terça-feira, 18 de outubro de 2011

O PROBLEMA CRISTÃO DE OBAMA

Os Estados Unidos têm sido cautelosos em intervir nos assuntos que afetam os cristãos do Oriente Médio por medo de confirmar as acusações dos terroristas de que o Ocidente estaria em uma nova cruzada contra o islamismo. A consequência dessa política passiva foi permitir que extremistas islâmicos dominassem cada vez mais o debate, geralmente com consequências trágicas.
No último domingo, no Egito, o conflito entre cristãos coptas e militares deixou pelo menos 25 mortos. Os coptas são a maior minoria religiosa do Egito, representando cerca de 10% da população. Ataques aos coptas vêm aumentando desde a derrubada de Hosni Mubarak da presidência. O fato de militares estarem envolvidos no incidente é um sinal de que as coisas estão mudando para pior. A Casa Branca emitiu uma condenação tímida, observando que o presidente Obama estava “bastante preocupado com a violência no Egito”, e que “à medida que os egípcios constroem seu futuro, os Estados Unidos continuam a acreditar que os direitos das minorias (incluindo coptas) devem ser respeitados”. Em outras palavras, não irão fazer nada a respeito do massacre aos cristãos.
Comunidades cristãs menores enfrentam um desafio ainda maior. O mundo aguarda notícias definitivas sobre o pastor iraniano Yousef Nadarkhani, condenado à morte por apostasia após deixar o islamismo e se converter ao cristianismo. Sayed Mussa, funcionário da Cruz Vermelha afegã que se converteu ao cristianismo, também foi condenado à morte. Mussa foi libertado este ano depois que seu caso teve repercussão internacional, mas é obrigado a viver escondido devido à atmosfera pública de hostilidade.
De acordo com o Relatório Anual sobre Liberdade Religiosa do Departamento de Estado Norte-Americano, a última igreja cristã no Afeganistão foi destruída. Os cristãos afegãos (entre 500 e 8 mil) que quiserem realizar um culto em público podem fazê-lo em bases militares, instalações da equipe de reconstrução provincial ou a embaixada da Itália. Mas obviamente há riscos envolvidos. O relatório de Estado afirma que “o governo americano discute regularmente a liberdade religiosa com as autoridades afegãs, como parte de sua política geral para promover direitos humanos". Considerando toda a ajuda que os Estados Unidos deram ao Afeganistão na última década, o Departamento de Estado deveria fazer algo mais do que simplesmente conversar.
No âmbito doméstico, Obama enfrenta uma maioria cristã cética a caminho das eleições de 2012. De acordo com o instituto Gallup, o presidente é enaltecido pela comunidade islâmica dos EUA com 80% de aceitação. Mas os muçulmanos são uma pequena fração da população americana, e uma base eleitoral insignificante. Entre os principais grupos cristãos, 50% dos católicos o aprovam, e entre os protestantes (que representam mais da metade da população americana) a aprovação é de 37%, e entre os mórmons 25%.
Pessoas mais devotas tendem a aceitar Obama menos do que as pessoas que não dão importância à religião. De acordo com os dados mais recentes do Gallup, Obama possui 43% de aceitação entre os que afirmam frequentar a igreja “nunca ou quase nunca”, 2 pontos acima da média nacional. Entre os que frequentam a igreja semanalmente, sua aprovação é de 34%, sete pontos abaixo da média. Não é mistério a razão pela qual os cristãos fieis têm pouca fé em Obama.
Traduzido por: Luis Gustavo Gentil
Título do original: Obama’s Christian problem (editorial)

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Fonte:www.apocalink.blogspot.com