domingo, 9 de janeiro de 2011

A IGREJA NÃO É UMA PRESTADORA DE SERVIÇOS

       Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo. (2 Co 11.3)
       Eventualmente, assisto a programas "evangélicos" que passam em horário impróprio para menores e também para seres humanos mais desenvolvidos. É na madrugada que você pode encontrar todo tipo de bizarrice na tv. Grande parcela da tv aberta reserva sua programação da madrugada às "corporações da fé". São pelo menos uns 20 programas, umas 15 denominações diferentes e algumas outras que se "descobrem" graças ao "milagre da tv".
       Com exceção da maior delas, todas as outras pedem dinheiro ao vivo para dar continuidade a seu "serviço" de socorro espiritual. São milhões! É a frase preferida de um dos mais famosos apresentadores da noite gospel. Outros, mais sutis, conclamam patrocinadores, mas ressaltam: só aqueles em quem Cristo tocou no coração, mas para incentivar o toque espiritual continua:  uma vez por mês eu jejuo por todos os patrocinadores... agora, o momento dos testemunhos de nossos patrocinadores... e lá está a senhora que patrocinava com 15 reais o programa e agora recebeu um aumento na aposentadoria de 6,5% para a "grória de deuz"
       Mas há um ponto, entre tantos outros, em que todos esses programas se parecem: todos eles apresentam um evangelho prestador de serviços.
       Sei que parece infantil discorrer sobre este assunto, um verdadeiro cristão sabe que o Evangelho da Cruz não é uma organização prestadora de serviços. No entanto, a igreja está repleta de pessoas que, mesmo negando tal afirmação, agem dessa forma, entendem dessa forma e querem que a igreja haja desta forma.
       É o Cristo solução para seus problemas. É o evangelho que "muda" sua vida. É o Deus que "tudo" vai fazer por você, inclusive parar o sol. É o Deus do impossível.
       Por favor, entendam-me, ou pelo menos tentem. É claro que nosso Deus é o Deus do impossível, eu creio no Poder de Deus. É claro que nossa vida muda quando somos chamados, a minha vida mudou. Basta olharmos para o Novo Testamento e veremos que todos os homens a quem Cristo chamou também tansformou suas vidas através do poder da Cruz, por intermédio do Espírito Santo. É claro que Deus luta por nós e por isso mesmo o salmista escreve: O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente. O Senhor é um lugar de descanso para nossas almas e um lugar de refúgio. No entanto, não é esse o uso que os apresentadores gospel da madrugada dão à Palavra de nosso Senhor, mas sim, um uso antropocêntrico e pragmático que em nada se parece com a pregação de Cristo e dos apóstolos.
       Tais mercadores da fé ficam o programa inteiro prometendo uma "oração especial" no final do programa. Outros criam centrais de atendimento espiritual, uma espécie de disk-gospel,onde o único propósito será dizer: esteja domingo na nossa reunião dos milagres. Por fim, atédrive-thru da oração já foi lançado pela IURD em São Paulo... tudo para agradar o cliente, nada para agradar a Deus, ainda que este seja o pretexto.
       Não podemos modificar o Evangelho para agradar a homens, Cristo não mudou sua pregação para que os fariseus se convertessem. Cristo pregou o arrependimento e condenou aquela geração por ser inerte à Palavra. Paulo, Pedro, João, nenhum deles deturpou a Palavra para que mais pessoas entrassem na igreja e vivessem sob a égide de evangelho faz-de-conta, pelo contrário, Pedro à revelação de que Ananias e Safira tentavam enganar o Espírito Santo, declarou a morte dos dois, o que gerou medo e temor em toda a cidade. Depois daquilo, muitas pessoas sequer ousavam entrar na congregação (leia: At 5.11-13), mas ainda sim toda cidade admirava aquela igreja. Mas não é assim que agem os mercadores da fé. O que eles fazem é somente uma coisa, copiar o modelo de sucesso dos apresentadores seculares e oferecer sempre a "melhor" parte do programa no final e assim segurar a audiência, que é sofrível na madrugada.
       Não sou contra a igreja fazer obras sociais, sei que muitos vão acusar-me de ter dito isso ao ler o texto, então aqui esclareço. A igreja como instituição deve sim se preocupar com problemas sociais a sua volta, tal qual a igreja descrita em Atos se preocupou. Mas de forma alguma tornar-se em um serviço exclusivo ao cliente ou em busca de novos clientes 
       A Igreja do Senhor precisa ser luz e sal e isso não é prestar serviço aos homens, mas obedecer ao Deus de toda Glória. Quando a igreja se torna um balcão de atendimento ao cliente, um tipo de 0800 não gratuito, ela perde sua principal característica e dom, ser a noiva de Cristo. Não somos prestadores de serviços, nossos pastores não são gerentes de marketing e nossas igrejas não são balcões de informação ou shoppings de bençãos. Somos templo do Espírito Santo, para andarmos conforme a sã doutrina e nas boas obras que de antemão foram preparadas por Deus para nós. É isso que somos, é isso que a igreja precisa ser.
       O mundo não precisa de um programa cristão que promete uma oração especial para quem está precisando.  O mundo precisa (apesar de não querer ouvir) a pregação do verdadeiro evangelho. Chega de comercial gospel apresentando novos modelos de camisetas para ficar na moda e na unção. Não queremos um talk show onde o convidado não é Cristo mas o homem.
       Cuidemos para que com sua sutileza, o pragmatismo não se enraíze ainda mais no meio da igreja e se torne o deus desta e das próximas gerações.

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Aborto diga não!

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1999 - Um fotógrafo que fez a cobertura de uma intervenção cirúrgica para corrigir um problema de espinha bífida realizada no interior do útero materno num feto de apenas 21 semanas de gestação, numa autêntica proeza médica, nunca imaginou que a sua máquina fotográfica registaria talvez o mais eloquente grito a favor da vida conhecido até hoje.

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Além disso, cabe salientar que a proteção legal de nosso trabalho também se constata na análise mais acurada do inciso VI, do mesmo artigo em comento, quando sentencia que "é inviolável a liberdade de consciência e de crença".

Tendo sido explicitada, faz-se necessário, ainda, esclarecer que as menções, aferições, ou até mesmo as aparentes críticas que, porventura, se façam a respeito de doutrinas das mais diversas crenças, situam-se e estão adstritas tão somente ao campo da "argumentação", ou seja, são abordagens que se limitam puramente às questões teológicas e doutrinárias.

Assim sendo, não há que se falar em difamação, crime contra a honra de quem quer que seja, ressaltando-se, inclusive, que tais discussões não estão voltadas para a pessoa, mas para idéias e doutrinas.

Fonte:www.apocalink.blogspot.com