Norma Braga conclamaos evangélicos a
orar pela Venezuela
que, neste momento, vive uma crise institucional de proporções dramáticas. O
povo foi às ruas enfrentar o regime revolucionário implantado por Hugo Chávez e
herdado por Nicolás Maduro.
Reforço o apelo, trazendo ao leitor
um breve resumo do que lá ocorre. Em seguida, lembro o apoio do pastor Ariovaldo Ramos ao regime revolucionário implantado por
Chávez.
Enquanto escrevo este artigo, leio
notícias sobre a erupção da violência em Caracas, Chacao e outras cidades onde milhares de
venezuelanos estão sendo duramente reprimidos pelo governo Maduro, que tem feito
uso de violência letal para dispersar os protestos.
O Alto-Comissariado para Direitos Humanos da ONU alertou ontem para o risco de um ciclo de violência na Venezuela. Na
contagem oficial de vítimas, os protestos em massa contra o governo bolivariano
já deixaram três mortos, cerca de 70 presos e 66 feridos.
Por ordem expressa do
ditador-em-chefe Nicolás Maduro, foram bloqueadas imagens de usuários da
Venezuela que usam a ferramenta para atualizar o mundo sobre o que ocorre por
lá. O Twitter confirmou que o regime bolivariano bloqueou o envio
de imagens.
Violência vídeo mostra pessoa sendo alvejada na rua
Antes do bloqueio, o mundo soube pelos manifestantes
que uma das vítimas das
tropas do governo em Caracas foi o estudante Bassil Alejandro Dacosta, de 24 anos. Ele foi
atingido por um tiro na cabeça. Um jovem cujo único crime foi protestar contra o regime revolucionário.
Veja o vídeo do momento em que o jovem é atingido:
Há relatos de
outras vítimas fatais que não são contabilizadas pelo governo porque foram
assassinadas por forças paramilitares – por obra do então presidente Chávez
foram criadas na Venezuela milícias que defendem o país de “espiões e traidores
da Pátria”.
MANIFESTANTES
SÃO TERRORISTAS?
O governo Nicolas Maduro está fazendouso de uma “lei
antiterrorismo” – bastante semelhante a um projeto de lei que deve ser
aprovado pelo Congresso
brasileiro – pra realizar prisões em massa de
oposicionistas.
A ONU criticou a classificação de “terrorismo” usado pelo
regime bolivariano para processar os manifestantes. O manifestante considerado “terrorista” pode ter sua
prisão imediatamente decretada, sem passar por processo ou ser ouvido em
tribunal.
O “presidente” Nicolás Maduro não admite o fato de que povo,
espontaneamente, foi às ruas para exigir mudanças políticas. Como todo bom fascista, ele prometeu usar todo o poderio militar do Estado para submeter o povo à ordem revolucionária.
Em discurso
transmitido por cadeia de rádio e televisão, Maduro chamou as manifestações de “golpe de Estado em curso” e prometeu que “a revolução bolivariana vai triunfar”. O
presidente disse ter dado “instruções
muito claras às forças de segurança” e ameaçou prender os manifestantes.
PASTOR
BRASILEIRO APOIOU REGIME CHAVISTA
Nos idos dos
anos 2000, eu entrevistei o pastor Ariovaldo Ramos durante programação na Faculdade
Latino Americana de Teologia Integral (FLAM) para a revista “GENTE S/A”, que
parou de circular. Na época, ele via Chávez como “democrata” que lutava contra uma oposição brutal e
golpista.
Ariovaldo era um
entusiasta da democracia
plebiscitária de Chávez. O
pastor brasileiro entendia que o regime bolivariano seria um oásis de democracia genuína
e igualdade social na América Latina assaltada pelo FMI e pelos caudilhos da
direita.
Em 2004, o pastor integrou uma comitiva de brasileiros que foi à Venezuela prestar apoio ao
regime bolivariano. O grupo foi recebido pelo próprio Hugo Chávez, a quem entregou um manifesto
de apoio.
É claro que para
construir esta bonita e épica narrativa, no qual um populista ascende ao poder
para libertar a Venezuela das injustiças sociais, Ariovaldo Ramos tinha que
ignorar alguns fatos bastante desagradáveis na biografia de Chávez.
A história política de Hugo Chávez começou na fracassada tentativa de
golpe contra o presidente Carlos Andrés
Pérez em fevereiro de 1992. O episódio
deixou 17 soldados
mortos e 50 feridos.
Chávez admitiu em rede nacional a autoria do golpe.
“Todos os que, em todo
lugar, lutam pela erradicação da pobreza, pela emancipação do ser humano, e por
justiça e acesso ao direito para todos, tiveram, em Hugo Chávez, uma referência
de compromisso para com o pobre, para com o despossuído, para com o
injustiçado.
Eu, que aprendi a
agradecer à Trindade, O Deus do Universo, em Cristo Jesus, por tudo, agradeço
pelo privilégio de ter convivido com essa personalidade de minha geração, com
quem tive o privilégio de estar por duas vezes.”
A Venezuela pela qual Chávez tanto
lutou é uma realidade hoje: um país
polarizado, dos ricos contra os pobres, do governo contra a mídia, do exército contra
o povo, no qual os opositores do regime, mais do que traidores, são caçados
como terroristas.
FONTE: http://colunas.gospelmais.com.br/venezuela-sangra-nas-ruas-onde-esta-ariovaldo-ramos_8492.html
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