quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

CONFLAGRADA POR PROTESTOS, UCRÂNIA SE DIVIDE ENTRE EUROPA E RÚSSIA

Veja o mapa europeu. A Ucrânia, país que abriga 44 milhões de habitantes espalhadas em 600 mil quilômetros quadrados de campos verdejantes, é um muro que separa a Rússia da Europa.
Um muro não apenas por suas características geográficas, mas também culturais e políticas.
Os ucranianos se dividem em dois blocos antagônicos: os que querem aderir à União Europeia (UE) e os que defendem a manutenção da influência russa. O primeiro grupo tem ido, em dois meses de protestos, às ruas aos milhares, digladiando-se com uma polícia armada e violenta. O segundo é aliado do governo de Viktor Yanukovich e da Rússia.
— A Ucrânia, desde muito tempo atrás, já era vista como um problema previsível. É o limite para a instalação da UE, a segunda república mais importante da antiga União Soviética (atrás apenas da Rússia) — diz o cientista político Christian Lohbauer, membro do Grupo de Análise de Conjuntura Internacional (Gacint), da Universidade de São Paulo (USP).
Não bastasse a localização geográfica, a Ucrânia tem campos férteis comparáveis aos da Argentina. É algo como o celeiro da Europa central. De lá, sai trigo para abastecer a Rússia, que não quer dividir nem a influência política nem o acesso aos produtos de exportação ucranianos.
Quem pede o fim da hegemonia russa se viu frustrado quando Yanukovich rejeitou acordo com a UE, em 21 de novembro. Três dias depois, 100 mil pessoas foram às ruas contra o governo. Cresceram a repressão e a intervenção russa na atuação do governo ucraniano, em reuniões e até no jeito de reprimir, com leis que lembram um estado de exceção.
A situação se acalmou em dezembro, depois que a Rússia aprovou um resgate financeiro e diminuiu os preços de venda do gás natural. Com as medidas que limitam as manifestações, a ira da oposição voltou a ser atiçada, e a semana passada foi marcada por protestos intensos sob 10º C negativos. Yanukovich se reuniu com líderes dos protestos, mas não houve acordo. Um dos oposicionistas mais influentes, o campeão mundial de boxe Vitali Klitschko saiu do encontro dizendo que o presidente "tem sangue de manifestantes em suas mãos". A UE e a Organização do Tratado do Atlântico Norter (Otan) condenaram a violência e lamentaram o diálogo frustrado. Os Estados Unidos retiraram vistos de repressores. A Rússia definiu como "indecentes" essas críticas, escancarando o confronto latente com EUA e UE.
Putin tenta manter liderança
Após defender sua influência no Oriente Médio, apoiando a ditadura de Bashar al-Assad, Vladimir Putin fincou as garras russas na Ucrânia e adotou discurso de guardião dos bons costumes contra a influência ocidental, atitude que se evidencia nas restrições aos homossexuais e nas prisões de ativistas como as jovens do grupo Pussy Riot (que cantaram uma "oração punk" contra Putin na catedral de Moscou) e os integrantes do Greenpeace retidos três meses na Rússia (entre eles, a brasileira Ana Paula Maciel).
— Nos esforçaremos em ser líderes — escancarou Putin, na semana passada, enfatizando sua intenção de pôr em prática o projeto de união econômica euroasiática de países criados a partir da ex-URSS, à qual a Rússia convida com insistência a Ucrânia.
Christian Lohbauer identifica na atuação russa indícios de desespero para manter a imagem de potência:
— A Rússia é decadente, quer manter influência. Depende do petróleo, está longe de ter um regime de liberdades, tem uma sociedade envelhecida e não conta com nichos econômicos de inovação. Por isso, faz chantagens para manter a influência na Ucrânia.
Cristina Pecequilo, professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), analisa a trajetória que vem desde 1991, quando a União Soviética foi desmembrada, lembra as revoltas ucranianas de 10 anos atrás (a Revolução Laranja, em 2004) e fala em "primavera" para definir o movimento contrário à influência desempenhada pela Rússia, que, segundo ela, quer "exclusividade".
— A raiz do problema é a resistência russa em permitir que a Ucrânia se aproxime de organismos internacionais. São recursos energéticos e alimentícios que estão em jogo, além da influência geopolítica.
FONTE: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/mundo/noticia/2014/01/conflagrada-por-protestos-ucrania-se-divide-entre-europa-e-russia-4399980.html

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1999 - Um fotógrafo que fez a cobertura de uma intervenção cirúrgica para corrigir um problema de espinha bífida realizada no interior do útero materno num feto de apenas 21 semanas de gestação, numa autêntica proeza médica, nunca imaginou que a sua máquina fotográfica registaria talvez o mais eloquente grito a favor da vida conhecido até hoje.

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Fonte:www.apocalink.blogspot.com