade no Antigo Egito, sendo considerado um amuleto dos mais poderosos: potenciava a vista, protegia e remediava as doenças oculares, combatia os efeitos do "mau do olho" e, também, protegia os mortos. Como talismã simboliza a saúde, a prosperidade, a indestrutibilidade do corpo e a capacidade de renascer. Também era um símbolo de sorte, e era encarado como o olho branco de Hórus, isto é, a Lua.
No Egito Antigo esse amuleto era usado para, junto com uma serpente (Uraeus), representar a realeza, como também para representar poder e proteção. Antes de ser chamado de Olho de Hórus, foi conhecido como “Olho de Rá”. O Olho de Hórus e a serpente (Uraeus) simbolizavam o poder real, tanto que os faraós passaram a maquiar seus olhos como o Olho de Hórus e a usarem serpentes esculpidas na coroa e em seus objetos pessoais, para assim receberem o poder deste símbolo, pois acreditavam que este símbolo de indestrutibilidade poderia auxiliar no renascimento, em virtude de suas crenças sobre a alma.
Segundo a lenda egípcia, o deus Hórus teve seu olho arrancado e depois restaurado e recolocado através da magia. “Por esse restabelecimento da visão, o símbolo traz a idéia de vigor, força e saúde”, explica Antônio Branca Glion, egiptólogo do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “No Egito antigo, a imagem era usada tanto por vivos quanto por mortos, pois é encontrado em caixões, tumbas, lápides e até em múmias. Os mortos precisavam de vigor para quando chegasse a hora de renascer, e os vivos para ter saúde”, finaliza Antônio.
Galeno (130-200 a.C), para impressionar os clientes, recomendava aos médicos o uso de símbolos egípcios nas suas receitas, entre eles o “Olho de Hórus”. Uma das teorias sobre o símbolo “Rx” é que ele se originou no olho de Hórus e, apesar de “Rx” ser abreviação do termo latino “recipere” (tomar; receber), de fato há semelhança. A principio desenhavam-se dois olhos espelhados, um frente ao outro; a estilização do símbolo transformou o desenho em dois “R” romanos de costas um para o outro, e mais tarde em um só “R”, com o significado de “tome isto” (tal medicamento). Com o tempo o “R” torna-se uma espécie de “Z” lembrando Zeus/Júpiter, e posteriormente em uma mistura de “R” e “Z”, com um “x” cortando a perna dianteira do “R”, símbolo hoje universal de “Receita médica”.
O Olho de Hórus foi e ainda é utilizado como amuleto de cura e proteção (pela fantástica história da sua restauração). Também era usado como medida médica, usando as proporções matemáticas do olho para determinar as proporções dos ingredientes na preparação de medicamentos. Hoje em dia, o Olho de Hórus adquiriu também outro significado e é usado para evitar o mal e espantar inveja (mau-olhado), mas continua com a função de trazer proteção, vigor e saúde. Segundo o famoso egiptólogo e escritor E. Wallis Budge, “ nos textos religiosos depreendemos claramente de inúmeras considerações que se referem ao Sol no solstício de verão; dessa maneira, o amuleto parece destinado a trazer ao seu portador força e saúde semelhantes às do Sol na estação do ano em que ele é mais poderoso. No capítulo CLXVII do Livro dos Mortos, extraído do papiro do escriba Nebseni, vemos essa associação entre a recuperação do olho pela divindade e a saúde do usuário do amuleto”, explica Budge.
O Olho de Hórus representa as energias solar e lunar, e freqüentemente é usado para simbolizar a proteção espiritual e também o poder clarividente do “Terceiro Olho”. Além do olho propriamente dito, desenhado com traços bem marcados, o amuleto apresenta uma protuberância que reproduz a lágrima que normalmente brilha na face do falcão. Podia ser feito de ouro, prata, granito, hematita, cornalina, lápis-lazúli, porcelana, madeira, etc.
Há dois tipos de Uedjats: um direito e outro esquerdo. Juntos representam os dois olhos de Hórus, sendo que um deles era branco e o outro preto, segundo consta em um texto bem antigo. Também se interpretava o primeiro como sendo o Sol e o outro a Lua, ou como sendo Rá e Osíris, respectivamente. De maneira geral, para os egípcios, o amuleto que representava o Olho Uedjat possuía um poder mágico especial e, por isso, aparecia no espólio funerário. O Olho Direito de Hórus ( Udjat ou Utchat) representa o Sol e é associado a figura do deus solar Rá. Simboliza o masculino e a capacidade de enxergar além do conhecido comum, ver detalhes com clareza, enxergar o físico e mental tal como ele é. Representa a informação concreta, factual, controlada pelo hemisfério cerebral esquerdo. Ele lida com as palavras, letras, números e com coisas que são descritíveis em termos de frases ou pensamentos completos e racionais. Ele aborda o universo de um modo masculino.
O fio comprido que desce inclinado para trás do olho e termina numa espiral é a estilização do mesmo desenho existente no olho de certos tipos de falcão. Nas penas abaixo do olho de algumas desses aves há um risco preto que se volta para trás. O outro fio comprido que sai do canto do olho e se prolonga para trás paralelamente à sobrancelha é uma imitação do mesmo desenho existente nos olhos de gatos de pêlos rajados.
Essa conjunção de símbolos de todos esses seres reunidos num mesmo desenho são nada menos que os quatro seres que formam a esfinge: a cabeça humana, o corpo bovino, as patas de felino e as asas de águia. Considerando que os antílopes, gazelas, gnus, búfalos e outros animais de casco são parentes próximos dos bois e que águias, gaviões e falcões são nomes regionais populares para um mesmo grupo de aves (as falconiformes), deduz-se que a esfinge e o Olho de Hórus têm suas raízes nos mesmos animais. A esfinge, tal como o olho, simboliza quatro fases que a pessoa deve vencer para atingir um estado de “iluminação”, isto é, de sabedoria e equilíbrio, busca sempre cultuada pelas religiões orientais.
Assim, o olho de Hórus, mais do que as palavras e frases que o acompanham, representa a lucidez espiritual da pessoa a quem ele se refere, que superou as quatro fases. Essa pessoa adquiriu a capacidade de perceber a realidade em seu significado espiritual, que só a maturidade da alma que atravessou as quatro fases permite, não alcançada ou menosprezada pelo senso comum.
OLHO DE HÓRUS E AS MEDIDAS
Ele simboliza o olho do falcão, isto é, de Hórus, o qual foi perdido durante sua luta contra o deus Seth, que o fracionou em 64 partes. Cada um dos elementos do Olho , ou seja, a sobrancelha, a pupila, etc., serviam para formar uma fração do sistema numérico dos egípcios. Todos os pedaços reunidos formavam o Uedjat intacto, o número inteiro, a unidade recuperada e, por efeitos mágicos, o amuleto proporcionava a integridade física e a valentia do corpo.
A partir 200 a.C. Este símbolo também passou a ser utilizado pelos egípcios para representar frações da hekat. A hekat era a unidade de volume egípcia para a medição de grãos e era dividida em 64 partes. A hekat é subdividida em 1/2, 1/4, 1/8, 1/16, 1/32 e 1/64. Estas frações somam juntas 63/64 faltando 1/64 para completar o "um completo ou inteiro".
Os antigos egípcios usavam um sistema de frações baseado em caracteres distintos, por exemplo, 1/2 era um símbolo, 3/4 era outro, etc, mas tinham uma regra geral. Em particular, as frações do tipo 1/2^n (que seriam tipo 1/2, 1/4, 1/8, 1/16, 1/32...) tinham símbolos especiais e a associação desses símbolos, desde 1/2 até 1/64 é o Olho de Horus. Tem a ver com a série infinita.
1/2 + 1/4 + 1/8 + 1/16 + 1/32 ... = 1
1/2 representa o olfato
1/4 representa a visão
1/8 representa o pensamento, que seria a sobrancelha xD
1/16 representa a audição
1/32 representa o paladar
1/64 representa o tato
O Olho de Hórus sempre foi usado em diversas tradições representando a Onipresença de Deus, que tudo vê, tudo sabe e tudo pode. É a confirmação de que todos os nossos atos, emoções e pensamentos são guiados pela Presença Divina, ou Eu Sou o Cristo Cósmico.
O Olho de Hórus é muito utilizado por ordens Maçônicas, como o "olho que tudo vê", e por várias ordens de cunho hermético, Gnóstico e esotérico. O Simbolismo está diretamente ligado ao poder do “olho que tudo vê”, da capacidade de enxergar além das máscaras e dessa forma ganhar grande proteção. É também um símbolo relacionado à vitória contra os traiçoeiros. Nas tradições neo-pagãs o Olho de Hórus tem como função primordial favorecer a ‘evolução’ do terceiro olho, sendo utilizado em amuletos, livros e objetos ritualísticos como símbolo de proteção, de elevação da sensibilidade energética e acima de tudo como um emblema daqueles que possuem dons relacionados à Visão(clarividência).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é importante! Através dele terei oportunidade de aprender mais! Muito obrigado!