sábado, 11 de agosto de 2012

O PAI DOS PAIS por JUSTIN HOLCOMB


Muitas pessoas estão familiarizadas com o conceito de Deus como Pai. A teologia modernista progressista dos últimos séculos popularizou o conceito da “paternidade universal de Deus” juntamente com a “fraternidade dos homens”. Entretanto, se olharmos para as Escrituras, talvez nos surpreendamos com que descobrimos sobre a paternidade de Deus.

O Pai de Israel

Deus é raramente tratado como Pai no Antigo Testamento. Quando o é, é normalmente no sentido de que ele é o Pai da nação de Israel (Deuteronômio 32.6, por exemplo), um termo que, primariamente, traz um senso de autoridade. Como o Dicionário Teológico do Antigo Testamento explica,
Na família israelita, o pai tem autoridade quase ilimitada. Ele é o mestre da casa; os filhos são ensinados a honrá-lo e temê-lo (Malaquias 1.6). Ele controla os outros membros da família como o oleiro controla o barro (Isaías 64.7). Ainda assim, ele não é um déspota isolado, mas o centro de onde emana a força e a vontade de toda a esfera que pertence a ele e a qual ele pertence… Para o israelita, o nome do pai sempre se traduz em autoridade.
Deus também é comparado a um pai para explicar algumas das formas características em que ele age com seu povo, como sua compaixão, sua disciplina e seu cuidado para com os fracos e indefesos:
o    Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem (Salmo 103.13).
o    O Senhor disciplina a quem ama, assim como o pai faz ao filho de quem deseja o bem (Provérbios 3.12).
o    Pai para os órfãos e defensor das viúvas é Deus em sua santa habitação (Salmo 68.5)

Entretanto, no Antigo Testamento, Deus não normalmente é referido como o pai de pessoas individuais, e os judeus não o tratavam como “Pai”. É por isso que, quando Jesus chegou, a intimidade com que ele se referia a Deus era tão chocante.

O Pai de nosso Senhor Jesus Cristo

As freqüentes referências de Jesus a Deus como “Pai” não eram comuns em seu contexto. “Pai” foi sua forma preferida de se referir a Deus. Vemos Jesus usando essa palavra para Deus 65 vezes nos evangelhos sinóticos e mais de 100 vezes no evangelho de João, em grande contraste com as 15 vezes que o termo é usado para se referir a Deus em todo o Antigo Testamento.
A palavra específica que Jesus usava era Abba, a palavra em aramaico para “Pai”. É uma palavra que crianças pequenas poderiam usar quando se referiam aos seus pais, mas que crianças mais velhas e adultos também usavam (então deve ser traduzida como “Pai”, não “Papai”). Se dirigir a Deus como Abba traz um senso de intimidade com Deus que não foi demonstrado por ninguém antes de Jesus: apenas um filho natural usaria esse tipo de tratamento. O uso de Jesus deAbba era chocante o suficiente para que muitas vezes os autores bíblicos incluíssem o aramaico original junto com o termo traduzido para o grego, pater, “Pai”.
O relacionamento de Jesus com Deus como Pai é único. Para Jesus, diferente de qualquer outra pessoa, Deus é “meu Pai”. Ainda assim, ele a ensinou seus discípulos (e a nós) a nos dirigirmos a Deus como “nosso Pai” (Mateus 6.9). É assim porque, pela fé na morte e ressurreição de Jesus em nosso lugar, somos adotados por Deus em sua família. Deus se torna nosso Pai amoroso porque somos unidos a Jesus Cristo e recebemos os mesmos privilégios e bênçãos familiares que Jesus tem, como o filho fiel.
Por causa de nossa adoção na família de Deus, agora temos acesso completo ao nosso Pai. Hebreus 4.14-16 diz:
Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que professamos, pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado. Assim, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade.
Nós compartilhamos da intimidade com o Pai por meio de nossa união com Cristo, e pelo Espírito Santo que habita em nós. Por causa do nosso relacionamento com o Filho e com o Espírito Santo, podemos vir a Deus em oração e dependência a qualquer momento. Seus braços estão sempre abertos a nós.
Paulo escreve em Romanos: “Pois vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temerem, mas receberam o Espírito que os adota como filhos, por meio do qual clamamos: ‘Aba Pai’” (Romanos 8.15). A figura da adoção significa que os crentes não são filhos naturais de Deus, mas se tornam filhos de Deus por causa de Cristo. Seguindo o exemplo de Jesus na Oração Dominical, nós nos dirigimos a Deus como “nosso Pai” para enxergarmos duas coisas: nosso relacionamento íntimo com Deus, como seus filhos, e a segurança que temos nele, baseada em suas promessas para nós. Como Lutero pregava, a pequena palavra “Abba” ultrapassa toda a eloquência e combate o ensino perverso de que deveríamos nos sentir incertos quanto ao nosso status perante Deus.
“Abba” é um resumo da mensagem de cada página da Escritura: que Deus é misericordioso, amoroso e paciente; que ele é fiel e verdadeiro e que ele cumpre suas promessas. Todas as promessas de Deus foram cumpridas na entrega de seu único Filho, para que “todo aquele que nele creia não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Paternidade Bíblica

A paternidade humana é modelada conforme a paternidade de Deus. Como Paulo escreve, “toda a família nos céus e na terra” recebe o nome de Deus, o Pai (Efésios 3.14-15). Quais são algumas das características de um pai descritas nas Escrituras?

Gentileza e compaixão

Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem. (Salmo 103.13)

Sabedoria e instrução

Ouçam, meus filhos, a instrução de um pai; estejam atentos, e obterão discernimento. O ensino que lhes ofereço é bom; por isso não abandonem a minha instrução. (Provérbios 4.1,2)

Disciplina

Pois o Senhor disciplina a quem ama, assim como o pai faz ao filho de quem deseja o bem. (Provérbios 3.12)

Amor

Respondeu Jesus: “Se alguém me ama, obedecerá à minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos morada nele.” (João 14.23)
Pois o próprio Pai os ama, porquanto vocês me amaram e creram que eu vim de Deus. (João 16.27)
Vejam como é grande o amor que o Pai nos concedeu: sermos chamados filhos de Deus, o que de fato somos! (1 João 3.1)

Exortação e Encorajamento

Tanto vocês como Deus são testemunhas de como nos portamos de maneira santa, justa e irrepreensível entre vocês, os que crêem. Pois vocês sabem que tratamos cada um como um pai trata seus filhos, exortando, consolando e dando testemunho, para que vocês vivam de maneira digna de Deus, que os chamou para o seu Reino e glória. (1 Tessalonicenses 2.10-12)

Proteção

O Senhor protege o estrangeiro e sustém o órfão e a viúva, mas frustra o propósito dos ímpios. (Salmo 146.9)

Provisão

Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta. Qual de vocês, se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir peixe, lhe dará uma cobra? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem! (Mateus 7.7-11)
Ser um pai é um grande chamado, uma forma de refletir a imagem de nosso Pai celestial amoroso, que ama e cuida de seus filhos melhor do que qualquer pai terreno almeja fazer. Aqueles de nós que são pais deveriam sentir o peso desse chamado. Quando deixamos de amar como nosso Pai celestial, continuemos a nos arrepender e confiar em Jesus, que nos adotou na família de Deus, o Pai.

FONTE: IPRODIGO

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Fonte:www.apocalink.blogspot.com